quarta-feira, 1 de julho de 2020

POEMA: ENCOMENDA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

Poema: ENCOMENDA

            Cecilia Meireles


Desejo uma fotografia
como esta — o senhor vê? — como esta:
em que para sempre me ria
como um vestido de eterna festa.

Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.

Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.

Cecília Meireles.

Entendendo o poema:

01 – Assinale a alternativa correta:

a)   O verso 5 constitui a causa para a proposição feita no verso 6.

b)   Mantém-se a busca do riso e da festa desde o primeiro até o último verso.

c)   Atenuam-se apelo e ordem na última estrofe.

d)   Para sempre e eterna funcionam sintaticamente como adjuntos adverbiais que expressam a perenidade do tempo captado pela fotografia.

e)   A construção da referência à outra foto faz-se por meio da recorrência de pronomes possessivos.

02 – Quem é o eu lírico neste poema?

      Ela mesma = a autora.

03 – O que é encomendado?

      Uma fotografia.

04 – No verso sete com o verbo no imperativo: “Deixe a minha ruga”, ou seja, as minhas marcas, para que estas características misturarem-se com a imagem. O que nos revela este verso?

      Revela um conflito dual, exterior versus interior, o exterior deseja afirmar-se e resgatar aspectos que contradizem com o seu interior melancólico, mesclando-se, consciente da efemeridade do tempo e dos sentimentos.

05 – Em que versos o eu lírico confirma necessidade de eternizá-la com a aparência jovem?

      Nos versos três e quatro. “Em que para sempre me ria / como um vestido de eterna festa.”

06 – Que figura de linguagem há nestes versos? “Como tenho a testa sombria, / derrame luz na minha testa.”

      Antítese.





 

 


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