sexta-feira, 10 de outubro de 2025

POEMA: POEMA DAS REFORMAS - CLÁUDIO MURILO - COM GABARITO

 Poema: Poema das reformas

             Cláudio Murilo

É preciso reformar a casa,

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi15cCy6mRqgYRp3LF9kJimgPjLVqRfR96w8rBdw_7jxewuRWwp_skGbi3zmyqlsNEqCNncmKOQXw_xZ-mzA1H4A1XMWimJnrepa4rUVZhrzk-zyueGsotR6kxOjU0GouwPDNjMvBFQTuazWT2yl9UhVO-ojfMGe8plzP5yz2YQNzUk6aoUa1W0kyyvbBA/s320/conceito-de-desenho-animado-de-renovacao-com-homem-e-mulher-aplicando-papeis-de-parede-ilustracao-vetorial_1284-77317.jpg

Abrir as janelas,

Que o vento penetre

Em todos os cantos.




É preciso destruir as cercas,

Que as crianças entrem,

Pisem nos canteiros,

Construam a sua alegria.

 

É preciso reformar a rua,

Que todos andem por ela.

As lojas, os bares, os cinemas

Nos mantenham assim

Unidos e em paz.

 

É preciso reformar a cidade.

É preciso, antes e sempre,

Reformar o homem.

 

É preciso despi-lo,

É preciso mostrar

Que todos somos irmãos.

É preciso um novo dilúvio.

É preciso reescrever os livros

É preciso reencontrar a terra

É preciso que uma torrente

Invada todos nós

E lave nossa alma.

Affonso Romano de Sant’Anna et alii. Poesia viva I. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1968.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 167.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a ideia central ou o tema principal que o poeta Cláudio Murilo busca transmitir ao longo do poema?

      O tema central é a necessidade urgente de uma transformação profunda e abrangente, que vai da reforma do espaço físico (casa, rua, cidade) até, e principalmente, a reforma interior e social do ser humano. O poeta defende a destruição de barreiras (físicas e sociais) e a purificação da alma para que se estabeleça a fraternidade e a paz.

02 – O que simbolizam as ações de "abrir as janelas" e "destruir as cercas" na primeira estrofe?

      "Abrir as janelas" simboliza a necessidade de transparência, renovação e de deixar novas ideias ou influências entrarem (o "vento") para arejar e purificar o ambiente.

      "Destruir as cercas" representa a quebra de barreiras, divisões e preconceitos que separam as pessoas. O desejo de que as crianças "entrem" e "pisem nos canteiros" sugere a valorização da liberdade, da alegria espontânea e do convívio sem restrições sociais.

03 – Por que o poeta afirma que "É preciso, antes e sempre, / Reformar o homem"?

      O poeta entende que as reformas estruturais (casa, rua, cidade) são insuficientes se a essência do problema, que está no próprio ser humano, não for tratada. A reforma do homem é prioridade porque é a mudança de mentalidade, de valores e a aceitação da fraternidade ("todos somos irmãos") que sustentarão qualquer transformação social duradoura. Sem a reforma interior, as reformas externas não terão impacto real.

04 – Que tipo de transformação radical o poeta propõe ao mencionar "É preciso um novo dilúvio" e "É preciso que uma torrente / Invada todos nós / E lave nossa alma"?

      Ao invocar a ideia de um "novo dilúvio" e de uma "torrente", o poeta sugere a necessidade de uma purificação total e cataclísmica, uma intervenção drástica para limpar as falhas e vícios da humanidade. O dilúvio aqui não é literal, mas uma metáfora para uma lavagem espiritual e moral em escala universal, que "lave nossa alma" e prepare o ser humano para um recomeço baseado na solidariedade e na verdade.

05 – A reforma proposta no poema é apenas individual ou possui uma dimensão coletiva e social? Justifique com elementos do texto.

      A reforma é claramente coletiva e social, embora dependa da mudança individual. A dimensão social é vista na menção explícita à reforma da "rua" e da "cidade", no desejo de que "todos andem por ela" e que o comércio e a cultura ("lojas, bares, cinemas") os mantenham "Unidos e em paz". Além disso, o foco final é na reforma do homem para que ele aceite que "todos somos irmãos", um conceito fundamentalmente social e de convivência.

 

 

 





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