sexta-feira, 4 de março de 2022

POEMA: ADEUS A SETE QUEDAS - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Adeus a Sete Quedas

            Carlos Drummond de Andrade

Sete quedas por mim passaram,
E todas sete se esvaíram.
Cessa o estrondo das cachoeiras, e com ele
A memória dos índios, pulverizada,
Já não desperta o mínimo arrepio.
Aos mortos espanhóis, aos mortos bandeirantes,
Aos apagados fogos
De Ciudad Real de Guaíra vão juntar-se
Os sete fantasmas das águas assassinadas
Por mão do homem, dono do planeta.

Aqui outrora retumbaram vozes
Da natureza imaginosa, fértil
Em teatrais encenações de sonhos
Aos homens ofertadas sem contrato.
Uma beleza-em-si, fantástico desenho
Corporizado em cachões e bulcões de aéreo contorno
Mostrava-se, despia-se, doava-se
Em livre coito à humana vista extasiada.
Toda a arquitetura, toda a engenharia
De remotos egípcios e assírios
Em vão ousaria criar tal monumento.

E desfaz-se
Por ingrata intervenção de tecnocratas.
Aqui sete visões, sete esculturas
De líquido perfil
Dissolvem-se entre cálculos computadorizados
De um país que vai deixando de ser humano
Para tornar-se empresa gélida, mais nada.

Faz-se do movimento uma represa,
Da agitação faz-se um silêncio
Empresarial, de hidrelétrico projeto.
Vamos oferecer todo o conforto
Que luz e força tarifadas geram
À custa de outro bem que não tem preço
Nem resgate, empobrecendo a vida
Na feroz ilusão de enriquecê-la.
Sete boiadas de água, sete touros brancos,
De bilhões de touros brancos integrados,
Afundam-se em lagoa, e no vazio
Que forma alguma ocupará, que resta
Senão da natureza a dor sem gesto,
A calada censura
E a maldição que o tempo irá trazendo?

Vinde povos estranhos, vinde irmãos
Brasileiros de todos os semblantes,
Vinde ver e guardar
Não mais a obra de arte natural
Hoje cartão-postal a cores, melancólico,
Mas seu espectro ainda rorejante
De irisadas pérolas de espuma e raiva,
Passando, circunvoando,
Entre pontes pênseis destruídas
E o inútil pranto das coisas,
Sem acordar nenhum remorso,
Nenhuma culpa ardente e confessada.
(“assumimos a responsabilidade!
Estamos construindo o brasil grande!”)
E patati patati patatá...

Sete quedas por nós passaram,
E não soubemos, ah, não soubemos amá-las,
E todas sete foram mortas,
E todas sete somem no ar,
Sete fantasmas, sete crimes
Dos vivos golpeando a vida
Que nunca mais renascerá.

Carlos Drummond de Andrade. In: Lydia Bechara, Jeanete Beauchamp, Kátia Bastos Machado. Estudos de linguagem – 8ª série. 3. ed. São Paulo: Moderna, 1986. p. 115-6.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 206-211.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Bulcão: nuvem espessa de líquidos em movimento.

·        Cachão: agitação ou turbilhão de água ou outro líquido; cachoeira.

·        Circunvoar: voar em círculos.

·        Ciudad Real de Guaíra: antigo nome do povoado que deu origem à atual cidade de Guaíra, em cujos domínios ficavam as Sete Quedas. O povoado foi fundado em 1556 pelo colonizador espanhol Ruy Diaz Melgarejo e passou ao domínio português no século XVII, como resultado da ação dos bandeirantes paulistas.

·        Coito: união sexual.

·        Empresa: empreendimento; qualquer companhia industrial ou comercial.

·        Esvair: dissipar, desaparecer, evaporar.

·        Extasiado: tomado por forte emoção ou intenso prazer.

·        Irisado: com as cores do arco-íris.

·        Pranto: choro queixoso, soluçante.

·        Remoto: distante, afastado.

·        Retumbar: provocar enorme estrondo.

·        Rorejante: que roreja, isto é, que goteja, pinga gota a gota.

·        Tecnocrata: técnico que está no poder.

02 – O poema apresenta no seu início duas epígrafes, uma de Alphonsus de Guimaraens e outra de Raimundo Correia, ambos poetas do século XIX. Epígrafe é uma citação – ou seja, um trecho da obra de outro autor – que serve de tema ou inspiração para determinada obra que se inicia. Compare as epígrafes ao poema de Carlos Drummond de Andrade. A que correspondem, no poema de Drummond.

a)   As sete damas mencionadas nos versos de Alphonsus de Guimaraens?

A sete Quedas, o conjunto de sete cachoeiras.

b)   Os hinos retumbantes mencionados nos versos de Raimundo Correia?

A “vozes da natureza imaginosa”.

03 – No dia em que as águas começaram a cobrir Sete Quedas, o poema “Adeus a Sete Quedas” foi lido nas rádios e na TV. O poeta tratava, portanto, de um fato que estava ocorrendo naquele momento. Que posição o eu lírico manifesta ter diante da construção de Itaipu?

      Uma posição de crítica, de discordância.

04 – De acordo com o poema, nosso país e nossa gente ficaram mais pobres com o desaparecimento de Sete Quedas.

a)   O que os índios perderam com esse desaparecimento?

Perderam a memória, isto é, o seu passado histórico, construído naquele local.

b)   Ao fazer referências à história da colonização da região, o que o poema sugere que o país tenha perdido?

O país também perdeu parte de sua história: a fundação da cidade de Guaíra (pelos espanhóis), a luta entre os bandeirantes e os espanhóis, etc.

05 – Em determinado trecho, o poeta compara a beleza de Sete Quedas a um magnífico espetáculo teatral, oferecido gratuitamente pela natureza para o deleite do olhar humano. 

a)   Identifique esse trecho.

É o trecho que vai de “Aqui outrora retumbaram” até “vista extasiada”.

b)   Com que finalidade o eu lírico compara Sete Quedas aos feitos egípcios e assírios?

Os monumentos desses povos, especialmente os dos egípcios, são assombrosos, pois estão além do que se supõe que a força humana pode construir. Tal comparação sugere que o trabalho da natureza é ainda mais grandioso e perfeito.

06 – Releia este trecho do poema:

“Por ingrata intervenção de tecnocratas.
Aqui sete visões, sete esculturas
De líquido perfil
Dissolvem-se entre cálculos computadorizados
De um país que vai deixando de ser humano
Para tornar-se empresa gélida, mais nada.”

a)   Ao produzirmos um texto, a escolha de certos vocábulos revela uma avaliação apreciativa, isto é, a posição que temos diante do tema enfocado. Identifique nesse trecho palavras e expressões que demonstrem uma posição crítica do eu lírico diante do fim de Sete Quedas.

Ingrata intervenção, deixando de ser humano, gélida.

b)   Explique o sentido desta imagem: “Sete esculturas / Se líquido perfil / Dissolvem-se entre cálculos / computadorizados”.

As cachoeiras de Sete Quedas são comparadas a sete esculturas esculpidas em água que se desmancharam de maneira calculada pelos técnicos.

c)   A partir desse trecho, conclua: Que futuro o eu lírico imagina para nosso país?

Imagina um país frio, desumano, insensível, que destrói sua natureza para dar lugar a soluções técnicas.

07 – Releia este outro trecho do poema: 

“Faz-se do movimento uma represa,
Da agitação faz-se um silêncio
Empresarial, de hidrelétrico projeto.”

a)   Na relação entre movimento e represa e entre agitação e silêncio empresarial, verifica-se uma figura de linguagem. Qual é essa figura?

Antítese.

b)   Quais dos elementos que formam essa figura representam a natureza? Quais representam a tecnologia e a modernidade?

Movimentação e agitação representam a natureza (a ideia de algo vivo, dinâmico); a represa e o silêncio empresarial representam a modernidade ou a tecnologia (a ideia de algo parado, frio, sem vida).

08 – Releia estes versos:

“Vamos oferecer todo o conforto
Que luz e força tarifadas geram
À custa de outro bem que não tem preço”.

        Eles mostram que, além do conforto proporcionado pela energia elétrica, a decisão de destruir Sete Quedas envolveu outro tipo de interesse. Que tipo de interesse foi esse?

      O interesse econômico.

09 – Na parte final do poema, o eu lírico convida “povos estranhos” e “irmãos brasileiros de todos os semblantes” para ver e guardar o que foram Sete Quedas.

a)   Levante Hipóteses: A quem se refere a expressão povos estranhos?

A todos os povos do mundo, já que Sete Quedas eram um dos mais belos monumentos naturais do planeta.

b)   No trecho “Não mais a obra de arte natural / Hoje cartão-postal / a cores, melancólico”, o que significa a expressão cartão-postal melancólico?

O que eram as Sete Quedas ficou registrado nos cartões-postais; melancólico porque é uma triste lembrança.

10 – De acordo com os últimos versos do poema, não há “nenhum remorso”, “nenhuma culpa ardente”, e sim certo tipo de explicação:

“(‘assumimos a responsabilidade!
Estamos construindo o brasil grande!’)
E patati patati patatá...”

a)   De quem deve ser a fala que no poema aparece entre parênteses e entre aspas?

Dos governantes e dos técnicos que justificam a iniciativa.

b)   A visão dessa(s) pessoa(s) a respeito do que seja um “Brasil grande” coincide com a do eu lírico? Por quê?

Certamente não. Para o eu lírico, um Brasil grande de verdade não destruiria uma de suas grandezas naturais.

c)   Qual é o significado da expressão patati patati patatá no contexto?

Ela sugere o conjunto das explicações sem sentido que as autoridades dão para a iniciativa.

11 – Os versos “Sete quedas por nós passaram / E não soubemos, ah, não / soubemos amá-las”, da parte final, retomam a epígrafe do poema e preparam seu desfecho.

a)   Considerando-se a realização amorosa, que diferença essencial há entre os versos de Alphonsus de Guimaraens da epígrafe e esses versos de Drummond?

Nos versos de Guimaraens, os seres se amaram (“E todas sete me beijaram”); já nos versos de Drummond, não houve correspondência (“E não soubemos, ah, não / soubemos amá-las”).

b)   O trecho “sete crimes / Dos vivos golpeando a vida / Que nunca mais renascerá.” Remete a ideia de suicídio. Interprete: Por que o fim de Sete Quedas representa, na visão do eu lírico, uma espécie de suicídio?

Ao destruir as Sete Quedas, o homem destrói o meio ambiente, do qual depende, e também parte de sua história. Logo, a destruição de Sete Quedas é uma forma indireta de autodestruição.

 

 

 

quarta-feira, 2 de março de 2022

QUADRO: PÔR-DO-SOL - NORMAN ROCKELL - COM GABARITO

 Quadro: Pôr-do-sol

Fonte da imagem -  https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh6Sb2e7pqPbVKSs70QnuFPvmejsyyfYkoxPWkagcvzMe0OtWF3trMzXxK7K2qtYTUa7V_VOskD4lzW8BgIyVG1GTj2Z_Kt6a6XlJ0cxO4NoqNkjsGbHpkmEEno4bJ1wEvAFCg5ZPFnR5_hdVRISrJy0N--6FaoSqE-qx8BdHRuTd6KVvbXzCoANnPu=s246

Norman Rockell. Pôr-do-sol, 1926.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 136-7.

Entendendo o quadro:

01 – Os elementos que compõem esse quadro fazem imaginar uma história. Observe as personagens, o modo como estão vestidas e como se abraçam; veja também a expressão do cão, os objetos que estão no chão e as margaridas que pendem da mão da menina.

a)   Pelas roupas, pelo cabelo e pelo porte físico dos garotos, que idade você acha que eles têm?

Eles são pré-adolescentes, devem ter entre 9 e 11 anos.

b)   A quem, provavelmente, pertencem a vara de pescar e as minhocas?

Provavelmente ao menino.

c)   O que possivelmente eles faziam antes de se encontrarem?

Provavelmente ela colhia flores no campo e ele estava indo pescar.

02 – Observe a postura das duas personagens. O garoto tem o corpo ereto, enquanto a garota tem o corpo inclinado: a parte superior do corpo dela está próxima do garoto, mas as pernas estão distantes.

a)   Levante hipóteses: Que tipo de movimento o garoto deve ter feito com os braços para que ela ficasse nessa posição?

Ele deve tê-la puxado ao seu encontro.

b)   O que esse abraço sugere quanto ao relacionamento existente entre eles?

Que se inicia um namoro entre eles.

c)   Esse tipo de comportamento é condizente com os traços infantis dos dois?

Não.

03 – Observe o cão, seus olhos e sua expressão.

a)   A quem você acha que ele pertence?

Ele pode pertencer a um ou a outro: pode ser o companheiro de pesca do menino ou a companhia da menina em seus passeios.

b)   Que tipo de sentimento seus olhos transmitem?

Transmitem tristeza.

c)   Por que você acha que ele está se sentindo assim?

Provavelmente porque ele perdeu o(a) companheiro(a), que agora tem outra companhia.

04 – Em parte crianças, em parte adultos, os garotos estão começando a viver a fase da adolescência. Com base nisso, observe que o quadro pode ser dividido em duas partes: do banco para baixo, está o mundo infantil, das brincadeiras, da diversão. Acima do banco, está o mundo adulto, que se inicia com a adolescência.

a)   Do banco para baixo, que elemento(s) se associa(m) à infância abandonada:

·        Pela menina? As flores, principalmente, e as pernas distantes.

·        Pelo menino? A vara de pesca, principalmente. O cão é um elemento que pode estar ligado tanto a um quanto a outro.

b)   Do banco para cima, que elemento(s) se associa(m) à iniciação à fase adulta?

O abraço entre eles, o corpo reclinado dela.

05 – Observe o banco em que as personagens estão sentadas. Perceba a fragilidade dos troncos de sustentação e como aa tábua central está vergada. Supondo que o banco simbolize a linha divisória entre o mundo infantil e o mundo adulto, o que significa, na sua opinião, a fragilidade do banco?

      A insegurança, as dificuldades e incertezas da fase adolescente.

06 – As personagens do quadro olham para o sol que se põe. Por essa razão, a tela se intitula Pôr-do-sol. No contexto, porém, esse título pode ganhar outros significados. Como você sabe, o pôr-do-sol é a transição do dia para a noite e marca o momento a partir do qual ocorre a substituição do sol pela lua e pela estrelas.

a)   Qual a semelhança existente entre o dia que finda e a infância das personagens?

As personagens vivem um momento de transição entre a infância e a fase adulta. Logo, a infância equivale ao dia que termina.

b)   Que relação existe entre a noite que se aproxima e o momento que eles estão vivendo no presente?

A noite representa uma fase nova da vida, uma fase ainda desconhecida e cheia de incertezas, tal qual o futuro que se abre para esses adolescentes

ANÚNCIO: EXPOSIÇÃO DO PROJETO TAMAR - PETROBRÁS - COM GABARITO

Anúncio: Exposição do projeto Tamar

 

Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhJ096YSm191aCick2dfXXYN4Mc8McPxoQmwuH77h_6IErlBSCg8HmF0c2NxgeOwxvLt25s8S9w19Kmbz-DpDtQSmy5pEOxppwRevygJFDZ_WxloDAwYyLJ3a9rmnH-ZF4ftrAHKdgjFKLqrQy_1BUKo63e4iW7V3r6UTfexpYG5ZxYwGm6MQjhEC4F=s311 


        Quem gosta da natureza, não vai quere ficar em casa.

        Fui ver a exposição do projeto Tamar.

        O Projeto Tamar, da Petrobras, que existe há 20 anos e já devolveu ao mar quase 4 milhões de filhotes de tartarugas marinhas, está em exposição em São Paulo.

        Você e sua família não devem perder a chance de ver também outras espécies da fauna marinha e várias atrações. Quem gosta da natureza, como a Petrobras, vai.

        Exposição: até 10/12. No Parque da Água Branca, de 9 às 20hs.

Veja, São Paulo, 20/11/2000.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 135.

Entendendo o anúncio:

01 – Como todo anúncio, esse também promove ou divulga alguma coisa:

a)   O que esse anúncio divulga?

A exposição do Projeto Tamar.

b)   Pregado ao aquário, há um bilhete. Levante hipóteses: Quem teria deixado esse bilhete? “Fui ver a exposição do Projeto Tamar”.

Provavelmente o peixe que habita o aquário.

02 – O Tamar é um projeto ecológico, que tem por finalidade preservar as tartarugas marinhas e a fauna marinha como um todo. Lemos, no anúncio: “Quem gosta da natureza não vai querer ficar em casa”.

a)   Que imagem do anúncio sugere a natureza?

Água e a vegetação.

b)   Que figura de linguagem se verifica nessa relação entre a natureza e os elementos visuais que a representam?

Uma metonímia.

03 – No canto direito da imagem, aparece o logotipo do Projeto Tamar. Observe-o. Que figura de linguagem se verifica na relação entre a imagem do logotipo e os objetivos do Projeto Tamar? Justifique sua resposta.

      Uma metonímia, pois a tartaruga saindo do ovo é um dos objetivos do projeto: a reprodução de tartarugas.

 

  

ANÚNCIO: LIMPEZA DAS BOCAS-DE-LOBO S.P. - PREFEITURA SP - COM GABARITO

 Anúncio: Limpeza das Bocas-de-Lobo S. P.

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiHrL26qJlwT_G6sbXeA86UxJz96yRgrvxaa2c22KPdt3RRE5Pl5dEPakFs_-q_LO2qSStY1ULgq0SRxcfE-EjFoxY_bx07w1TOVe2-PWGtwsGokhbuAJsVWgXVySnWxhlbop2cAEW9jNP9dPCN2GWCgkY64b2HksCltXc4mJjcaS47JamxRy79RiMJ=s321

                                   

   

Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjVzpHcHi3AcXzk55OS5JOBIoMr6PHbrXLOnCnN7DBmm4HuaIGVM2ISVPZm9BYKvAQ64b14Ze_KLEh7BTaWqZlH-FFOXAciYLIoSrVZ2xQwAGVq1L-U1bp9oAhTxB9b7PxZx4Tt3vFsNiHefeDPcsnEop769B6UIb7DU6rY8whwmjFJe_0RJLaQPNWq=s264 

    


A PREFEITURA DE SÃO PAULO ESTÁ LIMPANDO AS BOCAS-DE-LOBO. AGORA, FAÇA SUA PARTE: NÃO JOGUE LIXO NA RUA

        A Prefeitura de São Paulo vem limpando as bocas-de-lobo da cidade, empenhada em um grande trabalho de prevenção contra as enchentes que tumultuam a vida da cidade, principalmente no verão.

        É a Prefeitura em ação.

        Funcionários, espalhados pela cidade, estão limpando as bocas-de-lobo, que fazem parte da rede de escoamento das águas.

        Isso vai evitar que elas fiquem entupidas pelo lixo jogado nas ruas. Como você sabe, essa é a principal razão das enchentes.

        Mas a responsabilidade por tudo isso não é só da Prefeitura de São Paulo. Ela é sua também.

        Não jogue lixo na rua.

        Jogue lixo no lixo.

        Colabore, mantendo a cidade limpa.

        Assim, quando a chuva chegar, as enchentes vão entrar pelo cano.

Prefeitura do Município de São Paulo. Amor pela cidade, trabalho e serenidade.

Folha de São Paulo, 19/10/1999.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 134.

Entendendo o anúncio:

01 – O anúncio faz um jogo entre a palavra bocas-de-lobo e a imagem, o que resulta em humor.

a)   O que significa boca-de-lobo? Se necessário, consulte o dicionário.

O mesmo que bueiro.

b)   Que relação existe entre as bocas-de-lobo e as enchentes?

O lixo jogado nas ruas entope as bocas-de-lobo e, assim, as chuvas não têm como ser escoadas, provocando enchentes.

c)   Que relação há entre o enunciado verbal e a imagem?

A figura de um lobo com a boca aberta e a língua pra fora evitando que lixo entre.

d)   Por que esse jogo resulta em humor?

Porque percebemos que a imagem tomou a palavra limpando e a expressão bocas-de-lobo com outro sentido, isto é, como higiene bucal de um lobo.

02 – No enunciado da parte superior do anúncio, foram empregadas duas formas verbais no imperativo.

a)   Reconheça-as e identifique se estão no imperativo afirmativo ou no imperativo negativo.

Faça: imperativo afirmativo; Não jogue: imperativo negativo.

b)   Suponha que esse núncio vá ser publicado na sua cidade e que o tratamento mais comum entre os habitantes dela seja tu, isto é, a 2ª pessoa do singular. Reescreva o enunciado principal, passando-o para a 2ª pessoa. Adapte o que for necessário.

A Prefeitura de... Agora, faz (ou faze) tua parte: não jogues lixo na rua.

03 – No texto em letras menores, quase no final, lemos:

        “Não jogue lixo na rua”.

        “Jogue lixo no lixo”.

        “Colabore, mantenha a cidade limpa”.

a)   Identifique o objeto direto do verbo manter, na última frase.

A cidade.

b)   Reconheça, também na última frase, a função sintática do adjetivo limpa.

Predicativo do objeto.

c)   Das três orações, qual delas apresenta predicado verbo-nominal?

A última.

 

ANÚNCIO: MULHER GRÁVIDA - VEJA - SÃO PAULO - METONÍMIA - COM GABARITO

 Anúncio: Mulher grávida

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi_JUEW2FUkjvy5Q8x8oUHaM6owNdDK6R2HHWrS86gNPZKbPho_5NrMwLHIoXm04fC71Ge18soN_8SyWk3a8e4YiJSe2iNMP7SpjSYaQ_LpRx8oDYqYaaR1YtWP6rAGBgvEi8uheHKawpsoqdTse6upcrBr7e3i-MBmlcV8Qz-5T3s9pgoJtUFjVPGi=s235

Veja São Paulo, 7/5/1997.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 132-3.

Entendendo o anúncio:

01 – Observe a imagem do anúncio. As mãos e o formato da barriga nos levam a crer que se trata de uma mulher grávida. Portanto, do ponto de vista da mulher e da família, o que significa essa barriga?

      Significa a maternidade, o papel de mãe que essa mulher em breve vai assumir.

02 – Observe estas relações:

        Barriga (parte) – mãe (todo).

        Barriga (efeito) – bebê (causa).

        Barriga (continente) – bebê (conteúdo).

        Qual é a figura de linguagem que utiliza esse tipo de mecanismo, ou seja, estabelece entre dois elementos uma relação de inclusão ou de implicação?

      A metonímia.

03 – Observe agora a parte verbal do anúncio. Ela apresenta ambiguidade, isto é, mais de um sentido, tanto no emprego da palavra presente quanto no da expressão “o que vem depois”.

a)   Que sentidos pode ter a palavra presente no contexto?

Ela tanto pode significar “este momento” (tempo) quanto “brinde”, “objeto doado”.

b)   Pelos elementos do anúncio, o que você supõe que seja “o que vem depois”?

Entre outras possibilidades, pode ser o próprio bebê, fisicamente; ou as alegrias que ele vai trazer; os presentes que ele dará à mãe no futuro, etc.

04 – A palavra presente, tomada como brinde, substitui outra palavra, implícita.

a)   Qual é ela?

O bebê.

b)   Qual é a figura de linguagem que utiliza esse tipo de mecanismo, ou seja, emprega uma palavra com o sentido de outra, pois há entre elas uma intersecção?

A metáfora.

05 – Os anúncios publicitários divulgados na época da comemoração do Dia das Mães normalmente se dirigem aos filhos, procurando envolve-los emocionalmente e, ao mesmo tempo, supervalorizar as ações das mães.

a)   O anúncio em estudo não se volta para o filho da mulher fotografada, uma vez que ele ainda não nasceu. A quem então pretende atingir como consumidor?

Aos maridos cujas esposas estão grávidas (elas já são meio mães); aos filhos em geral; por fim, a todos os homens e mulheres, que um dia também estiveram na barriga da mãe.

b)   Na sua opinião, o anúncio tem um apelo emocional ou não? Justifique.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O anúncio é menos apelativo do que outros, mas não deixa de ter certo apelo emocional ao expor a barriga materna.

c)   Por que, nesse anúncio, o consumidor – como filho – também é valorizado?

Porque o anúncio afirma que o melhor é “o que vem depois”, e uma das possibilidades de leitura, como foi visto, é de que essa expressão se refira ao filho ou à filha, ou seja, a todos nós.

06 – Esse anúncio não divulga um produto especificamente, mas promove um shopping center numa época de grande movimento comercial. Na parte inferior do anúncio, vemos o logotipo do shopping e o seguinte slogan publicitário: “Continental Shopping: cada vez melhor”. Troque ideias com os colegas e interprete: Que relações há entre esse slogan, a imagem e o texto verbal do anúncio?

      O slogan “cada vez melhor” também remete à ideia de futuro, assim como a imagem e o enunciado principal. É como se o anúncio sugerisse: Estamos prontos para servir bem agora, no Dia das Mães, e também no futuro, quando seu bebê houver nascido e você precisar de produtos para ele.

07 – Volte aos comentários iniciais dos publicitários entrevistados por Nelly de Carvalho. O anúncio estudado confirma ou não o comentário deles a respeito dos recursos de linguagem utilizados na publicidade? Por quê?

      Confirma, pois o anúncio foi construído essencialmente a partir do uso de metáfora e metonímia.

 

CAMPANHA: IGNORÂNCIA É FOGO. E CINZAS - FOLHA DO POVO DE MS - COM GABARITO

 Campanha: Ignorância é fogo. E cinzas


Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgGDZzrWSQih5VMIGwkTcYEyAJ6u_3jY-L7Qo7zSo3TVPj-dDhmuJem8af6g-OE9Vz2ulnIckXGfqrv9UwWakbwtedlCdeSOmUzamH4wBHndvFY09Jdbonubeh0YrVDwwp6_s2SU-bKIcUn3ddCI2v595lejs5zGeHqOBK9q1JXAUj88j0h1hFhGkTW=s275

        Ainda tem gente que acha que fogo ajuda a devolver força à terra e viço às pastagens. Jogue um balde de água fria nessa ideia. Afinal, é preciso muita piromania para achar que fogo faz bem à Natureza. Se fosse assim, o tronco calcinado aí da foto ainda seria uma árvore.

Folha do Povo de Mato Grosso do Sul, 20/9/2001.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 130-1.

Entendendo a campanha:

01 – O texto faz parte de uma campanha pública de conscientização.

a)   Qual é o tema dessa campanha?

Trata-se de uma campanha contra a prática de pôr fogo nas pastagens com a finalidade de fortalecer a terra.

b)   Observe o nome do jornal e verifique o Estado em que foi publicado. Quem é o interlocutor que o texto pretende atingir?

Os agricultores da região de Mato Grosso do Sul.

02 – No enunciado em destaque, lemos “Ignorância é fogo”. Essa frase apresenta dois sentidos possíveis.

a)   Quais são esses sentidos?

O sentido de que “ignorância não é fácil”, ou “ignorância é de difícil trato” e o de que “a ignorância leva ao fogo, à destruição”.

b)   Em qual deles a palavra fogo constitui uma metáfora?

No segundo caso, pois está aproximando dois elementos diferentes: ignorância e fogo.

03 – Compare:

        “Ignorância é fogo”.

        “E (ignorância é) cinzas”.

a)   Que figura de linguagem a aproximação entre ignorância e cinzas constitui?

Uma metáfora.

b)   A palavra cinzas representa o efeito de uma causa. Que causa é essa?

O fogo ou a destruição causada por ele.

c)   Que figura de linguagem se verifica nessa relação entre a causa e o efeito?

Uma metonímia.

04 – No texto ao lado da foto, lemos:

        “Ainda tem gente que acha que fogo ajuda a devolver força à terra e viço às pastagens. Jogue um balde de água fria nessa ideia.” Qual é o sentido da expressão balde de água fria, no contexto?

      Desistir dessa ideia.

05 – As figuras de linguagem não existem apenas na linguagem verbal. Elas também podem ocorrer em linguagens não verbais, como o cinema, a música, a fotografia, o código de trânsito, etc. Observe a foto que acompanha o texto.

a)   Com que o tronco queimado se parece?

Ele se parece com um jacaré.

b)   A imagem é parte de um todo e representa o efeito de uma causa. De acordo com o sentido global do texto, qual é a causa ou o todo que o tronco representa?

Ele é parte da queimada (ou da destruição provocada pelo fogo), assim como o resultado dela.

c)   Portanto, que figura de linguagem essa imagem constitui?

Uma metonímia.

06 – Considerando a finalidade desse texto de campanha pública, você acha que os recursos utilizados, tanto na linguagem verbal quanto na linguagem visual, atingem o objetivo pretendido? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, pois o texto e imagem chocam o leitor e mostram (inclusive pela imagem) como a falta de informações pode levar à destruição da fauna, da flora e do solo.

POEMA: AMOR À PRIMEIRA VISTA - ROSEANA MURRAY - COM GABARITO

 Poema: Amor à Primeira Vista

             Roseana Murray


Amor à primeira vista

É alma trocando de corpo

feito pássaro de ninho

é sede repentina

sede da água do outro.

Fruta no ponto. São Paulo: FTD, 1991. p. 13.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 123-4.

Entendendo o poema:

01 – Nos textos conceituais, é comum o autor utilizar uma linguagem objetiva e científica. O poema é uma tentativa de conceituar o amor. Sua linguagem é objetiva e científica, ou é figurada, conotativa?

      É figurada, conotativa.

02 – Em seus textos, os poetas geralmente utilizam imagens, isto é, ao se referirem às coisas, não falam diretamente, mas sugerem-nas por meio de associações e comparações.

a)   Nos versos “Amor à primeira vista / é alma trocando de corpo”, explique o sentido dessa imagem.

É o desejo de ser o outro, de fundir-se ao outro num único ser.

b)   O verso “feito pássaro de ninho” estabelece uma comparação. Que elementos são comparados?

A comparação é estabelecida entre alma trocando de corpo e pássaro de ninho; a comparação sugere nascimento. Delicadeza, graça, movimento, liberdade, etc.

03 – Nos versos finais, o poeta utiliza outra imagem para conceituar o amor:

      Amor à primeira vista é sede repentinasede da água do outro.

a)   Explique o sentido da imagem sede repentina.

É uma necessidade urgente, que precisa ser satisfeita.

b)   O que significa água do outro no contexto?

Esse tipo de sede só pode ser satisfeito com a “água” (correspondência, amor, carinhos) que o outro pode oferecer.

04 – A linguagem poética consegue dizer com suas imagens aquilo que às vezes é indizível na linguagem comum. Faça uma experiência: tente reescrever o poema numa linguagem comum, denotativa. Depois, compare o resultado com o texto original e veja se o sentido se manteve.

      Resposta pessoal do aluno.

 

FOLHETO: DENGUE CRIANDO O PERIGO - COM GABARITO

 Folheto: Dengue Criando o perigo




Exterminando o perigo



Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgBgVNn9IIDM-hFhN2uraQpzU5ZqhzwNoO3w0PXTAzHBcenbEUn--_L3LyW1kEGoMY0iC4q-va3oAOqCNZN3g-IpPONABQgwtjdw_XyJ9b3tRTgG71aiCrphtpo5uJsKikO_WcK4uL9myZpEFsZ-x26s3QZxku23ig0L5_lU2IgbTjnO_4LmP7B6mDW=s279

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 116-7.

Entendendo o folheto:

01 – Na a página do folheto, lê-se: “Exterminando o mosquito da dengue”.

a)   O emprego do gerúndio exterminando transmite a ideia de uma ação que chegou ao fim ou de uma ação continua, que está ocorrendo no momento em que o leitor está lendo o folheto?

Transmite a ideia de uma ação contínua, que está ocorrendo no momento em que o leitor está lendo o folheto.

b)   Leia estes títulos de notícias, publicadas no jornal O Estado de S. Paulo, em 2002.

“Rio pode ter dia D no combate à dengue” (19/2/02).

“Hemorrágica: 1ª morte por vírus do Estado de SP” (19/2/02).

“Briga atrapalha combate à dengue, diz ministro” (25/2/02).

“Um brasileiro que sabe tudo dobre o mosquito. Nos EUA” (25/2/02).

“50 mil saem às ruas contra a dengue no Rio” (9/3/02).

Comparando a data em que o folheto foi distribuído com as datas dos títulos das notícias, o emprego do gerúndio ainda é, nos dias de hoje, adequado? Por quê?

      Sim, porque o extermínio do mosquito ainda não ocorreu e continua sendo um problema de saúde pública.

02 – A página do interior do folheto divide-se em duas partes: “Criando o perigo” e “Exterminando o perigo”. Na 1ª parte, são mostrados os locais onde o mosquito pode ser criado. Observe a a parte.

a)   O texto que ela apresenta é científico, argumentativo ou instrumental? Por quê?

É institucional, porque ensina como exterminar os criatórios do mosquito da dengue.

b)   Observe as formas verbais empregadas nessa parte. Em que modo elas estão? Por que, na sua opinião, foi empregado esse modo verbal no folheto?

Elas estão no imperativo; esse modo verbal foi empregado pelo fato de ser o que expressa uma ordem ou pedido.

03 – Ao se produzir o texto, leva-se em conta a situação de produção. Embora o folheto faça parte de uma campanha de combate à dengue, em nenhum momento ele explica o que é dengue nem como ela é transmitida.

a)   Por que você acha que isso acontece?

Como a campanha contra a dengue já é antiga e tem sido amplamente divulgada pela imprensa escrita e falada, quem produziu o folheto conta com o conhecimento prévio da população sobre o que é a doença e como ela é transmitida.

b)   Por que o folheto insiste em instruir sobre os cuidados com a água?

Porque o mosquito da dengue é criado em águas paradas.

c)   O folheto faz uso da linguagem verbal e não verbal. Que elemento não verbal do folheto indica a causa e a forma de transmissão da doença?

O desenho do mosquito.

d)   Com base nas informações veiculadas pelo noticiário e outras fontes, troque ideias com os colegas: O que é dengue? Como ela é transmitida e quais são seus sintomas?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É uma doença infecciosa produzida por vírus, transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti e caracterizada por cefaleia, dores musculares, comprometimento de vias aéreas superiores, febre, etc.