sábado, 26 de maio de 2018

CRÔNICA: A MENINA CORAJOSA - CRISTINA MACEDO TOMAZ - COM GABARITO

CRÔNICA: A menina corajosa


    Esta história aconteceu com a minha bisavó paterna, e foi contada pela filha dela, que é minha avó. Quando criança, minha bisavó morava num sítio. Seu pai sustentava a família na roça. Todos os dias, ela ia levar comida para o pai no roçado, um lugar longe de casa. Sua cachorrinha sempre ia com ela.
    Um dia, quando levava a marmita para o pai, andando bem tranquila pela trilheira, num lugar onde a mata era fechada, viu que a cachorrinha começou a choramingar e a se enrolar nas próprias pernas. A menina percebeu que alguma coisa estranha estava acontecendo. Olhou para os lados e viu uma onça bem grande, com o bote armado, a ponto de pular do capinzeiro em cima dela. No que viu a onça, a menina ficou encarando a danada. Pouco a pouco, sempre olhando para o bicho, ela foi se afastando para trás sem se virar. Quando pegou uma boa distância, a menina correu em disparada até se sentir segura.
    Quando chegou em casa, estava sem voz. Depois de muito tempo é que conseguiu falar. Os homens da fazenda pegaram as armas e foram procurar a onça. Mas não a encontraram. Minha bisavó foi muito corajosa, porque, na hora em que ela viu a onça, conseguiu lembrar do que o povo dizia: “Onça não ataca de frente, porque tem medo do rosto da pessoa. Quem quiser se ver livre dela, basta encarar a danada e não lhe dar as costas.”

TOMAZ, Cristina Macedo. “De boca em boca”.
São Paulo: Salesiana, 2002.

Entendendo o texto:

01 – A finalidade do texto é:
a) refletir sobre um fato do cotidiano.
b) relatar uma experiência na mata fechada.
c) alertar quanto aos perigos da mata.
d) expor uma opinião acerca de um ato de coragem.

02 – Identifique o fato que levou a menina a perceber que algo estranho estava acontecendo na mata:
      A menina percebeu que a sua cachorrinha “começou a choramingar e a se enrolar nas próprias pernas”.

03 – Registra-se o clímax da história no trecho:
a) “[...] andando bem tranquila pela trilheira, num lugar onde a mata era fechada [...]”
b) “[...] viu que a cachorrinha começou a choramingar e a se enrolar nas próprias pernas.”
c) “[...] viu uma onça ... com o bote armado, a ponto de pular do capinzeiro em cima dela.”
d) “Os homens da fazenda pegaram as armas e foram procurar a onça.”

04 – Qual foi a atitude da menina diante da situação problemática?
      A menina ficou encarando a onça e foi se afastando sem olhar para trás. Quando atingiu uma certa distância, correu em disparada até um ponto seguro.

05 – Por que a menina tomou a atitude identificada na questão anterior?
      A menina tomou a atitude, identificada na questão anterior, porque se lembrou da sabedoria popular sobre o que a pessoa deve fazer quando se deparar com uma onça: encarar o felino e não dar as costas a ele.

06 – Transcreva a parte do texto em que o narrador expõe a sua opinião sobre a história contada:
      “Minha bisavó foi muito corajosa, porque, na hora em que ela viu a onça, conseguiu lembrar do que o povo dizia [...]”

07 – Em todas as alternativas, o termo em destaque refere-se à protagonista da história, exceto em:
a) “Seu pai sustentava a família na roça.”
b) “Todos os dias, ela ia levar comida para o pai no roçado [...]”
c) “[...] ela foi se afastando para trás sem se virar.”
d) “Mas não a encontraram.”

08 – Na passagem “Seu pai sustentava a família na roça.”, o verbo sublinhado aponta para um fato:
a) contínuo no passado.
b) hipoteticamente ocorrido.
c) concluído totalmente.
d) situado em um passado longínquo.

09 – Justifique o emprego das aspas ao final do texto:
      As aspas foram utilizadas para sinalizar a fala de autoria popular, diferenciando-a daquilo que foi dito pela autora do texto.

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