domingo, 23 de março de 2025

TEXTO VERBAL E NÃO VERBAL: SETEMBRO AZUL AMARELO - ATIVIDADES COM GABARITO

 TEXTO VERBAL E NÃO VERBAL: SETEMBRO AZUL AMARELO


01. Você sabe o que é comemorado nos dois? Se não sabe, pesquise.

           Resposta pessoal.

02. Por que os dois são tão importantes?

          Ambos tratam de datas importantes e pouco abordadas pela mídia e principalmente pela sociedade, é como se fosse um tabu.

 


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03. Por que o cartaz está cheio de mãos? O que isso tem a ver com o dia nacional do surdo?

           Porque é através das mãos que os surdos se comunicam. Quando as mãos estão levantadas, significa aplausos, muitos aplausos a este “Dia”.

04. É importante ter um dia nacional para os surdos?

           Infelizmente não existe, pois são milhares de pessoas surdas, mas o grande número parece não ser o suficiente para alterar a realidade que vivemos em nosso país. Não há o mínimo de preocupação em oferecer uma educação inclusiva ou ainda das empresas em oferecer uma chance de trabalho para os surdos e essas pessoas sofrem com a exclusão.

05. Existe uma verdadeira inclusão dos surdos na nossa sociedade?

          inclusão de surdos na sociedade brasileira está longe do cenário ideal. Empresas que não dão chances para funcionários com essa deficiência, escolas que acabam afastando os alunos com necessidades especiais do restante dos estudantes.

06. O que podemos fazer para incluir o surdo na sociedade?

           Perceber hoje a situação vivenciada pelas pessoas com surdez na sociedade, principalmente aqueles que frequentam os espaços escolares e outras esferas sociais como supermercados, bibliotecas, cinemas etc., tem levado grandes pesquisadores, estudiosos entre outros, interessados, na temática voltada para o estudo do modo de vida da pessoa surda, a despertar grandes indagações acerca de políticas públicas desenvolvidas para melhorar e/ou tornar possível a inclusão de alunos surdos nas redes regulares de ensino estão sendo aplicadas, ... já que a educação pode ser entendida como prática libertadora e ... empenhados em fazer com que a lei tenha um significado concreto.

07. Você conhece algum surdo? Como você se comunica com ele?

          Resposta pessoal.

08. Já ouviu falar em Libras? O que significa?

          Resposta pessoal.

09. Você acha que todo surdo é mudo? Explique.

           Resposta pessoal.

10. “Permita-se “ouvir” essas mãos, pois somente assim será possível mostrar aos surdos como eles podem “ouvir” o silêncio das palavras.  (Ronice Muller Quadros)

         O que você entendeu pela citação acima? O que seria “ouvir” essas mãos?

          “Ouvir” significa respeitar e tentar conversar com uma pessoa surda, mesmo sem o conhecimento do seu alfabeto em Libras. O importante é conseguir ter um diálogo com uma pessoa surda.

 


Aqui temos o alfabeto datilológico. Representa as letras em Libras. Mas só é usado quando não existe um sinal específico para a palavra.

11. Você conhecia o alfabeto datilológico ?

          Resposta pessoal.

12.  Pesquise o significado de datilologia.

            Comunicação através de sinais feitos com os dedos, p.ex., o alfabeto manual de surdos-mudos.  

 

 

ARTIGO DE OPINIÃO: RAÍZES DO BRASIL - FRAGMENTO - SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: Raízes do Brasil – Fragmento

            Sérgio Buarque de Holanda

        [...]

        Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam diversamente as atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem plantar a árvore.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxCwJvnxtCWNtP93wqIuAKRpe23GKXGQkt-GCR7kJIj_7tf5Cn2Yvr-GZhOENsP0yaMQL0y6fWbWg69-mQUBek2T83W28iRv1e982e67NKJ6Ro4uodR7OTdq2cmzs-C6Sw8ctSZkKmfe88D4gMs738pbpc4v_T7-LE28U4fhDmGj6C84Y4M2m1mK2tVUE/s320/rac3adzes-do-brasil-2.jpg


        Esse tipo humano ignora as fronteiras. No mundo tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e, onde quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe transformar esse obstáculo em trampolim. Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes.

        O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no entanto, mede todas as possibilidades de esperdício e sabe tirar o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte maior do que o todo.

        Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo de praticar, e, inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro — audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem – tudo, enfim, quanto de relacione com a concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo.

        Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; as energias que visam à estabilidade, à paz, à segurança pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido proveito material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o ideal do trabalhador.

        [...]

Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975. p. 13.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 256-257.

Entendendo o texto:

01 – Quais são os dois princípios que regulam as atividades humanas, segundo o autor?

      Os dois princípios são o do aventureiro e o do trabalhador, que representam diferentes formas de encarar a vida e o trabalho.

02 – Como o aventureiro encara o trabalho e os objetivos?

      O aventureiro foca no objetivo final, buscando resultados imediatos e desprezando os processos intermediários. Ele valoriza a amplitude, a liberdade e a superação de obstáculos.

03 – Qual a visão do trabalhador sobre o trabalho e os objetivos?

      O trabalhador valoriza o esforço lento e persistente, a atenção aos detalhes e o aproveitamento máximo dos recursos. Ele se preocupa mais com as dificuldades a serem superadas do que com o triunfo final.

04 – Como a ética do trabalho e a ética da aventura se contrapõem?

      O trabalhador valoriza a moralidade nas ações, enquanto o aventureiro exalta a busca por recompensas imediatas. O que é considerado positivo por um é visto como negativo pelo outro.

05 – Quais características são atribuídas ao aventureiro?

      O aventureiro é caracterizado por sua audácia, imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade e busca por resultados rápidos.

06 – Quais características são atribuídas ao trabalhador?

      O trabalhador é caracterizado pela persistência, atenção aos detalhes, valorização do esforço e busca por estabilidade.

07 – Qual a crítica presente no fragmento em relação aos dois tipos de indivíduos?

      O fragmento apresenta uma análise crítica das duas mentalidades, mostrando como elas influenciam as formas de vida coletiva e as relações sociais. O autor não toma partido de nenhum dos dois modelos, apenas os contrapõe.

 

 

ROMANCE: AMAR, VERBO INTRANSITIVO - FRAGMENTO - MÁRIO DE ANDRADE - COM GABARITO

 Romance: Amar, verbo intransitivo – Fragmento

                  Mário de Andrade

        [...]

        Pancadas na porta de Fräulein. Virou assustada, resguardando o peito. Abotoava a blusa:

        — Quem é?

        — Sou eu, Fräulein. Queria lhe falar.

        Abriu a porta e dona Laura entrou.

        — Queria lhe falar. Um pouco...

        — Estou às suas ordens, minha senhora.

        Esperou. Dona Laura respirava muito nervosa, não sabendo principiar.

        — É por causa do Carlos...

        — Ah... Sente-se.

        — Não vê que eu vinha lhe pedir, Fräulein, pra deixar a nossa casa. Acredite: isto me custa muito porque já estava muito acostumada com você e não faço má ideia de si, não pense! mas... Creio que já percebeu o jeito de Carlos... ele é tão criança!... Pelo seu lado, Fräulein, fico inteiramente descansada... Porém esses rapazes... Carlos...

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv4sE61B2_J7yxt-WHy29a1XgepxRwLj3ROuUD4WtBmd2Z2HemQ2w1a2n1OX4pTsljAr0iKUImzZetccwj4Y8bQGFzwP4ACGWnEswOZT0HHszTr5SpRMWhh0Ygz26bbHa4mu5nSYl_zjPrFkcl0XfEn1Eunq4XjXSbEUVi3BHLAFK-9C01_iZBkZNRzG0/s320/51aSKRvky7L._AC_UF1000,1000_QL80_.jpg


        — Já vejo que o senhor seu marido não lhe disse o que vim fazer aqui.

        Dona Laura teve uma tontona, escancarou olhos parados:

        — Não!

        — É lamentável, minha senhora, o procedimento do senhor seu marido, evitaria esta explicação desagradável. Pra mim. Creio que pra senhora também. Mas é melhor chamar o seu marido. Ou quer que desçamos pro hol?

        Foram encontrar Sousa Costa na biblioteca. Ele tirou os olhos da carta, ergueu a caneta, vendo elas entrarem.

        — O senhor me prometeu contar a sua esposa a razão da minha presença aqui. Lamento profundamente que o não tenha feito, senhor Sousa Costa.

        Sousa Costa encafifou, desacochado por se ver colhido em falta. Riscou uma desculpa sem inteligência:

        — Queira desculpar, Fräulein. Vivo tão atribulado com os meus negócios! Demais: isso é uma coisa de tão pouca importância!... Laura, Fräulein tem o meu consentimento. Você sabe: hoje esses mocinhos... é tão perigoso! Podem cair nas mãos de alguma exploradora! A cidade... é uma invasão de aventureiras agora! Como nunca teve!. COMO NUNCA TEVE, Laura... Depois isso de principiar... é tão perigoso! Você compreende: uma pessoa especial evita muitas coisas. E viciadas! Não é só bebida não! Hoje não tem mulher-da-vida que não seja eterômana, usam morfina... E os moços imitam! Depois as doenças!... Você vive na sua casa, não sabe... é um horror! Em pouco tempo Carlos estava sifilítico e outras coisas horríveis, um perdido! É o que eu te digo, Laura, um perdido! Você compreende... meu dever é salvar o nosso filho... Por isso! Fräulein prepara o rapaz. E evitamos quem sabe? até um desastre!... UM DESASTRE!

        Repetia o “desastre” satisfeito por ter chegado ao fim da explicação.

        Passeava de canto a canto. Assim se fingem as cóleras, e os machos se impõem, enganando a própria vergonha. Dona Laura sentara numa poltrona, maravilhada. Compreendia! Porém não juro que compreendesse tudo não. Aliás isso nem convinha pra que pudesse ceder logo. Fräulein é que estava indignada. Que diabo! atos da vida não é arte expressionista, que pode ser nebulosa ou sintética. Não percebera bem a claridade latina daquela explicação. O método germanicamente dela e didática habilidade no agir, não admitiam tal fumarada de palavras desconexas. Aquelas frases sem dicionário nem gramática irritaram-na inda mais. Queria, exigia sujeito verbo e complemento. Só uma coisa julgara perceber naquele ingranzéu, e, engraçado! Justamente o que Sousa Costa pensava, mas não tivera a intenção de falar: pagavam só pra que ela se sujeitasse às primeiras fomes amorosas do rapaz.

        [...].

Mário de Andrade. Amar, verbo intransitivo. 19. ed. Belo Horizonte. Rio de Janeiro: Vila Rica Editores Reunidos, 1993. p. 75-77.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 203-204.

Entendendo o romance:

01 – Qual o motivo da visita de Dona Laura a Fräulein?

      Dona Laura visita Fräulein para pedir que ela deixe a casa da família, preocupada com a influência que a jovem alemã poderia ter sobre seu filho Carlos.

02 – Como Sousa Costa justifica a presença de Fräulein na casa?

      Sousa Costa alega que contratou Fräulein para "preparar" Carlos para a vida adulta, protegendo-o de "aventureiras" e dos perigos da vida na cidade, como doenças e vícios.

03 – Qual a reação de Fräulein à explicação de Sousa Costa?

      Fräulein fica indignada com a explicação de Sousa Costa, considerando-a confusa e desprovida de clareza. Ela percebe que a verdadeira intenção era que ela iniciasse sexualmente o rapaz.

04 – Como Dona Laura reage à revelação do marido?

      Dona Laura fica surpresa e atordoada com a revelação do marido, mas acaba aceitando a situação, embora não compreenda completamente as intenções de Sousa Costa.

05 – Qual a profissão de Fräulein no romance?

      Fräulein é contratada como governanta e professora de alemão para Carlos.

06 – Qual a crítica social presente no fragmento?

      O fragmento critica a hipocrisia da sociedade burguesa da época, que, sob o pretexto de proteger os jovens, explora e objetifica as mulheres.

07 – Qual o estilo literário de Mário de Andrade presente no fragmento?

      O estilo modernista de Mário de Andrade é evidente na linguagem coloquial, na ironia e na crítica social presentes no fragmento.

 

MÚSICA(ATIVIDADES): LUA DE SÃO JORGE - CAETANO VELOSO - COM GABARITO

 Música (Atividades): Lua de São Jorge

             Caetano Veloso

Lua de São Jorge
Lua deslumbrante
Azul verdejante
Cauda de pavão.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRaN0vYEz9j2IaC7GCyCHTLBvAMEmNt2LTPO8x1TiflaUtPEUI3SlXZAhaAccDXX2wN58IDqrhgjgxvfsGKj3SKj_DAQVsinDLX8LW9FJFECjOeHDyBBPGqfm2boXDzk-uAmwwEIPvNdDbr_9yefHjnuckCU3ROXz0N9yLlXrevP0jnhoDkxFqiNM25t4/s320/SAO%20JORGE.jpg


Lua de São Jorge
Cheia branca inteira
Oh minha bandeira
Solta na amplidão.

Lua de São Jorge
Lua brasileira
Lua do meu coração.

Lua de São Jorge
Lua maravilha
Mãe irmã e filha
De todo esplendor.

Lua de São Jorge
Brilha nos altares
Brilha nos lugares
Onde estou e vou.

Lua de São Jorge
Brilha sobre os mares
Brilha sobre o meu amor.

Lua de São Jorge
Lua soberana
Nobre porcelana
Sobre a seda azul.

Lua de São Jorge
Lua da alegria
Não se vê um dia
Claro como tu.

Lua de São Jorge
Serás minha guia
No Brasil de norte a sul.

Caetano Veloso. Sel. de textos, notas, est. Biogr. hist. e crít. e exerc. Por Paulo Franchetti e Alcir Pécora. São Paulo: Abril Educação, 1981. p. 84. (Literatura Comentada).

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 246.

Entendendo a música:

01 – Qual é a principal imagem poética explorada na música?

      A principal imagem poética é a da lua, que é descrita de diversas formas, como "deslumbrante", "azul verdejante", "cheia branca inteira" e "soberana". A lua é personificada e elevada a um símbolo de beleza, guia e inspiração.

02 – Quais são as metáforas utilizadas para descrever a lua?

      A lua é comparada a elementos como "cauda de pavão", "bandeira", "mãe irmã e filha" e "nobre porcelana sobre a seda azul", evidenciando a riqueza de imagens e a profundidade dos sentimentos expressos na canção.

03 – Qual o significado da expressão "Lua de São Jorge"?

      A expressão faz referência à figura de São Jorge, um santo guerreiro da tradição católica, que também é associado à lua em algumas manifestações culturais brasileiras. A ligação com São Jorge confere à lua um caráter de proteção e força.

04 – Como a lua é relacionada ao Brasil na música?

      A lua é chamada de "lua brasileira" e é vista como um guia no Brasil, "de norte a sul", representando um símbolo nacional e um elemento constante na jornada do eu lírico.

05 – Quais sentimentos são evocados pela lua na canção?

      A lua evoca sentimentos de admiração, alegria, amor e segurança. Ela é vista como uma fonte de beleza e um guia constante na vida do eu lírico.

06 – Qual a importância da lua na cultura popular brasileira?

      A lua possui um forte significado na cultura popular brasileira, aparecendo em diversas manifestações artísticas, como músicas, poesias e lendas. Ela é frequentemente associada a mistério, romantismo e espiritualidade.

07 – Qual o estilo musical da canção?

      A canção "Lua de São Jorge" apresenta um estilo musical característico de Caetano Veloso, com uma melodia suave e poética, que combina elementos da MPB com influências de outros gêneros musicais.

 

 

ARTIGO: FORÇA ESTRANHA - FRAGMENTO - RICARDO B. DE ARAÚJO - COM GABARITO

 Artigo: Força estranha – Fragmento

           Ricardo B. de Araújo

        [...]

        A torcida possui a propriedade de reunir, “na mesma massa”, pessoas situadas em posições sociais diversas, homogeneizando, em torno de clubes, as suas diferenças. Nesse processo, um mecanismo extremamente importante é o uniforme de cada clube: ao mesmo tempo em que separa e distingue cada uma das torcidas, ele “despe” cada torcedor da sua identidade civil, e o integra em um novo contexto, profundamente indiferenciado.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiReZJAO84KWQsf2N4TbSRL1PoDTpja0PVdhlm53jpxOQCemxsD1Ltdc1HPQoq71gV6k_ZzsaK20RfNPxNCaInP1eRHcrugPDgBIqHCsRY7tOTjQymwabsbJanLpjVyS8M9nghGVtVOmOiwuJo-5_alh0rRlT6YTSshLyTNbDR94ryQ2TCe0i9YqQe2DMA/s320/UNIFORME.png


        Nesse contexto de massa que é a torcida, inexistem desigualdades, pelo menos em princípio. Todos estão ali reunidos pela paixão, para torcer por um dos clubes e, portanto, cada torcedor tem, nesse momento, os mesmos direitos que qualquer outro.

        Este último ponto é de grande importância, pois nos leva, de certa forma, da igualdade à liberdade. Com efeito, se todos os torcedores são considerados moralmente iguais, abre-se, então, a possibilidade para que cada um deles possa, com toda a legitimidade, ter uma visão inteiramente pessoal do andamento da partida, da escalação dos times, enfim, de qualquer aspecto relacionado ao mundo do futebol.

        Qualquer torcedor pode, inclusive, discordar das “autoridades” em futebol, os técnicos, dirigentes ou comentaristas, sem que sua interpretação seja considerada insolente ou descabida. Este é um contexto em que, de alguma forma, todo mundo tem opinião, e todos têm o direito de exprimi-la, ou seja, são livres para explicitá-la sem sofrer qualquer constrangimento. É exatamente por isso que as discussões sobre o futebol são consideradas “intermináveis”. Na verdade, esta impressão é causada pela própria dificuldade de se chegar a algum consenso num ambiente tão pluralista e democrático.

        Existe, portanto, no futebol, uma área de decisão privada, na qual cada torcedor tem liberdade para julgar e escolher segundo suas próprias inclinações, sem ter que sofrer qualquer interferência. Lembremo-nos de que a própria opção por se torcer por determinado clube, de trocá-lo por outro, ou mesmo de se desinteressar do futebol, são resoluções de “foro íntimo”, que não interessam a ninguém, e que devem, assim, ser tomadas com toda a independência.

Araújo, R.B. Força Estranha. Ciência Hoje, ano I, v.1, jul./ago. 1982.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 260-261.

Entendendo o artigo:

01 – Qual o papel do uniforme na homogeneização da torcida?

      O uniforme, ao mesmo tempo em que distingue as torcidas, "despe" os torcedores de suas identidades civis, integrando-os em um contexto comum e indiferenciado.

02 – Como a paixão pelo clube iguala os torcedores?

      A paixão pelo clube cria um contexto de massa onde as desigualdades sociais são minimizadas, dando a todos os torcedores os mesmos direitos e voz.

03 – Qual a relação entre igualdade e liberdade na torcida?

      A igualdade moral entre os torcedores abre espaço para que cada um expresse sua visão pessoal sobre o futebol, exercendo sua liberdade de opinião.

04 – Por que as discussões sobre futebol são consideradas "intermináveis"?

      As discussões são intermináveis devido à pluralidade de opiniões e à dificuldade de se chegar a um consenso em um ambiente democrático.

05 – Qual a "área de decisão privada" no contexto do futebol?

      A área de decisão privada refere-se à liberdade de cada torcedor julgar e escolher suas preferências futebolísticas, sem interferências externas.

06 – Como o autor descreve a liberdade de opinião do torcedor?

      O autor enfatiza que o torcedor tem a liberdade de expressar suas opiniões sobre o futebol, discordando até mesmo de autoridades, sem ser considerado insolente.

07 – Qual a importância da escolha do clube para o torcedor, segundo o autor?

      A escolha do clube é uma decisão de "foro íntimo" e pessoal, que deve ser tomada com independência, sem interferência de terceiros.

 

 

POESIA: RIO NA SOMBRA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poesia: Rio na sombra

            Cecília Meireles

Som

frio.

 

Rio

Sombrio.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbvJtEZKRaoTEO3YiM_2pKdY2gY5aNxAmps-9BZGHQJYdBBMEd44uHBriWn2iL54u1GOSCZgSs7kUgGq4vlRH1w7OF3bKuDWubIvNrlgrhHXq2EPAD6F06r5iHti1WeoFJENGryvoOHAub5OjLmzOeQVqxGTH_fCZwUN07Km5Pi6GVxGYRcH209W4Mw8s/s320/SOMBRIO.jpg

O longo som

do rio

frio.

 

O frio

bom

do longo rio.

 

Tão longe,

tão bom,

tão frio

o claro som

do rio

sombrio!

Cecília Meireles, op. cit. p. 727.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 344-345.

Entendendo a poesia:

01 – Qual a atmosfera predominante no poema?

      A atmosfera predominante é de mistério e melancolia, criada pela repetição das palavras "sombrio" e "frio", que evocam uma sensação de escuridão e solidão.

02 – Qual a importância da sonoridade no poema?

      A sonoridade é essencial no poema, com a repetição dos sons "o" e "r" criando um ritmo lento e hipnótico, que imita o fluir do rio e intensifica a sensação de mistério.

03 – Qual o significado do contraste entre "frio" e "bom" no poema?

      O contraste entre "frio" e "bom" sugere uma ambiguidade na relação com o rio, que pode ser ao mesmo tempo assustador e reconfortante, representando talvez a dualidade da natureza ou das emoções humanas.

04 – Como a repetição de palavras contribui para o efeito do poema?

      A repetição de palavras como "rio", "som", "frio" e "sombrio" cria um efeito de eco, reforçando a atmosfera misteriosa e a sensação de imersão no ambiente do rio.

05 – Qual a interpretação possível para a expressão "claro som do rio sombrio"?

      A expressão paradoxal "claro som do rio sombrio" pode representar a beleza melancólica do rio, ou a ideia de que mesmo na escuridão e no mistério, há uma beleza sutil e luminosa.

 

 

POEMA: DEBUSSY - MANUEL BANDEIRA - COM GABARITO

 Poema: Debussy

             Manuel Bandeira

Para cá, para lá...
Para cá, para lá...
Um novelozinho de linha...
Para cá, para lá...
Para cá, para lá...
Oscila no ar pela mão de uma criação
(Vem e vai...)
Que delicadamente e quase a adormecer o balança
— Psiu... —
Para cá, para lá...
Para cá e...
— O novelozinho caiu.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYEXJ1K-oZhPwSzIf-ld7WYQmSZiiLPoRXPry4rfWr8j-W-s-kkM_TR-bD4kDcLAmm3NsTlr3xvogvopTI0M4sXbWZRNRTE_rO4yVNkQYC3X4WamPH0fNP4RZQ6TFQvlkG6CI5ukJfzsB4NqMDdnYNEjC_PHwLi-FrjP-pt039NdUBZWfaALPw3ka0O30/s320/gato_novelo.jpg


Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 64.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 351.

Entendendo o poema:

01 – Qual a atmosfera predominante no poema?

      A atmosfera predominante é de delicadeza e fragilidade, evocada pela imagem do novelo de linha oscilando no ar e pela referência à música de Debussy, conhecida por sua sutileza e nuances.

02 – Qual a importância da sonoridade no poema?

      A sonoridade é essencial, com a repetição dos sons "para cá, para lá" criando um ritmo suave e hipnótico, que imita o movimento do novelo e a melodia da música.

03 – Qual o significado da expressão "criação" no poema?

      A "criação" pode ser interpretada como uma figura feminina, talvez uma criança ou uma musa, que manipula o novelo com delicadeza, como se estivesse criando uma melodia ou um momento de beleza efêmera.

04 – Como o poema dialoga com a música de Debussy?

      O poema busca capturar a essência da música de Debussy, conhecida por sua atmosfera onírica e pela exploração de sonoridades sutis e delicadas. A repetição e a simplicidade das palavras remetem à musicalidade do compositor francês.

05 – Qual a interpretação possível para a queda do novelo no final do poema?

      A queda do novelo pode simbolizar a fragilidade da beleza e a brevidade dos momentos de encantamento. Ela também pode representar o fim de um sonho ou de uma melodia, deixando um rastro de silêncio e melancolia.

 

 

POEMA: UM SONHO - FRAGMENTO - EUGÊNIO DE CASTRO - COM GABARITO

 Poema: Um Sonho – Fragmento

             Eugênio de Castro

Na messe , que enlourece, estremece a quermesse...
O sol, celestial girassol, esmorece...
E as cantilenas de serenos sons amenos
Fogem fluidas, fluindo a fina flor dos fenos...

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvNPVuLfI6VD-JA9embvWDTZpskK_bjRdsyUN8OFzpcUuGGmJZrHuHGC5oYcvpzpjngj-Fk747VO4Q-3ch1EwLCm5mNFQAf3JDhs0675oZq44Gnz1s5B09OaiXkyBSoS0Wyv-pKo1gLvWjG41omdqmFa_M1ga8LGBsx4KlIwUDnYm0iN0R9dE1jEaGzIE/s1600/FLOR.jpg



As estrelas em seus halos
Brilham com brilhos sinistros...
Cornamusas e crótalos,
Cítolas, cítaras, sistros,
Soam suaves, sonolentos,
Sonolentos e suaves,
Em Suaves,
Suaves, lentos lamentos
De acentos
Graves
Suaves...

Flor! enquanto na messe estremece a quermesse
E o sol, o celestial girassol, esmorece,
Deixemos estes sons tão serenos e amenos,
Fujamos, Flor! à flor destes floridos fenos...

Soam vesperais as Vésperas...
Uns com brilhos de alabastros,
Outros louros como nêsperas,
No céu pardo ardem os astros...

[...]

Eugênio de Castro. Apub: AMORA, A. Soares. Presença da literatura portuguesa. 4. ed. São Paulo: Difei, 1974. p. 38-39.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 360.

Entendendo o poema:

01 – Qual a atmosfera predominante no poema?

      A atmosfera predominante é onírica e decadente, com elementos sensoriais intensos que evocam um ambiente de festa noturna em declínio.

02 – Qual a importância da sonoridade no poema?

      A sonoridade é essencial, com a repetição de sons como "s", "l" e "m" criando um ritmo musical e hipnótico, que contribui para a atmosfera de sonho e encantamento.

03 – Quais imagens sensoriais se destacam no poema?

      As imagens sensoriais que se destacam são visuais (o sol esmorecendo, as estrelas brilhando), auditivas (o som dos instrumentos musicais) e olfativas (a flor dos fenos), criando uma experiência sensorial completa para o leitor.

04 – Qual o significado da expressão "celestial girassol" em relação ao sol?

      A expressão "celestial girassol" personifica o sol, comparando-o a uma flor gigante que acompanha o movimento do céu, reforçando a ideia de um ambiente mágico e onírico.

05 – Qual a interpretação possível para o convite de fuga no final do fragmento?

      O convite de fuga pode representar o desejo de escapar da realidade decadente e encontrar refúgio em um mundo de beleza e sonho, simbolizado pela "flor dos floridos fenos".

 

 

POEMA: FÁBULA DE UM ARQUITETO - JOÃO CABRAL DE MELO NETO - COM GABARITO

 Poema: Fábula de um Arquiteto

             João Cabral de Melo Neto

A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e teto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqt6LhYMEA6jUrnC4u2V2kVnctg3i1a5GpQ4-j6vy4OI4tfEwEh2I_0KaP7xpdeoyVpQy4DQOrijx1d5f-vEf3kIz-PyfqR5KRAZTA3xfqRVayPBmmut_6_89g5bIvscbCr_a4vmUbO_Siav6lwfxb5GK1t1vrfDr_mxiKIcQ0FSDUab0zZsq3CJbqInI/s320/O-que-faz-um-arquiteto.jpg



Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até refechar o homem: na capela útero,
com confortos de matriz, outra vez feto.

João Cabral de Melo Neto. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 345-346.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 362.

Entendendo o poema:

01 – Qual a metáfora central do poema e o que ela representa?

      A metáfora central é a da arquitetura como construção de "portas", representando a criação de espaços de abertura, liberdade e comunicação entre os homens. O poema contrasta essa visão com a arquitetura de "muros", que simboliza o isolamento e a opressão.

02 – Como o poema descreve a mudança na visão do arquiteto?

      Inicialmente, o arquiteto é idealista, buscando criar espaços que promovam a liberdade e a razão. No entanto, ele se torna amedrontado pela própria liberdade que criou e passa a construir espaços fechados e opressivos, revertendo ao isolamento.

03 – Qual a crítica social presente no poema?

      O poema critica a tendência humana de buscar segurança e controle, mesmo que isso signifique sacrificar a liberdade e a comunicação. Ele aborda a relação entre poder e espaço, mostrando como a arquitetura pode ser usada para oprimir ou libertar.

04 – Qual a importância da linguagem concreta e precisa no poema?

      João Cabral de Melo Neto utiliza uma linguagem precisa e objetiva, com termos técnicos de arquitetura, para construir a metáfora e transmitir sua mensagem de forma clara e concisa. Essa escolha estilística reforça a ideia de que a poesia pode ser construída com a mesma precisão de uma obra arquitetônica.

05 – Qual a interpretação possível para o final do poema, com a imagem do homem como "feto" em uma "capela útero"?

      O final do poema sugere um retorno ao estado de dependência e segurança, onde o homem se refugia em um espaço fechado e controlado, abdicando da liberdade e da autonomia. Essa imagem pode representar a busca por conforto e proteção, mesmo que isso signifique abrir mão da individualidade.

 

 

CRÔNICA: UMA CAMPANHA ALEGRE - FRAGMENTO - EÇA DE QUEIRÓS - COM GABARITO

 Crônica: Uma Campanha Alegre – Fragmento

              Eça de Queirós

        [...]

        II – Os quatro partidos políticos

        Há em Portugal quatro partidos: o partido histórico, o regenerador, o reformista, e o constituinte. Há ainda outros, mas anónimos, conhecidos apenas de algumas famílias. Os quatro par. tidos oficiais, com jornal e porta para a rua, vivem num perpétuo antagonismo, irreconciliáveis, latindo ardentemente uns contra os outros de dentro dos seus artigos de fundo. Tem-se tentado uma pacificação, uma união. Impossível! eles só possuem de comum a lama do Chiado que todos pisam e a Arcada que a todos cobre. Quais são as irritadas divergências de princípios que os separam? – Vejamos:

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrWP9ilHiPIldOTHMC6hV2G0ypnUbIvZtHTBzxfivVQIzuYw-aniLzaGQvQ0smSo33aLFcYSVTn-bWEtb3fUHM6Ajsr3PDItNRyuyJp8t4yLB_z2CpnO7WuVKFAWGubEkq-le5LZV0QTQw4FRU0rpI_tFIOeZ_yslGJDsS9N5PIwUZlKE9tL7Y6eJac_Y/s320/parlamento-portugal-10-mar-2024-02.png


        O partido regenerador é constitucional, monárquico, intimamente monárquico, e lembra nos seus jornais a necessidade da economia.

        O partido histórico é constitucional, imensamente monárquico, e prova irrefutavelmente a urgência da economia.

        O partido constituinte é constitucional, monárquico, e dá subida atenção à economia.

        O partido reformista é monárquico, é constitucional, e doidinho pela economia!

        Todos quatro são católicos.

        Todos quatro são centralizadores.

        Todos quatro têm o mesmo afeto à ordem.

        Todos quatro querem o progresso, e citam a Bélgica.

        Todos quatro estimam a liberdade.

        Quais são então as desinteligências? – Profundas! Assim, por exemplo, a ideia de liberdade entendem-na de diversos modos.

        O partido histórico diz gravemente que é necessário respeitar as Liberdades Públicas. O partido regenerador nega, nega numa divergência resoluta, provando com abundância de argumentos que o que se deve respeitar são – as Públicas Liberdades.

        A conflagração é manifesta!

        [...].

Eça de Queiroz. Obras de Eça de Queiroz. Porto, Lello, 1966. v. 3. p. 974-975.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 384.

Entendendo a crônica:

01 – Quantos partidos políticos são mencionados na crônica e como são descritos?

      A crônica menciona quatro partidos políticos: o histórico, o regenerador, o reformista e o constituinte. São descritos como estando em "perpétuo antagonismo", com divergências que, segundo o autor, são mais aparentes do que reais.

02 – Qual a principal crítica de Eça de Queirós em relação aos partidos políticos portugueses?

      A principal crítica é a de que, apesar das aparentes divergências, os partidos compartilham os mesmos princípios básicos e a mesma busca pelo poder. Ele satiriza a falta de substância nas discussões políticas da época.

03 – Quais os pontos em comum entre os quatro partidos, segundo a crônica?

      Todos os quatro partidos são descritos como: Constitucionais; Monárquicos; Preocupados com a economia; Católicos; Centralizadores; Defensores da ordem e do progresso; Apreciadores da liberdade.

04 – Como Eça de Queirós ironiza as divergências entre os partidos?

      Eça de Queirós ironiza as divergências ao mostrar que as discussões políticas são muitas vezes sobre detalhes sem importância, como a ordem das palavras em uma frase ("Liberdades Públicas" vs. "Públicas Liberdades").

05 – Qual a importância do Chiado e da Arcada no contexto da crônica?

      O Chiado e a Arcada são mencionados como espaços públicos frequentados por todos os partidos, simbolizando a superficialidade das divisões políticas e a proximidade física entre os oponentes.

06 – Qual o tom geral da crônica em relação à política portuguesa?

      O tom geral é de sátira e ironia, com Eça de Queirós usando o humor para criticar a falta de substância e a hipocrisia na política portuguesa.

07 – Qual a atualidade da crítica presente na crônica de Eça de Queirós?

      A crítica de Eça de Queirós à superficialidade das discussões políticas e à falta de substância nos debates ainda é relevante, pois muitas vezes a política contemporânea também é marcada por disputas vazias e pela busca pelo poder em si.