sexta-feira, 11 de maio de 2018

TEXTO: A CIDADE - TP4 - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: A CIDADE


        “A cidade é um montão de gente tentando fugir dos automóveis. A gente que consegue entra nas lojas, nos cinemas e nos cafés, tudo muito depressa como se fosse o último dia de tudo. Quando a gente vai entrando na cidade vai perdendo a educação e quando vai saindo vai virando educado de novo. Nas ruas tem sempre uma porção de gente querendo vender uma porção de coisas que a gente não quer de modo nenhum, mas nas lojas é difícil encontrar o caixeiro pra vender o que a gente quer. Agora a ocasião em que a cidade fica mais bonita é de noite, quando todas as lojas acendem as luzes de náilon.
        Minha cidade é tão grande que nem do alto no morro a gente vê ela toda. Faz calor no verão e, às vezes, um pouquinho de frio no inverno. A gente brinca muito na praia, que tem uma areia que dá muito apetite depois que a gente brinca nela, de modo que a gente come tanto que parece às vezes que a comida é maior do que a gente. Agora de automóvel a cidade acaba logo e papai diz que um dia nós vamos no Rio de Janeiro. Mas o melhor mesmo da minha cidade são as férias, que é quando a gente vai passar uns tempos noutro lugar.”

                                                TP4 – Leitura e Processos de Escrita I – Parte I.
      Entendendo o texto: 
     01 – Que hipóteses você pode fazer sobre seu autor, ou autora?
      A resposta é pessoal. Você pode pensar que é uma criança, do sexo feminino ou masculino. Pode pensar que é criação de um adulto. Todas as possibilidades, por enquanto, são viáveis.

    02 – Poderia ser parte de um livro, ou outro material? De que tipo? Que objetivo teria?
      Poderia ser parte de um livro que tratasse da escrita da criança. Poderia ser um texto de criança que alguém vai explorar de alguma forma. Pode ser parte de um livro de um adulto que queria imitar a escrita de uma criança. Todas as possibilidades, por enquanto, são aceitáveis.

    03 – Esse texto poderia ser útil a você? A que atividade se prestaria?
      Hipótese pessoal. Em todo caso, você poderia pensar na reescrita do texto, conforme objetivos que você tenha.

    04 – Por que podemos classificar o texto como humorístico?
      A lógica da criança, implacável, mesmo que ingênua, na apresentação das contradições da cidade, os comentários sobre sua própria cidade, os “enganos” no emprego das palavras, tudo ajuda na criação de uma visão humorística do assunto.

     05 – Você acha que um texto humorístico pode ser preferencial quando o objetivo de leitura é obter informação? Por que?
      Não é o melhor, por motivo até simples: só rimos de uma situação apresentada de uma forma inusitada, imprevista. Portanto, só rimas porque temos conhecimento, já temos as informações mais importantes sobre o assunto fonte de humor.

06 – O texto da criança apresenta dois parágrafos apenas. Na abordagem do tema “cidade”, que ideia comanda a criação de cada um deles?
      No primeiro parágrafo, a criança apresenta a cidades em geral; no segundo parágrafo, apresenta a sua cidade, em particular.

    07 – O texto apresenta uma linguagem escrita muito próxima da oral. Indique pelo menos dois exemplos que comprovem essa afirmativa.
      A criança usa expressões da linguagem oral, como “montão”; “uma porção”. Tem uma sintaxe marcadamente oral: usa o “ter” por “haver”, e o pronome “ela” como objeto. O uso do “a gente” como sujeito também é característica dessa oralidade.

    08 – Observe especialmente os dois usos da palavra gente.
a)   Que elemento acompanha a palavra, em cada um dos usos?
     Temos “de gente” e “a gente”.

b)   Qual é a diferença de significado desses dois usos?
     No primeiro caso, a expressão significa “pessoas”; no segundo, significa “nós”.

c)   No final do primeiro parágrafo, a criança faz uso de uma palavra completamente fora do contexto. Qual é, e como poderíamos explicar a troca de palavras?
     Ela usa “náilon”, em vez de “neon”. A criança ouviu a palavra adequada ao contexto, mas não a assimilou ainda, confundindo com outra que ela também já ouviu mais vezes, sem dominar tampouco seu significado.

    09 – Comparemos alguns aspectos deste texto com o Nossas cidades.
a)   Podemos encontrar uma ideia comum aos dois. Qual é?
     A ideia comum, é a de que “ir para outro lugar” é o melhor da cidade.

b)   Apesar de os dois textos apresentarem problemas das grandes cidades, qual deles é o mais otimista? Justifique.
    O texto da criança é mais otimista, uma vez que apresenta pontos positivos e negativos das cidades. O outro só apresenta pontos negativos, até porque precisa dar o recado de que é preciso sair da cidade.

    10 – O fato de o texto ter determinadas características não nos obriga a gostar dele. Você gostou do texto? Saberia dizer por que gostou ou não dele?
      A opinião é completamente pessoal. O que sugerimos é que tente sempre buscar as razões de suas posições.



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