sábado, 13 de agosto de 2022

ROMANCE: CAPITU - OLHOS DE RESSACA - CAP. XXXII - MACHADO DE ASSIS - COM GABARITO

 Romance: Capitu – Olhos de ressaca – Cap. XXXII

    Machado de Assis

        [...]

        Tudo era matéria às curiosidades de Capitu. Caso houve, porém, no qual não sei se aprendeu ou ensinou, ou se fez ambas as coisas, como eu. É o que contarei no outro capítulo. Neste direi somente que, passados alguns dias do ajuste com o agregado, fui ver a minha amiga; eram dez horas da manhã. D. Fortunata, que estava no quintal, nem esperou que eu lhe perguntasse pela filha.

        — Está na sala, penteando o cabelo, disse-me; vá devagarzinho para lhe pregar um susto.

        Fui devagar, mas ou o pé ou o espelho traiu-me. Este pode ser que não fosse; era um espelhinho de pataca (perdoai a barateza), comprado a um mascate italiano, moldura tosca, argolinha de latão, pendente da parede, entre as duas janelas. Se não foi ele, foi o pé. Um ou outro, a verdade é que, apenas entrei na sala, pente, cabelos, toda ela voou pelos ares, e só lhe ouvi esta pergunta:

        — Há alguma coisa?

        — Não há nada, respondi; vim ver você antes que o Padre Cabral chegue para a lição. Como passou a noite?

        — Eu bem. José Dias ainda não falou?

        — Parece que não.

        — Mas então quando fala?

        — Disse-me que hoje ou amanhã pretende tocar no assunto; não vai logo de pancada, falará assim por alto e por longe, um toque. Depois, entrará em matéria. Quer primeiro ver se mamãe tem a resolução feita...

        — Que tem, tem, interrompeu Capitu. E se não fosse preciso alguém para vencer já, e de todo, não se lhe falaria. Eu já nem sei se José Dias poderá influir tanto; acho que fará tudo, se sentir que você realmente não quer ser padre, mas poderá alcançar?... Ele é atendido; se, porém... É um inferno isto! Você teime com ele, Bentinho.

        — Teimo; hoje mesmo ele há de falar.

        — Você jura?

        — Juro! Deixe ver os olhos, Capitu.

        Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...

        Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. Este outro suplício escapou ao divino Dante; mas eu não estou aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos cabelos de Capitu, mas então com as mãos, e disse-lhe, — para dizer alguma coisa, — que era capaz de os pentear, se quisesse.

        — Você?

        — Eu mesmo.

        — Vai embaraçar-me o cabelo todo, isso sim.

        — Se embaraçar, você desembaraça depois.

        — Vamos ver.

        [...].

ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. In: COUTINHO, Afrânio (Org.). Machado de Assis: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. v. 1, p. 842-843. Fragmento.

      Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 88-90.

Entendendo o romance:

01 – Com um propósito bastante objetivo, o narrador estabelece uma relação entre a metonímia (“espelhinho de pataca”, “comprado de um mascate italiano”, de “moldura tosca”, “argolinha de latão”, etc.) e a condição social de Capitu e de sua família. Qual é o interesse do narrador em revelar a condição econômica de Capitu?

      Capitu cobra insistentemente de Bentinho uma posição sobre a intervenção de José Dias junto a D. Glória para que o filho deixe o seminário. Logo depois é indicada ao leitor a condição social da moça. Com isso, o narrador talvez tenha querido dizer que Capitu estava interessada em casar-se logo com ele por causa da condição social privilegiada do rapaz.

02 – A agressividade explícita contida na fala de Capitu, reproduzida a seguir, permite-nos inferir duas leituras sobre suas motivações para desejar tanto a saída de Bentinho do seminário.

        “— Que tem, tem, interrompeu Capitu. E se não fosse preciso alguém para vencer já, e de todo, não se lhe falaria. Eu já nem sei se José Dias poderá influir tanto; acho que fará tudo, se sentir que você realmente não quer ser padre, mas poderá alcançar?... Ele é atendido; se, porém... É um inferno isto! Você teime com ele, Bentinho.”

a)   Qual seria a primeira leitura (a favor de Capitu)?

A primeira leitura – mais romântica – estaria ligada ao profundo amor que Capitu nutre por Bentinho, o que justificaria seu aborrecimento com ele, com José Dias e com D. Glória.

b)   Qual seria a segunda leitura (contra ela)?

A segunda leitura estaria ligada aos interesses de ascensão social de Capitu. Nesse ponto de vista, não se casar com Bentinho – pelo fato de ele ser obrigado a ser padre – representaria permanecer naquela situação financeira modesta, cuja metonímia do espelho denuncia e reforça.

c)   Explique de que maneira essas duas possibilidades de leitura reforçam a ambiguidade de Capitu.

Capitu – filtrada pelos olhos de Bentinho – Dom Casmurro – poderia ser vista tanto como uma mulher ingênua, motivada unicamente pelo amor, quanto como uma mulher manipuladora, motivada por interesses financeiros.

03 – Por que Bentinho se lembra de observar os olhos de Capitu depois de ela pedir a ele que jure que José Dias vai tentar convencer D. Glória?

      Porque, de alguma forma, Bentinho – ainda que adolescente e ingênuo – desconfia de que está sendo manipulado, o que confirmaria a definição de José Dias para os olhos de Capitu: “[...] de cigana oblíqua e dissimulada”.

04 – Uma das metáforas mais conhecidas da literatura brasileira, ligadas à caracterização dos olhos de uma mulher, está no capítulo que você acabou de ler.

a)   Que comparação o narrador faz para construir sua metáfora?

O narrador compara os olhos de Capitu à ressaca do mar.

b)   Explique a metáfora utilizada por Betinho ao falar dos olhos de Capitu.

Bentinho defende que, assim como as ondas do mar quando recuam da praia em dias de ressaca, os olhos de Capitu possuíam uma força misteriosa que poderia arrastar o observador “para dentro” deles e, eventualmente, afoga-lo.

 

QUADRO: ENTERRO EM ORNANS - GUSTAVE COURBET - COM GABARITO

 Quadro: Enterro em Ornans

              Gustave Courbet

 

Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2cmBw5o1yHhFGYBDXwB_OZGFliDns1C27JyRT6rfK2Hepl4m21Nso7EO2PXZXUqjvcy_IQKwkiic078G3wjfd3uuypGskfC6OfgmB7gvg5eZVz95I48LfUKZqOXmGTK_da8n3ZgYQojVcVVHCN0_I6Nt-hkYyUtZWqk2Tk2Ot_l-8yStXu2Jxn08c/s320/museu.jpg

MUSEU D’ORSAY, PARIS

COURBET, Gustave. Enterro em Ornans. 1850. Óleo sobre tela, 315 × 668 cm.

       Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 65.

Entendendo o quadro:

01 – O que está representado na tela de Courbet?

      Um enterro.

02 – Em que lugar se passa a cena?

      No cemitério de uma aldeia bastante simples.

03 – Que tipo de pessoas está retratado na tela?

      Pessoas simples e comuns. Não há nobres nem figuras mitológicas ou personagens de grandes romances.

04 – Observe que o quadro, apesar da triste cena representada, mostra vivacidade e movimento. De que modo o pintor conseguiu esse efeito?

      Retratando as pessoas olhando para várias direções, além de usar fortes contrastes de luz e cores.

05 – Essa pintura é de grandes dimensões (315 × 668 cm), e o retrato dos modelos é feito em escala natural. Que efeito tem essa opção para a representação da cena?

      O efeito de aproximar-se do real.

CONTO: FICÇÃO - BEATRIZ BRACHER - COM GABARITO

 Conto: Ficção

Beatriz Bracher

 Resisti ao carro blindado. Fumo, tenho claustrofobia, é ideologicamente nefasto, uma provocação perigosa. Enfim, a coisa piorou e passou a ser arrogante e irresponsável deixar-me morrer abrindo mão das defesas de que disponho. Tenho filhos, exerço uma liderança produtiva na sociedade, pesquiso as origens de nossa desarmonia social. Tenho pânico. E o pânico de ser atacada, machucada, humilhada e morta minava meu raciocínio. Cedi ao carro blindado.

        A energia que gasto andando em um é equivalente à que gastava andando em um não. Exige a mesma dose de alienação. Se desprotegida, qualquer pedestre é um assassino, quebraram-se os códigos morais capazes de deter sua ação predadora, o nosso fracasso. O medo dirige e transforma em hostilidade todo o humano, torno-me uma idiota. Se protegida, blindada, perco o contato. Sem medo não há vida, afastado o mal, o bem se vai, não faço parte, torno-me uma idiota.

        A rua é um espaço vazio que percorro no vácuo. O vazio não existe, é desejo vão. Tudo deixa sua marca. As artérias permanecem cheias e pulsantes, e o oco não existe. Se o sangue para de correr, seca e entope, os vermes alimentam-se, sempre haverá matéria viva a ocupar os corredores estreitos da cidade.

        Estava parada em um engarrafamento, no final de um dia poluído. O homem surgiu e bateu na janela com uma arma preta. O movimento de sua boca berrava e a voz chegava baixa. Passa o dinheiro, passa o dinheiro ou vai morrer. Agora, abre a janela, agora, agora, ou vai morrer, ou vai morrer. Olhava louco para mim, olhava louco para mim. Ou vai morrer, ou vai morrer. Olhava sua boca, seus olhos, a arma preta, a aflição e a raiva e me convencia que era cinema. Não tentei explicar-lhe, ele entenderia. O vidro blindado transformava sua ação, eu podia olhar, observar os detalhes de sua roupa, a língua escura e o tamanho pequeno das mãos agarrando a arma preta. A arma preta apontada contra meus olhos, o canal oco da arma preta tremendo, argumento claro, abre, sua vaca, eu vou atirar. Minha curiosidade apática minava sua decisão, o argumento oscilava.

        O rapaz entendeu sua impossibilidade, titubeou, apoiou as mãos no vidro, uma fechada na arma, aproximou o rosto e cuspiu minha morte mais uma vez. Eram de um animal os olhos, a palma da mão suada e a saliva. Furioso, enjaulado, um fila brasileiro latindo e pulando atrás das grades enquanto caminhamos na calçada. Ele segurou a arma com as duas mãos e mirou em meu rosto. Eu mirava calma e hipnotizada, intrigada com o fim.

        Um frio monstruoso me sobe do estômago e para meu coração. Hoje é dia de rodízio, eu não estou no blindado. Meus olhos pulam de horror, as mãos crispadas na boca aberta e hirta, sem qualquer possibilidade de voz, pedi piedade. Ele entendeu e riu. Num só golpe, quebrou o vidro com a mão da arma, esmurrou meu rosto e sumiu deixando o revólver de brinquedo no meu colo manchado com nosso sangue.

BRACHER, Beatriz. Ficção. Meu amor. São Paulo: Editora 34, 2009. p. 51-52.

     Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 63-4.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Claustrofobia: medo exagerado de estar em lugares fechados.

·  Ideologicamente: refere-se, no contexto, ao conjunto de valores da personagem.

·        Nefasto: desfavorável.

·        Alienação: distanciamento, indiferença.

·        Titubeou: hesitou, vacilou.

·        Rodízio: restrição na circulação de carros.

·        Crispadas: contraídas.

·        Hirta: rígida.

02 – No primeiro parágrafo do conto, quais são as justificativas da narradora para ter resistido, durante algum tempo, à compra de um carro blindado?

      A narradora apresenta como justificativa o fato de ter claustrofobia e ser “ideologicamente nefasto” possuir um carro blindado.

03 – Nesse mesmo parágrafo, ela apresenta motivos para ter cedido ao desejo de adquirir um veículo blindado. Transcreva os trechos que evidenciam suas razões.

      Segundo a narradora, o mundo ficou mais violento, e passou “a ser arrogante e irresponsável” que ela se deixe “morrer abrindo mão das defesas” de que dispõe, ou seja, ter um carro blindado. Também justifica a proteção afirmando que tem filhos, que exerce “uma liderança produtiva na sociedade”, pois pesquisa “as origens de nossa desarmonia social”, além de ter pânico de ser “atacada, machucada, humilhada e morta”.

04 – No segundo parágrafo, a narradora fala sobre o que ela denomina “o nosso fracasso”.

a)   Explique o que seria esse fracasso.

“Nosso fracasso” seria o fato de vivermos em um mundo em que os códigos morais já não são capazes de deter a “ação predadora” das pessoas.

b)   Por que ela utiliza o pronome nosso e não meu?

Porque ela quer dizer que o fracasso é da sociedade toda, e não apenas de uma pessoa.

05 – Por que o carro blindado “idiotiza” a narradora?

      Porque o carro dotado desse recurso evita que ela tenha medo. E, segundo ela, “sem medo não há vida” e “afastado o mal, o bem se vai”.

06 – Em geral, o discurso direto é indicado de duas maneiras no texto: pelo uso do travessão ou das aspas.

a)   De que forma esse tipo de discurso é indicado no conto?

Não há sinais gráficos de indicação do discurso direto, que aparece sem qualquer marca formal no meio do parágrafo. O leitor é que o deduz.

b)   Explique que efeito tem no texto a forma como o discurso direto é apresentado.

Com a supressão das aspas ou dos travessões, a autora dá agilidade ao relato, tornando-o mais próximo de um discurso real. O fato de o ladrão falar e gritar no meio do parágrafo – sem indicação prévia de discurso direto – dá ao leitor a impressão de que várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo: a narradora está trancada, mantém uma “curiosidade apática” em relação ao que vê, reflete sobre o fato e ouve os gritos.

07 – Por que a narradora se convenceu de que aquilo que ela estava vivendo era “cinema”? Apresente elementos do texto que justifiquem essa metáfora.

      Porque, assim como no cinema, em que se vê um filme em total segurança, estando a narradora em um carro blindado, ela não seria atingida pela violência que testemunhava. Como em um filme, a personagem assistia a todas as cenas: “Olhava sua boca, seus olhos, a arma preta, a aflição e a raiva”; “podia olhar, observar os detalhes de sua roupa, a língua escura e o tamanho pequeno das mãos agarrando a arma preta”.

08 – A metáfora do cinema transforma-se, no penúltimo parágrafo, em outra metáfora, a do “animal enjaulado”. Explique essa figura de linguagem e sua função expressiva no texto.

      Assim que o rapaz percebeu que sua vítima estava protegida, tornou-se furioso e agressivo como um animal preso. Entretanto, toda essa violência e selvageria seriam inúteis, já que a narradora julgava estar segura no carro que pensava ser blindado. A imagem que ela vê se assemelha à de um cão fila brasileiro que late e pula atrás das grades e não pode atacar ninguém.

09 – Explique a inversão de papéis entre a narradora e o assaltante no parágrafo que serve de desfecho para o conto.

      A narradora – antes “apática”, “calma”, “hipnotizada”, “intrigada” com o que via, por julgar estar sendo protegida pela blindagem do carro – passa a ser observada pelo assaltante, que percebe rapidamente seu medo nos olhos que “pulam de horror”, nas “mãos crispadas, na boca aberta e hirta, sem qualquer possibilidade de voz” e no pedido de “piedade”. Depois de quebrar o vidro e esmurrar o rosto da mulher, o ladrão deixa um revólver de brinquedo no local, sugerindo que, assim como os vidros pareciam blindados para ele, o revólver parecia real para ela.

10 – Explique de que maneira a expressão nosso sangue, que encerra o conto, estabelece uma relação entre personagens de classes sociais tão distintas.

      O pronome nosso se refere ao sangue de ambos os personagens. Esse elemento serve para lembrar o leitor de que a narradora e o assaltante são igualmente humanos, mesmo pertencendo a classes sociais diferentes.

 

RESUMO: PESSIMISMO DE CADA DIA (TEXTO "PESSIMISMO) - REVISTA SUPERINTERESSANTE - COM GABARITO

 Resumo: Pessimismo de cada dia (texto “Pessimismo”)

       O texto “Pessimismo” [...], que foi publicado pela revista Superinteressante, aborda a importância de se ter, tanto na vida particular quanto na coletiva, pessoas pessimistas, uma vez que, segundo a reportagem, essas pessoas impedem que os demais indivíduos se afastem excessivamente da realidade.

        Para sustentar tal ponto de vista, a matéria traz os mais diversos argumentos através de estudos de psicólogos e de filósofos que defendem a mesma ideia. Assim, em menor ou maior grau, esses especialistas apontam para a importância do pessimismo para encarar as situações e, mais do que isso, alertam para o excesso de otimismo no qual vivemos atualmente.

        No caso da vida privada o texto faz alusão à filosofia de Arthur Schopenhauer que afirma que o otimismo seria a causa de todo sofrimento humano, enquanto que para os psicólogos John Lee e Joane Wood ele é gerador de ansiedade, o que agrava muitas vezes o quadro de pacientes com baixa autoestima, por exemplo.

        Já na vida coletiva o filósofo Roger Scruton defende o pessimismo relembrando que a onda otimista leva as pessoas a aceitarem e acreditarem em ideias perigosas e irracionais como o nazi-fascismo que convenceu milhares de pessoas através do discurso da superioridade e poderio invencível alemão. Dessa forma o pessimismo é a melhor forma de evitar que barbáries como a 2ª Guerra Mundial ou o Holocausto ocorram.

Disponível em: https://www.comvest.unicamp.br/vest_nteriores/2014/dowload/comentadas/redacao.pdf.  Acesso em: 22 jan. 2016.

               Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 342.

Entendendo o resumo:

01 – O autor inicia o resumo citando o título e a fonte do texto original. Com que objetivo ele pode ter optado por começar o resumo dessa forma?

      Provavelmente, para contextualizar o leitor do resumo, que não teve acesso ao texto original.

02 – Como você deve ter observado, o autor consegue sintetizar de maneira fiel e coerente as principais informações e argumentos apresentados no texto original. Além disso, ele não se limita a resumir os parágrafos do texto original linearmente, como é mais comum. Observando o modo como o resumo foi construído, responda:

a)   O resumo começa trazendo dois planos em que se pode refletir sobre o pessimismo. Quais são eles?

O particular e o coletivo.

b)   Depois de estabelecida essa relação entre os dois planos, que outras informações do texto original são incluídas no resumo?

As opiniões dos especialistas mobilizados pela matéria de divulgação científica da Superinteressante.

03 – O autor do resumo utiliza várias expressões para distinguir sua voz da voz do autor do texto original.

a)   No caderno, registre algumas dessas expressões.

O autor empregou expressões como “o texto aborda”, “segundo a reportagem”, “a matéria traz”, “esses especialistas apontam”, “o texto faz alusão”, etc.

b)   Observe que, apenas no último parágrafo, o autor não faz essa distinção. Reescreva o trecho no caderno, corrigindo o problema.

Já na vida coletiva, o texto cita o filósofo Roger Scruton, que defende o pessimismo relembrando que a onda otimista leva as pessoas a aceitarem e acreditarem em ideias perigosas e irracionais como o nazi-fascismo que convenceu milhares de pessoas através do discurso da superioridade e poderio invencível alemão. Dessa forma, a matéria conclui que o pessimismo é a melhor forma de evitar que barbáries como a 2ª Guerra Mundial ou o Holocausto ocorram.

 

NOTÍCIA: CÃES VÃO TOMAR UMA "GELADA" COM CERVEJA PET - FOLHA DE S.PAULO - COM GABARITO

 Notícia: Cães vão tomar uma “gelada” com cerveja pet  


  Produto feito especialmente para cachorros chega ao mercado nacional em agosto

        Nada é melhor que uma cervejinha depois de um dia de cão.

        Agora eles, os cães, também vão poder fazer jus a essa máxima. No mês de agosto chega ao mercado a Dog Beer, cerveja criada especialmente para os amigos de quatro patas. “Quem tem bicho de estimação gosta de dividir o prazer até na hora de comer e beber”, aposta o empresário M. M., 47, dono da marca.

        Para comemorar a final da Libertadores, a executiva A. P. C., 40, corintiana roxa, quis inserir Manolito, seu labrador, na festa.

        “Ele tomou tudo. A cerveja é docinha, com fundinho de carne”, descreve.

        Uniformizado, Manolito não só bebeu a gelada durante o jogo contra o Boca Juniors como latiu sem parar até o fim da partida.

        Desenvolvida pelo centro de tecnologia e formação de cervejeiros do Senai, no Rio de Janeiro, a bebida canina é feita à base de malte e extrato de carne; não tem álcool, lúpulo, nem gás carbônico.

        O dono da empresa promete uma linha completa de “petiscos líquidos”, que inclui suco, vinho e champanhe.

        A lista de produtos humanos em versões animais não para de crescer.

        Já existem molhos, tempero para ração e até patê.

        O sorvete Ice Pet é uma boa opção para o verão. A sobremesa tem menos lactose, não tem gorduras nem açúcar.

Adaptado de Ricardo Bunduky, Folha de S.Paulo, São Paulo, 22 jul. 2012, Cotidiano, p. 3.

        Vergonha Nacional

        As décadas de descumprimento da lei [...] contribuíram para que os adultos se habituas sem a ver o consumo de bebidas entre adolescentes como “mal menor”, comparado aos perigos do mundo. [...] Um estudo publicado pela revista Drugs and Alcohol Dependence ouviu 15000 jovens nas 27 capitais brasileiras. O cenário que emerge do estudo é alarmante. Ao longo de um ano, um em cada três jovens brasileiros de 14 a 17 anos se embebedou ao menos uma vez. Em 54% dos casos mais recentes, isso ocorreu na sua casa ou na de amigos ou parentes. Os números confirmam também a leniência com que os adultos encaram a transgressão. Em 17% dos episódios, os menores estavam acompanhados dos próprios pais ou de tios.

        Resultados da pesquisa realizada com 15 000 jovens de 14 a 17 anos nas 27 capitais brasileiras:

1     Quantas vezes se embebedou:

Nenhuma vez .................................................. 12%.

Uma vez na vida .............................................. 35%.

Ao menos uma vez no último ano .................... 32%.

Ao menos uma vez no último mês ................... 21%.

2     Onde ficou embriagado: (na última vez em que bebeu).

Bar .................................................................... 35%.

Casa de amigos ............................................... 30%.

Casa de parentes ............................................. 13%.

Própria casa ..................................................... 11%.

Festas ou praia ................................................ 11%.

3     – Com quem bebeu: (na última vez em que bebeu).

Amigos ............................................................. 50%.

Irmãos e primos ............................................... 26%.

Pais e tios ........................................................ 17%.

Namorado(a) ................................................... 5%.

Sozinho ........................................................... 2%.

Adaptado de Revista Veja, São Paulo, n° 28, 11 jul. 2012, p. 81-82.

        Agora, leia a carta de leitor produzida por um candidato a partir da proposta anterior.

        Prezados redatores,

        Acompanho diariamente este jornal – e não o leio, apenas; mas também me questiono sobre o conteúdo que é nele reproduzido. Dessa forma, ao renegar a posição de leitor passivo, me vejo na função de expressar meu descontentamento perante a matéria veiculada no caderno “Cotidiano” do último dia 22 de julho, que tinha por objetivo informar sobre uma nova linha de cerveja para cães. Abarcada pela explosão de produtos de consumo humano que ganharam versões para animais domésticos, a reportagem exalta a bebida para os cães, como se ela levasse a outro nível o companheirismo do animal, que agora acompanha o dono até na “cervejinha” de cada dia. Inclusive, o texto ilustra esta ideia por meio do caso de um cachorro que foi inserido pelos donos, com sua cerveja especial, na festa de comemoração por um time de futebol.

        Me incomoda, assim, que não surja na matéria nenhum questionamento sobre consequências mais sérias desta banalização do consumo de álcool em nossa sociedade (mesmo que a bebida dos cães não possua teor etílico, a referência é clara), principalmente entre aqueles que possuem menos maturidade para avaliar suas atitudes: os adolescentes. Dados de um estudo publicado no periódico “Drugs and Alcohol Dependence” mostram que 88% dos jovens brasileiros de 14 a 17 anos entrevistados na pesquisa já se embebedaram ao menos uma vez na vida, sendo um terço deles num período recente de um ano. A pesquisa também revela que, muitas vezes, o contato com a bebida se associa ao ambiente familiar, já que quase 25% daqueles que afirmaram ter se embebedado estavam em casa própria ou de parentes quando o fizeram pela última vez. Além disso, 17% foram acompanhados por pais ou tios, o que denuncia a naturalidade com que tal atitude é encarada por seus responsáveis. Então, se agora até o cão está apto a compartilhar da bebida, como fazer com que os jovens não se sintam ainda mais estimulados a abusar do consumo de álcool?

        Não pretendo me colocar por meio desta como um moralista ou defensor do que alguns chamariam de “bons costumes”, mas me indigna o fato de que este jornal não tenha proposto um debate relevante sobre o assunto, e simplesmente transcreva um fato que contribui na institucionalização velada do abuso de álcool por parte dos jovens.

O.D.M.

                Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 331-4.

Entendendo a notícia:

01 – A carta que você leu pode ser dividida em cinco partes. No caderno, indique os trechos que correspondem:

a)   Ao cumprimento formal.

“Prezados redatores,”.

b)   Á introdução.

De “Acompanho diariamente este jornal” até “por um time de futebol”.

c)   Ao desenvolvimento.

De “Me incomoda” até “abusar do consumo de álcool”.

d)   Ao fecho.

De “Não pretendo me colocar” até “por parte dos jovens”.

e)   Ás iniciais do remetente.

O. D. M.

02 – A quem é dirigida a carta? Por quê?

        Aos redatores do jornal, porque são considerados pelo remetente os responsáveis pela decisão de publicar a notícia.

03 – Releia este trecho da introdução da carta:

        “Acompanho diariamente este jornal – e não o leio, apenas; mas também me questiono sobre o conteúdo que é nele reproduzido. Dessa forma, ao renegar a posição de leitor passivo, me vejo na função de expressar meu descontentamento perante a matéria veiculada no caderno ‘Cotidiano’ do último dia 22 de julho.”

        Qual é o objetivo desse trecho e que argumento ele apresenta?

      Por meio desse trecho, o autor da carta se identifica de forma positiva, como leitor assíduo, questionador e crítico do jornal. Ele afirma que acompanha o debate a respeito do alcoolismo na adolescência e, dessa forma, argumenta que tem legitimidade para criticar o veículo de comunicação e fazer cobranças.

04 – A carta de leitor é um texto em que o remetente expõe seu ponto de vista e apresenta argumentos, pois busca a adesão de outros leitores ao seu posicionamento.

a)   Qual é o posicionamento expresso nessa carta? Explique.

O leitor posiciona-se criticamente em relação à notícia apresentada na proposta e expressão “descontentamento” porque a matéria não faz alusão ao aumento do consumo de álcool por adolescentes.

b)   Que argumentos o leitor utiliza para defender esse posicionamento?

Ele defende que esse tipo de notícia, ainda que se refira a uma cerveja sem álcool para cães, pode contribuir para a banalização, naturalização e “institucionalização” do consumo de bebida alcoólica; considera negativo associar consumo de cerveja a prazer, a companheirismo entre cão e dono; considera que a matéria jornalística faz propaganda subliminar, velada do consumo de álcool; reforça sua argumentação com dados objetivos e confiáveis de um estudo publicado no periódico “Drugs and Alcohol Dependence” apresentados na proposta.

c)   Explique o efeito argumentativo do emprego dos verbos destacados nos trechos a seguir:

·        Me incomoda, assim, que não surja na matéria nenhum questionamento sobre consequências mais sérias desta banalização do consumo de álcool em nossa sociedade, especialmente entre os adolescentes que podem ser estimulados pela reportagem a consumir álcool.

·        [...] mas me indigna o fato de que este jornal não tenha proposto um debate relevante sobre o assunto, e simplesmente transcreva um fato que contribui na institucionalização velada do abuso de álcool por parte dos jovens.

      Reiterar o descontentamento expresso na introdução da carta e manter a coesão, com o emprego de verbos do mesmo campo semântico.

05 – Releia este trecho e explique seu objetivo:

        “Não pretendo me colocar por meio desta como um moralista ou defensor do que alguns chamariam de ‘bons costumes’ [...].”.

      O leitor busca preservar sua imagem e se defender do possível rótulo de moralismo.

06 – Considerando o contexto, explique o uso de aspas em:

a)   “Cervejinha”.

Ironizar o emprego do diminutivo para se referir à bebida, de maneira afetiva.

b)   “Bons costumes”.

Ironizar a expressão entre aspas.

c)   “Cotidiano”.

Indicar o nome do caderno do jornal.

07 – Leia:

        Me incomoda, assim, que não surja na matéria nenhum questionamento sobre consequências mais sérias desta banalização do consumo de álcool em nossa sociedade (mesmo que a bebida dos cães não possua teor etílico, a referência é clara).”

        De acordo com as regras da gramática normativa, não se inicia frase com pronome oblíquo. Como se explica esse uso no trecho anterior?

      O leitor empregou o pronome oblíquo no início da frase seguindo uma tendência do português falado do Brasil.

 

NOTÍCIA: A GRANDE ONDA DE KANAGAWA - JOÃO MONTANARO - COM GABARITO

 Notícia: A grande onda de Kanagawa

  

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MONTANARO, João. Folha de S. Paulo, 12 mar. 2011. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/fsp/opinião/inde12032011.htm. Acesso em: 26 jan. 2016.

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A grande onda de Kanagawa, de Katsushika Hokusai, 1829-1833.

        Agora, leia algumas das cartas escritas pelos leitores da Folha de S. Paulo sobre a charge de João Montanaro e publicadas na seção “Painel do leitor” do jornal, em datas subsequentes.

Carta 1

        Impressionante, infeliz, impiedosa e sem nenhuma sensibilidade a charge editada por este jornal na pág. A2 de ontem. Como pode um jornal como a Folha permitir esta divulgação em um momento tão infeliz? O autor nem ao menos se identifica no desenho, uma vergonha. O momento pelo qual passam nossos irmãos japoneses não permite tamanha insensibilidade.

RUBENS MANOEL PARANHOS BELLO (Jandira, SP). Folha de S. Paulo, 13 mar. 2011. Caderno Opinião/Painel do Leitor, p. A3.

Carta 2

        Fico impressionada com os comentários maldosos contra o cartunista João Montanaro. Ao ver a charge, não a li como uma sátira. Meus olhos apenas a receberam como uma realidade. Quem imaginaria que a xilogravura do artista Hokusai serviria de base para reforçar uma tragédia que ocorreu no Japão? Que me conste, estamos no ano 2011 e a liberdade de expressão é direito de qualquer ser humano. João Montanaro apenas retratou o que acontece hoje no mundo em que vivemos, e nós, habitantes deste planeta, somos os responsáveis pelas tragédias que ocorrem e ocorrerão.

MARIA RITA MARINHO, gerente da Secretaria Geral da Fundação Bienal (São Paulo, SP). Idem. 18 mar. 2011.

Carta 3

        Como colega e admirador, quero dizer algo sobre o João Montanaro e sua charge na Folha de sábado (12/3). Talvez tenha havido pressa no julgamento que alguns leitores fizeram, condenando o trabalho por um suposto desrespeito à dor humana num momento de tragédia.

        No entanto, João revelou audácia, e não insensibilidade. Usando um ícone da cultura japonesa, ele nos remete a uma reflexão sobre contrastes: o milenar, permanente, sólido; e o instantâneo, devastador. A natureza e sua força imanente (presente na gravura de Hokusai), e a mesma natureza enquanto força agressiva. A beleza presente nos tufões e a beleza terrível do caos. Quem não experimentou esses sentimentos contraditórios vendo as imagens de carros e barcos boiando e se chocando como peças de Lego?

        Esses sentimentos estão reconhecíveis na charge. E o autor se preocupou em não colocar nenhuma figura humana no desenho, sinal de que percebeu a gravidade do tema e a necessidade de localizar o comentário na esfera da relação entre a cultura humana com o meio ambiente. Note-se ainda a presença de uma usina nuclear entre as edificações atingidas. Isso é um alerta, e não um sinal de zombaria.

LAERTE COUTINHO, cartunista (São Paulo, SP). Idem. 15 mar. 2011.

Carta 4

        Oportuna a manifestação do leitor Rubens M. Paranhos Bello (13/3) sobre a infeliz charge acerca da tragédia no Japão (12/3).

        Acredito que a publicação se deu pela imaturidade do chargista, de 14/15 anos. Não sei se a falta de sensibilidade dos jovens de hoje é característica dessa faixa etária, mas, coincidência ou não, após a divulgação do trágico acontecimento, tive a oportunidade de ouvir de um grupo de jovens da mesma idade manifestações desrespeitosas e piadas de mau gosto sobre o evento e os japoneses.

        Felizmente, no dia 13, a Folha, num ato de “remissão”, nos brindou com uma tocante charge do genial Jean.

CLAUDIO N. SHIMABUKURO (São Paulo, SP). Idem. 15 mar. 2011.

             Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 328-330.

Entendendo a notícia:

01 – Você costuma ler cartas de leitor em jornais, revistas, sites etc.?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Em sua opinião, qual é a importância dessas cartas?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Os meios de comunicação são influenciados por essas manifestações dos leitores?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Que assuntos predominam nesse tipo de mensagem?

      A notícia de algum fato ocorrido.

05 – Com quais dessas opiniões você concorda? Com quais delas discorda? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O importante é que o posicionamento dos alunos seja sustentado por argumentação e defendido com respeito aos colegas.

06 – Em sua opinião, por que alguns leitores consideraram a charge de Montanaro agressiva e ofensiva ao povo japonês?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Releia a carta 1.

a)   Qual é o principal objetivo dessa carta?

Criticar o jornal por publicar a charge de João Montanaro.

b)   Que recursos linguísticos o autor empregou para expressar seu ponto de vista?

O autor utiliza várias palavras e expressões de sentido negativo: “impressionante, infeliz, impiedosa e sem nenhuma sensibilidade”, “uma vergonha”, “tamanha insensibilidade”.

08 – Releia a carta 2.

a)   Qual é o principal objetivo dessa carta?

Defender a publicação da charge e discordar dos leitores que a criticaram.

b)   Que argumentos o autor utilizou para defender seu posicionamento nessa carta?

O autor qualificou como “maldosos” os comentários dirigidos ao cartunista; defendeu que a charge apenas retratou a realidade; dirigiu-se aos leitores que criticaram a charge para questioná-los; negou que a charge tivesse sido usada como “sátira” a uma “tragédia”; defendeu a liberdade de expressão e considerou os “habitantes do planeta” como responsáveis pela tragédia.

09 – Explique o ponto de vista da autora da carta 3 e os argumentos usados por ela para sustentar esse posicionamento.

      Na introdução, Laerte, a autora da carta, identifica-se como cartunista e admiradora de João Montanaro, revelando seu posicionamento favorável à charge. Segundo ela, o autor da charge, por meio de uma obra secular, mostra a força agressiva da natureza. O fato de ter representado a usina em vez do Monte Fuji e de não ter incluído figuras humanas na charge pode revelar sua preocupação com a realidade. Laerte considera a charge audaciosa, não insensível, e a imagem da usina nuclear um alerta, não uma zombaria.

10 – Releia a carta 4.

a)   Nessa carta, o autor faz referência a outras duas publicações do mesmo jornal. Indique quais são elas.

A carta do leitor Rubens M. Paranhos Bello e a charge do cartunista Jean, publicadas dois dias antes.

b)   A partir dessas referências, o que é possível inferir sobre o autor da carta?

Que é um leitor que acompanha diariamente as publicações do jornal.

c)   Essa caracterização implícita ajuda a sustentar o posicionamento do autor da carta?

Sim. O fato de acompanhar o jornal diariamente faz com que o autor tenha autoridade para criticar a publicação da charge, já que conhece o conteúdo que é normalmente veiculado pela Folha de S. Paulo.