segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

CRÔNICA: EDUCA-SE MAIS COM EXEMPLOS DO QUE COM PALAVRAS - RELATO: H.SWARTH IRLANDA - COM GABARITO

 Crônica: Educa-se mais com Exemplos do que com Palavras

Um garoto de 4 anos seguia descalço por uma rua, chupando um picolé num palito. Nesse tempo picolé era um artigo raro. De repente, um grupo de meninos mais velhos passou correndo pela esquina, derrubando o pequeno na corrida, e o picolé caiu no chão se quebrando todo. O Menino sentou-se no chão, e ficou, de olhos arregalados, contemplando o resultado da tragédia. Não sabia o que dizer: só uma tristeza muito grande o dominava. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFjwv7wyOjRj0zMeoVy3C4zaq9z6-mLDoGzqanVtx3lserH8y8x5K_1y7WEhyphenhyphendmp5TMrCsiTrGHlCTQoYi648mwh5Z8PXifLKkOw-eceVkosiR05zEiyf6696V42KQq-JhR3vwyrispR3K9wrhBAllTYzFlsEWcS8omS0RTj6xaeprintGzzrHjcyrBUc/s320/PICOL%C3%89.jpg



Uma Senhora idosa vinha nesse momento pela rua e caminhou para a Criança. 

"Bem, meu pequeno", disse ela, "o pior que podia haver, aconteceu a você. Mas levante-se, que eu vou lhe mostrar uma coisa." 

O pequenino ergueu-se. 

"Agora ponha seu pé direito em cima do picolé, pise com força, e repare como ele se esguicha entre os dedos do seu pé." 

O Menino pisou com força o picolé, e este espirrou entre os dedos do pé. A Senhora riu e disse: 

"Aposto que não há nenhum outro menino na cidade que já tenha coçado os dedos do pé com sorvete. Corra agora para casa e conte a sua mãe como foi divertida a experiência. E, lembre-se", acrescentou ela, "por pior que seja uma coisa que lhe aconteça, você pode se divertir quase sempre à custa dela!" 

Eu era esse garotinho. Nunca fiquei sabendo quem era aquela Senhora, mas nunca esqueci o que ela fez por mim. As piores coisas me tem acontecido desde então, e as palavras dela vêm-me sempre à memória. É mesmo bobagem levar muito a sério a esmagadora maioria das tristezas dessa vida.                                                                

                                                          Relato de: H. Swarth Irlanda

Entendendo o texto

01-Qual a tese defendida no texto?

a-   É preciso levar muito a sério os problemas que acontecem;

    b- As tragédias da vida não podem ser encaradas de forma positiva;

 c-Mesmo diante de uma tragédia, procure extrair o lado positivo do acontecimento;

  d-Nunca se entristeça com uma tragédia

02-Retire do texto um discurso direto que transcreva a fala da Senhora idosa.

"Bem, meu pequeno", disse ela, "o pior que podia haver, aconteceu a você. Mas levante-se, que eu vou lhe mostrar uma coisa."

03-Interprete o trecho por pior que seja uma coisa que lhe aconteça, você pode se divertir quase sempre à custa dela!".

Essa frase significa que, mesmo que algo ruim aconteça, é possível encontrar um lado positivo ou engraçado na situação, transformando-a em uma experiência única. A senhora ensina o garoto a não se prender à tristeza, mas a buscar um novo significado para o ocorrido.

04-No trecho “Uma Senhora idosa vinha nesse momento pela rua e caminhou para a Criança.”, a conjunção sublinhada e estabelece relação de:

a-adversidade;

b-explicação;

c-conclusão;

d- adição.

 05-No trecho “Agora ponha seu pé direito em cima do picolé...”, a palavra sublinhada dá um comando de:

a- lugar;

b- comparação;

c- tempo;

d- negação;

e- adição.

06-No trecho “...mas nunca esqueci o que ela fez por mim”, substitua a palavra grifada sem alterar o sentido.

"...mas nunca me esqueci do que ela fez por mim."

07-A afirmação positiva de um discurso x geralmente ocorre em detrimento de um discurso y tratado de forma negativa. Qual discurso está sendo desqualificado no texto-discurso?

a- o discurso da aprendizagem moral por intermédio de bons exemplos;

b- o discurso da lamentação;

c- o discurso da superação;

d- o discurso da necessidade de aprender com as dores

TEXTO: ALTAS HABILIDADES - COM GABARITO

 


ENTENDENDO O TEXTO

01-Marque (V) para efeitos de sentidos pertinentes ao texto-discurso e (F) para efeitos de sentidos não pertinentes:

       a-( V ) Estudantes superdotados apresentam facilidades de aprendizagem;

       b-( V ) Estudantes superdotados dominam rapidamente os conceitos;

   c-( F  ) Estudantes superdotados pensam muito tempo antes de tomar atitudes;

     d-( F ) Estudantes superdotados apresentam dificuldades de concentração;

  e-(  V  ) Estudantes superdotados tem potencial para aprofundar nos conteúdos;

     f-(   V  ) Estudantes superdotados possuem autonomia;

   g-( F ) Estudantes superdotados não precisam receber desafios extras nas salas de aula;

     h-( V ) Estudantes superdotados possuem interesse em diversas áreas;

     i-(  V  ) Estudantes superdotados possuem poder de liderança;

     j-(  F ) Estudantes superdotados possuem vocabulário limitado;

     k-( F ) Estudantes superdotados apresentam perfis iguais entre si;

   l-( F ) Estudantes superdotados possuem pouca habilidade em expressão verbal;

  m-( V  ) Estudantes superdotados percebem ideias discrepantes com facilidade;

   n-( F  ) Estudantes superdotados só possuem facilidade para interagir com adultos;

    o-( F  ) Estudantes superdotados tem pouco interesse por livros;

   p-( V ) Estudantes superdotados podem concluir os estudos em menos tempo.

02-O texto-discurso lido tem como objetivo fundamental:

    a- divertir;

    b- informar;

    c- aconselhar;

    d- relatar.

03-No título “Altas Habilidades”, a palavra que funciona como adjetivo é:

    a-a palavra Habilidades e esta caracteriza positivamente a palavra Altas;

    b- a palavra Habilidades e esta caracteriza negativamente a palavra Altas;

    c- a palavra Altas e esta caracteriza negativamente a palavra Habilidades;

    b- a palavra Altas e esta caracteriza positivamente a palavra Habilidades.

04-No texto-discurso, logo após a expressão ALGUMAS CARACTERÍSTICAS, temos uma enumeração de informações elencadas por meio de:

    a- epígrafe;

    b- tópicos;

    c- discurso direto;

    d- gráfico.

05-No enunciado “Altas habilidades/superdotação são os alunos que apresentam a facilidade de aprendizagem, pois dominam rapidamente os conceitos, os procedimentos e as atitudes”, a conjunção grifada:

    a- opõe-se ao que foi dito antes;

    b- adiciona informações ao que foi dito antes;    

    c- fornece opção/alternativa ao que foi dito antes;

    d- explica o que foi dito antes.

domingo, 15 de dezembro de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): TREM BALA - ANA VILELA - QUESTÕES GABARITADAS

 MÚSICA(ATIVIDADES): TREM BALA

               ANA VILELA

 Não é sobre ter todas pessoas do mundo pra si

É sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida que cai sobre nós

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXRkJTjWXw213kQgsmntlc8xzxZ90j1isZkeutBvw16-P5hhr3qPgnaSfElqCgt3wJm6UDmFc6nu5Yr_d5NrUGM7XH1J4I8Dt1I05AVyQsOGeg7UBBKhM6EeJM-N9JoFJHioZx5DG0_kZ1Ljc2YsLCD6z1cj9J6ZwGucqbbQ0qxxNl-Ya1kL8-oTVq-ac/s320/TREM%20BALA.jpg

É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito é saber sonhar
Então, fazer valer a pena cada verso
Daquele poema sobre acreditar


Não é sobre chegar no topo do mundo e saber que venceu
É sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo e também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo em todas as situações


A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse assim?
Por isso, eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe pra perto de mim

Não é sobre tudo que o seu dinheiro é capaz de comprar

E sim sobre cada momento sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera a vida já ficou pra trás


Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir


Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá


Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir

 Entendendo o texto

 01-Qual a tese central defendida no texto-discurso?

      a- a vida é maravilhosa;

      b- ame seus pais, seus filhos e amigos;

      c- aprecie intensamente a vida, com sabedoria, porque esta passa muito rapidamente;

     d- aprecie a vida sem limites.

02-No argumento “Não é sobre ter todas pessoas do mundo pra si/ É sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti”, temos uma crítica:

      a- aos que tem ambição por possuir muitas pessoas;

      b- os que desejam a solidão;

      c- aos que valorizam o amor com alguma pessoa especial.

03-No argumento “É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz”, o eu lírico valoriza:

      a- os que se divertem cantando sozinhos;

      b- os que se divertem cantando juntamente com outras pessoas;

      c- os que se divertem cantando e ouvindo Iphone.

04-No argumento “É saber se sentir infinito/ Num universo tão vasto e bonito é saber sonhar”, o eu lírico valoriza:

      a- os que tem sentimentos de grandeza;

      b- os que se identificam em imaginação com a grandeza e beleza do mundo;

      c- os que gostam de viver.

05-Nos versos “Então, fazer valer a pena cada verso/ Daquele poema sobre acreditar”, o eu lírico valoriza:

     a- o amor;

     b- a persistência;

     c- a fé;

     d- a esperança.

06- No argumento “Não é sobre chegar no topo do mundo e saber que venceu/ É sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu”, o eu lírico valoriza em primeiro lugar:

       a- os que realizam seus objetivos de vida e são vencedores;

       b- os que não se preocupam em realizar muitos objetivos na vida;

       c- os que se fortalecem quando estão batalhando pelos seus objetivos de vida;

       d- os que não tem mais nada a realizar na vida;

07-Nos versos “É sobre ser abrigo e também ter morada em outros corações/ E assim ter amigos contigo em todas as situações”, o eu lírico defende:

     a- o amor incondicional com o próximo;

     b- a construção de amizades mútuas;  

     c- a caridade com o próximo;

     d- a compaixão com o próximo

08-Nos versos “A gente não pode ter tudo/ Qual seria a graça do mundo se fosse assim?”, o eu lírico argumenta:

      a- que as pessoas devem lutar para realizar todos os seus desejos, do contrário, a vida seria sem graça;

      b- que as pessoas devem  se conformar e não se frustrar com o fato de não realizar todos os seus desejos, pois, sem receber nãos, a vida seria sem graça;

      c- que as pessoas que não realizam todos os seus desejos ficam frustradas com razão;

09-Nos versos “A gente não pode ter tudo/Qual seria a graça do mundo se fosse assim?/Por isso, eu prefiro sorrisos/E os presentes que a vida trouxe pra perto de mim”, a palavra grifada foi usada para não repetir a ideia:

       a- porque a vida é sem graça;

       b- porque eu prefiro os sorrisos que a vida me trouxe;

       c- porque eu aceito que a gente não pode ter tudo.

10-No enunciado “Por isso, eu prefiro sorrisos/ E os presentes que a vida trouxe pra perto de mim”?, a quem se referem os pronomes grifados?

       a- ao narrador;

       b- ao eu lírico;

       c- ao leitor;

       d- à gente.

11-No enunciado “Não é sobre tudo que o seu dinheiro é capaz de comprar”, o eu lírico faz uma crítica:

       a- ao limite do desejo;

       b- ao limite da ambição;

       c- ao limite do poder econômico;

       d- à escassez dos produtos a serem vendidos.

12-No enunciado “Também não é sobre correr contra o tempo pra ter sempre mais/Porque quando menos se espera a vida já ficou pra trás”, o eu lírico critica:

       a- a passagem rápida da vida;

       b- a pressa e a ambição;

       c- apenas a pressa;

       d- apenas a ambição.

13-No enunciado “Também não é sobre correr contra o tempo pra ter sempre mais/Porque quando menos se espera a vida já ficou pra trás, no trecho grifado, o eu lírico alerta para:

      a- a chegada da velhice;

      b- a chegada da morte;

      c- o fim da juventude.

14-Nos versos “Segura teu filho no colo/ Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui”, a que se refere a palavra grifada?

     a- no poema;

     b- na nossa casa;

     c- no mundo, vivos;

     d- por perto.

15-Nos versos “Segura teu filho no colo/Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui”, o eu lírico está valorizando:

     a- o romantismo;

     b- a amizade;

     c- a troca de carinhos em família;

     d- o amor mútuo entre pais e filhos.

16-No argumento “Que a vida é trem-bala, parceiro”, através do vocativo grifado, o eu lírico:

     a- chama atenção de um amigo próximo;

      b- chama atenção do leitor como se este fosse um amigo próximo;

      c- chama atenção de um membro de sua família;

      d- chama atenção de seu par romântico.

17-No argumento “Que a vida é trem-bala, parceiro”, temos:

      a- uma ironia sobre a rapidez da vida;

      b- uma metáfora demonstrando a rapidez em que a vida passa;

      c- um lamento do eu lírico sobre a rapidez da vida.

18-Nos versos “Que a vida é trem-bala, parceiro/ E a gente é só passageiro prestes a partir”, o eu lírico conclui que:

      a- devemos aproveitar a vida antes que a morte chegue;

      b- devemos lamentar a chegada da morte;

      c- devemos estar cientes da velocidade da vida;

      d- nada temos a fazer, a não ser esperar a morte chegar.

19-No enunciado “Também não é sobre correr contra o tempo pra ter sempre mais/Porque quando menos se espera a vida já ficou pra trás”, a conjunção grifada:

       a- conclui que não devemos correr contra o tempo ambiciosamente;

       b- opõe-se aos que correm contra o tempo ambiciosamente;

       c- justifica e explica o motivo de não precisar correr contra o tempo ambiciosamente;

      d- mostra o momento adequado de se correr ambiciosamente contra o tempo.

20-Nos versos “Segura teu filho no colo/Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui”, o sujeito a quem é dado o conselho é:

       a- o eu lírico;

       b- o leitor;

       c- os pais;

       d- os filhos.

21-No texto-discurso em questão, “Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá/ Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá” sugere que o cantor lírico está:

      a- numa estrofe da canção; 

      b- no refrão da canção;     

      c- num verso da canção;

      d- no título da canção.

22-Produza um texto-discurso (ou poema ou outro gênero), considerando o argumento de que a vida é trem bala, parceiro, e a gente é só passageiro prestes a partir!

Poema:

Trem da vida,

veloz e incerto,

Leva sonhos,

amores,

e um aperto no peito.

 Cada estação,

 um novo começo,

Mas o destino final,

ninguém sabe, certo?

Então sorria,

abrace, ame,

Valorize cada instante,

como se fosse o último a ter.

Que a vida é um sopro,

um piscar de olhos,

E a felicidade se encontra nos pequenos detalhes.

  • Reflexão:

A metáfora do trem-bala nos convida a uma profunda reflexão sobre a efemeridade da vida. A cada segundo que passa, estamos mais próximos do destino final. No entanto, a beleza está na jornada, nas experiências vividas, nos laços construídos. Ao invés de correr contra o tempo em busca de bens materiais ou status social, devemos cultivar relacionamentos, apreciar a natureza, buscar o autoconhecimento e viver cada momento com intensidade. A vida é um presente, e a maior riqueza que podemos ter é a paz interior e a felicidade de quem amamos.

 

POEMA: NÃO SEI O QUE HA DE VAGO - JOÃO DE DEUS - COM GABARITO

 Poema: Não Sei o que Ha de Vago

             João de Deus

Não sei o que há de vago,
Incoercível, puro,
No voo em que divago
Á tua busca, amor!
No voo em que procuro
O balsamo, o aroma,
Que, se uma forma toma,
É de impalpável flor!

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTngAcOQ8YsEFV2ARXWjo0fX2_2PcxkP5biRy24RqgvtNmz8uABp3jGjDK16wInaLqSx7zYOHQL8tMgXpSbkLocXbVVdjqejMzvwg46BGYjYFnrF1ZfuF3es1Llr2AElbti2_JPyAEPq7dsc7NvoZJB0i0VArdxPicwpAUQvJYqMn14tiLRXhcz1Gk4Y8/s1600/HOMEM.jpg 



Oh como te eu aspiro
Na ventania agreste!
Oh como te eu admiro
Nas solidões do mar!
Quando o azul celeste
Descansa n'essas águas
Bem como n'estas magoas
Descansa o teu olhar!

Que plácida harmonia
Então a pouco e pouco
Me eleva a fantasia
A novas regiões!
Dando-me ao uivo rouco
Do mar, n'essas cavernas,
O timbre das mais ternas
E pias orações!

Parece todo o mundo
Só um imenso templo!
O mar já não tem fundo
E não tem fundo o céu!
E, em tudo, o que contemplo,
O que diviso em tudo,
És tu!... esse olhar mudo!...
O mundo... és tu... e eu!...

DEUS, João de. In: MOISÉS, Massaud. Presença da literatura portuguesa: Romantismo-Realismo. 4. ed. São Paulo: Difel, 1974, v3, p. 127.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 48.

Entendendo o poema:

01 – O que o eu lírico busca em seu "voo" e "divagação"?

      A busca do eu lírico parece ser por algo intangível, um estado de perfeição ou plenitude emocional ligado à figura do amor. A busca por um "balsamo" e um "aroma" sugere uma necessidade de cura e consolo.

02 – Qual a importância da natureza (ventania, mar, céu) para a expressão dos sentimentos do poeta?

      A natureza serve como um espelho para os sentimentos do poeta. Os elementos naturais (vento, mar, céu) ampliam e intensificam as emoções, funcionando como metáforas para as turbulências e a imensidão dos sentimentos amorosos.

03 – Como o amor transforma a percepção do eu lírico sobre o mundo?

      O amor transforma o mundo em um templo, um lugar sagrado e infinito. A divisão entre céu e mar desaparece, e tudo se unifica em uma experiência mística e transcendental. O amor se torna o centro de tudo, a razão de ser de toda a existência.

04 – Qual o significado da expressão "olhar mudo" e sua repetição no poema?

      O "olhar mudo" pode ser interpretado como a expressão mais pura e intensa do amor. É um olhar que não precisa de palavras, que comunica tudo através de um simples contato visual. A repetição enfatiza a importância desse olhar como ponto focal do poema.

05 – Qual a relação entre o título "Não Sei o que Há de Vago" e o conteúdo do poema?

       O título sugere uma busca por algo indefinível, algo que escapa à compreensão racional. Ao longo do poema, o eu lírico tenta descrever essa experiência, mas as palavras parecem insuficientes. A vaguidão do título reflete a natureza intangível e sublime do amor.

 

 

CONTO: AMOR DE PERDIÇÃO - FRAGMENTO - CAMILO CASTELO BRANCO - COM GABARITO

 Conto: Amor de perdição – Fragmento

           Camilo Castelo Branco

        [...]

        Ao romper d'alva dum domingo de junho de 1803, foi Teresa chamada para ir com seu pai à primeira missa da igreja paroquial. Vestiu-se a menina, assustada, e encontrou o velho na antecâmara a recebê-la com muito agrado, perguntando-lhe se ela se erguia de bons humores para dar ao autor de seus dias um resto de velhice feliz. O silêncio de Teresa era interrogador.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVu-FCTgXj2LOigOo0U10Lcx1vqdUw-UebZYwIESOxpHjJLTxIAkKsARnWgq8Zq1Pj-nRG0YJ7HA_KxIIU-7ZC1wY-q7zKrUOPQVWHAcotDvkFWFYq0moSiTFAI0KDR9rli2dreewnMkEBoXNRGSmZ-yoL6tMmuIHqDmhUW9aNpAkW_LL1WFLz_jnF6LA/s320/AMOR.jpg


        -- Vais hoje dar a mão de esposa a teu primo Baltasar, minha filha. É preciso que te deixes cegamente levar pela mão de teu pai. Logo que deres este passo difícil, conhecerás que a tua felicidade é daquelas que precisam ser impostas pela violência. Mas repara, minha querida filha, que a violência dum pai é sempre amor. Amor tem sido a minha condescendência e brandura para contigo. Outro teria subjugado a tua desobediência com maus tratos, com os rigores do convento, e talvez com o desfalque do teu grande patrimônio. Eu, não. Esperei que o tempo te aclarasse o juízo, e felicito-me de te julgar desassombrada do diabólico prestígio do maldito que acordou o teu inocente coração. Não te consultei outra vez sobre este casamento, por temer que a reflexão fizesse mal ao zelo de boa filha com que tu vais abraçar teu pai, e agradecer-lhe a prudência com que ele respeitou o teu gênio, velando sempre a honra de te encontrar digna do seu amor.

        Teresa não desfitou os olhos do pai; mas tão abstraída estava, que escassamente lhe ouviu as primeiras palavras, e nada das últimas.

        -- Não me respondes, Teresa?! – tornou Tadeu, tomando-lhe cariciosamente as mãos.

        -- Que hei de eu responder-lhe, meu pai? – balbuciou ela.

        -- Dá-me o que te peço? Enches de contentamento os poucos dias que me restam?

        -- E será o pai feliz com o meu sacrifício?

        -- Não digas sacrifício, Teresa... Amanhã a estas horas verás que transfiguração se fez na tua alma. Teu primo é um composto de todas as virtudes; nem a qualidade de ser um gentil moço lhe falta, como se a riqueza, a ciência e as virtudes não bastassem a formar um marido excelente.

        -- E ele quer-me, depois de eu me ter negado? – disse ela com amargura irônica.

        -- Se ele está apaixonado, filha!... e tem bastante confiança em si para crer que tu hás de amá-lo muito!...

        -- E não será mais certo odiá-lo eu sempre?! Eu agora mesmo o abomino como nunca pensei que se pudesse abominar! Meu pai... – continuou ela, chorando, com as mãos erguidas – mate-me; mas não me force a casar com meu primo! É escusada a violência, porque eu não caso! Tadeu mudou de aspecto, e disse irado:

        -- Hás de casar! – Quero que cases! Quero!... Quando não, amaldiçoada serás para sempre, Teresa! Morrerás num convento! Esta casa irá para teu primo! Nenhum infame há de aqui pôr pé nas alcatifas de meus avós. Se és uma alma vil, não me pertences, não és minha filha, não podes herdar apelidos honrosos, que foram pela primeira vez insultados pelo pai desse miserável que tu amas! Maldita sejas! Entra nesse quarto, e espera que daí te arranquem para outro, onde não verás um raio de Sol.

        Teresa ergueu-se sem lágrimas, e entrou serenamente no seu quarto. Tadeu de Albuquerque foi encontrar seu sobrinho, e disse-lhe:

        -- Não te posso dar minha filha, porque já não tenho filha. A miserável, a quem dei este nome, perdeu-se para nós e para ela.

        [...]

CASTELO BRANCO, Camilo. Amor de perdição. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2004, p. 36-37. Fragmento.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 51-52.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Desassombrada: livre de temor.

·        Prestígio: poder de atração, sedução.

·        Escusada: desnecessária.

·        Alcatifas: tapetes.

·        Vil: indigna.

·        Apelidos: sobrenome.

02 – Qual a principal tensão dramática apresentada nesse fragmento?

      A principal tensão está no conflito entre a vontade do pai, Tadeu, de casar a filha Teresa com seu primo Baltasar, e a recusa veemente de Teresa a esse casamento, motivada por um amor proibido. A imposição paterna e a resistência filial criam um embate emocional intenso.

03 – Qual o papel do amor na construção desse conflito?

      O amor é o catalisador do conflito. O amor proibido de Teresa a coloca em oposição à vontade do pai e à ordem social estabelecida. A paixão, ao mesmo tempo em que une os amantes, os separa de suas famílias e os coloca em uma situação trágica.

04 – Como o pai, Tadeu de Albuquerque, justifica sua decisão de impor o casamento à filha?

       Tadeu justifica sua decisão apelando para a honra da família, a preservação do patrimônio e a felicidade de Teresa a longo prazo. Ele argumenta que o casamento com Baltasar é a melhor opção para garantir o futuro da filha, mesmo que ela não o ame no presente.

05 – Qual a reação de Teresa diante da imposição paterna?

      Inicialmente, Teresa se mostra passiva e abalada com a decisão do pai. No entanto, à medida que a conversa avança, ela demonstra sua firme oposição ao casamento, chegando a amaldiçoar o pai e a negar sua própria identidade.

06 – Como o fragmento sugere a atmosfera psicológica dos personagens?

      O fragmento revela a angústia e a desesperança de Teresa, que se sente aprisionada e sem voz. Tadeu, por sua vez, demonstra autoridade, rigidez e uma profunda convicção em suas ações, mesmo que isso signifique causar sofrimento à filha.

07 – Que elementos do Realismo literário podem ser identificados nesse fragmento?

      O fragmento apresenta elementos característicos do Realismo, como a descrição detalhada dos ambientes e dos personagens, a valorização da psicologia individual, a crítica às instituições sociais e a linguagem direta e objetiva. A ênfase nos conflitos familiares e sociais também é uma marca do Realismo.

08 – Qual a sua expectativa em relação ao desenrolar da história a partir desse fragmento?

      A partir desse fragmento, podemos esperar um desfecho trágico, marcado pela impossibilidade de conciliar os desejos individuais com as exigências sociais. A paixão de Teresa e a obstinação de Tadeu podem levar a um final trágico, como a morte ou o exílio dos amantes.

 

POESIA: LIRA - GONÇALVES DIAS - COM GABARITO

 Poesia: Lira

            Gonçalves Dias

Se me queres a teus pés ajoelhado,
Ufano de me ver por ti rendido,
Ou já em mudas lágrimas banhado;
        Volve, impiedosa,
        Volve-me os olhos;
        Basta uma vez!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqM1PRRsWN6kwqt9Fm2J5Rclc-Bgf5MGhQuhyphenhyphen44-YYUS2lSeKJbdDM8vhbPwuJtBcka9ydjGvpWYKP_nIrrP5Ax8px6G4lIRT9KesJrnKF0bV9jz6LXA-MtFtCOtcSVw9NqMMkp4SynTjcVB_FhlMyjetXAskaiknRk_JMmuAADY9W5hRFPhCYFidYzuc/s320/SENHORA.jpg



Se me queres de rojo sobre a terra,
Beijando a fímbria dos vestidos teus,
Calando as queixas que meu peito encerra,
        Dize-me, ingrata,
        Dize-me: eu quero!
        Basta uma vez!

Mas se antes folgas de me ouvir na lira
Louvor singelo dos amores meus,
Por que minha alma há tanto em vão suspira;
        Dize-me, ó bela
        Dize-me: eu te amo!
        Basta uma vez!

DIAS, Gonçalves. In: BUENO, Alexei (org.) Gonçalves Dias: poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998, p. 223.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 107.

Entendendo a poesia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Ufano: orgulhoso.

·        Rendido: vencido.

·        Volve: volta.

·        De rojo: de rastros, rastejando.

·        Fimbria: barra.

·        Folgas: tens prazer.

02 – Qual a principal emoção expressa pelo eu lírico na Lira?

      A principal emoção expressa pelo eu lírico é o amor apaixonado e sofrido. Ele se coloca em posição de súplica, implorando por um gesto de carinho ou reconhecimento da amada. A repetição do verso "Basta uma vez!" enfatiza a intensidade desse desejo.

03 – Que tipos de súplicas o eu lírico faz à amada?

      O eu lírico apresenta três tipos de súplica:

      Submissão: Pede para ajoelhar-se aos pés da amada e ser visto como rendido.

      Intimidade física: Deseja beijar a fímbria dos vestidos dela, buscando um contato físico mais próximo.

      Reconhecimento: Implora por uma palavra de amor, um sinal de que seus sentimentos são correspondidos.

04 – Qual o papel da lira na expressão dos sentimentos do eu lírico?

      A lira representa a voz do poeta, o instrumento através do qual ele expressa seus sentimentos. É por meio da música que ele busca alcançar a amada e expressar a intensidade de seu amor. A lira simboliza a arte como forma de comunicação e como refúgio para a alma apaixonada.

05 – Como a figura da amada é construída no poema?

      A amada é apresentada como uma figura distante e indiferente, que provoca sofrimento no eu lírico. Ela é descrita como "impiedosa" e "ingrata", sugerindo uma certa crueldade em não corresponder ao amor do poeta. Essa construção da figura feminina é comum na poesia romântica, onde a mulher é frequentemente idealizada e, ao mesmo tempo, inalcançável.

06 – Quais as características do Romantismo presentes na Lira?

      A Lira apresenta diversas características do Romantismo, como:

      Idealização da mulher: A amada é descrita como um ser perfeito e inalcançável.

      Subjetivismo: O poema expressa os sentimentos e emoções do eu lírico de forma intensa e pessoal.

      Valorização da natureza: Embora não explicitamente presente neste poema, a natureza é um elemento frequente na poesia romântica, servindo como cenário para as emoções do poeta.

      Individualismo: O eu lírico se isola do mundo e se refugia em seus próprios sentimentos.

      Musicalidade: A linguagem poética é rica em musicalidade, com o uso de rimas e aliterações, buscando imitar a melodia da lira.