domingo, 17 de setembro de 2017

CONTO: O PESCADOR VERDE - CARLO COLLODI - COM GABARITO

CONTO: O pescador verde
                Carlo Collodi


         Para salvar a vida ao cão Alidoro, Pinóquio lança-se à água mas fica preso numa grande rede, no meio de um montão de peixes…
         Nesse mesmo momento viu sair da gruta um pescador horrível, mesmo horrível, que parecia um monstro marinho. Em vez de cabelos tinha na cabeça um monte densíssimo de ervas verdes, e verde era também a pele do corpo, os olhos e a própria barba enorme que lhe chegava quase até aos pés. Mais parecia um enorme lagarto hirto andando apenas nas patas de trás.
              Quando o pescador acabou de puxar as redes, gritou todo contente:             
              – Graças a Deus, hoje posso apanhar uma bela pançada de peixe!
              “Ainda bem que eu não sou um peixe!”, pensou Pinóquio, retomando um pouco a coragem.
              A rede foi puxada para dentro da gruta, escura e cheia de fumo, no meio da qual se via uma grande frigideira com óleo, a qual deitava um cheiro a cera que dificultava a respiração!
              – Ora vamos cá a ver que peixes apanhei – exclamou o pescador verde e metendo uma mão enorme, que mais parecia a pá de um padeiro, começou a tirar cá para fora todo o tipo de peixes.
              O último a ficar na rede foi o Pinóquio.
              Assim que o pescador o tirou, ficou espantadíssimo com aquela maravilha que os seus olhos verdes viam, e gritou quase amedrontado, assustado e curioso:
              – Que raça de peixe será este?  Ah! Já percebi; deve ser um caranguejo.
              Pinóquio, aí, ficou mortificado e zangado por ver que o pescador o confundia com um caranguejo, e disse num tom de ressentimento:
              – Mas qual caranguejo, nem meio caranguejo! Olha só como ele me trata! Eu, para sua informação, sou um fantoche!
              – Fantoche? – replicou o pescador. – Pois vou ser franco, peixe-fantoche para mim é um peixe novo! Melhor assim! Vou comer-te ainda com mais vontade.
              – Comer-me? Mas não percebes que eu não sou um peixe? Não percebes que falo e raciocino como tu?
              – Isso é verdade – concordou o pescador – e, como vejo que és um peixe com essas faculdades, devo mostrar por ti o devido respeito.
              – E qual será esse devido respeito?
              – Como prova de amizade e de estima muito particular, vou deixar-te escolher a forma como queres ser cozinhado. Preferes ser frito na frigideira ou cozido na panela com molho de tomate?

                                                        Carlo COLLODI, As Aventuras de Pinóquio,
Tradução de Maria Irene Vieira, Círculo de Leitores (texto adaptado)


Interpretação de texto:

1 – Quem são as personagens do texto.
      O pescador, o Pinóquio e o cão Alidoro. 

2 - Identifica o tipo de narrador, justificando a tua resposta:
      Narrador-personagem; pois ele conta a história e participa.

3 – Por que razão Pinóquio lançou-se à água?
      Para salvar a vidado cão Alidoro.

Relê o segundo parágrafo.
4 – Faz o retrato físico do pescador.
      O pescador parecia um monstro, os cabelos, a barba, a pele e até os olhos verdes, mais parecia um lagarto hirto. 

5 – Identifica os recursos expressivos presentes nestas frases.
    a) “…viu sair da gruta um pescador horrível, mesmo horrível…
       A repetição expressiva é usada para produzir um determinado efeito sonoro.

    b) “…parecia um monstro marinho.
       Personificação – consiste na atribuição de características humanas a um animal irracional ou a um ser inanimado.

6 – Naquele dia a pescaria foi abundante.
  6.1 - Quando acabou de puxar as redes, como se sentiu o pescador?
      Feliz, porque ele ia poder fazer uma bela pançada.

7 - “Ainda bem que eu não sou um peixe!”
  7.1 - Quem tem este pensamento?
      O Pinóquio.

8 - “O último a ficar na rede foi Pinóquio.”
  8.1 – Como reagiu o pescador ao retirar o último “peixe”?
      Ficou espantadíssimo, querendo saber que raça era aquele peixe. 

9 - Com que animal foi confundido?
      Com um caranguejo. 

  9.1 – Que sentimentos expressa Pinóquio por causa desta confusão
      Ele ficou mortificado, zangado. 

  9.2 – Afinal quem era Pinóquio?
      Era um fantoche.

10 - Qual era o destino que o esperava?
      Ser comido pelo pescador.

11 – Que argumentos utiliza Pinóquio para se salvar?
      Dizendo que ele falava e raciocinava.

12 – Conseguiu ele convencer o pescador? Justifica a tua resposta.
      Não. Porque ele continuava achando que era um peixe diferente e a queria experimentar.

  13 - Preenche a seguinte ficha de leitura do texto.
AUTORA: Maria Irene Vieira.
TÍTULO DA OBRA: As aventuras de Pinóquio.





CONTO: SETE PARES DE SAPATOS(TERRA DO NUNCA) - COM GABARITO

CONTO: Sete Pares de Sapatos

Um rei tinha uma filha que rompia sete pares de sapatos todas as noites.      
          Disse que quem descobrisse porque é que isso acontecia casaria com a princesa e ganharia metade do seu reino; mas quem tentasse e falhasse morreria. Muitos tentaram, mas sem sucesso.
Certo dia, um rapazinho pobre da cidade pediu à mãe que lhe cozesse três pães para a viagem e partiu para tentar a sua sorte. A mãe pôs veneno nos pães, pensando: "Prefiro que ele morra no caminho a que seja cruelmente morto pelo rei".
         No caminho encontrou um homem que lhe pediu um pão e em agradecimento deu-lhe a bênção de Deus.  Era Santo António.
        Depois encontrou uma mulher que lhe pediu um pão e em agradecimento lhe deu uma capa que o tornava invisível. Era a Virgem Maria.
        E, por fim, encontrou um velhinho que lhe pediu o último pão e que em agradecimento lhe deu um chicote. Era Deus.
        O rei disse-lhe que dormisse nessa noite num quarto ao lado do da princesa. Em vez disso, ele vestiu a capa que o tornava invisível e em bicos de pés entrou no quarto da princesa.
        Viu-a tirar seis pares de sapatos do guarda-fatos e sair, sorrateiramente, do quarto.         Seguiu-a pela escadaria abaixo e depois saíram para a rua.
        Em seguida, viu-a dirigir-se a um arbusto de ouro.
- Boa noite, arbusto de ouro!!, cumprimentou ela.
- Boa noite, princesa, e boa noite para o teu amigo! respondeu o arbusto.
           - Eu estou sozinha, disse a princesa. Apanhou uma flor, prendeu-a ao casaco e o rapaz invisível fez o mesmo.   A seguir chegou a um arbusto de prata, depois a um de cobre e todas as vezes repetia que estava sozinha e em cada arbusto, primeiro ela e depois o companheiro invisível, apanhavam uma flor.
            Saltou então para um cavalo branco e atravessou um rio. O rapaz fez estalar o seu chicote e chegou à outra margem antes dela. Chegaram a um palácio cheio de monstros que dançavam pela noite fora. A princesa dançou uma valsa e gastou o primeiro par de sapatos; depois dançou uma mazurca, uma música escocesa, uma morna, uma contradança, um tango e uma sarabanda até gastar os sete pares de sapatos. Depois voltou a montar o cavalo branco e regressou ao palácio do pai. O rapaz fez estalar o chicote e chegou primeiro que ela. Correu para o quarto e deitou-se. A princesa espreitou para dentro do quarto, viu o rapaz a dormir e pensou que o seu segredo estava bem guardado. De manhã, o rei perguntou ao seu hóspede se sabia porque a princesa gastava sete pares de sapatos todas as noites. Para seu espanto, o rapaz respondeu:
        - Sei sim! e para provar o que dizia mostrou-lhe as flores dos arbustos de ouro, de prata e de cobre.

        O rei prometeu que o casaria com a princesa.
         - Não me caso com raparigas que dançam com monstros, respondeu o rapaz "mas dê-me metade do seu reino e a minha mãe e eu viveremos felizes o resto dos nossos dias!".
Uma história clássica de Cabo Verde, publicada no "Terra do Nunca", Ano IV, nº 296 - 03NOV2002

Grupo I
1 – Cópia do texto a expressão que explica por que razão a mãe do rapazinho lhe deu três pães envenenados.
      “Prefiro que ele morra no caminho a que seja cruelmente morto pelo rei.”

2 – Qual é o papel/ função das figuras de Santo António, a Virgem Maria e Deus neste texto? Porquê que apareceram?
      - Santo Antônio: Deu-lhe a benção de Deus.
      - A Virgem Maria: deu-lhe a capa.
      - Deus; deu-lhe o chicote.
      Para evitar que o menino fosse porto pelo rei.

3 – Os presentes que o rapazinho recebeu em troca dos pães foram-lhe muito úteis mais tarde. Explica como foi usado cada um deles.
      - A benção de Deus. É a total proteção.
      - A capa que o tornaria invisível.
      - O chicote era para transporta-lo mais rápido de um lugar para outro.

4 – Lê o seguinte excerto retirado do texto e explica o procedimento do príncipe. (Diz porque agiu deste modo.)
“…ele vestiu a capa que o tornava invisível e em bicos de pés entrou no quarto da princesa.”
       Para poder saber o que a princesa estava fazendo e tentar descobrir o segredo.

 5 – A princesa apanhou três flores antes de chegar ao palácio dos monstros. Onde apanhou cada uma delas?
      - Primeiro foi pego no arbusto de ouro.
      - Segundo foi pego no arbusto de prata.
      - Terceiro foi pego no arbusto de cobre.

6 – Na tua opinião, porquê que os arbustos aparecem no caminho da princesa por aquela ordem?
      Resposta pessoal do aluno.

7 – Enumera as danças que a princesa dançou no palácio dos monstros.
      “A princesa dançou uma valsa e gastou o primeiro par de sapatos; depois dançou uma mazurca, uma música escocesa, uma morna, uma contradança, um tango e uma sarabanda até gastar os sete pares de sapatos.”

8 - Substitui as expressões sublinhadas por outras com o mesmo valor.
a)“O rapaz fez estalar o seu chicote.”
      “O rapaz estalou o seu chicote.”

b)“… a minha mãe e eu viveremos felizes o resto dos nossos dias!".
      “... a minha mãe e eu seremos felizes para sempre.” 

9 – Assinala com um (X) o expressão com significado equivalente à seguinte:
“…deu-lhe a bênção de Deus”
                   ¨ deu-lhe a palavra de Deus
                   ¨ deu-lhe a cruz de Deus
                   ¨ deu-lhe graça de Deus

10 – Faz a correspondência de acordo com o texto

“…deu-lhe a bênção de Deus”
1

3
Deus
“…deu uma capa que o tornava invisível”
2

2
Virgem Maria
“…deu um chicote.”
3

1
Santo António



sábado, 16 de setembro de 2017

RESENHA: A AÇÃO SOB UM NOVO OLHAR - COM GABARITO

RESENHA: A ação sob um novo olhar

   O cineasta Luc Besson é catalogado como o diretor francês que mais se parece com um profissional americano de Hollywood, por seus longas serem carregados de ação explosiva, além de quase sempre protagonizados por anti-heróis típicos de produções da terra do Tio Sam. 
      A presença de astros consagrados reforça essa definição — basta lembrar filmes icônicos como “Nikita” (que virou até seriado nos EUA), “O profissional”, “O quinto elemento” e as franquias “Carga explosiva” e “Busca implacável”.
     A diferença de Besson está no modo inteligente como ele insere, num peculiar cinema comercial, arte e reflexão sem parecer picaretagem, conseguindo atrair a simpatia de diferentes públicos. “Lucy” é o mais novo projeto com essa sua marca: a estrela Scarlett Johansson surge numa história que, num primeiro momento, lembra um filme de super-herói. Scarlett faz uma mulher acidentalmente envolvida na negociação de uma droga experimental, que, ao entrar em sua circulação, faz com que ela aumente a utilização de seu cérebro em 100%.
        A turbinada resolve então procurar um pesquisador (Morgan Freeman) do assunto, ao mesmo tempo em que um traficante está à sua procura. Com o filme colocado dessa forma, Lucy parece uma prima próxima da personagem Viúva Negra, também interpretada por Scarlett na série de filmes com super-heróis da Marvel — igualmente com cenas eletrizantes de luta. 
       Mas “Lucy” (no original) também faz uma reflexão em torno de questões como evolução, metafísica e tempo. Percebe-se que Besson se diverte pelo jeito como desenvolve a narrativa: a cada estágio de transformação de Lucy, o diretor intercala as explicações científicas do tal pesquisador. 
      Tudo de maneira a sustentar o conceito por trás da trama, desenvolvido com extrema habilidade e num ritmo propositalmente acelerado com objetivo de dar credibilidade ao improvável.

A AÇÃO sob um novo olhar. Disponível em:
 Acesso em: 16 de agosto de 2014.

 01 - O texto acima é um exemplo do gênero textual:
a) resumo.
b) ensaio.
c) biografia.
d) resenha.
e) editorial.

02. A quem se refere a expressão “tal pesquisador”, do Texto I?
 a) Ao ator Morgan Freeman.
b) Ao diretor Luc Besson.
c) Ao personagem interpretado por Scarlett Johansson.
d) Ao personagem interpretado por Morgan Freeman.
e) Ao personagem interpretado por Luc Besson.

A AÇÃO sob um novo olhar. Disponível em: Acesso em: 16 de agosto de 2014.

MÚSICA(ATIVIDADES): HOMEM ARANHA - JORGE VERCÍLIO - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): HOMEM ARANHA
                                                               Jorge Vercílio.
Eu adoro andar no abismo
Numa noite viril de perseguição
Saltando entre os edifícios
Vi você!...

Em poder de um fugitivo
Que cercado pela polícia
Te fez refém
Lá nos precipícios
Foi paixão à primeira vista...

Me joguei de onde o céu arranha
Te salvando com a minha teia
Prazer!
Me chamam de Homem-Aranha
Seu herói!...

Hoje o herói aguenta o peso
Das compras do mês
No telhado, ajeitando
A antena da tevê
Acordado a noite inteira
Pra ninar bebê...

Chega de bandido pra prender
De bala perdida pra deter
Eu tenho uma ideia:
Você na minha teia...

Chega de assalto pra impedir
Seja em Brasília ou aqui
Eu tive a grande ideia:
Você na minha teia...

Hoje eu estou nas suas mãos
Nessa sua ingênua sedução
Que me pegou na veia
Eu tô na tua teia...

Eu adoro andar no abismo
Numa noite viril de perseguição
Saltando entre os edifícios
Vi você!...

Em poder de um fugitivo
Que cercado pela polícia
Te fez refém
Lá nos precipícios
Foi paixão à primeira vista...

Me joguei de onde o céu arranha
Te salvando com a minha teia
Prazer!
Me chamam de Homem-Aranha
Seu herói!...

Hoje o herói aguenta o peso
Das compras do mês
No telhado, ajeitando
A antena da tevê
Acordado a noite inteira
Pra ninar bebê...

Chega de bandido pra prender
De bala perdida pra deter
Eu tenho uma ideia:
Você na minha teia...

Chega de assalto pra impedir
Seja em Brasília ou aqui
Eu tive a grande ideia:
Você na minha teia...

Hoje eu estou nas suas mãos
Nessa sua ingênua sedução
Que me pegou na veia
Eu tô na tua teia...

Chega de bandido pra prender
De bala perdida pra deter
Eu tenho uma ideia:
Você na minha teia...

Tenho um grande golpe pra impedir
Seja em Brasília ou aqui
Eu tive a grande ideia:
Você na minha teia...

Hoje eu estou nas suas mãos
Nessa sua ingênua sedução
Que me pegou na veia
Eu tô na tua teia...

COMPREENDO A MÚSICA
1 – Quem são os dois super-heróis citados na música?
      O Homem-aranha e o pai de família.

2 – Na frase “Eu tô na tua teia”, o que significa o termo “tô”? Qual a que classe gramatical dessa palavra?
      Significa estou. A classe gramatical é o verbo “estar”.

3 – A canção de Jorge Vercílio fala de um personagem tradicional de história em quadrinhos: o Homem-Aranha. Como o personagem é visto na canção?
      Como um herói que adora andar no abismo salvando vidas.

4 – No verso “saltando entre os edifícios”. O sentido da expressão grifada é de lugar.
      Copie do texto outro verso que apresenta o mesmo sentido (advérbio de lugar):
      “Me joguei de onde o céu arranha.”

5 – No final da canção, a “voz” do herói apaixonado declara que teve “uma ideia”: “Você na minha teia”. Os dois pontos usados após a palavra ideia, na construção do texto, servem para:
      (   ) Estabelecer condição.
      (   ) Despistar a atenção.
      (   ) Indicar uma dúvida.
      ( X ) Apresentar um fato.

6 – O que é um herói para você? Explique:
      Resposta pessoal do aluno.

7 – Qual a intenção do autor ao citar Brasília na última estrofe?
      Por ser Brasília a capital do país, lugar onde concentra os políticos na grande maioria corruptos.

8 – O texto se constrói com base em comparações. O que está sendo comparado?
       Compara o herói da ficção com o cidadão, pai de família que luta para sobreviver.

9 – Qual o tempo verbal predominante no texto em estudo? Justifique:
      Presente do indicativo, pois exprime um fato certo, uma certeza.

10 – Transcreva duas ocorrências do uso da linguagem coloquial, e depois passe-as para a linguagem culta:
      Tô / estou   -   tevê / televisão.

11 – Leia atentamente o trecho:
“Em poder de um fugitivo. Que cercado pela polícia Te fez refém lá nos precipícios”
Subentende-se um verbo que está oculto. Que verbo é esse?
      (   ) Ser;   (   ) Viver;   (X) Estar;     (   ) Parecer;    (   ) Ficar.

12 – A música é composta por duas estrofes, dividindo a vida do herói em antes e depois. Explique como era antes e como é hoje:
      Antes ele era herói das pessoas, e depois de conhecê-la foi paixão à primeira vista, e então virou provedor do lar.

13 – A primeira estrofe (o antes) está com o verbo “adoro” no presente. Reescreva-a, colocando-o no Pretérito Imperfeito do Indicativo e diga que efeito de sentido surgiu:
      Adorava. O sentido é que ele não faz mais isto.

14 – Na primeira parte da música há uma afirmação: o Homem Aranha é o herói. Na segunda parte, a pessoa continua afirmando ser herói, porém de uma maneira diferente. Qual a diferença (ou semelhança) desses “dois heróis”?
      É que ele passou a ser o herói da família que constituiu com sua amada.


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

TEXTOS CURTOS PARA ENSINO MÉDIO - COM GABARITO

POR ONDE ANDARÁ SEVERINO?

    A última ariranha-azul em liberdade no mundo mora no Brasil, mas está desaparecida há dois meses. Se não for encontrada, a espécie corre o risco de extinção.
   Apelidada de Severino, a ave habita a região de Curuçá, no sertão da Bahia. Segundo a coordenação de comitê de Recuperação da Ariranha-Azul, uma equipe de estudiosos e moradores já está à procura de Severino. 
         Há suspeitas de que ele tenha sido atacado por gaviões.
        A ariranha-azul é a menor arara brasileira que existe, mede menos de 30 centímetros e pesa cerca de 400 gramas. Hoje há cerca de 40 espécies em cativeiro no mundo todo (no Brasil são sete). Seu pequeno tamanho e a beleza da cor azul infelizmente atraem os traficantes de animais, que caçam e vendem as ararinhas como animais domésticos.
O Estado de S. Paulo, 9/12/2000. Estadinho.

3- A finalidade deste texto é
(A) divulgar a beleza das aves de nosso país.  
(B) informar que gaviões são animais predadores.
(C) comunicar o desaparecimento da ariranha azul.
(D) convidar as pessoas a visitarem a região de Curuçá, no sertão da Bahia.


O CONTO DA MENTIRA
    Rogério Augusto

        Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.
        O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!”.
        O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você contará uma verdade e ninguém acreditará!”. Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte...
        Então aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”
        A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias. Agora sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia...

4- Felipe começou a reduzir suas mentiras porque
(A) começou a escrever um conto.                                  
(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
(C) inventou ter sido sorteado por um programa de TV. 
(D) seu pai alertou sobre as consequências da mentira.

5- No trecho “A mãe tentava assustá-lo.”, o termo destacado substitui
(A) pai de Felipe. 
(B) Pinóquio. 
(C) cachorro. 
(D) Felipe.

6- No desfecho do conto, ficamos sabendo que Felipe
(A) continua contando mentira para seus pais.         
(B) decide ler todos os livros sobre o Pinóquio.
(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
(D) escreve um livro de normas para o campeonato de rua.







Olá, mãe!

Mãe, eu queria te dizer ...
(Não te chamando de mamãe como no tempo em que a vida era você,
Mas te chamando de mãe
Deste meu outro tempo de silêncio e solidão.)

Mãe, eu queria te dizer
(Sem cara de quem pede desculpa pelo que não fez ou pensa que fez)
Que amar virou uma coisa difícil
E muitas vezes o que parece ingratidão,
Ou até indiferença,
É apenas a semente do amor
Que brotou de um jeito diferente
E amadureceu diferente
No atrapalhado coração da gente.

Acho que era isso, mãe,
O que eu queria te dizer.
(Carlos Queiroz Telles. Sonhos, grilos e paixões. São Paulo: Moderna, 1995.)

7- O eu poético deseja, por meio deste texto,
(A) demonstrar seu sentimento de amor.      
(B) reviver um tempo de silêncio e solidão.
(C) revelar que está insatisfeito com as atitudes da mãe.
(D) agradecer à mãe pelo tempo em que a vida era mais simples.

8- O eu poético escreve uma mensagem à mãe por meio de
(A) um conto. 
(B) um poema. 
(C) uma crônica. 
(D) uma propaganda.

9- O verso que comprova para quem o texto foi escrito é
(A) “acho que era isso, mãe...”                
(B) “que amar virou uma coisa difícil”.
(C) “no atrapalhado coração da gente”  
(D) “deste meu outro tempo de silêncio e solidão”

10- Na primeira estrofe do poema, o eu poético utiliza-se dos parênteses para
(A) pedir desculpa pelo que pensa que fez.
(B) contar que a semente do amor brotou de um jeito diferente.
(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
(D) opinar sobre o sentimento de ingratidão ou indiferença demonstrado.


Irapuruo canto que encanta

        Certo jovem, não muito belo, era admirado e desejado por todas as moças de sua tribo por tocar flauta maravilhosamente bem. Deram-lhe, então, o nome de Catuboré, flauta encantada. Entre as moças, a bela Mainá conseguiu o seu amor; casar-se-iam durante a primavera.
        Certo dia, já próximo do grande dia, Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou.
        Saindo a tribo inteira à sua procura, encontraram-no sem vida, à sombra de uma árvore, mordido por uma cobra venenosa. Sepultaram-no no próprio local.
        Mainá, desconsolada, passava várias horas a chorar sua grande perda. A alma de Catuboré, sentindo o sofrimento de sua noiva, lamentava-se profundamente pelo seu infortúnio. Não podendo encontrar paz, pediu ajuda ao Deus Tupã. Este, então, transformou a alma do jovem no pássaro irapuru, que, mesmo com escassa beleza, possui um canto maravilhoso, semelhante ao som da flauta, para alegrar a alma de Mainá.
        O cantar do irapuru ainda hoje contagia com seu amor os outros pássaros e todos os seres da natureza.

(Waldemar de Andrade e Silva. Lenda e mitos dos índios brasileiros. São Paulo: FTD, 1997.)

11- Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou porquê?
(A) apaixonou-se por uma índia de outra tribo.        
(B) encontrou uma flauta encantada.
(C) dormiu à sombra de uma árvore.                         
(D) foi mordido por uma cobra.

12- No trecho “Deram-lhe, então, o nome de Catuboré, flauta encantada.” Do primeiro parágrafo do texto “Irapuru – o canto que encanta”, o termo destacado se refere
(A) ao grande dia.   
(B) ao certo jovem.   
(C) à bela Mainá.   
(D) a sua tribo.

13- Para conceder a paz a Catuboré, o Deus Tupã
(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru. 
(B) desapareceu com todas as cobras venenosas.
(C) criou a primavera para celebrar o casamento.       
(D) convocou toda a tribo para tocar flauta.



A lebre e a tartaruga

        Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.
        A lebre vivia caçoando da lentidão da tartaruga.
        Certa vez, a tartaruga, já muito cansada por ser alvo de gozações, desafiou a lebre para uma corrida.
        A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente. Não perdendo tempo, a tartaruga pôs-se a caminhar, com seus passinhos lentos, porém firmes.
        Logo a lebre ultrapassou a adversária e, vendo que ganharia fácil, parou e resolveu cochilar.
        Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.
        Já na reta final, viu finalmente a sua adversária cruzando a linha de chegada, toda sorridente.
        Moral da história: Devagar se vai ao longe!

http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=29

14- O episódio da narrativa que contribui para a vitória da tartaruga é:
(A) a decisão da lebre de parar e cochilar.         
(B) o desafio de realizar uma corrida com a lebre.
(C) o desafio de correr para garantir a vantagem.
(D) a decisão firme de caminhar com passos lentos.

15- O trecho que expressa uma opinião a respeito de um dos personagens é:
(A) “Logo a lebre ultrapassou a adversária...”
(B) “Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.”
(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
(D) “Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.

16- A finalidade deste texto é ensinar ao leitor que:
(A) o sono renova as energias do corpo.
(B) a caçoada do adversário garante a vitória.
(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
(D) o esporte é necessário para manutenção da saúde.

17- As características do texto “A lebre e a tartaruga”, tais como – o tipo de personagens: e a presença de moral –, exemplificam o texto conhecido como:
(A) receita.    
(B) fábula.   
(C) campanha publicitária.   
(D) história em quadrinhos.