sexta-feira, 17 de outubro de 2025

CONTO: A CASA DA GRITARIA - EMÍLIA NO PAÍS DA GRAMÁTICA - MONTEIRO LOBATO - COM QUESTÕES OBJETIVAS E GABARITO

 Conto: A Casa da Gritaria - Emília no país da gramática

           Monteiro Lobato

        — Que barulhada! — exclamou Emília, ao aproximar-se da Casa das INTERJEIÇÕES. — Será algum viveiro de papagaios?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoEOjq6s9iMzFzpGgSCA5SSftblFPqs_r_oyCPVHNKJ2175u0MsJvnu1qTm-ALBMHuVNVcDksmCBk3C4_wfw9cMgF6EH654zkBDX4KdY6A1XbycxwgwNH2LHOZ2btMUGKP3X4rkfETLSnWcuFp6rO7oQzpYeiaq2SUd2i_6LbfrQD9IxWYXj3-sPnNboQ/s320/1853567fab11a9187d1a36d210cdd8ad.jpg


        — São elas. Aquilo lá dentro parece um hospício, porque as Interjeições não passam de gritinhos.

        — Gritos de quê?

    — De tudo. Gritos de Dor, de Alegria, de Aplauso...

        A Casa das Interjeições parecia mesmo um viveiro de papagaios. Assim que entrou, Emília viu passarem correndo dois gemidinhos de DOR, as Interjeições Ai! e Ui! Logo em seguida viu, a dar pulos, três gritinhos de ALEGRIA: — Ah! Oh! Eh! Depois viu três de nariz comprido, as Interjeições de DESEJO: — Tomara! Oh! Oxalá! E viu três num entusiasmo doido — as Interjeições de ANIMAÇÃO: — Eia! Sus! Coragem! E viu quatro de APLAUSO, batendo palmas: — Viva! Bravo! Bem!

        Apoiado! E viu mais quatro com caras de horror e nojo, que eram as Interjeições de AVERSÃO: — Ih, Xi! Irra! Apre! E viu algumas de APELO, chamando desesperadamente alguém:

        — Olá! Psiu! Alô! E viu duas de SILÊNCIO, encolhidinhas, de dedo na boca: — Psiu! Caluda! E viu uma bem velhinha, de ADMIRAÇÃO — Cáspite! 

        — Que baitaquinhas! — comentou Emília, tapando os    ouvidos. — Já estou tonta, tonta...

        — E há ainda aqui — disse o Verbo Ser — esta pequena caixa com as ONOMATOPÉIAS, OU Interjeições IMITATIVAS de certos sons.

        Emília viu nessa caixinha as Onomatopeias Chape!, que imita o som do animal patinhando n'água. E viu Zás-Trás!, que imita movimento rápido. E viu também o célebre Nhoque!, muito usado por Pedrinho para imitar bote de cachorro bravo,  E viu Tchibum! — que imita barulho duma coisa que cai  n'água. E viu Trrrlin!, que imita som de esporas no assoalho,  E viu Tique-Taque, som de relógio. E ToqueToque, som de batida em porta. E viu Coin, Coin, Coin, som de Rabicó quando leva pelotadas do bodoque de Pedrinho.

        — Sim, senhor! — disse Emília, retirando-se. — São muito galantinhas, mas deixam uma pessoa atordoada. Lá no sítio usamos muito algumas destas interjeições, e ainda várias outras inventadas por nós. Tia Nastácia é uma danada para inventar Interjeições. Danada para tudo, aquela negra...

        E, mudando de tom:

        — Por que Vossa Serência não aparece por lá, um dia, para uma visita a Dona Benta? Por ser muito velho? Ora, deixe-se disso!... Estamos lá acostumados com a velhice. Dona Benta é velha e Tia Nastácia também. Cachorro bravo?... Oh, é bicho que nunca houve no sítio. Só temos Rabicó, que é um marquês que não morde, e a Vaca Mocha, que não tem chifre — e agora este Quindim, que é a pérola dos gramáticos.

        — E há ainda mais coisas por lá — continuou Emília, depois duma pausa. — Há os famosos bolinhos de Tia Nastácia, feitos de polvilho, leite, uma colherzinha de sal, etc. Depois ela frita. Quando Rabicó sente de longe o cheiro desses bolinhos, vem na volada. Mas não pilha um só. É comida de gente e não de... marquês.

        E finalizou, com uma piscadinha marota:

        — Dona Benta é viúva. Vá, que até pode sair casamento...

        O Verbo Ser olhava para Emília com os olhos arregalados. Ele não sabia a história da célebre torneirinha de asneiras...

Entendendo o conto:

01. No trecho, o que a personagem Emília pensa que a Casa das INTERJEIÇÕES poderia ser, ao ouvir a barulhada?

A. Um circo com animais.

B. Um asilo de velhinhos.

C. Uma fábrica de doces.

D. Um viveiro de papagaios.

 02. De acordo com o Verbo Ser, por que a Casa das Interjeições parece um hospício?

A. Porque as Interjeições não passam de gritinhos.

B. Porque as Interjeições são bichos selvagens e perigosos.

C. Porque as Interjeições estão doentes e precisam de cuidado.

D. Porque as Interjeições estão sempre cantando ópera.

 

03. Quais Interjeições são representadas no conto como 'gemidinhos de DOR'?

A. Tomara! Oh! Oxalá!

B. Ai! e Ui!

C. Olá! Psiu! Alô!

D. Viva! Bravo!

 

04. Qual é a classificação das interjeições 'Ih, Xi! Irra! Apre!', que Emília viu 'com caras de horror e nojo'?

A. Interjeições de AVERSÃO.

B. Interjeições de APLAUSO.

C. Interjeições de SILÊNCIO.

D. Interjeições de ANIMAÇÃO.

 

05. Qual a onomatopeia que, segundo o texto, imita o som de 'batida em porta'?

A. Tique-Taque.

B. Toque-Toque.

C. Trrrlin!

D. Chape!

 

06. O que as ONOMATOPÉIAS representam, de acordo com a explicação do Verbo Ser?

A. Interjeições Imitativas de certos sons.

B. Interjeições de Desejo.

C. Palavras que indicam nome de pessoas.

D. Gritos de Admiração.

 

07. Qual onomatopeia, listada no texto, representa o som 'que imita barulho duma coisa que cai n’água'?

A. Nhoque!

B. Chape!

C. Zás-Trás!

D. Tchibum!

 

08. Qual interjeição (ou grupo) é mencionada no texto como sendo 'bem velhinha' e expressando ADMIRAÇÃO?

A.Oxalá!

B. Cáspite!

C. Caluda!

D. Ai!

 

09. Ao final do trecho, o que Emília sugere ao Verbo Ser sobre Dona Benta?

A. Que ele deveria fazer os bolinhos de polvilho.

B. Que Dona Benta quer vender o Sítio.

C. Que ele faça uma visita para tentar um casamento com ela.

D. Que ele ajude a proteger o sítio do cachorro bravo.

 

10. Qual personagem do Sítio do Picapau Amarelo é chamado por Emília de 'a pérola dos gramáticos' no final do conto?

A. O Verbo Ser.

B. Quindim.

C. Tia Nastácia.

D. Rabicó.

 

 

 

 

 

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