domingo, 29 de dezembro de 2024

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: ROBÔ BRASILEIRO TEM SUCESSO EM PREVER MORTES POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS - (FRAGMENTO) - P.WATANABE - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Robô brasileiro tem sucesso em prever mortes por doenças respiratórias – Fragmento

        Com inteligência artificial, pesquisadores da USP analisaram dados de pessoas de São Paulo com 60 anos ou mais

        Imagine prever com exatidão como e quando uma pessoa irá morrer. Uma realidade tão determinista parece um tanto distante —se é que é possível —, mas pesquisadores da USP conseguiram, com uso de machine learning (aprendizado de máquina), um elevado nível de predição de mortes por doenças respiratórias.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3dbOKy5rs5KGPmVOtr_0HCyDH8y_ItdK8po0Hzto2LgJd1IRQfz3Y_a1EpvR6WQOTv-nVqoHARGP4by679_TcGuJxEjUDf0FxfCBmJ2iA6-IjRFrpFoBEbM39beyEeECCbMv0kWb7u8gCrq3AaUtbTX0V-SQxhEciSjvTPlzTTEqtiprkx8MPeAnQTXk/s320/ROBO.jpg


        A partir de inteligência artificial, os cientistas conseguiram identificar até 88% de mortes por problemas respiratórias. Dentro do grupo de pessoas estudadas, os pesquisadores também fizeram uma classificação do menor ao maior risco para mortes por essas doenças. No conjunto com maior risco (25% da amostra), estavam 100% das mortes respiratórias.

        [...]

        A essa altura, você já deve, em algum momento dos últimos anos, ter ouvido falar em machine learning. A ideia é, de modo bem resumido e geral, alimentar um programa com um determinado volume de informações como forma de treinamento. O objetivo, nessa fase, é que a aplicação consiga perceber padrões nesses dados — que talvez escapem aos olhos humanos.

        Em seguida, outro conjunto de dados é apresentado ao programa para que ele tente identificar padrões — e apresente respostas que nós, humanos, não conseguimos dar.

        Pesquisadores da USP fizeram exatamente isso com dados de paulistanos com 60 anos ou mais coletados nas últimas duas décadas.

        Os cientistas do Labdaps (Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde) da faculdade de saúde pública da USP usaram a base de dados da pesquisa Sabe (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), da mesma faculdade, focada em pessoas da cidade de São Paulo com 60 anos ou mais.

        Na pesquisa do Labdaps publicada esta semana na revista Age and Ageing, foram observadas as causas de mortes das pessoas nos cinco anos posteriores às entrevistas feitas pela Sabe, que teve início em 2000, com coletas de dados em anos posteriores. Para o estudo com algorítmos de machine learning, os cientistas usaram os dados coletados em 2006 e 2010 pela Sabe, o que totalizou 1.767 pessoas.

        A Sabe, porém, não foi feita para apontar mortalidade. Por isso, os pesquisadores tiveram que cruzar essas informações com os dados de mortes do município de São Paulo.

        Com o cruzamento feito, o algoritmo de machine learning foi alimentado, para treinamento, com 70% do banco de dados. Os outros 30% foram usados para o teste de predição.

        Segundo os autores, trata-se de um dos estudos mais amplos já feitos com predição de morte em populações grandes. "O que existe na literatura é aplicação de machine learning para identificação de risco em populações específicas. Por exemplo, em pessoas que já apresentam problemas cardíacos, em pessoas que já têm diagnóstico de câncer", afirma Carla Nascimento, doutoranda em saúde pública pela USP, pesquisadora do Labdaps e uma das autores do estudo.

        [...]

        "Abre um leque de possibilidades de iniciar medidas preventivas ao ponto de conseguir evitar que a morte ocorra", diz Alexandre Chiavegatto Filho, diretor do Labdaps. "Não é algo 'você vai morrer e não tem o que fazer em relação a isso'. O grande interesse de saber é evitar que isso aconteça."

        [...]

        O diretor do Labdaps imagina que, quando estiverem amplamente disponíveis, mecanismos do tipo serão bem recebidos pela comunidade médica. Ele compara a situação com o aplicativo Waze, que apresenta opções de rota de acordo com inúmeros dados coletados aos quais o condutor não necessariamente teria acesso fácil.

        "É impressionante a quantidade de decisões difíceis e complexas que os médicos tomam ao longo do seu dia", diz Chiavegatto Filho. "O médico passa muito tempo coletando informações de pacientes e recebe de volta informações dispersas. Nada que unifique essa informação toda e ajude a tomar uma decisão. É isso que a inteligência artificial está trazendo."

WATANABE, P. “Robô brasileiro tem sucesso em prever mortes por doenças respiratórias.” Folha de São Paulo. 7 maio 2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2021/05/robo-brasileiro-tem-sucesso-em-prever-mortes-por-doencas-respiratorias.shtml. Acesso em: 2 jun. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 53-54.

Entendendo o artigo:

01 – Qual a principal descoberta da pesquisa realizada pela USP?

      A pesquisa conseguiu prever com alta precisão (até 88%) as mortes por doenças respiratórias em uma população idosa, utilizando técnicas de machine learning.

02 – Como os pesquisadores conseguiram essa alta taxa de precisão nas previsões?

      Os pesquisadores utilizaram um grande volume de dados de saúde de uma população idosa, alimentando um algoritmo de machine learning para identificar padrões e relações entre as variáveis, permitindo assim realizar previsões mais precisas.

03 – Qual o objetivo principal dessa pesquisa?

      O objetivo principal é desenvolver ferramentas que permitam identificar indivíduos com maior risco de morte por doenças respiratórias, a fim de implementar medidas preventivas e melhorar a qualidade de vida dessa população.

04 – Quais os benefícios dessa pesquisa para a área da saúde?

      Essa pesquisa abre caminho para o desenvolvimento de ferramentas de apoio à decisão médica, permitindo identificar precocemente pacientes de risco e implementar tratamentos personalizados, o que pode levar à redução da mortalidade por doenças respiratórias.

05 – Quais os dados utilizados na pesquisa?

      Os pesquisadores utilizaram dados da pesquisa Sabe (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), que coletou informações de saúde de pessoas com 60 anos ou mais na cidade de São Paulo.

06 – Como o machine learning foi utilizado nessa pesquisa?

      O machine learning foi utilizado para identificar padrões nos dados de saúde da população estudada, permitindo prever a ocorrência de mortes por doenças respiratórias. O algoritmo foi treinado com uma parte dos dados e testado com outra parte, para avaliar sua precisão.

07 – Quais as implicações futuras dessa pesquisa?

      Essa pesquisa demonstra o potencial da inteligência artificial para transformar a área da saúde, permitindo a criação de ferramentas mais precisas e personalizadas para a prevenção e tratamento de doenças. No futuro, essa tecnologia pode ser aplicada a outras doenças e populações, melhorando a qualidade de vida e a expectativa de vida das pessoas.

 

 

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: ABELHAS EM APUROS! - CRISTINA SANTOS - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Abelhas em apuros!

                 Cristina Santos

        Já ouviu falar que as abelhas estão desaparecendo em várias regiões do nosso planeta? Infelizmente, isso não é notícia falsa. Em várias partes do mundo as abelhas não têm retornado para a colmeia, após saírem para sugar o néctar das flores. No Brasil, os apicultores – que são especialistas em criação de abelhas – informam que as abelhas estão morrendo dentro das caixas de criação. Por que isso está acontecendo? Por que o desaparecimento das abelhas é uma preocupação? A CHC ajuda você a descobrir agora!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix5uy2AA-qKUoPkUjxwr0A5BOs21sGbT7PFhsW-R-0flE4lfRehRDY5WJ9Eyoc1rr9RtKoM6Q_DOH17QgC4T1AzP99eEDBhrQ-4xs5ZxGU7FT6U4StxSL7PAcgMXMg94nFq6gOogm2BeP8T64qo3xJpUGSrTLC4pOmQ6q41hdjen-8SlgCR0HkvrzpIjY/s1600/ABELHA.jpg


        Para entender a importância das abelhas, vamos começar imaginando-as na colmeia. Estão todas lá reunidas quando, de repente, bate aquela fome. Para encher a barriga, elas voam, pousam numa flor e se alimentam de seu néctar. Mas ainda não ficaram satisfeitas. Então, elas pousam em outra flor e sugam mais néctar. E assim vão fazendo até que decidem voltar para a colmeia.

        Acontece que, ao pousarem em uma flor, as abelhas levam consigo diversos grãos de pólen, que ficam grudados no seu corpo. Pousando em outra flor, esses grãos de pólen podem se soltar e cair no estigma, que é a parte feminina da flor. E aí o que acontece? A polinização!

        Quando uma flor é polinizada, ela dá origem a sementes, que ficarão envoltas pela polpa de um fruto.

        Pronto: você acaba de descobrir a importância das abelhas na natureza. Elas contribuem para a reprodução das plantas!

        Existem outros polinizadores naturais, como o vento, a água e até mesmo outros insetos que também se alimentam do néctar das flores. Mas não há dúvida, as abelhas são as principais polinizadoras em todos os ambientes terrestres do mundo.

         Flores polinizadas = alimentos!

        As flores polinizadas das plantas cultivadas na agricultura se transformam em sementes, que, por sua vez, se transformam nos alimentos que consumimos, como as frutas e os legumes.

        Algodão, soja, café, laranja, tomate, melão, castanha, canola, maçã, maracujá e caju são alguns dos exemplos de culturas que dependem da polinização para maior e melhor produção de frutos e sementes.

        Na natureza, as flores das plantas silvestres polinizadas pelas abelhas resultam na produção de mais frutos, que vão servir de alimento a uma incrível diversidade de animais. Ao se alimentarem dos frutos, os animais engolem as sementes, que sairão em suas fezes e, em contato com o solo e água, farão brotar novas plantas, que irão produzir flores e serão polinizadas pelas abelhas. É um ciclo que não acaba nunca! E no qual as abelhas têm um papel importantíssimo.

        O sumiço das abelhas

        Há muito tempo, os apicultores vem percebendo o desaparecimento das populações de abelhas.  A primeira notícia sobre o desaparecimento delas veio dos Estados Unidos, em 2006, quando os apicultores da Califórnia observaram grande perda de colônias de abelhas. No ano seguinte, apicultores de vários países da Europa observaram o mesmo fenômeno. No Brasil, os apicultores de diversos estados também vêm percebendo isso. E o pior: o número de perdas das colônias de abelhas só aumenta! Os pesquisadores deram a este desaparecimento das abelhas nas caixas (ou colônias) de criação o nome ‘Desordem do Colapso da Colônia’ (DCC).

        A principal causa da DCC tem sido explicada pelo uso excessivo de agrotóxicos nas lavouras. Os agrotóxicos são substâncias químicas usadas para matar insetos e outros organismos que possam atacar as plantações. Além disso, por falta do devido conhecimento, os agrotóxicos têm sido aplicados no período da floração – exatamente quando as abelhas visitam as flores em busca do néctar e pólen.

        Os principais estudos sobre a diminuição das populações de abelhas foram realizados com a abelha da espécie Apis mellifera e tem indicado que produtos químicos existentes nos pesticidas contaminam o néctar e o pólen das flores.  Os inseticidas podem provocar alterações no comportamento das abelhas. Após visitarem as flores contaminadas, as abelhas perdem a sua capacidade de aprendizado e memorização, causando a sua desorientação. Por isso, não conseguem mais voltar para a colônia e desaparecem em meio à natureza.

        Colônias contaminadas

        Quando as abelhas não retornam, ocorre o enfraquecimento da colônia, restando apenas a rainha, algumas poucas operárias jovens e as larvas. Mas também há problema quando as abelhas conseguem retornar a depois de sugar o néctar de flores com agrotóxicos: elas levam pólen contaminado para dentro das colônias. Isso reduz a movimentação e a capacidade de comunicação entre as abelhas afetando a divisão de trabalho, os cuidados com as larvas e a limpeza da colônia. Como as abelhas são insetos sociais, que se organizam na divisão dos trabalhos, essas alterações podem resultar em drásticos efeitos à sobrevivência da colmeia.

        Embora a maioria dos estudos aponte para relação do uso excessivo de agrotóxicos no desaparecimento das abelhas, outros fatores precisam ser investigados: como a ação de um novo parasita que possa estar atacando as abelhas, as mudanças climáticas ou talvez uma combinação desses fatores que podem estar deixando as abelhas mais frágeis, fazendo com que adoeçam e morram.

        Sem plantas no mundo

        A polinização é considerada um serviço ambiental muito valioso na produção de sementes e frutos das plantas. É através da polinização que mais da metade das plantas do mundo conseguem se reproduzir – estamos falando tanto da vegetação natural como da agricultura. Então, grandes perdas de populações de abelhas (sejam as criadas pelos apicultores ou aquelas existentes na natureza) podem levar a extinção de plantas e de animais que dependem das plantas para viver.

        Grandes perdas econômicas também podem ser esperadas na produção agrícola, porque a diminuição de polinizadores pode não causar a extinção por completo da planta cultivada, mas resulta na diminuição da quantidade e na perda de qualidade de frutos. Ou seja: se as abelhas desaparecem, a qualidade dos alimentos piora e os países perdem muito dinheiro.

SANTOS, Cristina. “Abelhas em apuros”. Ciência Hoje das Crianças – CHC. Disponível em: http://chc.org.br/artigo/abelhas-em-apuros. Acesso em: 8 jun. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 32-33.

Entendendo o artigo de divulgação científica:

01 – Qual o principal problema abordado no artigo?

      O desaparecimento das abelhas em diversas partes do mundo, um fenômeno conhecido como Desordem do Colapso da Colônia (DCC).

02 – Qual a principal função das abelhas para o ecossistema?

      As abelhas são os principais polinizadores do planeta, garantindo a reprodução de diversas plantas, incluindo aquelas que servem de alimento para humanos e animais.

03 – Qual a principal causa do desaparecimento das abelhas, segundo o artigo?

      O uso excessivo de agrotóxicos nas lavouras, que contaminam o néctar e o pólen das flores, afetando a saúde e o comportamento das abelhas.

04 – Quais as consequências do desaparecimento das abelhas para o meio ambiente e para a humanidade?

      A diminuição da biodiversidade, a redução da produção de alimentos e consequentes impactos econômicos são algumas das consequências do desaparecimento das abelhas.

05 – O que é a Desordem do Colapso da Colônia (DCC)?

      A DCC é um fenômeno que se caracteriza pelo desaparecimento inexplicado de abelhas operárias de uma colmeia, deixando a rainha, o alimento e as crias intactas.

06 – Quais outros fatores, além dos agrotóxicos, podem estar contribuindo para o desaparecimento das abelhas?

      Outros fatores como a ação de novos parasitas, as mudanças climáticas e a combinação desses fatores podem estar enfraquecendo as colmeias e contribuindo para o desaparecimento das abelhas.

07 – Qual a importância da polinização para a agricultura?

      A polinização é fundamental para a produção de sementes e frutos de diversas culturas agrícolas, garantindo a qualidade e quantidade dos alimentos que consumimos.

 

 

CONTO: GASPAR, EU CAIO! (FRAGMENTO) - RICARDO AZEVEDO - COM GABARITO

 Conto: GASPAR, EU CAIO! – Fragmento

            Ricardo Azevedo

        Noite escura no mato. Estrada de terra sem vivalma. O vento gemendo pelos galhos e as nuvens passando nervosas, querendo chover.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYMXMEkLQrDYB9dHfqluAVyl-WfOQACVZPGrLHwyZJDHcoaY-lhmhhyphenhyphenw2cHsSYphAKHxMGcoWjoSE0AJRK6ZeLzQNA4P7_mmaNQkfGaESp7p-IKQNVS6QBQgUBH2pcZquPjSrNywMtsSbCm48S5ZqQMkR046IsdHBWlZTntUVW5PEsoDYdHOiWd6UO3Wc/s320/NOITE%20ESCURA.jpg


        Um homem vem vindo lá longe. Devagarinho. Sem lua nem estrela para iluminar a viagem. Vem de sacola pendurada no ombro [...].

        Trovoada. Os pingos da chuva principiam a cair. O viajante aperta o passo. Na curva, dá com uma casa abandonada. Cai um raio de despedaçar árvore. A chuva aperta. Na porta da tapera tem uma cruz desenhada. O homem não quer saber de nada. Mete o pé na porta e entra.

        Dentro, um pouco de tudo. Pedaços de mobília, tigelas, troços e trecos jogados no escuro.

        O viajante faz fogo. Agachado, tira um pedaço de carne da sacola e bota para assar. Está morto de fome. Deita no chão e solta o corpo, esperando a comida ficar pronta.

        A chuva vai minguando. O mato fica quieto.

        De repente, o telhado range. De lá de cima, um gemido rabisca o ar:

        -- Gaspar!

        O homem estremece. Aperta os dentes. A luz do fogo é fraca. Não dá para ver nada.

        A voz chama e chama.

        -- Gaspar! 

        Já passa da meia-noite. Quem será?

        A voz insiste:

        Gaspar!

        O viajante pensa em fugir. Mas, e a carne? E o frio? E a chuva ameaçando cair? Encolhido num canto, o homem arrisca;

        -- Quem está aí?

        [...]

AZEVEDO, Ricardo. Meu livro de folclore. São Paulo: Ática, 19997. p. 33-34.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 40.

Entendendo o conto:

01 – Qual a principal motivação do viajante a buscar abrigo na casa abandonada?

a) Curiosidade em explorar um lugar desconhecido.

b) Necessidade de se proteger da chuva e do frio.

c) Desejo de encontrar comida e descansar.

d) Vontade de viver uma aventura.

02 – Qual a atmosfera criada pelo autor no início do conto?

a) De tranquilidade e paz.

b) De suspense e mistério.

c) De alegria e otimismo.

d) De tédio e monotonia.

03 – A voz que chama por "Gaspar" causa no viajante uma sensação de:

a) Calma e segurança.

b) Medo e incerteza.

c) Curiosidade e intriga.

d) Raiva e frustração.

04 – O fato da casa estar abandonada e ter uma cruz na porta contribui para:

a) Aumentar a sensação de perigo e mistério.

b) Transmitir uma ideia de paz e espiritualidade.

c) Criar um ambiente alegre e acolhedor.

d) Mostrar que o lugar é habitado por espíritos.

05 – Qual a principal característica do ambiente descrito no início do conto?

a) Claro e iluminado.

b) Acolhedor e convidativo.

c) Escuro e sombrio.

d) Colorido e vibrante.

 

 

SONETO: ETERNA MÁGOA - AUGUSTO DOS ANJOS - COM GABARITO

 Soneto: ETERNA MÁGOA 

             Augusto dos Anjos

O homem por sobre quem caiu a praga 

Da tristeza do Mundo, o homem que é triste 

Para todos os séculos existe 

E nunca mais o seu pesar se apaga! 

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTEjYgq8vPy-91PA3-RB-dfOp8DsX7WaaSSxCkjVAThx5SN28i7jHBvJFfJs1aFMo5yLoKhthDhIvrYCtS1PVlUGTNcoPR6vzi5u-ZK8PKdcH-mgd1vmTj7NMt_xTrZVfEhxeJKE4ekBTgsWC4aO3D1GPtW9MrK6x3SGQ9H_p5f2nkqKwBSypxRj4o2ZY/s1600/TRISTEZA.jpg

Não crê em nada, pois, nada há que traga 

Consolo à Mágoa, a que só ele assiste. 

Quer resistir, e quanto mais resiste 

Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga. 

 

Sabe que sofre, mas o que não sabe 

É que essa mágoa infinda assim, não cabe 

Na sua vida, é que essa mágoa infinda 

 

Transpõe a vida do seu corpo inerme; 

E quando esse homem se transforma em verme 

É essa mágoa que o acompanha ainda!

ANJOS, Augusto dos. In: GULLAR, Ferreira. Toda a poesia: Augusto dos Anjos.2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. p. 132.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 212.

Entendendo o soneto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Chaga: ferida, mal.

·        Infinda: interminável.

·        Inerme: indefeso.

02 – Qual a principal temática abordada no poema?

      A principal temática do poema é a angústia existencial e a inevitabilidade da dor. Augusto dos Anjos explora a condição humana marcada pela tristeza e pelo sofrimento, que se prolonga além da vida física, atingindo uma dimensão quase cósmica.

03 – Como é caracterizado o homem que sofre a "eterna mágoa"?

      O homem descrito no poema é caracterizado pela tristeza profunda e duradoura. Ele é um ser solitário, descrente e consumido pela angústia. Sua mágoa é tão intensa que transcende a vida física, acompanhando-o mesmo após a morte.

04 – Qual o papel da morte no poema?

      A morte, no poema, não representa um fim, mas uma continuação do sofrimento. A "mágoa infinda" transcende a vida física, acompanhando o homem mesmo após sua transformação em verme. A morte, portanto, não oferece alívio, mas apenas prolonga a angústia.

05 – Qual o sentimento predominante no poema?

      O sentimento predominante no poema é a angústia existencial. A sensação de sofrimento, solidão e desesperança permeia todos os versos, criando uma atmosfera de profundo pessimismo.

06 – Qual a relação entre o indivíduo e o universo no poema?

      O indivíduo, no poema, é apresentado como um ser insignificante diante da imensidão do universo e da eternidade do sofrimento. A "mágoa infinda" o aprisiona, impedindo-o de encontrar qualquer tipo de consolo ou transcendência. A relação entre o indivíduo e o universo é marcada pela indiferença e pela dor.

 

TEXTO: A ORIGEM DAS HQs - (FRAGMENTO) - NATANE CAVALCANTE - COM GABARITO

Texto: A origem das HQs – Fragmento

           Natane Cavalcante

        Não é de hoje que a humanidade busca se comunicar através de desenhos. A origem das histórias em quadrinhos remonta ao período pré-histórico. Os primeiros povos utilizavam a pintura rupestre para representar cenas do cotidiano e os desafios da caça, descritos em sequências de desenhos na parede das cavernas.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbHklRJTB1gMsPY_WCdliVGGEVdq_B8UeaMBdCPAteFZDjW5m9fLX5NK4kpQ3kPY18lP6LVW0XYtRnl3309uqcCO6S8BryeZMu07gc-x_3kPRzPH1y4-UOtNuuPyDdL3OGHJSkIoHmvRRH1jW_XUOlfYoKAguEg0vIY9BcuF9OhPjfnVs53kX3NL1keVY/s1600/HQS.png


        [...]

        A primeira história em quadrinhos com os recursos conhecidos hoje, ou seja, com os balões de diálogos, foi escrita pelo artista americano Richard Outcault em 1896. A HQ chamava-se The Yellow Kid (Garoto Amarelo), e inaugurou a publicação de quadrinhos nos jornais de Nova York. No início do século 20 as HQs tornaram-se um elemento indispensável nas páginas dos jornais, em formato de charges políticas e humorísticas, sendo consideradas um importante meio de comunicação. 

        A década de 1930 é classificada como a Era de Ouro das HQs, devido ao surgimento das histórias de super-heróis. O personagem Super-Homem marca o início dessa nova era e abre portas para as diversas histórias de aventura, fantasia e ficção científica. Com sua própria linguagem, os quadrinhos se expandiram por todo o mundo e conquistaram seu espaço para além das bancas de jornais: as HQs adaptaram-se à televisão e ao cinema, e passaram a carregar o título de nona arte. 

        [...]

CAVALCANTE, Natane. “A jornada das histórias em quadrinhos pelo mundo”. ECA – USP. Jornalismo Júnior. 23 out. 2020. Disponível em: http://jornalismojunior.com.br/a-jornada-das-histórias-em-quadrinhos-pelo-mundo. Acesso em: 25 maio 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 05.

Entendendo o texto:

01 – Qual a forma mais antiga de representação gráfica narrativa citada no texto?

      A pintura rupestre. A humanidade usava as paredes das cavernas para registrar suas histórias e experiências através de desenhos sequenciais.

02 – Quem é considerado o criador da primeira história em quadrinhos com os recursos que conhecemos hoje?

      Richard Outcault. Ele criou a HQ "The Yellow Kid" em 1896, introduzindo elementos como balões de diálogo e a publicação em jornais.

03 – Qual período é considerado a Era de Ouro das HQs e por quê?

      A década de 1930 é considerada a Era de Ouro das HQs devido ao surgimento dos super-heróis, como o Superman, que revolucionaram o gênero e popularizaram as histórias em quadrinhos.

04 – Qual a importância das HQs além do entretenimento?

      As HQs são consideradas a nona arte e possuem um papel importante na comunicação e na expressão artística. Elas podem transmitir informações, gerar debates e influenciar a cultura de uma sociedade.

05 – Como as HQs evoluíram ao longo do tempo?

      As HQs evoluíram de simples desenhos em cavernas para uma forma de arte complexa e diversificada. Passaram dos jornais para as revistas, e hoje são adaptadas para outros meios como televisão e cinema. A linguagem visual e narrativa das HQs também se tornou mais sofisticada ao longo dos anos.

  

POEMA EM PROSA: OS OLHOS DOS POBRES - (FRAGMENTO) - CHARLES BAUDELAIRE - COM GABARITO

 Poema em prosa: OS OLHOS DOS POBRES – Fragmento

                             Charles Baudelaire

        Ah! Então você quer saber por que a odeio hoje... Sem dúvida lhe será menos fácil compreendê-lo do que a mim explicá-lo; pois você é, acredito, o mais belo exemplo da impermeabilidade feminina que se possa encontrar.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1osWye123S4ku0h9li6OhgdGyy7oS8ed6jRxFR4EEcNpqEGunisTJpbsz6atKtpssZlsZTfzdvGIKqmChZ5c53pB8GF-uEmhyD-88c9u2s3LO4xOVEGxIoyexY01kX2nXtOYaa-ThyphenhyphenZBXJxQlyMWXbTCi5AsBayMMBCa57QY6I8iYHe6XwRNFA7oCkOw/s1600/CHARLES.jpg

        Havíamos passado juntos um longo dia, que me parecera curto. Tínhamos jurado um ao outro que todos os nossos pensamentos nos seriam comuns, e nossas duas almas, daquele dia em diante, não seriam mais do que uma só; sonho que, além de tudo, nada tem de original, a não ser que, sonhando por todos os homens, ainda não foi realizado por nenhum.

        Ao anoitecer, um pouco fatigada, você desejou sentar-se diante de um novo café, na esquina de um novo bulevar que, ainda cheio de entulho, já ostentava gloriosamente os seus esplendores inacabados. O café resplandecia.

        [...]

        Na calçada, diante de nós, víamos plantado um pobre homem dos seus quarenta anos, de ar fatigado, barba meio grisalha, que segurava por uma das mãos um menino e trazia no outro braço um pequeno ser ainda muito frágil, incapaz de caminhar. Servindo de ama, fazia os filhos respirarem o ar da noite. Todos em trapos. Eram três fisionomias extraordinariamente sérios, e seis olhos que contemplavam o novo café com admiração igual, mas diversamente colorida pela idade.

        Os olhos do pai diziam: – “Como é belo! Como é belo! Dir-se-ia que todo o ouro do pobre mundo foi transportado para estas paredes.” – Os olhos do menino: “Como é belo! como é belo! Mas é uma casa onde só podem entrar as pessoas que não é como nós.” – Os olhos do menorzinho, esses, de tão fascinados, revelavam apenas uma alegria estúpida e profunda.

        Dizem os cancionistas que o prazer torna a alma boa e abranda o coração. Em relação a mim, tinham razão as canções, naquela noite. Eu não só me sentia enternecido com essa família de olhos, senão também um pouco envergonhado de nossos copos e nossas garrafas, maiores que nossa sede. Voltava os meus olhores para os seus, querido amor, neles procurando ler o meu pensamento; mergulhava nos seus olhos tão belos e tão estranhamente doces, nos seus olhos verdes, habitados pelo Capricho e inspirados pela Lua, quando você me disse:

        – Que gente insuportável aquela, com uns olhos escancarados como portas-cocheiras!  Você não poderia pedir ao dono do café que os afastasse daqui?

        Tanto é difícil entenderem-se as criaturas, meu anjo querido, e tão incomunicável é o pensamento, mesmo entre aqueles que se amam!

BAUDELAIRE, Charles. Pequenos poemas em prosa. Trad. de Aurélio Buarque de Holanda. 2. ed. rev. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966. p. 79-80. Fragmento.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 214-215.

Entendendo o poema em prosa:

01 – De acordo com o texto, qual o significado da palavra portas-cocheiras?

      Portas largas e altas, por onde passam coches ou carruagens.

02 – Qual a principal dicotomia apresentada no fragmento?

      A principal dicotomia presente no fragmento é a oposição entre a riqueza e a pobreza, representada pela beleza e luxo do novo café e a miséria da família na calçada. Essa oposição revela a desigualdade social e a insensibilidade da burguesia diante do sofrimento alheio.

03 – Qual a reação da narradora ao ver a família pobre?

      A narradora inicialmente se sente comovida e envergonhada diante da pobreza da família. Ela reconhece a beleza e a dignidade nos olhos daquela família, contrastando com a sua própria superficialidade e consumismo.

04 – Qual a reação da amada do narrador?

      A amada do narrador, ao contrário da narradora, demonstra insensibilidade e desprezo pela família pobre. Ela deseja que a família seja retirada do local, revelando uma completa falta de empatia e compreensão pela situação dos menos favorecidos.

05 – Qual o papel dos olhos na construção do poema?

      Os olhos desempenham um papel fundamental no poema. Eles são a janela da alma, revelando os sentimentos, as emoções e as diferentes perspectivas de cada personagem. Através dos olhos, Baudelaire explora a complexidade da experiência humana e a desigualdade social.

06 – Qual a crítica social implícita no poema?

      O poema critica a desigualdade social e a insensibilidade da burguesia. Ao contrastar a beleza e o luxo do novo café com a miséria da família pobre, Baudelaire denuncia as injustiças sociais e a falta de empatia daqueles que possuem privilégios.

07 – Qual a importância do título "Os Olhos dos Pobres"?

      O título "Os Olhos dos Pobres" enfatiza a importância do olhar como meio de expressão e comunicação. Os olhos dos pobres revelam uma profundidade e uma dignidade que contrastam com a superficialidade daqueles que possuem tudo. O título também sugere uma crítica à sociedade que ignora o sofrimento dos mais desfavorecidos.

08 – Qual a mensagem principal do fragmento?

      A mensagem principal do fragmento é a necessidade de empatia e compreensão diante do sofrimento alheio. Baudelaire nos convida a olhar para além das aparências e a reconhecer a humanidade que existe em cada indivíduo, independentemente de sua condição social. O poema nos alerta para os perigos da indiferença e da insensibilidade, e nos convida a construir uma sociedade mais justa e igualitária.

 

CRÔNICA: O CASARÃO II - (FRAGMENTO) - LUIZ PAGNOSSIM - COM GABARITO

 Crônica: O casarão II – Fragmento

              Luiz Pagnossim

        [...]

        Chamei pelo meu amigo várias vezes. Por instinto, olhei para a janela, na qual havia visto o vulto. Nada além do vidro quebrado. Aquilo estava me deixando preocupado. Pensei em fugir. Mas não podia, afinal, tinha que encontrar o Dudu. O que teria acontecido com ele? Por que teria sumido? E aquele vulto na janela? Será que tinha alguma relação com aquele sumiço?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeez1PUS8SU7aJsaBGaOP7N2ji03gd50mBThDnNdTHg4XzpeN1BsdQKdJjQ5M_-L8jsdFpFFsGBEbWZBYl5IrSM8lfZJ3a7zS780dqYVs76MhePzxPFcEoqc5GVLoxB5CtcU-_CFBvoVfOuCNebRckYBs5sBWdH-9RnpReOnSpUa5g-RRYkeoodXDJc8Q/s320/CASARAO.jpg


        A chuva deu uma trégua, mas o vento forte continuava. Desesperadamente, corria por todos os cantos em torno do casarão, no meio do mato crescido e molhado pela chuva recente, mas nem sinal do meu amigo.

      Decidi sair daquele lugar e chamar alguém que pudesse me ajudar, contar para as pessoas o que havia acontecido. Foi quando senti a presença de alguém atrás de mim. Gritei, mas a voz saiu falha, esganiçada.

       Aquela presença tocou em meu ombro. Senti meu corpo gelar e parecia que ia perder os sentidos, porém, sua voz pedia, estranhamente, que eu não ficasse com medo:

        -- Não tenha medo. Eu sei onde está seu amigo. Ele caiu em um pequeno buraco perto do lago, ao sair correndo. Deve ter se assustado, ao me ver na janela. Sei que dizem que morri. Como pode ver, estou aqui e vivo. Venha, vamos buscar o seu amigo.

        Não consegui dizer sequer uma palavra. Eu acompanhava aquele homem com seus passos lentos. Ao chegarmos, lá estava o Dudu, tremendo e com frio. Retiramos meu amigo do buraco e expliquei que aquele era o dono da propriedade e que, de fato, estava vivo.

        O senhor voltou a pedir que não tivéssemos medo e que o acompanhássemos. Ao nos aproximarmos da porta de entrada da casa, ele nos convidou a entrar. A casa por dentro tinha o mesmo aspecto sombrio, mas não aterrorizante como o lado de fora. No que parecia ser a sala, havia um velho sofá rasgado e uma grande mesa sobre a qual se viam pedaços de madeira e instrumentos de entalhe. Em toda volta, prateleiras cheias de brinquedos de madeira feitos por ele. o senhor foi até uma delas e retirou dois brinquedos, dois cavalos entalhados, e estendeu-os em nossa direção. Depois, pediu que não contássemos a ninguém o que havia se passado no sítio e nem que ele estava vivo. Sorrimos e concordamos com o seu pedido.

        Voltamos ao sítio, eu e meu amigo, algumas vezes, depois dessa visita. O velho pouco sorria, no entanto, parecia amável, mesmo assim. Tempos depois, ele morreu, dessa vez, de verdade. E o portão do sítio foi fechado para sempre.

Luiz Pagnossim.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 29-30.

Entendendo a crônica:

01 – O que levou o narrador a procurar seu amigo Dudu no casarão?

a) A curiosidade em explorar um lugar desconhecido.

b) A necessidade de compartilhar uma aventura com o amigo.

c) A preocupação com o desaparecimento do amigo.

d) A vontade de desvendar o mistério do casarão.

02 – Qual a reação do narrador ao encontrar o velho dono do casarão?

a) Alegria por ter encontrado o amigo.

b) Medo e desespero diante da figura misteriosa.

c) Curiosidade sobre a história do lugar.

d) Raiva por ter sido enganado sobre a morte do velho.

03 – O que simbolizam os cavalinhos de madeira oferecidos pelo velho aos meninos?

a) A amizade e a conexão entre os personagens.

b) A infância e a inocência perdidas.

c) A promessa de segredo entre os três.

d) A esperança de um futuro melhor.

04 – Qual o significado do fechamento do portão do casarão após a morte do velho?

a) O fim de uma era e o início de outra.

b) A tentativa de esconder os segredos do lugar.

c) A tristeza pela perda do amigo.

d) O desejo de esquecer o que aconteceu.

05 – Qual a principal emoção transmitida pelo narrador ao longo da história?

a) Alegria.

b) Tristeza.

c) Medo.

d) Indiferença.

POEMA: MAIS LUZ! (A GUILHERME DE AZEVEDO) - ANTERO DE QUENTAL - COM GABARITO

 Poema: Mais Luz!

(A Guilherme de Azevedo)

Amem a noite os magros crapulosos,
E os que sonham com virgens impossíveis,
E os que inclinam, mudos e impassíveis,
À borda dos abismos silenciosos...

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf8m03tY9SNEWhzGO-YezopmYDdozSikukBgTCfzNbyWgVOJbg4BCnDJ9hyphenhyphen3ZOI5Jgd445NPq8iKzvoGgOPwk4y1oXMS6aC9sv8COw7Z_05-Ekrmq-nW1OiMdmzXa222T7ntvIk9ebFx_jT_dK3giloFkhen83pUFqdqvwBMv5ea_oSQ6Dkb-_L8GLx7w/s320/NOITE.jpg



Tu, lua, com teus raios vaporosos,
Cobre-os, tapa-os e torna-os insensíveis,
Tanto aos vícios cruéis e inextinguíveis,
Como aos longos cuidados dolorosos!

Eu amarei a santa madrugada,
E o meio-dia, em vida refervendo,
E a tarde rumorosa e repousada.

Viva e trabalhe em plena luz: depois,
Seja-me dado ainda ver, morrendo,
O claro sol, amigo dos heróis!

QUENTAL, Antero de. In: GRUNEWALD, José Lino (Org.). Antologia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 149.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Mais Luz!: acredita-se que essas foram as últimas palavras pronunciadas pelo escritor romântico Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) antes de morrer.

·        Crapulosos: devassos, libertinos.

·        Rumorosa: ruidosa, barulhenta.

02 – Qual a principal oposição apresentada no poema?

      A principal oposição presente no poema é entre a noite e o dia, representando, respectivamente, a escuridão, o vício, a inércia e a morte, e a luz, a vida, o trabalho e a heroísmo. Cruz e Sousa contrapõe a vida ativa e iluminada à passividade e à obscuridade.

03 – Que sentimentos e sensações o poeta busca evocar nos leitores ao descrever a noite?

      Ao descrever a noite, o poeta busca evocar sentimentos de melancolia, passividade e vício. A imagem da lua "vaporosa" que "cobre-os, tapa-os e torna-os insensíveis" reforça a ideia de um estado de letargia e apatia.

04 – Qual a relação entre a luz e a figura do herói?

      A luz é associada à figura do herói, pois representa a força, a coragem e a ação. O poeta expressa o desejo de viver e trabalhar sob a luz do sol, como um herói que enfrenta os desafios da vida com determinação.

05 – Qual a importância do trabalho na visão do poeta?

      O trabalho é visto como uma atividade essencial para a vida e para a realização pessoal. O poeta valoriza a vida ativa e produtiva, em oposição à ociosidade e à contemplação passiva.

06 – Quais as características do Simbolismo presentes no poema?

      O poema apresenta diversas características do Simbolismo, como:

      Sinestesia: Mistura de sensações diferentes, como em "raios vaporosos".

      Musicalidade: Uso de aliterações e assonâncias para criar um efeito musical.

      Subjetivismo: Expressão de sentimentos e sensações pessoais do poeta.

      Correlação entre o mundo interior e o exterior: A noite representa o interior sombrio do indivíduo, enquanto a luz simboliza a busca pela iluminação espiritual.

      Valorização da sugestão: As imagens são utilizadas para sugerir ideias e sensações, em vez de descrevê-las de forma objetiva.