quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

ARTIGO DE OPINIÃO: TRÂNSITO: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA - LUCINÉIA M. S. GOMES E ANDRÉA Y.S.KANIKADAN - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Trânsito: Uma questão de saúde pública

Lucinéia Maria dos Santos Gomes e Andréa Yumi Sugishita Kanikadan

        A violência no trânsito cresceu significativamente e, atualmente, é a segunda maior causa de mortes no Brasil. Acidentes de trânsito estão ocorrendo com maior frequência e, infelizmente, estão se tornando parte do nosso dia a dia, seja por meio de notícias no jornal, na televisão, seja, muitas vezes, ocorrendo na nossa rua, no nosso bairro, no nosso caminho para o trabalho. Segundo dados do DPVAT, o seguro obrigatório pago aos acidentados, mais de 50 mil pessoas morrem anualmente no país, vítimas de acidentes de trânsito. Isso significa 136 mortes todos os dias ou ainda 5 a cada hora. Os acidentes de trânsito tornaram-se, pois, um grave problema de saúde pública no país.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlhd8kI4rwNPCgmntqPHZBI0ptLRtArzt7bvmDnNq9P9Nr5FnpwRDwLJR8q_uJc7hoQ-qiN-8Fn7KGykw-WjcuCEzxCulLcOfkg6HDavZDB7g8EX64UFKjlwJLcA1XRDfIBIfMt0egDz2rANSwx86yASLUe0kTDA0sJfDeB80sEE_Gfz4fTCKweHaOkew/s1600/dpvat.jpg


        Esses números, que envolvem os diversos tipos de acidentes, mostram que até mesmo os menores deslizes podem resultar em um desastre. Dentre as principais causas dos acidentes, provocadas por negligência ou erro humano, estão a distração decorrente do uso de celular ao volante, seguida pelas ocorrências de dirigir embriagado e ter atitudes imprudentes, como não usar o cinto de segurança e dirigir acima da velocidade permitida.

        Somadas a esse contexto, não podemos deixar de citar as péssimas condições das rodovias brasileiras, como também a falha ou a falta de sinalização, fatores que muito colaboram com o índice de acidentes. Muitas rodovias têm problemas estruturais que prejudicam e comprometem a logística no país e, sobretudo, a segurança de motoristas, passageiros e pedestres.

        Os gastos públicos com acidentes de trânsito envolvem desde a ocupação de leitos hospitalares até internações hospitalares e cirurgias. Esses custos, quando pagos com recursos provenientes dos cofres públicos, poderiam ser aplicados em medidas preventivas, como métodos de educação de condutores e reestruturação de rodovias, que venham a representar melhores condições para o trânsito do país.

        Esse aumento do número de acidentes remete-nos a uma reflexão e questionamento: Isso é consequência do crescimento da frota de veículos nas ruas, da nossa pressa cotidiana ou do processo natural de desenvolvimento?

        Qualquer que seja a resposta, até que ponto é aceitável ou justificável termos danos materiais e até perdermos vidas em troca de uma rotina agitada, de um trânsito caótico ou de uma estrada sem condições adequadas?

        Estamos vivendo um período em que muitas pessoas não respeitam o próximo, não se preocupam com quem está no veículo ao lado ou atravessando a faixa de pedestres. Nota-se falta de sensibilidade e sobra de egoísmo. Infelizmente, uma parte dos números dos acidentes nas estradas e rodovias não retrata fatalidades, mas sim a falta de educação, conscientização e respeito por meio de atitudes irresponsáveis, que colocam vidas em risco.

        O trânsito deve ser um ambiente harmonioso, seguro, de cooperação e colaboração entre as pessoas, onde todos têm os mesmos direitos e deveres e, portanto, todos correm o mesmo risco. Não podemos aceitar tudo isso como algo inevitável, tão pouco natural. Isso é consequência de atitudes muitas vezes irresponsáveis e da falta de práticas essenciais, que deveriam proporcionar o desenvolvimento e a evolução da sociedade brasileira.

Lucinéia Maria dos Santos Gomes e Andréa Yumi Sugishita Kanikadan. Trânsito: uma questão de saúde pública. Correio do Estado, 28 abr. 2015. Disponível em: www.correiodoestado.com.br//opiniao/transito-uma-questao-de-saude-publica/245230. Acesso em: 30 abr. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 48-49.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é o principal problema abordado no artigo?

      O artigo aborda a crescente violência no trânsito e como ela se tornou um grave problema de saúde pública no Brasil, com um número alarmante de mortes e acidentes.

02 – Quais são as principais causas dos acidentes de trânsito mencionados no texto?

      As principais causas dos acidentes de trânsito, segundo o texto, são: distração ao volante (uso de celular), dirigir embriagado, imprudências como não usar cinto de segurança e excesso de velocidade, além das péssimas condições das rodovias e da falta de sinalização.

03 – Qual o impacto dos acidentes de trânsito na saúde pública e na economia?

      Os acidentes de trânsito geram um grande impacto na saúde pública, resultando em mortes, ferimentos, incapacidades e custos elevados para o sistema de saúde. Além disso, causam um impacto econômico significativo, com gastos em tratamentos, perdas de produtividade e prejuízos para a sociedade.

04 – Qual a relação entre as condições das rodovias e a ocorrência de acidentes?

      As péssimas condições das rodovias brasileiras, como buracos, falta de sinalização e problemas estruturais, contribuem significativamente para o aumento do número de acidentes. Essas condições comprometem a segurança dos motoristas, passageiros e pedestres.

05 – Quais as consequências da falta de educação e conscientização no trânsito?

      A falta de educação e conscientização no trânsito resulta em atitudes irresponsáveis, como dirigir embriagado, não usar cinto de segurança e ultrapassar em locais proibidos. Essas atitudes colocam em risco a vida das pessoas e contribuem para o aumento do número de acidentes.

06 – Qual a proposta do texto para solucionar o problema da violência no trânsito?

      O texto sugere que a solução para o problema da violência no trânsito passa por medidas preventivas, como a educação para o trânsito, a melhoria das condições das rodovias, a fiscalização mais rigorosa e a conscientização da população sobre a importância de seguir as regras de trânsito.

07 – Qual a importância de tratar o trânsito como uma questão de saúde pública?

      Tratar o trânsito como uma questão de saúde pública permite que sejam adotadas medidas mais eficazes para prevenir acidentes e salvar vidas. Ao reconhecer a gravidade do problema, é possível mobilizar recursos e implementar políticas públicas voltadas para a segurança no trânsito.

 

 

 

ARTIGO DE OPINIÃO: O AMANHÃ DOS LIVROS - GABRIEL BOCORNY GUIDOTTI - COM GABARITO

 Artigo de Opinião: O amanhã dos livros

Gabriel Bocorny Guidotti – Jornalista e escritor

        Sou um “livrólatra”. Tenho vício em livros. Começo um, devoro e parto para outros. Não posso evitar. Devo admitir que o momento de pós-leitura é melhor do que a leitura em si, pois passo a diagnosticar os motivos pelos quais o enredo chegou ao clímax. Refletir faz parte dessa arte léxica. Assim posto, meu gostar de livros é condicionado: jamais cederei à literatura digital. A experiência não tem a mesma tenacidade, em minha opinião.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRQQXu9puqDz8tVCv7H35mignjvE2ngm5FurzRad08q3BEJJM0hMlHg42X-oYrZjgfflqE_uJ0dcEqAXHSkvsPIpSxmv31lMlxY466xzYHkvrRFYcP6EsPBb4F23kqwuVb1ym3Y9zOP249tPPqHS5yG9SHfuVVBGzsPKEG-xc3obDw0JJqoImdbE3LVmU/s1600/livro.jpg


        Durante a semana observei, dentro de um ônibus, alguns jovens usando aparelhos de e-books. Sem temer olhares paralelos, eles liam arquivos que outrora eram impressos e colocados com orgulho na estante. Parei para pensar. Será que os livros eletrônicos vão acabar com o bom e velho livro em sua forma ortodoxa? Será que todo papel, por uma questão de praticidade, será substituído por um link dentro de computadores?

        Desde Gutenberg, fundador da prensa gráfica – que permitiu a propagação de um imenso universo literário – o homem deu asas à criação. A comunicação escrita, restrita então às classes dominantes, viu na impressão uma expansão por todos os cantos da Europa e do mundo. E tal evolução permanece em constante movimento, pois os impressos, tidos como grande referência de conhecimento, tiveram de se adaptar às novas tendências, ganhando outros formatos e se propagando pelo meio digital.

        E-books, desse modo, são a prensa gráfica do século XXI. Se eles vão amealhar corações e acabar com a forma tradicional de leitura? Bem, o futuro dirá. Jamais se pode condenar a tecnologia, pois ela surge para nos auxiliar. A inovação sempre será uma opção. Você pode utilizá-la ou não. Eu optei. Tocar o papel, sentir o cheiro de um livro novo, manusear as páginas do conhecimento… o livro impresso é mais do que mera circunstância de leitura.

        Um livro digital pode ser carregado em um mínimo pen drive. Mais do que isso, dentro de leitores digitais é possível armazenar milhares de títulos e explorar universos que vão muito além da tela de cristal líquido. Os impressos, entretanto, são cult  e carregam as memórias de um passado brilhante. Observar suas capas, escolher entre um e outro num jogo de encontros e desencontros são fatores diferenciais para leitores assíduos como eu. Um caso de amor, diga-se de passagem, para a vida inteira.

GUIDOTTI, Gabriel Bocorny. O amanhã dos livros. Gazeta do Triângulo. Disponível em: www.gazetadotriangulo.com.br/tmp/noticias/artigo-de-opiniao-o-amanh-a-dos-livros. Acesso em: 30 abr. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 45.

Entendendo o artigo:

01 – Qual a principal tese defendida pelo autor sobre a leitura de livros físicos e digitais?

      O autor defende a superioridade da experiência de leitura em livros físicos, valorizando o contato com o papel, o cheiro da tinta e a sensação de manusear um objeto físico. Apesar de reconhecer as vantagens dos livros digitais, como a praticidade e a capacidade de armazenamento, ele argumenta que a experiência de leitura em um livro físico é única e irreprodutível.

02 – Qual a importância histórica da invenção da prensa móvel para a disseminação da leitura?

      A invenção da prensa móvel por Gutenberg revolucionou a forma como as informações eram disseminadas, permitindo a produção em massa de livros e democratizando o acesso à leitura. Antes da prensa, os livros eram copiados à mão, o que limitava sua produção e os tornava inacessíveis à maioria da população.

03 – Como o autor compara os livros digitais com a prensa móvel?

      O autor compara os livros digitais com a prensa móvel, argumentando que ambos representam revoluções na forma como lemos e acessamos informações. Assim como a prensa móvel democratizou o acesso à leitura no passado, os livros digitais têm o potencial de transformar a forma como lemos no presente.

04 – Quais são os principais argumentos do autor em defesa da leitura em livros físicos?

      O autor argumenta que a leitura em livros físicos proporciona uma experiência mais rica e completa, envolvendo os sentidos da visão, do tato e do olfato. Ele destaca a importância do contato físico com o livro, da possibilidade de marcar as páginas e de construir uma biblioteca pessoal.

05 – Qual a sua opinião sobre a coexistência de livros físicos e digitais?

      Essa pergunta não possui uma resposta única e correta, pois é uma questão de opinião. No entanto, a partir da leitura do texto, é possível inferir que o autor acredita na coexistência de ambas as formas de leitura, cada uma com suas próprias vantagens e desvantagens. Ele valoriza a experiência da leitura em livros físicos, mas reconhece a importância dos livros digitais como ferramentas complementares.

 

CARTA ABERTA: INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES NA DEFESA DA AMAZÔNIA - PAULO HARTUNG - COM GABARITO

 Carta Aberta: Indústria Brasileira de Árvores na defesa da Amazônia

                        Paulo Hartung

        O mundo acompanha preocupado e apreensivo os atuais desmatamentos e incêndios que estão afetando a Amazônia. A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que sabe da importância social, ambiental e econômica da floresta em pé, reitera sua posição contrária aos desmatamentos e incêndios ilegais.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWWsr1-xzAqj7XHTXNr9Cn6nUnqQUzSG0HyHrWn7XkkjKs2_le1PqvVuhQGGWnCF9zMGajBspf8bP1AQWT3k3IUOJcxeHAQVZGNN_M26EYpUGEtQigCpeCGBMkiiNAqCFRYq2gVSnbKXAYp3_5pyiH1XytuCFDeABo5-PbwKfFOkUvvUrbKjOU7muQa70/s320/IBA-INDUSTRIA-BRASILEIRA-DE-ARVORES-1024x667.png


        Acreditamos no potencial de desenvolvimento da região e do seu povo com modelos econômicos sustentáveis que não dependam da alteração da cobertura florestal.

        As ações de desmatamento e incêndio ilegais na Amazônia são irresponsáveis e não representam a mentalidade de um mundo moderno, conectado com a bioeconomia, que tanto buscamos e vai custar caro ao Brasil, para o mundo e para as próximas gerações.

        O setor florestal atua com muito zelo pelo meio ambiente, gerando produtos sustentáveis, de origem natural e renovável. Todo papel produzido no Brasil tem origem em árvores cultivadas para esse fim. No Brasil, temos 7,8 milhões de hectares de árvores plantadas comumente cultivadas em terras antes degradadas. Em muitos casos, as plantações são certificadas pelo FSC e PEFC/Cerflor, que atestam a origem dos produtos, fortalecendo o mercado responsável no comércio internacional.

        O setor conserva uma área significativa de ecossistemas naturais. Para cada 1 hectare plantado com árvores para fins industriais, outro 0,7 hectare é conservado. São 5,6 milhões de hectares de áreas naturais protegidas na forma de áreas de preservação permanente (APP), reserva legal (RL) e reservas particulares do patrimônio natural (RPPN). O setor trabalha protegendo área natural superior ao exigido pela regulamentação nacional. Estima-se que o estoque de CO2 equivalente do segmento, incluindo área cultivada e área conservada, seja de 4,2 bilhões de toneladas.

        A indústria é a quarta maior exportadora da balança comercial brasileira e integrou o trabalho de construção de um setor produtivo brasileiro moderno que alia produção com conservação – esforço que conquistou reconhecimento internacional. Não podemos permitir que anos de trabalho do setor privado, da academia, de pesquisadores, de ambientalistas e de todos nós brasileiros sejam jogados fora.

        Seria positivo se o governo abrisse canal de interlocução com quem tem amor ao nosso País e sensibilidade para a qualidade de vida das futuras gerações planetárias. Precisamos, juntos, discutir e propor soluções urgentes, sem levar o debate para o lado do partidarismo ou viés ideológico.

        Chegamos em um momento em que é preciso ações integradas para garantir o desmatamento ilegal zero na Amazônia e no Brasil. Defender o meio ambiente e o futuro do Brasil é de responsabilidade de todos nós.

        Posicionamento de Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação que reúne a cadeia produtiva de árvores plantadas para fins industriais.

HARTUNG, Paulo. Carta aberta: Indústria Brasileira... Página rural, Brasília, 23 ago. 2019. Disponível em: www.paginarural.com.br/noticia/271888/carta-aberta-industria-brasileira-de-Arvores-na-defesa-da-amazonia. Acesso em: 30 abr. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 54-55.

Entendendo a carta aberta:

01 – Qual a principal mensagem da carta aberta da Ibá sobre a Amazônia?

      A principal mensagem da carta é que a indústria de árvores plantadas no Brasil está comprometida com a conservação da Amazônia e atua de forma sustentável, contribuindo para a economia e o meio ambiente. A Ibá se posiciona contra o desmatamento e os incêndios ilegais na região.

02 – Como a Ibá justifica sua posição contrária ao desmatamento ilegal na Amazônia?

      A Ibá justifica sua posição destacando a importância da floresta em pé para a economia, a biodiversidade e o clima. A indústria argumenta que o desmatamento ilegal é prejudicial para o país, para o mundo e para as futuras gerações. Além disso, a Ibá destaca suas próprias práticas sustentáveis e o papel do setor florestal na conservação ambiental.

03 – Quais são as práticas sustentáveis adotadas pela indústria de árvores plantadas no Brasil?

      A indústria de árvores plantadas no Brasil adota diversas práticas sustentáveis, como a certificação florestal (FSC e PEFC/Cerflor), que garante a origem legal e sustentável da madeira. Além disso, o setor conserva uma área significativa de ecossistemas naturais, plantando árvores em terras degradadas e protegendo áreas de preservação permanente.

04 – Qual o papel da indústria de árvores plantadas na economia brasileira?

      A indústria de árvores plantadas é um importante setor da economia brasileira, sendo a quarta maior exportadora do país. Ela gera empregos, contribui para o desenvolvimento regional e gera produtos renováveis e sustentáveis.

05 – Qual a relação entre a indústria de árvores plantadas e a luta contra as mudanças climáticas?

      A indústria de árvores plantadas desempenha um papel crucial na luta contra as mudanças climáticas, pois as árvores absorvem dióxido de carbono da atmosfera. O setor contribui para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas ao sequestrar carbono e gerar produtos de baixo impacto ambiental.

06 – Qual a proposta da Ibá para solucionar o problema do desmatamento na Amazônia?

      A Ibá propõe um diálogo com o governo e com todos os setores da sociedade para encontrar soluções conjuntas para o problema do desmatamento. A indústria defende a necessidade de ações integradas e o combate ao desmatamento ilegal.

07 – Qual a importância da carta aberta da Ibá para o debate sobre a Amazônia?

      A carta aberta da Ibá contribui para o debate sobre a Amazônia ao apresentar a visão de um setor importante da economia brasileira que está comprometido com a sustentabilidade. A carta demonstra que é possível conciliar desenvolvimento econômico com a proteção ambiental e que a indústria pode ser parte da solução para os desafios ambientais da região.

 

NOTÍCIA: O QUE É BIOECONOMIA? (FRAGMENTO) - FUNDAÇÃO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO - COM GABARITO

 Notícia: O que é bioeconomia? – Fragmento

        [...] Bioeconomia ou economia sustentável é uma área de estudo que propõe um novo modelo de produção, focado em sistemas, produtos e serviços sustentáveis – ou seja, menos dependentes da exploração de recursos naturais.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8OUwIyzmcw0SLdxtYnRSCUoUpP409j0cQ7W4lzdt-ugcJ0UDGR9R2TWDndsLtAb3pr1rURo8CyiX34acRh5TAuCMDrY-qvaEJpvS8W-6Y_PInEH85mOmjYJHYVAq_ETaFDEWleUxlUwedpV2h6t2XjDo6rO_4djbwgkHlVfTXWhDeAfw57qx2TZ2rcx0/s320/acai-amazonia.jpg


        Esse modelo prevê, essencialmente, a troca de insumos fabricados a partir de combustíveis fósseis e outras fontes esgotáveis por produtos verdes, oferecidos através de materiais e processos que não prejudiquem os ecossistemas.

        De acordo com a definição do Sebrae: “Bioeconomia consiste em iniciativas sustentáveis baseadas na utilização de recursos biológicos renováveis que visam inovar processos e/ou produtos em cadeias produtivas, gerando oportunidades de mercado para os pequenos negócios.”

        Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) mostram que esse setor já movimenta aproximadamente 2 trilhões de euros e gera emprego para 22 milhões de pessoas. E não é à toa. Afinal, a bioeconomia apresenta soluções para uma das demandas mais urgentes para a sobrevivência e qualidade de vida da humanidade: a manutenção dos recursos naturais.

        [...]

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO (fia). Bioeconomia: o que é, importância...1 fev. 2021. Disponível em: www.fia.com.br/blog/bioeconomia. Acesso em: 30 abr. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 57.

Entendendo a notícia:

01 – O que é bioeconomia?

      Bioeconomia, ou economia sustentável, é um modelo de produção que busca substituir insumos provenientes de recursos não renováveis, como combustíveis fósseis, por produtos verdes e processos que não agridam o meio ambiente. Em resumo, é uma forma de economia que prioriza a sustentabilidade e a utilização de recursos renováveis.

02 – Quais são os principais objetivos da bioeconomia?

      Os principais objetivos da bioeconomia são: promover a sustentabilidade, reduzir a dependência de recursos não renováveis, gerar novos produtos e serviços, criar empregos e contribuir para a preservação do meio ambiente.

03 – Quais são os exemplos de produtos e processos utilizados na bioeconomia?

      A bioeconomia utiliza diversos produtos e processos, como a produção de biocombustíveis a partir de biomassa, a fabricação de plásticos biodegradáveis, o desenvolvimento de fertilizantes orgânicos e a criação de medicamentos a partir de fontes naturais.

04 – Qual é o potencial econômico da bioeconomia?

      O potencial econômico da bioeconomia é enorme. Segundo dados da OECD, o setor já movimenta trilhões de euros e gera milhões de empregos. Isso demonstra que a bioeconomia não é apenas uma questão ambiental, mas também uma oportunidade de gerar riqueza e desenvolvimento econômico.

05 – Por que a bioeconomia é importante para a sustentabilidade do planeta?

      A bioeconomia é fundamental para a sustentabilidade do planeta, pois busca reduzir o impacto ambiental das atividades humanas, promovendo o uso racional dos recursos naturais e a preservação da biodiversidade. Ao utilizar recursos renováveis e processos mais limpos, a bioeconomia contribui para a mitigação das mudanças climáticas e a construção de um futuro mais sustentável.

 

 

NOTÍCIA: POR DENTRO DA FLORESTA AMAZÔNICA - (FRAGMENTO) - WWF BIOMA - COM GABARITO

 Notícia: Por dentro da floresta amazônica – Fragmento

        A Amazônia é uma floresta tropical úmida que se estende pela bacia hidrográfica do rio Amazonas, uma vasta área tropical natural, com área de aproximadamente 6,74 milhões km2, que se estende por oito países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela e Suriname mais o território da Guiana Francesa.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0mH3kkmIvQ02LOi_LdbK7NOGHPKNV-o-qU128B8Nk3Ht08yMEy_0lXrXOLVkV-k0cw6DFsRRH7H0r5pay64y4T0CIsUUkVXJ2UrJN5MAIEr_bAOuAf_dJ5cmHvfmY5jMZdYbj8q7p7aoGx6wWPXd7lYMZaaVlbXMpuU94t3Kyg8kVPcAA3jRrbKQtRAY/s320/Bacia-Amaz%C3%B4nica_320194868-1000x563.jpg


        O bioma Amazônia é quase do tamanho da bacia, com 6,7 milhões de km². A maior parte desse bioma – 60,1% – está em território brasileiro. Para se ter uma ideia de sua grandiosidade, se a Amazônia fosse um país, seria o sétimo maior do mundo.

        Biodiversidade excepcional

        A Amazônia abriga um número enorme de plantas e animais existentes no planeta e a maior parte dessas espécies sequer foi estudada pelos cientistas.

        Até agora, já se tem a classificação científica de pelo menos 40 mil espécies vegetais, 427 mamíferos, 1.294 aves, 378 répteis, 427 anfíbios e cerca de 3 mil peixes da região.

        No entanto, as menores formas de vida são as que apresentam os números mais impressionantes: os cientistas já descreveram entre 96.660 e 128.840 espécies de invertebrados só na parte brasileira da Amazônia.

        [...]

WWF. Bioma. Disponível em: www.wwf.org.br/natureza_brasileira/areas_prioritarias/amazonia1/bioma_amazonia. Acesso em: 30 abr. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 59.

Entendendo a notícia:

01 – Qual a importância da Amazônia para o equilíbrio climático global?

      A Amazônia desempenha um papel crucial na regulação do clima global, atuando como um grande sumidouro de carbono. As árvores absorvem dióxido de carbono da atmosfera durante a fotossíntese, ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Além disso, a floresta amazônica influencia os padrões de chuva em todo o continente sul-americano e contribui para a formação de nuvens, que ajudam a regular a temperatura global.

02 – Quais são os principais desafios para a conservação da biodiversidade amazônica?

      A conservação da biodiversidade amazônica enfrenta diversos desafios, incluindo o desmatamento para atividades como agricultura, pecuária e mineração, a construção de grandes projetos de infraestrutura, a exploração madeireira ilegal, as mudanças climáticas e a introdução de espécies exóticas invasoras. Esses fatores fragmentam os habitats, causam a perda de espécies e ameaçam a integridade dos ecossistemas amazônicos.

03 – Como a população indígena contribui para a preservação da Amazônia?

      As populações indígenas da Amazônia possuem um conhecimento profundo sobre a floresta e seus recursos naturais, desenvolvido ao longo de milhares de anos. Eles praticam sistemas de manejo sustentável da terra, protegem áreas sagradas e possuem um forte vínculo cultural com a natureza. A presença e o conhecimento dos povos indígenas são fundamentais para a conservação da biodiversidade e a promoção de um desenvolvimento sustentável na região.

04 – Quais são as principais ameaças à floresta amazônica e quais as consequências do desmatamento para o planeta?

      As principais ameaças à floresta amazônica incluem o desmatamento, as mudanças climáticas, as queimadas e a exploração ilegal de recursos naturais. O desmatamento tem como consequências a perda de biodiversidade, a alteração do regime de chuvas, a intensificação das mudanças climáticas, a liberação de grandes quantidades de carbono na atmosfera e a intensificação de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, afetando não apenas a região amazônica, mas todo o planeta.

05 – Quais são as iniciativas em curso para proteger a Amazônia e promover o desenvolvimento sustentável na região?

      Existem diversas iniciativas em curso para proteger a Amazônia e promover o desenvolvimento sustentável na região, como a criação de unidades de conservação, o apoio a projetos de manejo florestal sustentável, o desenvolvimento de tecnologias limpas, a promoção de atividades econômicas de baixo impacto ambiental e a valorização do conhecimento tradicional dos povos indígenas. Além disso, há um crescente movimento global em defesa da Amazônia, com a participação de governos, organizações não governamentais, empresas e sociedade civil.

 

 

TEXTO: CARTA ABERTA - QUEM SOMOS - FÓRUM DAS JUVENTUDES GRANDE BH - COM GABARITO

 Texto: Carta aberta

        Quem somos

        O Fórum de Entidades e Movimentos Juvenis da grande Belo Horizonte é uma rede que defende os direitos da juventude e luta pela construção de políticas com essa perspectiva. Criado em 2004, o fórum é uma articulação da sociedade civil, suprapartidária e não confessional.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLv59q1W51QY4DC3EFAo5vsUQubyvrVKnYiy1YXysNT5pw6X1o5KK1hnUZ2FtWI-XQ6rxqwKQep-MSp3hLN0jVDYbsmFPWw0zHk-yFVSx6KQF3WjO-aV2OPbrZET7zknHO2ChSVBTec6EiBA3_GS33QK9eAfBCkwv2xp4l_8WGdXMdwKxCk0SL1U-zHDo/s1600/JOVENS.png


        Onde estamos

        O atual cenário das políticas de juventude em BH não é nada animador: há vários anos, as crianças e os jovens da cidade lutam para garantir os seus direitos, mas até hoje muito pouco foi conquistado. Não foi por falta de tentativa: a juventude vem participando de espaços formais e informais de diálogo com o poder público local, mas não tem sido realmente escutada.

        Prova disso é o descaso com as propostas retiradas das conferências municipais de 2006 e 2008, que ainda não foram colocadas em prática, e o desmonte dos órgãos institucionais de juventude.

        E tem mais: a Prefeitura decidiu criar um tal Centro de Referência da Juventude Viva, projeto milionário que copia o de São Paulo, sem saber se isso mesmo vai atender a cidade querer. Fica fácil perceber que a PBH está mal-informada e distante das habilidades dos e das jovens.

        É nesse contexto que surge a 3ª Conferência Municipal de Juventude, organizada de forma apressada, com má vontade e pouco diálogo. Será que a PBH só quer cumprir as exigências do governo federal e mandar delegadas e delegados para as conferências estadual e nacional da juventude?

        Apesar de não concordarmos com esse processo, não abrimos mão do nosso direito de participar da conferência. Acreditamos que é preciso apontar o que está mal, reafirmar demandas históricas e desenhar políticas que tenham a cara da juventude da cidade.

        O que queremos

        A juventude de Belo Horizonte quer fazer valer os seus direitos: produzir e manifestar a sua arte, viver uma vida sem violência e discriminação, acessar e ocupar os espaços públicos, trabalhar, estudar e morar com dignidade. Quer falar e ser ouvida, sem complicação. Quer mais recursos e transparências para efetivar tudo isso.

        Conheça as principais reivindicações do Fórum para a 3ª Conferência Municipal de Juventude:

·        Reativação do Conselho Municipal de Juventude, em caráter permanente e deliberativo.

·        Fomento cultural aos grupos juvenis de periferia.

·        Aprovação do passe livre.

·        Repúdio à redução da maioridade penal.

·        Criação de um orçamento da juventude, que permita acompanhamento e controle social.

FÓRUM de Entidades e Movimentos Juvenis da Região Metropolitana de BH. Carta aberta. 2011. Disponível em: www.forumsjuventudes.org.br/wp-content/uploads/2011/09/carta_aberta3.jpg. Acesso em: 30 abr. 2022.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p.69.

Entendendo o texto:

01 – Qual é o principal objetivo do Fórum de Entidades e Movimentos Juvenis da Grande Belo Horizonte?

      O principal objetivo do Fórum é defender os direitos da juventude e lutar pela construção de políticas públicas que atendam às necessidades e demandas dos jovens de Belo Horizonte.

02 – Qual a principal crítica do Fórum à atual política de juventude da Prefeitura de Belo Horizonte?

      O Fórum critica a falta de compromisso da Prefeitura com as políticas de juventude, a desconsideração das propostas elaboradas nas conferências municipais anteriores e a falta de diálogo com os jovens na construção das políticas públicas.

03 – Quais são as principais demandas da juventude de Belo Horizonte, segundo o Fórum?

      As principais demandas são: reativação do Conselho Municipal de Juventude, fomento cultural para grupos juvenis de periferia, aprovação do passe livre, repúdio à redução da maioridade penal e a criação de um orçamento da juventude.

04 – Qual é a opinião do Fórum sobre a 3ª Conferência Municipal de Juventude?

      O Fórum considera que a 3ª Conferência Municipal de Juventude foi organizada de forma apressada e com pouca participação dos jovens, demonstrando falta de interesse da Prefeitura em promover um diálogo genuíno com a juventude.

05 – Por que o Fórum considera importante a reativação do Conselho Municipal de Juventude?

      A reativação do Conselho Municipal de Juventude, em caráter permanente e deliberativo, é fundamental para garantir a participação efetiva dos jovens na formulação e acompanhamento das políticas públicas voltadas para a juventude.

06 – Qual a importância do fomento cultural para os grupos juvenis de periferia?

      O fomento cultural para os grupos juvenis de periferia é essencial para promover a inclusão social, o desenvolvimento artístico e a valorização da cultura local.

07 – Por que o Fórum é contra a redução da maioridade penal?

      O Fórum se posiciona contra a redução da maioridade penal, argumentando que essa medida não contribui para a redução da violência e que os jovens infratores devem ser tratados com medidas socioeducativas que visam a sua ressocialização.

 

 

CONTO: UMA VIDA EM SETE ESTAMPAS - SEMÍRAMIS PATERNO - COM GABARITO

 Conto: Uma vida em sete estampas

           Semíramis Paterno

        Marilu morava em uma pequena cidade, bem perto da praia. Depois da aula, ela sempre ia ver o mar, mas nunca mergulhava. Na verdade, a menina respeitava a imensidão das águas. Seu pai ensinava-lhe a ter cautela, pois não era possível saber quando o fundo do mar se enfureceria trazendo à tona toda a sua potência, devorando partes da terra e quem estivesse por ali distraído.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLIgCeREz18tnAJq0djgnXZ-gXgik1YUDSF7mWuLca9NNDkcDL0ypsb9prX7lnYaoV42dzgsa2uIoBMKHoCGzSIdMne9AEFBxPP4M9663G_o0HnG9gWHlAOopxD1_26eQCDuLmmdw1wVl7-tn1BEM_MNCJvbnFgMF2N4UqX6WVyx-2EFwyllZFR9WAhpI/s320/menina-praia-do-estaleiro-porto-belo-sc.jpg
 

        Assim, Marilu gostava de se sentar na areia para sentir o mar, seus diferentes sons, perfumes, tonalidades, temperaturas e as incríveis criaturas que restavam após a tempestade.

        Marilu era feliz.

        Ela ficava exultante quando o menino mais bonito da vizinhança, Amarildo a acompanhava em seus passeios à beira mar. Ah, como era boa a sua companhia! Amarildo era gentil, delicado e, juntos, poderiam conversar por horas. Ela o considerava seu melhor amigo.

        Marilu tinha um ganso manso e sossegado chamado Sardinha.

        Amarildo tinha um velocípede que ganhou de aniversário quando fez sete anos.

        Os dois amigos até improvisaram uma cestinha no velocípede para o Sardinha e o levavam para passear pela redondeza. Marilu e Amarildo se divertiam muito nesses momentos. Sardina nunca se queixou. Devia gostar também.

        O tempo passou e, de tanto sentirem-se felizes na companhia um do outro, terminaram por se apaixonar. Prometeram-se amor eterno. Trocaram até uma pequena aliança feita por eles mesmos com barbante dourado.

        As senhoras do lugar e as famílias de cada um olhavam satisfeitas aquele namoro e garantiam que dali sairia um bom casamento.

        No entanto, Amarildo, já com 19 anos, resolveu entrar para a Marinha. Sempre fora apaixonado pelos navios que ali chegavam e quando ficavam parados por mais tempo, ele gostava de visita-los e de conhecer “aquela imensa maravilha” por dentro.

        Chegou mesmo a fazer amizade com o capitão de um desses navios que até lhe ensinou algumas manobras. E dele ganhou um quepe de presente no seu aniversário.

        -- Um quepe de capitão, Marilu! Olha só que lindo!

        E tiraram fotos de Amarildo, todo bonito, com seu presente.

Marilu sentiu uma ponta de ciúme, pois seu namorado ficou mesmo muito galante!

        Ela teve medo...

        E o medo se transformou em profunda tristeza, com o passar dos anos. E foram anos!

        Amarildo não voltou para cumprir sua promessa.

        Marilu passava as tardes na praia, e suas lágrimas juntavam-se às águas do mar...

        Incansavelmente, ela esperou... esperou...

        Amarildo nunca mais ali aportou.

        Navegou outros mares.

        Marilu, por sua vez, formou-se professora. Gostava de ensinar as crianças. Conseguiu um bom emprego em uma cidade grande, longe, bem longe do mar. Fez novos amigos, aproveitou a vida em viagens e passeios.

        Agora, ela tinha a companhia de um cãozinho a quem deu o nome de Marolo.

        Marilu morava só e nunca se esqueceu de Amarildo, seu grande amor. Mas conviveu com outros homens que lhe fizeram boa companhia. Primeiro, conheceu Omar, um engenheiro discreto, sério, cavalheiro e bastante tímido.

        Marilu achava graça nele, pois carregava no braço um guarda-chuva. Fizesse sol ou chuva, fossem ao cinema ou ao teatro, Omar não largava o objeto: “Pode ser que chova”; “Pode ser que faça sol de rachar”.

        E assim o tempo passava.

        A timidez de Omar nunca lhe permitiu se declarar e pedir a mão de Marilu em casamento. Mas ela até agradecia aos céus por isso. não o amava suficiente. Seria um casamento morno.

        Afastaram-se, então.

        Omar foi trabalhar em uma grande obra em outra cidade e deixou para a moça como lembrança o seu guarda-chuva, que restava solitário atrás da porta da cozinha da casa de Marilu.

        E então, em um piquenique com amigos da escola, ela conheceu Marioldo.

        O rapaz era divertido, alegre, descontraído e arrojado no comportamento e na maneira de se vestir. Marilu o achava muito engraçado. Juntos, davam boas risadas. Era impossível ficar séria perto dele.

        O moço era agrônomo e tinha um sítio, para onde iam com frequência. Gostavam de plantas, animais, e a vida ao ar livre lhes fazia muito bem.

        Depois de um tempo de namoro, Marioldo declarou-se para Marilu. Disse-lhe que gostava muito dela e pensava que, unidos, poderiam ter uma vida agradável.

        Embora também gostasse da companhia do rapaz, ela não sentia paixão por ele. então, pensou que não seria capaz de viver uma vida a dois sem um sentimento maior. Com certa tristeza, separaram-se.

        Marioldo deixou-lhe como lembrança uma calopsita chamada Avita, que vivia pendurada em seu ombro, mas adorava Marilu. Quando a via chegar, a ave logo se empoleirava no ombro dela.

        Em pouco tempo, Marilu soube que o rapaz se casara.

        Já velha, depois de muito trabalhar e cansada da cidade grande. Marilu voltou ao mar. Seus pais já não existiam.

        Instalou-se na mesma casa onde morava quando pequena. Na casa ao lado, um velho velocípede enferrujado servia de enfeite no jardim.

        Marilu passava as tarde no mar, carregando no braço o velho guarda-chuva de Omar e, no ombro, Avita, que estava misteriosamente viva, e sua doce companhia lhe amenizava os derradeiros penares.

        Marilu vagava na areia, contando as ondas que iam e vinham. As ondas que levaram, para nunca mais, o seu amor primário...

        Quando a recolheram sem vida na areia, repararam em uma pequena aliança de barbante dourado, já quase um filete, no dedo anelar da mão direita...

Semíramis Paterno.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 84-85.

Entendendo o conto:

01 – Qual a principal característica da relação entre Marilu e Amarildo?

      A relação entre Marilu e Amarildo é marcada por uma paixão intensa e duradoura, que se inicia na infância e se prolonga por toda a vida de Marilu, mesmo após a partida de Amarildo.

02 – Qual o papel do mar na vida de Marilu?

      O mar representa um lugar de refúgio, de paz e de reflexão para Marilu. É também um símbolo da imensidão dos sentimentos e da força da natureza, capaz de tanto a beleza quanto a destruição.

03 – Quais os outros personagens que marcaram a vida de Marilu além de Amarildo?

      Além de Amarildo, outros personagens importantes na vida de Marilu são Sardinha (seu ganso), Omar (o engenheiro tímido), Marioldo (o agrônomo alegre) e Avita (a calopsita). Cada um deles deixou uma marca e uma lembrança especial em sua vida.

04 – Qual o significado das alianças trocadas entre Marilu e Amarildo?

      As alianças de barbante dourado simbolizam a promessa de amor eterno entre Marilu e Amarildo, um vínculo que, apesar do tempo e da distância, permanece vivo no coração de Marilu.

05 – Como a partida de Amarildo afetou a vida de Marilu?

      A partida de Amarildo causou uma profunda tristeza em Marilu, deixando uma marca indelével em sua vida. Ela nunca superou completamente essa perda e continuou a amá-lo por toda a vida.

06 – Qual o papel dos objetos na vida de Marilu?

      Os objetos presentes no conto possuem um significado simbólico e afetivo para Marilu, representando momentos e pessoas importantes de sua vida. O guarda-chuva de Omar, a calopsita Avita e a aliança de barbante são exemplos disso.

07 – Como a autora retrata a passagem do tempo na vida de Marilu?

      A autora retrata a passagem do tempo de forma poética e sentimental, mostrando as transformações pelas quais Marilu passa ao longo de sua vida, desde a infância até a velhice.

08 – Qual a mensagem principal do conto?

      A mensagem principal do conto é a força do amor e a importância de guardarmos as lembranças das pessoas que amamos, mesmo que a vida nos separe delas. O conto também fala sobre a importância de seguir em frente e encontrar novas alegrias, mesmo diante da perda.

09 – Como a natureza está presente no conto e qual seu significado?

      A natureza, especialmente o mar, está presente de forma constante no conto, representando tanto a beleza quanto a força da vida. O mar é um reflexo dos sentimentos de Marilu, ora calmo e tranquilo, ora agitado e tempestuoso.

10 – Qual o final do conto e o que ele representa?

      O final do conto é marcado pela morte de Marilu, que ocorre à beira-mar, o lugar que a acompanhou por toda a vida. O final representa a circularidade da vida e a união de Marilu com o mar, um símbolo de eternidade e de tudo aquilo que ela amou.