domingo, 10 de agosto de 2025

POESIA: FINÁ DE ATO - AUTOR DESCONHECIDO - COM GABARITO

 Poesia: Finá de ato

Adispôs de tanto amor
De tanto cheiro cheiroso
De tanto beijo gostoso, nós briguemos
Foi uma briga fatá; eu disse: cabou-se!
Ele disse; cabou-se!
E nós dois fiquemos mudo, sem vontade de falá.
Xinguemos, sim, nós se xinguemos

Como se pode axingá:

_ Ô, mandinga de sapo seco!
_ Ô, baba de cururu!
_ Tu fica no Norte
Que eu vô pru sul
Não quero te ver nem pintado de carvão
Lá no fundo do quintá
E se eu contigo sonhar
Acordo e rezo o Creio em Deus Pai
Pru modi não me assombrá.
É... o Brasil é muito grande
Bem pode nos separar!

Eu engoli um salucio
Ele, engoliu bem uns quatro.
Larguemo o pé pelo mato
Passou-se tantos tempo
Que nem é bom recordar...

Onti, nós se encontremus
Nenhum tentou disfarçá
Eu parti pra riba dele
Cum fogo aceso nu oiá
Que se num fosse um cabra de osso
Tava aqui dois pedaço.

Foi tanto cheiro cheiroso...
Foi tanto beijo gostoso...
Antonce nós si alembremos
O Brasil... é tão pequeno
Nem pode nos separa!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNxUEsbTbmvvwpZ1dj0MTpal8JHWKIOC0fD0TzWqBxciXcd6DT18G4OAmxVLjOYX00maSVsftICz_yt0fPZXoe7MTRrkoopt0GeGYylx3V2gjMS-ClTL-DzH5QlRn9bRBNqq6v0sfvnRzzY3Oq0z6irimcx3OBXZ08IoR8UVDS6jHskVVV_y2QbwK4d3E/s320/40813367-uma-casal-sentar-juntos-esboco-desenho-vetor.jpg

Texto original de autor desconhecido. Adaptação de Gertrudes da Silva Jimenez Vargas.

Fonte: Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. Coletânea de textos – Módulo 1. p. 75.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central do poema?

      O tema central do poema é a reconciliação de um casal após uma briga intensa, explorando a complexidade das emoções envolvidas, desde o ódio momentâneo até a redescoberta do amor.

02 – Como o poema retrata a briga inicial do casal?

      A briga inicial é retratada como fatal ("Foi uma briga fatá") e marcada por xingamentos fortes ("mandinga de sapo seco", "baba de cururu") e uma decisão mútuo de separação, indicando um rompimento abrupto e doloroso.

03 – Que expressões populares e regionalismos são utilizados para dar autenticidade à linguagem do poema?

      O poema utiliza diversas expressões populares e regionalismos, como "cabou-se", "axingá", "mandinga de sapo seco", "baba de cururu", "vô pru sul", "nem pintado de carvão", "pru modi não me assombrá", "salucio", "larguemo o pé pelo mato", "onti", "se encontremus", "parti pra riba dele", "cum fogo aceso nu oiá", "cabra de osso", "Antonce nós si alembremos". Essas expressões conferem um tom coloquial e autêntico à narrativa.

04 – Qual o significado da frase "O Brasil é muito grande / Bem pode nos separar!" no início do poema e como ela se contrapõe à frase final?

      No início, a frase "O Brasil é muito grande / Bem pode nos separar!" expressa a desesperança e a intenção de um distanciamento definitivo após a briga, usando a vastidão territorial como metáfora para a impossibilidade de reencontro. No final, a contraposição com "O Brasil... é tão pequeno / Nem pode nos separa!" demonstra a superação da distância e a força do amor, que faz com que qualquer barreira, mesmo um país continental, pareça insignificante diante do desejo de estarem juntos.

05 – Que elementos sensoriais são destacados no poema para evocar a lembrança do afeto?

      O poema destaca principalmente os elementos sensoriais do olfato ("tanto cheiro cheiroso") e do paladar/toque ("tanto beijo gostoso"), que são repetidos no início e no final para ressaltar a memória dos momentos de carinho e a intensidade do reencontro.

06 – Como o reencontro do casal é descrito no poema?

      O reencontro é descrito como intenso e sem disfarces, com uma explosão de emoções ("Eu parti pra riba dele / Cum fogo aceso nu oiá"). Inicialmente, há uma agressividade latente, que rapidamente se transforma na redescoberta do afeto perdido, culminando na lembrança dos "cheiros" e "beijos" que os uniram.

07 – Qual a principal mensagem que o poema transmite sobre o amor e as relações humanas?

      A principal mensagem do poema é que o amor verdadeiro pode superar até as brigas mais intensas e as distâncias mais longas. Ele sugere que, apesar dos conflitos e das tentativas de separação, a força dos sentimentos genuínos e das memórias afetivas pode prevalecer, levando à reconciliação e à redescoberta da conexão.

 

POESIA: TEMPO DE ESCOLA ´GRACE MOTTA - COM GABARITO

 Poesia: Tempo de escola

             Grace Motta

Eu vou lhe contar agora

Um pouquinho do passado

Do meu tempo de escola

De aluno educado.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp77NAIWNBO6_qQ_UJAly2TEGv1vFAsxJ_4qdny_asz7u11H6L4_jsgDTDvcSmXznjx4hXP_aSY4mXfysN1YA4jdGvzejyXQngFRGkvj33rI9dAu4bRcZJWrnBbxC2bJkcXCFxwSVq5BvePiug2wshWXJnVuYGczjkHsmBNiVRomboZ2GExHfkuh1RHYE/s1600/mais-tempo-escola.jpg

Logo cedo eu chegava

Com farda original

Alegre e sempre em fila

Cantava o Hino Nacional.

 

A minha escola era grande

Com um enorme jardim em frente

Na hora do recreio

Juntava era muita gente.

 

Tinha uma cartilha azul

Colorida e engraçada

Com as letras muito grandes

Que eu lia salteadas.

 

Pro Maria era calma

Meiga como uma flor

Quando a gente errava

Ela dizia "faz de novo, meu amor".

 

Mas... lá tinha uma diretora

Com uma grande palmatória

Quando a gente aprontava

Então... era outra história.

 

Ao lembrar da minha escola

Revivo muitas lembranças

Dos colegas, dos professores

Do meu tempo lindo de criança.

Professora Grace Motta Salvador – BA.

Fonte: Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. Coletânea de textos – Módulo 1. p. 20.

Entendendo a poesia:

01 – Sobre o que o eu lírico vai contar na poesia "Tempo de escola"?

      O eu lírico vai contar um pouco sobre seu passado, especificamente sobre o seu tempo de escola como aluno educado.

02 – Como o eu lírico descreve sua chegada à escola e o que faziam logo cedo?

      Ele descreve que chegava logo cedo, com farda original, e que, alegre e sempre em fila, cantava o Hino Nacional.

03 – Como era o ambiente físico da escola do eu lírico, especialmente na hora do recreio?

      A escola era grande, com um enorme jardim em frente, e na hora do recreio juntava muita gente.

04 – Qual era a característica marcante da cartilha usada pelo eu lírico?

      A cartilha era azul, colorida e engraçada, com as letras muito grandes que ele lia salteadas.

05 – Quais as duas figuras de autoridade na escola mencionadas e como elas se diferenciavam no tratamento aos alunos?

      As duas figuras de autoridade mencionadas são a Professora Maria e a diretora. A Professora Maria era calma e meiga como uma flor, e quando os alunos erravam, ela dizia "faz de novo, meu amor". Já a diretora tinha uma grande palmatória e, quando os alunos "aprontavam", "era outra história", indicando um tratamento mais rígido.

 

REPORTAGEM: A COMPOSIÇÃO ESTÁ EM CRISE? FRAGMENTO - CLARISSA MACAU - COM GABARITO

 Reportagem: A composição está em crise? – Fragmento

        Artistas discutem sinais de esgotamento criativo na música popular brasileira e especulam caminhos para sua renovação

        Clarissa Macau – 01 de Junho de 2014

        [...]

        O axé, o funk, o tecnobrega e o pagode são mais rítmicos, oriundos das periferias das cidades brasileiras. Sobre eles, o cantor Tom Zé observou, no documentário Palavra encantada: “Antigamente, a canção era consumida pelo auditivo e cognitivo, hoje é consumida por partes do corpo. Como aparece uma canção que não toca na alma, mas na carne?”.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxu65CT7Qh7wZRiaTHkUfv00KOkUH1eZfqQON1spFOVagZxYiYlWrFzsByT_N9M5NjD053M-5lW720F3SYlB8PXgXomAB_RBqYYKt3mn6HBruOrXOryJzKbZng5jbbvmZO-wPc8PCNRrUAjGRrElZ90kkTlFA42hwzIeJSC_WKftkwk-lCSn7sG_TyqKg/s320/1f79eb92bfa45931ba7111c99cc306dc.jpeg


        O pianista Taubkin se preocupa com a “invasão” dessas músicas como carro-chefe do gosto popular. “As pessoas estão perdendo o ouvido, quase não reconhecem quando alguém está desafinado. Tem baterista que toca sem ritmo, guitarrista com acorde errado e vocalista desafinado, e a máquina de gravação conserta tudo!

        Se não fosse importante consertar esses detalhes, não precisava acertar o ritmo, nem acertar a afinação. Estão aniquilando a ideia de criação e radicalizando o conceito de produto. Um tecnobrega está há milhões de quilômetros longe da qualidade de um samba de Cartola.”

        Mas, seja qual for a origem de uma canção, sempre há a chance do nascimento de uma obra de arte. É o que defende Luiz Tatit. “De repente, ainda é possível o surgimento de uma canção admirável no campo da produção em série, ao povão. Caso de músicas como Dia de domingo, de Michael Sullivan e Paulo Massadas, interpretada por Tim Maia e Gal Costa, e “É o amor”, dos sertanejos Zezé de Camargo e Luciano. Lembremos: quase todo o repertório de Lupicínio Rodrigues, compositor de uma música chamada “de piranha”, considerado cafona nos anos 1950, hoje é cult.

        [...]

MACAU, Clarissa. A composição está em crise? Revista Continente Online, 6 jun. 2014. Disponível em: http://www.revistacontinente.com.br/index.php/component/content/article/479-sonoras/8931-a-composicao-esta-em-crise.html. Acesso em: 3 mar. 2015.

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 7º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 75-76.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual a principal questão abordada na reportagem em relação à música popular brasileira?

      A reportagem discute os sinais de esgotamento criativo na música popular brasileira e especula sobre os caminhos para sua renovação.

02 – Qual a observação de Tom Zé sobre gêneros como axé, funk, tecnobrega e pagode, e o que isso implica sobre a forma de consumo da música?

      Tom Zé observa que "Antigamente, a canção era consumida pelo auditivo e cognitivo, hoje é consumida por partes do corpo." Isso implica que esses gêneros "não tocam na alma, mas na carne", focando mais no ritmo e na fisicalidade.

03 – Qual a preocupação do pianista Taubkin em relação à "invasão" de certas músicas no gosto popular?

      A preocupação de Taubkin é que as pessoas estão "perdendo o ouvido", quase não reconhecem desafinação, e que a tecnologia de gravação corrige erros de ritmo, acorde e afinação. Ele argumenta que isso está aniquilando a ideia de criação e radicalizando o conceito de produto, em detrimento da qualidade.

04 – Apesar das críticas, o que Luiz Tatit defende sobre a possibilidade de surgimento de obras de arte na produção musical popular?

      Luiz Tatit defende que, seja qual for a origem da canção, sempre há a chance do nascimento de uma obra de arte. Ele acredita que ainda é possível o surgimento de uma canção admirável mesmo na produção em série para o "povão".

05 – Quais exemplos de músicas ou artistas Luiz Tatit cita para ilustrar sua defesa de que a qualidade pode surgir na música popular massificada?

      Luiz Tatit cita "Dia de domingo", de Michael Sullivan e Paulo Massadas, interpretada por Tim Maia e Gal Costa, e "É o amor", dos sertanejos Zezé de Camargo e Luciano. Ele também menciona Lupicínio Rodrigues, que teve sua obra considerada "cafona" no passado e hoje é "cult".

REPORTAGEM: POR QUE FAZEMOS AMIGOS? FRAGMENTO - CAMILLA COSTA E BRUNO GARTTONI - COM GABARITO

 Reportagem: Por que fazemos amigos? – Fragmento

        Pura, sincera, desinteressada. A amizade humana não nasceu assim. Mas um improviso do cérebro revolucionou tudo – e fez a humanidade ser o que é hoje

Por Camilla Costa e Bruno Garattoni

        [...]

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzihNKcP6rshQQ7FELRx9fZJxlwTX2KrilbeateeGXSKBqtmv27YZsOmlJ5ITCqSlzKjAEVigl8rmtPCV1zwDxAL_vbt5pQ4vlr-1woMZ7bYeOtdlA3hnCDukFyACBKhChqY5Km_E1N2zpUtEgJZ5KDNL9kwxw2aKhKbOQDcLmob64p2wCAMI0VrCPrqU/s320/1571984182890.png

        Bem menos que 1 milhão

        Ter amigos só traz benefícios. Quanto mais, melhor. Mas há um limite. Um estudo feito na Universidade de Oxford comparou o tamanho do cérebro humano, mais precisamente do neocórtex (área responsável pelo pensamento consciente), com o de outros primatas. Ele cruzou essas informações com dados sobre a organização social de cada uma das espécies ao longo do tempo. E chegou a uma conclusão revelador 150 é o máximo de amigos que uma pessoa consegue ter ao mesmo tempo.

        Para que você mantenha uma amizade com alguém, precisa memorizar informações sobre aquela pessoa (desde o nome até detalhes da personalidade dela), que serão acionadas quando vocês interagirem. Por algum motivo, o cérebro não comporta dados sobre mais de 150 pessoas. Os relacionamentos que extrapolam esse número são inevitavelmente mais casuais. Não são amizade. Outros pesquisadores foram além e constataram que, dentro desse grupo de 150, há uma série de círculos concêntricos de amizades 5, 15, 50 e 150 pessoas, cada um com características diferentes.

        O curioso é que esses círculos já haviam sido mencionados por filósofos como Confúcio, Platão e Aristóteles – e também estão presentes em várias formas de organização humana. Na Antiguidade clássica, já era considerado o número máximo de amigos íntimos que alguém poderia ter. Tirando o futebol, 12 a 15 pessoas é a quantidade de jogadores na maioria dos esportes coletivos. Cinquenta é o número médio de pessoas nos acampamentos de caça em comunidades primitivas (como os aborígenes da Austrália, por exemplo). Cento e cinquenta é o tamanho médio dos grupos do período neolítico, dos clãs da sociedade pré-industrial, das menores cidades inglesas no século 11 e, até hoje, de comunidades camponesas tradicionais como os amish que dividem uma comunidade em duas quando ela ultrapassa as 150 pessoas. Os 150 podem, inclusive, ser a chave do sucesso profissional. Como no caso da Gore-Tex, uma empresa têxtil americana que se divide e abre uma nova sucursal cada vez que seu número de funcionários passa de 150 pessoas. A vantagem disso é que todos os empregados se conhecem, têm relações amistosas e cooperam melhor. “As coisas ficavam confusas quando havia mais de 150 pessoas”, explicou o fundador da empresa, William Gore, numa entrevista concedida alguns anos antes de morrer, em 1986.

[...].

COSTA, Camila; GARATTONI, Bruno. Por que fazemos amigos? Superinteressante. São Paulo, p. 48-49, fev. 2011. (Fragmento adaptado).

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 7º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 321-322.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual é a ideia central da reportagem sobre a origem da amizade humana?

      A reportagem sugere que a amizade humana, hoje vista como pura e desinteressada, nem sempre foi assim. Ela evoluiu de um "improviso do cérebro" que revolucionou a humanidade.

02 – Qual é a relação entre o tamanho do cérebro humano e o número de amigos que uma pessoa pode ter?

      Um estudo da Universidade de Oxford comparou o neocórtex (área responsável pelo pensamento consciente) de humanos e outros primatas, concluindo que 150 é o número máximo de amigos que uma pessoa consegue ter ao mesmo tempo.

03 – Por que existe um limite para o número de amizades que o cérebro consegue manter?

      Para manter uma amizade, o cérebro precisa memorizar informações sobre a pessoa (desde o nome até detalhes da personalidade). Por algum motivo, o cérebro não comporta dados sobre mais de 150 pessoas, tornando relacionamentos que extrapolam esse número mais casuais.

04 – Além do limite de 150 amigos, o que outros pesquisadores descobriram sobre a organização das amizades?

      Outros pesquisadores foram além e constataram que, dentro do grupo de 150, existem círculos concêntricos de amizades: 5, 15, 50 e 150 pessoas, cada um com características diferentes.

05 – Como os filósofos antigos e as comunidades primitivas se relacionam com os números de amizade identificados no estudo?

      É curioso que esses círculos de amizade já haviam sido mencionados por filósofos como Confúcio, Platão e Aristóteles. Além disso, eles também estão presentes em várias formas de organização humana, como o número médio de pessoas em acampamentos de caça de comunidades primitivas (50 pessoas) e o tamanho médio dos grupos do período neolítico (150 pessoas).

06 – Cite exemplos históricos e modernos que reforçam a teoria dos limites de amizade ou de grupo.

      Exemplos incluem o número de jogadores na maioria dos esportes coletivos (12 a 15 pessoas), o tamanho médio de clãs na sociedade pré-industrial (150 pessoas), e o modo como comunidades camponesas tradicionais como os amish se dividem ao ultrapassar 150 pessoas.

07 – Como a empresa Gore-Tex utilizou o conceito do número de Dunbar para seu sucesso profissional?

      A Gore-Tex, uma empresa têxtil americana, adotou o princípio de se dividir e abrir uma nova sucursal cada vez que seu número de funcionários ultrapassa 150 pessoas. Isso garante que todos os empregados se conheçam, mantenham relações amistosas e cooperem melhor, evitando a "confusão" que William Gore, o fundador, percebeu em grupos maiores.

 

 

TEXTO: A HISTÓRIA DOS LIVROS - PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES - COM GABARITO

 Texto: A história dos livros

        Quando pensamos em um livro, geralmente imaginamos um conjunto de folhas impressas em papel. Nossa ideia de livro está associada a um tipo de material, o papel, e à técnica de impressão. Assim, não nos referimos a livro quando lemos um texto escrito no computador nem quando o texto é escrito à mão.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6o127PYZ-Dm-_X6Swu34i-mkPRCYV9dZKICkVlRAX02Fa93jmO1MXD1z8JfO_8eFPFn0j7AStfY3U-NkuTYWoFkTWCMnACI4AsSCG7Naye-c9u7sZL3gQgjd5hu75XGVFa3zYwO7Jo2QBpX3z3WYcWcvlZXyvAH-esIt7F4CbPS-FkIlbutEC-er8t0Q/s320/historia-do-livro-o-que-foi-origem-escrita-e-primeiras-obras.jpg

        No entanto, a palavra "livro", que vem da forma latina liber, designava a camada externa da casca das árvores, o que nos dá uma pista de como se escrevia antigamente. Os livros nem sempre tiveram o formato atual. Foi durante a Idade Média que passaram a ter um aspecto parecido ao de hoje. Antigamente, como os livros eram escritos à mão, eles não eram muito difundidos, porque havia poucos exemplares. A partir da invenção da imprensa, no século XV, foi possível imprimir livros em grande quantidade, tornando-os acessíveis a um maior número de pessoas.

        No ano de 1436, na Alemanha, um joalheiro chamado Johannes von Gutenberg inventou a imprensa. Graças a essa invenção, puderam ser feitas muitas cópias de um mesmo livro, não sendo mais necessário copiá-los à mão. Esses manuscritos, anteriores à invenção de Gutenberg, são chamados códices. E os livros que foram impressos na segunda metade do século XV, entre 1436 e 1500, são chamados incunábulos.

        Graças ao desenvolvimento de novas tecnologias, atualmente não existem livros apenas de papel, mas também em suporte informático, isto é, podem ser lidos na tela de um computador.

        Quem escrevia os livros?

        Inicialmente, os homens escreviam para anotar a quantidade de animais que tinham. Assim, podiam guardar a informação e controlar os animais que eram vendidos, que se perdiam ou que morriam. O que se escrevia na Antiguidade, portanto, não eram livros, mas breves anotações comerciais.

        Com exceção dos documentos comerciais, apenas os sacerdotes podiam escrever livros, porque se acreditava que a escrita era um dom concedido pelos deuses. Essas pessoas eram as únicas que tinham permissão para ler os livros sagrados. Assim, durante a Idade Média, na Europa, os monges foram encarregados de copiar tais obras, à mão.

        Esses monges eram chamados copistas. Já nos países do Oriente, como na Pérsia, por exemplo, os encarregados de copiar e ilustrar livros não eram os monges, mas sim algumas famílias. E todos os membros deviam se dedicar a esse trabalho.

        Além de livros religiosos, também começaram a ser escritos tratados científicos e filosóficos, que analisavam e explicavam o universo, as leis da natureza e questões da existência humana, tal como se pensava até então.

        Graças à invenção da imprensa, foi possível imprimir e divulgar cada vez mais livros. Atualmente, qualquer pessoa pode escrever sobre os mais variados assuntos. A informática tem facilitado ainda mais a atividade dos escritores.

        Os livros e os conflitos

        Conhecemos, ao longo da história, muitos episódios em que alguns povos, para dominar outros, destruíam ou pilhavam suas bibliotecas. Dessa forma, eles não podiam preservar a sua história nem aprender com a experiência dos seus antepassados, contida nos livros.

        Um exemplo disso foi o que aconteceu com a famosa Biblioteca de Alexandria, no Antigo Egito: quando os romanos invadiram a cidade de Alexandria para conquistá-la, queimaram a sua imensa biblioteca. Na Europa, no período da Inquisição, entre os séculos XV e XVI, a Igreja Católica também ordenou a queima de livros considerados contra a fé cristã. Quase em meados do século XX, durante a Segunda Guerra Mundial, milhares de livros foram queimados em praça pública pelo regime nazista, por serem considerados contrários ao sistema político.

Extraído de: Aprendendo Português. Conteúdos essenciais para o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, de Cesar Coll e Ana Teberosky, São Paulo, Ática, 2000, p. 113, 114 e 115.

Códice é o nome dado aos livros escritos à mão, antes da invenção da imprensa. A maioria desses livros foi escrita por monges, chamados escribas.

Incunábulo é o nome dado aos livros impressos entre 1436 e 1500.

Livro sagrado é um livro que reúne a história e os ensinamentos de uma religião.

Copista era o homem que, na Idade Média, se dedicava a copiar os livros, quando ainda não existia a imprensa e era necessário fazê-los à mão.

Fonte: Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. Coletânea de textos – Módulo 1. p. 89-90.

Entendendo o texto:

01 – Qual a etimologia da palavra "livro" e o que ela nos revela sobre os materiais de escrita antigos?

      A palavra "livro" vem do latim liber, que designava a camada externa da casca das árvores. Isso revela que, antigamente, a casca de árvores era um dos materiais utilizados para a escrita, antes do papel.

02 – Quando os livros começaram a ter um formato semelhante ao atual e qual invenção revolucionou sua produção?

      Os livros começaram a ter um formato parecido com o atual durante a Idade Média. A invenção da imprensa por Johannes von Gutenberg na Alemanha, em 1436, revolucionou a produção, permitindo a impressão em grande quantidade e tornando os livros mais acessíveis.

03 – Qual a diferença entre "códices" e "incunábulos"?

      Códices são os livros que foram escritos à mão antes da invenção da imprensa por Gutenberg. Incunábulos são os livros que foram impressos na segunda metade do século XV, especificamente entre 1436 e 1500.

04 – Quem eram os primeiros a escrever e ler livros na Antiguidade e na Idade Média, e qual era o propósito inicial da escrita?

      Inicialmente, os homens escreviam breves anotações comerciais para controlar animais. Com exceção desses documentos, na Antiguidade, apenas os sacerdotes podiam escrever e ler livros, pois a escrita era vista como um dom divino. Na Idade Média, os monges copistas na Europa e famílias específicas no Oriente (como na Pérsia) eram encarregados de copiar obras, principalmente religiosas.

05 – Além dos livros religiosos, que outros tipos de obras começaram a ser escritos?

      Além dos livros religiosos, também começaram a ser escritos tratados científicos e filosóficos. Essas obras analisavam e explicavam o universo, as leis da natureza e questões da existência humana, refletindo o conhecimento da época.

06 – Como a informática tem influenciado a atividade dos escritores e o acesso aos livros atualmente?

      Atualmente, a informática facilitou a atividade dos escritores, permitindo que qualquer pessoa escreva sobre diversos assuntos. Além disso, a tecnologia possibilitou o surgimento de livros em suporte informático, ou seja, que podem ser lidos em telas de computador, ampliando o acesso e a forma de consumo da leitura.

07 – De que forma os livros e as bibliotecas foram alvos de destruição em momentos de conflito na história?

      Cite exemplos mencionados no texto. Os livros e as bibliotecas foram alvos de destruição para dominar povos e impedir a preservação de sua história e conhecimento. Exemplos incluem a queima da Biblioteca de Alexandria pelos romanos, a ordem da Igreja Católica para queimar livros considerados contrários à fé cristã durante a Inquisição (séculos XV e XVI), e a queima de milhares de livros pelo regime nazista no século XX por serem contrários ao sistema político.

 

TEXTO: O QUE É ARTE? - ARTE EM INTERAÇÃO - COM GABARITO

 Texto: O que é Arte?

        É difícil responder de forma objetiva o que é ou não arte. Provavelmente porque não exista somente um único jeito de se entender a vida e o mundo e se manifestar sobre eles. Cada sociedade, em épocas e lugares distintos, define seus padrões artísticos, e entende a arte de modos diferentes. O que é arte para uma cultura e época pode não ser para outras.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOmtggqW0qlHylLGcnsN4PH-agC18tr_EIBeLbdTgjA_4BfqzKPtF5GzAVcCYkNdgAhJ6m2E_bmUPlbHBFKfYZD46vghpIuY4YskVX13S1Q19mDNdb9Rr6GETNRj11fypJsSs3a3NwRyHZuSPV7rcC0VEMdyqjAL4rTOuUy0Q8cKa_AadjWwCPKX0oj0o/s320/maxresdefault.jpg
        Observe, a urna marajoara, pertence a um grupo humano que viveu na ilha de Marajó, no Pará, antes da colonização. Não é possível saber com absoluta certeza o significado da peça para a sociedade que a produziu, visto que é um objeto arqueológico. Não sabemos nem qual era a ideia de arte dessa cultura, ou se possuíam uma palavra equivalente a “arte” em seu vocabulário. Ao analisar sua forma, no entanto, pode-se perceber que é um objeto com alguma utilidade prática, lembra um grande vaso. Estudos arqueológicos indicam que é uma urna funerária, ou seja, objeto que servia para guardar os restos mortais de uma pessoa. Essa urna lembra a forma humana e possui desenhos geométricos em sua superfície. Quem a produziu preocupou-se, além de dar forma à função pretendia, em atribuir-lhe elementos que podem ser simbólicos. O que nos leva a pensar que, para essa sociedade, a arte devia ser importante no momento de atribuir um significado, possivelmente religioso, à morte.

        A arte pode apresentar diferentes funções em cada sociedade. Ela pode contar histórias, educar, provocar reflexão; pode representar a realidade, ou criticá-la; ser manifestação dos sentimentos do artista, do sonho, imaginação ou fervor religioso; e pode também não ter função alguma, bastando-se por si mesma. Quando entra em contato com o público, pode também gerar interpretações muito diferentes das pretendidas pelo artista. Mas pode-se dizer que, de forma geral, as manifestações artísticas possuem em comum seu caráter estético.

        A palavra estética atualmente é muito associada salões de beleza, tratamentos corporais, cirurgias, etc. Não é um uso errado, porque a palavra tem, de fato, relação com a ideia de beleza. Mas, para a arte, estética assume um significado muito mais amplo. Para aquele que entra em contato com uma obra de arte, por exemplo, costuma-se dizer que passa por uma experiência estética.

        Essa palavra vem do grego aisthésis, que quer dizer “percepção”. A percepção refere-se àquilo que nos chega pelos cinco sentidos. Mas perceber algo pelos sentidos gera reações além das sensações físicas, o que faz com que a experiência estética envolva também a interpretação feita pela mente, as memórias, a imaginação e as associações com o que se conhece. Uma mesma obra pode despertar experiências muito diferentes nas pessoas.

        A estética é também uma área de estudo da filosofia, que busca refletir sobre as experiências relacionadas à arte e também ao belo. Para várias culturas e épocas, a arte é entendida como a representação da beleza, por isso a associação é comum até hoje. Mas não é só a beleza que interessa à arte. O feio, o grotesco, o desagradável também provocam experiências estéticas. Entre as obras que você viu neste capítulo, por exemplo, há uma do artista espanhol Francisco de Goya (1746-1828) que é parte de uma série chamada “Os desastres da guerra”. Essa imagem pode ser perturbadora, em nada bonita ou agradável. Isso não diminui seu caráter artístico ou estético.

        A palavra estética também pode ser usada para se referir às características de uma obra de arte ou movimento artístico, ou seja, os elementos que os definem.

Fonte: Arte em Interação – Hugo B. Bozzano; Perla Frenda; Tatiane Cristina Gusmão – volume único – Ensino médio – IBEP – 1ª edição – São Paulo, 2013. p. 10-12.

Entendendo o texto:

01 – Por que o texto afirma ser difícil responder de forma objetiva o que é ou não arte?

      O texto explica que a dificuldade em definir a arte de forma objetiva reside no fato de que não existe uma única maneira de compreender a vida e o mundo. Cada sociedade, em diferentes épocas e lugares, estabelece seus próprios padrões artísticos e interpreta a arte de modos distintos. Assim, o que é considerado arte em uma cultura ou período pode não ser em outro, demonstrando a natureza subjetiva e culturalmente construída do conceito.

02 – De que forma a urna marajoara ilustra a complexidade da definição de arte para diferentes culturas?

      A urna marajoara exemplifica essa complexidade ao ser um objeto arqueológico cujo significado exato para a sociedade que a produziu é desconhecido. Não se sabe se essa cultura possuía sequer uma palavra para "arte". Contudo, ao analisar sua forma prática como urna funerária e a preocupação em adicionar elementos simbólicos e desenhos geométricos, o texto sugere que, para os marajoaras, a arte provavelmente tinha um papel significativo na atribuição de sentido, talvez religioso, à morte. Isso mostra como a função e o conceito de arte podem variar imensamente entre culturas e épocas.

03 – Quais são as diversas funções que a arte pode desempenhar em uma sociedade, de acordo com o texto?

      O texto elenca uma série de funções que a arte pode assumir em diferentes sociedades. Ela pode ser usada para contar histórias, educar, provocar reflexão, representar a realidade ou criticá-la. Além disso, a arte pode ser uma manifestação dos sentimentos do artista, de sonhos, da imaginação ou de fervor religioso. O texto também menciona que, por vezes, a arte pode não ter função alguma além de existir por si mesma.

04 – Como o texto diferencia o uso comum da palavra "estética" da sua aplicação no contexto artístico?

      Atualmente, a palavra "estética" é frequentemente associada a salões de beleza e tratamentos corporais, o que não está incorreto, pois tem relação com a ideia de beleza. No entanto, para a arte, o texto explica que a estética assume um significado muito mais amplo. Ao entrar em contato com uma obra de arte, a pessoa vivencia uma "experiência estética", que vai além da mera beleza física e envolve percepção, interpretação mental, memórias e associações pessoais.

05 – Explique a origem e o significado expandido da palavra "estética" no contexto da experiência artística.

      A palavra "estética" deriva do grego aisthésis, que significa "percepção". No contexto artístico, essa percepção vai além dos cinco sentidos. Uma experiência estética não se limita às sensações físicas; ela também engloba a interpretação que a mente faz, as memórias que são ativadas, a imaginação e as associações com o conhecimento prévio do indivíduo. Por isso, uma mesma obra de arte pode provocar reações e interpretações muito distintas em diferentes pessoas.

06 – Por que a estética, como área de estudo da filosofia, não se limita apenas à beleza, segundo o texto? Dê um exemplo.

      Embora a arte seja frequentemente associada à representação da beleza, o texto esclarece que a estética, como área da filosofia, vai além. Ela busca refletir sobre todas as experiências relacionadas à arte e ao belo, mas não se restringe a eles. O texto enfatiza que o feio, o grotesco e o desagradável também são capazes de provocar experiências estéticas. Um exemplo citado é a série "Os desastres da guerra" de Francisco de Goya, que, apesar de ser perturbadora e não ser considerada "bonita" ou "agradável", mantém seu caráter artístico e estético.

07 – Qual é o outro uso da palavra "estética" mencionado no final do texto, relacionado às obras e movimentos artísticos?

      Além dos significados já abordados, o texto aponta que a palavra "estética" também pode ser utilizada para se referir às características de uma obra de arte ou de um movimento artístico. Nesse sentido, ela descreve os elementos que definem e particularizam uma determinada produção artística ou um estilo, funcionando como um termo para categorizar e analisar suas qualidades formais e conceituais.

 

TEXTO: RESGATANDO O AMOR E A ÉTICA NAS RELAÇÕES - FRAGMENTO - MARIA APARECIDA DINIZ BRESSANI - COM GABARITO

 Texto: Resgatando o amor e a ética nas relações – Fragmento

          Maria Aparecida Diniz Bressani

        [...]

        A vida e as relações humanas são feitas de direitos e deveres, mas se não existe um certo grau de desenvolvimento de valores éticos e morais – que eu chamo de educação (porque é na educação recebida que se formam tais valores) – acaba por estabelecer-se contatos e relacionamentos pautados apenas nos “meus direitos” e totalmente inconsciente dos “meus deveres” – como qualquer criança de três anos de idade!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL1gIg-mFrGNFaDmnxbuS6nXvirxJ0xBSJE0m79njiAOYsepFL0vUwiMrKWJUeYnn1-sHDKAFM6ePxX6OCK_EE_FI4jhgbV3wkz8o40w3wXad20MNoKJPF-3h6Cf3LVi-JzxZSxrwwUJ7lEVgKOblJES9ikJWQUf9oU04ZOci_TrGLiUcYdo_6jfLITzo/s1600/images.jpg


        Por isto é importante desenvolver a consciência de onde termina você e onde começa o outro.

        [...]

        Ter “noção” de ética e moral é o princípio sine qua non para se estabelecer qualquer relação.

        Eu entendo por Ética como conduta de vida, onde sempre precisa estar presente um pensamento básico: “Tudo que me faz mal, que me incomoda, que me deixa infeliz provavelmente poderá também afetar o outro e fazer-lhe mal, incomodá-lo e deixa-lo infeliz”.

        Um exemplo claro é: se eu tenho um relacionamento fixo com alguém e se me sinto atraído por outro alguém (o que é absolutamente natural que aconteça!), como devo proceder? Devo exercer minha atração e me envolver em paralelo com esta outra pessoa?

        Caso eu o faça, dentro dos parâmetros éticos – baseado no pacto de confiança e respeito dentro da relação (o que lhe seria próprio) – estaria traindo a confiança do parceiro fixo.

        Se fosse o contrário: se meu parceiro fixo atuasse sua atração em paralelo à sua relação comigo, como eu me sentiria?

        O problema é que a maioria das pessoas não faz este tipo de exercício ético: se colocar no lugar do outro.

        E é isto que eu chamo de conduta ética: é saber que o que me atinge como indivíduo e ser humano poderá atingir também o outro, como indivíduo e ser humano.

        [...]

BRESSANI, Maria Aparecida Diniz. Disponível em: http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/c.asp?id=02418. Acesso em: 4 mar. 2015.

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 7º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 56.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com a autora, o que é fundamental para que as relações humanas não sejam pautadas apenas nos "meus direitos"?

      Segundo a autora, é fundamental que haja um certo grau de desenvolvimento de valores éticos e morais, que ela chama de educação. Sem isso, as relações se tornam inconscientes dos deveres e focadas apenas nos próprios direitos, como uma criança de três anos.

02 – Qual o princípio "sine qua non" para o estabelecimento de qualquer relação, conforme o texto?

      O princípio "sine qua non" (indispensável) para o estabelecimento de qualquer relação é ter "noção" de ética e moral.

03 – Como a autora define Ética em sua conduta de vida?

      A autora entende Ética como uma conduta de vida em que sempre deve estar presente o pensamento básico: "Tudo que me faz mal, que me incomoda, que me deixa infeliz provavelmente poderá também afetar o outro e fazer-lhe mal, incomodá-lo e deixá-lo infeliz".

04 – No exemplo dado pela autora sobre atração por outra pessoa em um relacionamento fixo, como a conduta ética seria aplicada?

      A conduta ética seria aplicada ao não trair a confiança do parceiro fixo, que é baseada em um pacto de confiança e respeito. A autora sugere que se deve considerar como a pessoa se sentiria se o parceiro agisse da mesma forma.

05 – Qual a essência da conduta ética, na visão da autora?

      A essência da conduta ética é saber que o que atinge o indivíduo como ser humano poderá atingir também o outro, como indivíduo e ser humano, ou seja, colocar-se no lugar do outro.

TEXTO: ORIGENS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS - ARTE EM INTERAÇÃO - COM GABARITO

 Texto: Origens das manifestações artísticas

        Mas de onde vêm à vontade, a necessidade de criar, de se manifestar artisticamente? Como surgiram as formas artísticas?

        Existem muitas maneiras de explicar o que é arte, ou mesmo diferentes motivações que levam os artistas a fazerem o que fazem. Mas não é possível saber com precisão quando o ser humano começou a fazer o que hoje entendemos como arte. Esse é um dos muitos mistérios do passado da humanidade. Alguns vestígios materiais arqueológicos, no entanto, nos dão pistas de como nossos ancestrais viviam e quais eram suas motivações par criar.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEenEj2PmnN2Gc69NmlbUMuWsVlhpLuwc0vYd2n_8LJnnu5Rgnf8gHRbx6kiPiczx-_q5OGvkzhBn47PTmyKl_JQspvqfuHkSzUJnaB623ZP697D1FQ-VrVkz_PNGghRHH4T8pk5sqGlHPhFphw_wagIqSPDvoFmYNRXidfvggB6eByEBArUs6x4aqSMY/s1600/images.jpg


        Arte das cavernas

        As manifestações artísticas mais antigas de que temos conhecimento hoje datam de aproximadamente 40 mil anos atrás, do período da pré-história chamado de Paleolítico Superior. São chamadas de arte rupestre, palavra que faz referência às rochas, paredes das cavernas onde se encontra grande parte desses registros. Eram feitas com o uso de materiais naturais, presentes no ambiente, como o carvão, pedras, pós minerais e sangue de animais. Ao contrário do que poderíamos supor, essas imagens nos mostram que o ser humano, já nessa época, havia desenvolvido um avançado domínio técnico, criando imagens que imitavam a realidade e algumas representações, como a anterior, transmitem impressão de movimento. Estudos de datação também indicam que, às vezes, numa mesma caverna, grupos humanos separados muitos séculos uns dos outros deixavam seus registros.

        Essas manifestações aconteceram entre vários povos do mundo, durante os milhares de anos desse período, acompanhando os processos de povoamento dos continentes.

        O ser humano (homo sapiens) surgiu há aproximadamente 200 mil anos na África, e estudos científicos indicam que o comportamento considerado moderno, que desenvolveu a cultura e o que somos hoje, já se manifestava por volta de 50 mil anos atrás. A capacidade de interferir no ambiente à sua volta, de criar tecnologia, a linguagem, a religião e a arte são alguns desses processos característicos do ser humano moderno. O que hoje chamamos de arte é uma manifestação comum entre todos os grupos humanos, mesmo que com outro nome.

        Na imagem da caverna de Chauvet, na França, que contém as pinturas mais antigas registradas até hoje, algumas com cerca de 32 mil anos. Descoberta em 1996, somente poucos cientistas podem ter acesso a ela, e, mesmo assim, poucas horas de cada vez. A caverna ficou fechada por milhares de anos, em virtude de um desmoronamento que provocou o fechamento de sua entrada original. Isso fez com que a atmosfera interna preservasse as características das pinturas nas paredes, praticamente do modo como eram na época em que foram feitas. Para as pessoas, essa atmosfera pode ser tóxica, por isso os cientistas podem ficar tão pouco tempo lá dentro. Um grande número de visitantes também poderia deteriorar as imagens.

        Mas o que motivou nossos ancestrais a criarem essas manifestações? O que buscavam?

        Acredita-se que, na pré-história, ao tentar entender a vida, a morte, o mundo e os fenômenos da natureza, o ser humano tenha crido mitos e rituais para simbolizar sua existência e sua conexão com tudo o que estava a sua volta, visível ou invisível. As manifestações artísticas teriam se originado desses rituais. Deuses e divindades eram associados aos animais, à flora e aos fenômenos naturais, como a chuva, o sol, o trovão. A existência humana provavelmente não era entendida como uma divisão entre realidade concreta e o mundo mágico, onírico e sobrenatural. Para nossos ancestrais, é possível que tudo estivesse conectado. A caverna, nas profundezas da terra, talvez fosse um local adequado para esses rituais, iluminados pela luz das fogueiras e tochas. Provavelmente procurando a comunicação entre si e com suas divindades, criaram formas às quais deram significados, símbolos que, acredita-se, eram entendidos pelos diferentes grupos humanos. Não sabemos exatamente o que simbolizavam; o que existem são hipóteses. Mas consideramos essas formas as mais antigas manifestações artísticas da humanidade.

        Materialidade e registro

        Uma das características das pinturas rupestres é que, por serem materiais, ou seja, concretas, preservaram-se ao longo de milhares de anos. Isso permite que imaginemos como surgiu a arte e como era a vida desses nossos ancestrais, o mundo que os rodeava, suas crenças e mitos.

        Não temos tanta sorte, no entanto, quando se trata das outras manifestações artísticas, que são imateriais, ou seja, que duram um tempo e acabam: a música e as artes cênicas.

        É provável que as diferentes manifestações artísticas tenham surgido mais ou menos ao mesmo tempo na história da humanidade, e que a música, a dança e as primeiras formas de representações cênicas fizessem parte dos rituais e fossem todas formas de comunicação e expressão. Os registros das pinturas rupestres nos dão alguns indícios de sua existência: em várias partes do mundo há imagens pré-históricas que parecem representar pessoas dançando, mas não sabemos como eram seus movimentos, ou o som de sua música.

        Vestígios materiais de flautas feitas de ossos de animais, encontradas em cavernas na Alemanha, indicam a presença da música há pelo menos 35 mil anos. Foram confeccionadas réplicas para análise e experimentação, para se ter uma ideia de como poderia soar a música desse período. Os sons do instrumento apresentam elementos similares a alguns tipos de flautas atuais utilizadas em várias culturas do planeta. No entanto, não sabemos ao certo como eram as músicas tocadas: se eram feitas em grupo, acompanhadas por canto, se eram dançadas, e como eram dançadas.

Fonte: Arte em Interação – Hugo B. Bozzano; Perla Frenda; Tatiane Cristina Gusmão – volume único – Ensino médio – IBEP – 1ª edição – São Paulo, 2013. p. 12-17.

Entendendo o texto:

01 – Quando e onde surgiram as manifestações artísticas mais antigas de que temos conhecimento?

      As manifestações artísticas mais antigas de que temos conhecimento datam de aproximadamente 40 mil anos atrás, no período do Paleolítico Superior, e são encontradas principalmente em rochas e paredes de cavernas, sendo chamadas de arte rupestre.

02 – Quais materiais eram utilizados na criação da arte rupestre?

      Para criar a arte rupestre, eram utilizados materiais naturais disponíveis no ambiente, como carvão, pedras, pós minerais e sangue de animais.

03 – O que a caverna de Chauvet, na França, representa para o estudo da arte rupestre?

      A caverna de Chauvet, descoberta em 1996, é extremamente importante porque contém as pinturas mais antigas registradas até hoje, algumas com cerca de 32 mil anos. O fato de ter ficado fechada por milhares de anos garantiu que a atmosfera interna preservasse as características das pinturas, quase como eram na época em que foram feitas.

04 – Qual é a principal hipótese sobre a motivação dos nossos ancestrais para criar arte na pré-história?

      Acredita-se que, na pré-história, a motivação para criar arte estava ligada à tentativa de entender a vida, a morte, o mundo e os fenômenos da natureza. As manifestações artísticas teriam se originado de rituais e da necessidade de criar mitos e símbolos para expressar sua existência e conexão com o visível e o invisível.

05 – Por que as pinturas rupestres são mais facilmente estudadas do que outras manifestações artísticas antigas como a música e a dança?

      As pinturas rupestres são mais facilmente estudadas por sua materialidade, ou seja, por serem concretas e terem se preservado ao longo de milhares de anos. Em contraste, a música e as artes cênicas são imateriais, duram um tempo e desaparecem, tornando seus registros muito mais difíceis de serem encontrados e interpretados.

06 – Que vestígios materiais indicam a presença da música na pré-história?

      Vestígios materiais de flautas feitas de ossos de animais, encontradas em cavernas na Alemanha, indicam a presença da música há pelo menos 35 mil anos. Réplicas dessas flautas foram confeccionadas para análise e experimentação, permitindo ter uma ideia de como a música poderia soar nesse período.

07 – O que o texto nos diz sobre a conexão entre arte, cultura e o comportamento humano moderno?

O texto indica que a capacidade de interferir no ambiente, criar tecnologia, linguagem, religião e arte são alguns dos processos característicos do ser humano moderno, que surgiu por volta de 50 mil anos atrás. A arte, mesmo que com outro nome, é uma manifestação comum entre todos os grupos humanos, sugerindo uma ligação intrínseca entre a expressão artística e o desenvolvimento da cultura humana.