quinta-feira, 5 de julho de 2018

TEXTO: CHUVA - EDSON GABRIEL GARCIA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: Chuva
                            Edson Gabriel Garcia

        A primeira meia dúzia de pingos de chuva caiu de manso, apesar do escuro que o céu prometia desabar sobre o pedaço da cidade.
        À saída da escola, nos portões abertos para a pequena multidão de alunos alegres com o final das aulas, misturavam-se chuva, gritos, guarda-chuvas, mais gritos, buzinas, olhares, corre-corre.
     Dali, de onde eu estava, escondido sob a laje do pavimento de cima, podia vê-la mexendo na mala escolar, à procura de alguma coisa. Um guarda-chuva, certamente.
      Quando ela viu que ele a olhava, desviou o verde de seus olhos e continuou, embaraçada, procurando o guarda-chuva. Até encontrá-lo.
        Ele foi aproximando dela. Parecia pouco à vontade, mas decidido. Havia tempo ele a paquerava, de longe. Até achava ser correspondido.
      Ela, desajeitada, abriu o guarda-chuva e preparou-se para enfrentar a água que agora caía bem mais forte.
        -- Vou lá perto de sua casa, me dá uma carona no guarda-chuva?
        O preto dos olhos dele fazendo a pergunta corajosa para os olhos verdes dela, quase vermelhos de vergonha.
        -- Se você quiser...
        -- Claro que quero. Não trouxe guarda-chuva, e se entrar nessa me molho todo.
        -- Então vamos.
        O guarda-chuva aberto acolheu os dois. Próximos, emparelhados, roçando roupa com roupa, o coração dando pulos de contentamento.
        -- Que chuva, né?
        -- Inda mais sem esperar!
        Um passo mal dado, uma poça d'água recém nascida, e os ombros se tocaram num primeiro encontro, quase ingênuo.
        -- Desculpe.
        -- Não foi nada!
        A chuva aumentou a intensidade. Caía mais forte e escorria, danada e zombeteira, pelas abas do guarda-chuva.
        -- Você está se molhando.
        -- Você também.
        -- Não faz mal. Me dê sua mala, deixe que eu levo. Assim você fica livre para segurar o guarda-chuva.
        -- Obrigado.
        Na passagem da mala, dela para ele, as mãos molhadas se tocaram levemente. O coração acelerou o ritmo e o rosto avermelhou-se.
        A chuva ficou mais forte.
        -- Estamos nos molhando muito, vamos parar?
        -- Não, chuva é gostoso. Faz bem. É banho diferente. Lava tudo!
        -- Por minha culpa você está se molhando...
        -- Que nada, de qualquer jeito, nessa chuva, eu ficaria molhada... o guarda-chuva é pequeno...
        -- É...
        Instintivamente ele passou o material para a mão direita e pôs seu braço esquerdo sobre o ombro dela.
        -- Se a gente se aperta um pouquinho debaixo do guarda-chuva, se molha menos.
        -- Acho que sim...
        O braço puxou o corpo dela para junto do corpo dele. O coração bateu mais depressa, o rosto queimava fogo, os corpos molhados vibravam.
        -- Já estou quase chegando. Minha casa é aquela de muro vermelho...
        -- Poxa, foi tão rápido...
        Ele estreitou ainda mais o braço molhado. Não sentiu resistência. Ela soltava sua emoção, esparramada pelo corpo, para o braço do parceiro.
        Apenas o cabo do guarda-chuva separava o desejo dos dois. Que engraçado: apenas um pedaço roliço de madeira limitando a geografia quente dos corpos. Em cima, embaixo, por todos os lados, a chuva forte derramava água farta, festejando o encontro juvenil.
        -- Posso falar com você outra vez?
        -- Na escola?
        -- Também.
        Ela tingiu de brilho novo o verde dos olhos e respondeu com voz úmida, porém firme:
        -- Pode...
        -- Amanhã?
        -- Pode...
        Eles selaram o acordo com o estreitamento maior das roupas molhadas.
        -- Faz tempo que eu queria falar com você.
        Ela sorriu e deixou escapar:
        -- Eu também.
        A casa de muro vermelho chegou perto deles.
        -- Cheguei.
        -- Que pena!
        -- Você quer ficar com meu guarda-chuva?
        -- Não, já estou todo molhado.
        -- Leva...
        -- Não...
        -- ...
        -- ...
        O coração a mil, bateria louca de escola de samba em dia de desfile, o corpo molhado, a boca seca, o rosto pegando fogo. Estavam um em frente ao outro, debaixo da chuva forte.
        De onde eu estava, protegido pela chuva, eu vi o guarda-chuva inclinar- se levemente para trás, cobrindo minha visão. Imaginei que esta manobra acidental me impediu de ver um beijo, tamanha foi a pressa com que ela entrou em casa e tamanha a alegria com que ele enfrentou a chuva, atirando para cima alguns cadernos, pulando poças e esticando braços e pernas numa sinfonia encharcada.
        Foi mais ou menos assim que eu vi esse primeiro encontro dos dois. Foi mais ou menos assim que ele me contou.
        Foi assim, sem dúvida, que perdi minha primeira namorada.

                                         Edson Gabriel Garcia. Pedaços de paixão.
                                                       6. ed. São Paulo: Moderna, 1989.
Entendendo o texto:
01 – Dê o significado das palavras abaixo:
·        Acolheu: abrigou.
·        Vibraram: estremeciam.
·        Ingênuo: puro, inocente.
·        Roliço: arredondado.
·        Instintivamente: sem pensar.
·        Selaram: firmaram.

02 – Reescreva as frases, substituindo as palavras destacadas por sinônimos:
a)   O guarda-chuva aberto acolheu os dois.
O guarda-chuva aberto abrigou os dois.

b)   Havia tempo que ele a paquerava, de longe.
Havia tempo que ele a namorava, a distância.

03 – Explique, a seu modo, o sentido das expressões em destaque:
a)   “O coração a mil, bateria louca de escola de samba em dia de desfile, o corpo molhado, a boca seca, o rosto pegando fogo.”
A mil: acelerado como louco.
O rosto pegando fogo: o rosto vermelho, quente.

b)   “... a chuva forte derramava água farta.”
Água farta: muita água.

c)   “... apenas um pedaço roliço de madeira limitando a geografia quente dos corpos.”
A geografia quente dos corpos: o contorno dos corpos quentes pela emoção.

04 – “Instintivamente ele passou o material escolar para mão direita e pôs seu braço sobre o ombro dela."
a)   (  ) espontaneamente.
     b) (X) delicadamente
     c) (  ) ajeitadamente.

05 – “A chuva aumentou a intensidade. Caía mais forte e escorria danada e zombeteira, pelas abas do guarda-chuva”.
a)    (X) fortemente.
b)  (  ) debochada
c)  (  ) brincalhona

06 – “A chuva forte derramava água farta, festejando o encontro juvenil".
a)   (  ) de idosos.
     b) (  ) clube de futebol de adolescentes
     c) (X) de adolescentes.

07 – Uma característica física da garota e do garoto.
      Da garota: Os olhos verdes.
      Do garoto; Os olhos preto.

08 – A frase que comprova a presença do narrador observando todo o encontro das personagens.
      Foi mais ou menos assim que eu vi esse primeiro encontro dos dois.

09 – De acordo com a descrição do 2º parágrafo, podemos perceber que há:
a)   (X) muito barulho, algazarra devido ao final das aulas.
     b) (   ) desespero por causa da chuva.
     c) (   ) alegria dos estudantes por ser um dia especial.

10 – Dê o antônimo (significado contrário) das palavras sublinhadas na frase abaixo:
        “A chuva aumentou a intensidade. Caía mais forte e escorria, danada e zombeteira.”
      A chuva diminuiu a intensidade. Caía mais fraco e escorria, bondosa e brincalhona.

11 – Nesse conto "Chuva", o narrador mostra que, à medida que a chuva aumenta, os dois jovens também se aproximam. Para perceber isso melhor, numere as frases, ordenando-as na sequência em que aparecem no texto, comprovando o aumento gradativo da chuva e a aproximação do casal.
a)   (4) "a chuva aumentou de intensidade".
     b) (1) "a primeira meia dúzia de pingos de chuva caiu de manso"
     c) (6) "em cima, embaixo, por todos os lados, a chuva forte derramava água farta, festejando o encontro juvenil."
     d) (5) "apenas o cabo do guarda-chuva separava o desejo dos dois"
     e) (2) "ele foi se aproximando"
     f) (3) "um passo mal dado, uma poça d'água recém nascida, e os ombros se tocaram num primeiro encontro, quase ingênuo."

12 – Assinale as opções onde ocorrem os fatos.
a)   (X) saída da escola.
     b) (   ) na sala da aula
     c) (X) na rua indo para casa dela
     d) (X) no portão da casa dela
     e) (   ) no shopping.

13 – No início do texto o autor diz: "A primeira meia dúzia de pingos da chuva caiu de manso". Com isso ele afirma:
     a) (   ) que ele contou os pingos da chuva.
     b) (X) que a chuva ainda estava fraca.
     c) (   ) que a chuva estava muito forte.

14 – Em que fase da vida das personagens acontecem os fatos?
      Na adolescência.

15 – Qual é o assunto do texto?
      O primeiro encontro de dois jovens que se gostam.

16 – Você acha que já existia alguma coisa entre o menino e a menina? Justifique.
      Resposta pessoal do aluno.

17 – O que ficamos sabendo sobre o narrador, no final da história?
      Que ele gostava da menina também.








CONTO: O HOMEM QUE ESPALHOU O DESERTO - IGNÁCIO DE LOYOLA - COM GABARITO

CONTO: O homem que espalhou o deserto
                                            Ignácio de Loyola


        Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal, cortando folhas das árvores.
        Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não andava em más companhias. E sempre que o menino apanhava o seu caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com a tesoura: tome filhinho, venha brincar com as suas folhas. Ele voltava e cortava. As árvores levavam vantagem, porque eram imensas e o menino pequeno.
        O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia-a-dia constante, de manhã à noite.
        Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria ir à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. À noite, com uma pedra de amolar, afiava bem os cortes, preparando-as para as tarefas do dia seguinte.
        Às vezes, deixava aberta a janela, para que o luar brilhasse nas tesouras polidas. A mãe, muito contente, apesar do filho detestar a escola e ir mal nas letras. Todavia, era um menino comportado, não saía de casa, não andava em más companhias, não se embriagava aos sábados como os outros meninos do quarteirão, não frequentava ruas suspeitas onde mulheres pintadas exageradamente se postavam às janelas, chamando os incautos. Seu único prazer eram as tesouras e o corte das folhas.
     Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma semana para limpar a jabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele precisou recomeçar.
    Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e destruído ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e reviver.
        Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um machado.
        Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do abacateiro. Levou dez dias, porque não estava habituado a manejar machados, as mãos calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado.
        Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos, atacava, limpava, deixava os montes de lenha arrumadinhos para quem quisesse se servir. Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em via de vende-los para fábricas ou imobiliárias e precisavam de tudo limpo mesmo.
        E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou uma secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu edifícios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados Unidos e Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar.
        E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada. E então, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel técnicos especializados em tornar férteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto as árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho sua profissão.

 BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras proibidas.
Rio de Janeiro. Editora Codecri, 1979.
Entendendo o texto:
01 – Reescreva as frases, substituindo as palavras ou expressões destacadas por outras de sentido semelhante.
a)   O desbastamento das árvores tinha afugentado os pássaros.
Espantoso, afastado, mandado embora.

b)   O seu cérebro era diminuto.
Muito pequeno, miúdo, reduzido.

c)   Chegaram máquinas do estrangeiro.
De outros países, do exterior, de fora do país.

d)   Eles voltaram peritos de primeira linha.
Especialistas, entendidos; de alto nível, de alta categoria.

e)   Costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal.
Pegar.

02 – Escreva uma frase empregando o verbo apanhar em sentido diferente do que foi usado no texto.
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Procure no dicionário o sentido de outras palavras do texto como:
·        Calcinado: Aquecido, reduzindo a carvão ou cinzas.
·        Impulsão: impulso.
·        Manejar: mover, executar com as mãos.

04 – Assinale as características da personagem principal do texto:
(X) Compulsivo.
(  ) Alegre.
(X) Destruidor.
(X) Obsessivo.
(  ) Amigo do meio ambiente.
(X) De inteligência diminuta.

05 – Observe a frase: “As árvores eram imensas e o menino pequeno.”
a)   Que palavras da frase indicam contraste, isto é, têm sentido oposto?
Imensas e pequeno.

b)   Agora, escreva expressões que indiquem ideias contrárias às seguintes:
·        Afugentando pássaros: atraindo pássaros.
·        Destruindo ninhos: construindo ninhos.
·        As árvores levavam vantagem: as árvores levavam desvantagem.

06 – Na sua opinião, que ensinamentos podemos tirar da leitura do texto?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Use o prefixo re e observe a mudança que ele traz para as palavras:
·        Cortando folhas: recortando folhas.
·        Adquirir a prática: readquirir a prática.
·        Organizar uma agenda: reorganizar uma agenda.
·        Construiu edifícios: reconstruiu edifícios.

08 – Preencha as lacunas, escrevendo o adjetivo e o substantivo dos verbos abaixo:
        VERBO                     ADJETIVO                     SUBSTANTIVO
·        Silenciar                   silencioso                       silêncio.
·        Habituar                    habituado                      hábito.
·        Satisfazer                 satisfeito                        satisfação.
·        Devastar                   devastador                    devastação.
·        Destruir                     destruidor                      destruição.

09 – Existe relação entre o texto e a realidade que vivemos hoje? Explique.
      Resposta pessoal do aluno.

10 – Você gostou do texto? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

11 – Que outro título você daria ao texto?
      Resposta pessoal do aluno.


quarta-feira, 4 de julho de 2018

MÚSICA: A PAZ - GILBERTO GIL - COM QUESTÕES GABARITADAS


Música: A Paz
                                         Gilberto Gil

A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais

A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais".
                                            Composição: Gilberto Gil / João Donato
Entendendo a canção:

01 – Qual a contradição apontada pelo texto?
      Fala da contradição entre a paz e a guerra.
      Exemplo: “A paz fez um mar da revolução
                       Invadir meu destino; A paz
                       Como aquela grande explosão
                       Uma bomba sobre o Japão
                       Fez nascer o Japão da paz.”

02 – O que você sabe a respeito da bomba que jogaram sobre o Japão? Comente:
      Em 06 de agosto de 1945, um Boeing lançou uma bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, a mando do governo dos Estados Unidos e causou a morte de mais de 140 mil pessoas.
      Dois dias depois, dia 08, uma bomba mais poderosa foi lançada em Nagasaki, onde cerca de 70 mil pessoas morreram.

03 – Que mensagem a canção lhe transmitiu? 
      Fala que apesar de tanta contradição, como por exemplo, precisar ter guerra para ter com resultado a paz, todos queremos amor e paz.

04 – Qual é o assunto no texto. A guerra ou a paz? Justifique.
      O autor fala da guerra no Japão, da bomba retratando uma nova situação diante do caos ocasionado por essa explosão, ou seja, a paz. Então ele trata da paz, conforme o título.

05 – A qual acontecimento histórico o texto se refere?
      Final da Segunda Guerra – Bomba Atômica em Hiroshima e Nagasaki.

06 – Transcreva os versos que registram esse acontecimento.
      “Uma bomba sobre o Japão
       Fez nascer o Japão da paz.”

07 – Que expressões do texto sugerem fim?
      A última estrofe: “Eu vim
                                  Vim parar na beira do cais
                                  Onde a estrada chegou ao fim
                                  Onde o fim da tarde é lilás
                                  Onde o mar arrebenta em mim
                                  O lamento de tantos "ais".”




FILME(ATIVIDADES): A MISSÃO - ROLAND JOFFÉ - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Filme(ATIVIDADES): A MISSÃO

Fonte da imagem- https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fvirtudecidadania.blogspot.com%2F2016%2F06%2Fa-missao-evangelizacao-dos-indigenas.html&psig=AOvVaw3hIxmHp2AWpCCscflztsqP&ust=1620485157512000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICe1ufnt_ACFQAAAAAdAAAAABAD

Data de lançamento desconhecida (2h 05min)
Direção: Roland Joffé
Gêneros DramaAventura
Nacionalidades EUAReino Unido

SINOPSE E DETALHES
        No final do século XVIII Mendoza (Robert De Niro), um mercador de escravos, fica com crise de consciência por ter matado Felipe (Aidan Quinn), seu irmão, num duelo, pois Felipe se envolveu com Carlotta (Cherie Lunghi). Ela havia se apaixonado por Felipe e Mendoza não aceitou isto, pois ela tinha um relacionamento com ele. Para tentar se penitenciar Mendoza se torna um padre e se une a Gabriel (Jeremy Irons), um jesuíta bem intencionado que luta para defender os índios, mas se depara com interesses econômicos.

Entendendo o filme:
01 – O filme se passa em 1758 na fronteira de quais países? 
      Brasil-Paraguai-Argentina.

02 – Explique o que foram as missões jesuíticas e a ação dos bandeirantes contra os indígenas?
      As missões eram povoados indígenas criados e administrados por Padres Jesuítas no Brasil Colônia, entre os séculos 16 e 18. O principal objetivo era catequisar os índios.
      Já a missão dos bandeirantes era a exploração das riquezas naturais da terra e como não havia mão-de-obra suficiente os bandeirantes apreendiam nativos para trabalho forçado e escravo.

03 – Diga os pontos positivos e negativos da ação dos Jesuítas com os indígenas. 
      Usavam música, os protegiam, mas os aculturavam.

04 – Por que o Bandeirante Rodrigo matou o rapaz? Como ele resolve pagar penitência? No que ele se tornará? 
      Amante da mulher, é preso e escolhe pagar uma penitência trabalhando com os jesuítas. Depois dos indígenas “aceitarem” ele, virará um padre jesuíta.

05 – Por que os indígenas tinham o costume de matar o segundo filho? 
      Para poder fugir com mais tranquilidade.

06 – Apesar dos espanhóis negarem, havia escravidão indígena no lado português e espanhol? 
      Os dois países formavam um Reino Unido e espanhóis escravizavam indígenas, comprando de portugueses.

07 – Por que Portugal e Espanha queriam que jesuítas fossem expulsos das colônias? 
      Marquês de Pombal de Portugal era contrário a presença dos jesuítas.

08 – Por que um cardeal enviado pela Igreja Católica inspecionava as missões jesuítas (como em São Carlos e São Miguel)?
      O cardeal foi enviado após saber que as missões jesuítas estavam desaparecendo.

09 – Faça uma crítica às missões. 
      Não escravizavam, mas aculturava indígena e fazia-os trabalhar servilmente.

10 – Porque os indígenas conjuntamente com os jesuítas rompem com a Igreja e começam uma guerra contra os colonizadores? 
      Os índios seriam obrigados a sair da missão, ir desprotegidos para a floresta para serem perseguidos e escravizados. Os jesuítas ficarão a favor dos indígenas.

11 – O que acontecerão com os jesuítas e os indígenas?
      Jesuítas serão expulsos de Portugal / Espanha / França / Itália / Igreja Católica e a maioria dos indígenas serão mortos, escravizados e aculturados.

12 – O que ocorreu na batalha da missão de São Carlos? 
      Os jesuítas se juntam aos indígenas, matam espanhóis, mas foram massacrados e mortos.

FÁBULA PARA SÉRIES INICIAIS: O QUE VALE UM AMIGO - COM GABARITO

Fábula: O QUE VALE UM AMIGO

    – O meu amigo não voltou do campo de batalha. Meu comandante, solicito autorização para ir buscá-lo.
        Respondeu o oficial:
      – Autorização negada! Não quero que você arrisque a vida por um homem que, provavelmente, está morto!
        O Soldado ignorando a proibição saiu e uma hora mais tarde voltou mortalmente ferido, transportando o cadáver do seu amigo.
        O oficial estava furioso:
        – Eu não lhe disse que ele estava morto?
        – Diga-me, valia a pena ir até lá para trazer um cadáver?
        E o soldado, moribundo, respondeu:
        – Claro que sim, meu comandante! Quando o encontrei, ele ainda estava vivo e disse-me: “Tinha a certeza que virias!”
      Moral: “Um amigo é aquele que chega quando todos já se foram”.

                                                                            Autor desconhecido.
Entendendo a fábula:

01 – Qual é o título do texto?
      O título do texto é “O que vale um amigo”.

02 – Quantos parágrafos há no texto?
      O texto tem 10 parágrafos.

03 – Quais são os personagens da história?
      Os personagens da história são o soldado, o comandante e o amigo do soldado.

04 – Em que local se passa a história?
      A história se passa em um campo de batalha.

05 – Qual era o problema do soldado?
      O soldado estava preocupado, pois seu amigo não tinha voltado e ele queria buscá-lo.

06 – Qual era a opinião do comandante sobre esse problema?
      O comandante não deixou que o soldado fosse buscar o amigo, pois ele não queria que o soldado arriscasse a vida por um homem provavelmente morto.

07 – O que o soldado fez para resolver seu problema?
      Ele desobedeceu o comandante e foi resgatar o amigo.

08 – Quando o soldado voltou o que aconteceu?
      Ao voltar ele estava mortalmente ferido, trazendo o amigo morto e enfrentou o oficial furioso.

09 – Valeu a pena o soldado ariscar-se para buscar o amigo? Justifique sua resposta.
      Valeu a pena, pois quando ele encontrou o amigo, este ainda estava vivo e disse que sabia que ele viria.

10 – Explique a moral da história:
      A moral da história é que o verdadeiro amigo é aquele que está com você quando todos nos abandonam e é aquele com quem sempre se pode contar.

 "Cada boa ação que você pratica é uma luz que você acende em torno dos seus próprios passos" Chico Xavier

CONTO AFRICANO: AS DUAS MULHERES E O CÉU - IIAN BRENMAN - COM GABARITO


Conto: As duas mulheres e o Céu


    No começo dos tempos, a distância entre o céu e a terra era bem pequena: não passava da altura de uma girafa.
       Certo dia, numa aldeia africana, duas mulheres estavam com os seus pilões amassando grãos de trigo. As duas não paravam de falar. Era uma fofoca atrás da outra. Uma delas, empolgando-se muito com o falatório, levantou o pilão tão alto que fez um furo no céu.
         –Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! – gritou o céu.
        Tão animadas com a conversa estavam as duas mulheres, que não ouviram o grito.
        Acontece que não parou por aí. O espaço celeste começava a ganhar furos e mais furos porque as duas mulheres, de tão empolgadas com a conversa, não perceberam que seus pilões rasgavam o céu, que continuava a gritar.
        Lá em cima, o tapete azulado chorou, berrou e nada adiantou. Finalmente, tomou uma decisão:
        – Assim não dá mais, vou me afastar da terra o máximo que puder.
        Subiu, subiu o mais alto que pôde. Quando chegou lá no topo do mundo, sossegou:
        – Aqui está bom. Ninguém mais vai conseguir me furar.
        Todos os furos que as duas mulheres fizeram nunca mais foram fechados. Os africanos dizem que esses furos podem ser vistos diariamente durante a noite: são as estrelas do céu.

BRENMAN, Ilan. “As narrativas preferidas de um contador de histórias”. Difusão Cultural do Livro, 2005.
Entendendo o conto:

01 – Qual é a principal intenção do texto:

a)   Defender uma opinião sobre o surgimento do universo.

b)   Explicar o surgimento das estrelas do céu.

c)   Dar informações sobre o céu.

d)   Apresentar o continente africano.

02 – Qual o principal fato que motivou a história?

a)   “[...] duas mulheres estavam com os seus pilões amassando grãos de trigo.”

b)   “As duas não paravam de falar.”

c)   “Era uma fofoca atrás da outra.”

d) “Uma delas ... levantou o pilão tão alto que fez um furo no céu.”


03 – O conto africano acima é de natureza:
a) ficcional
b) científica
c) jornalística
d) didática

04 – Predomina no texto:
(x) a linguagem formal.
( ) a linguagem informal.

05 – Identifique a finalidade do texto “As duas mulheres e o Céu”:
a) defender uma opinião sobre o surgimento do universo.
b) explicar o surgimento das estrelas do céu.
c) dar informações sobre o céu.
d) apresentar o continente africano.

06 – O segundo parágrafo do texto apresenta o fato que motivou a história. Aponte-o:
a) “[...] duas mulheres estavam com os seus pilões amassando grãos de trigo.”
b) “As duas não paravam de falar.”
c) “Era uma fofoca atrás da outra.”
d) “Uma delas ... levantou o pilão tão alto que fez um furo no céu.”

07 – No trecho “–Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! – gritou o céu.”, a reação do céu ao furo foi representada por meio de:
a) um verbo que exprime dor.
b) um substantivo que exprime dor.
c) uma interjeição que exprime dor.
d) um adjetivo que exprime dor.

08 – Segundo o texto, qual foi a atitude das mulheres diante do grito do céu?
      As mulheres continuaram conversando, de modo empolgado. Desse modo, não perceberam o grito do céu, que foi sendo furado mais e mais com os pilões.

09 – O céu começa a resolver o problema quando:
a) chora e berra muito.
b) decide afastar-se da terra o máximo que puder.
c) sobe o mais alto que pode.
d) chega ao topo do mundo.

10 – De acordo com o conto africano, os furos no céu, feitos com os pilões pelas duas mulheres da aldeia, tiveram uma consequência. Identifique-a:
      Os furos no céu, feitos com os pilões pelas duas mulheres da aldeia, nunca foram fechados. Segundo os africanos, esses furos são as estrelas do céu.

11 – O conto apresenta duas expressões que retomam o termo “céu”, evitando a repetição. Localize-as:
      As expressões “O espaço celeste” e “o tapete azulado” retomam o termo “céu”.