quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

TEXTO: DA DIFÍCIL ARTE DE REDIGIR UM TELEGRAMA - JÔ SOARES - COM GABARITO

TEXTO: DA DIFÍCIL ARTE DE REDIGIR UM TELEGRAMA
                 JÔ SOARES

          Há uma história famosa a respeito de uns parentes que tinham que comunicar por telegrama, a uma senhora que estava viajando, o falecimento de uma irmã. Regiu a nota. Depois de alguns minutos mostrou o resultado do seu trabalho: “INTERROMPA VIAGEM E VOLTE CORRENDO. TUA IRMÃ MORREU.” Todos leram e um dos tios fez o seguinte comentário:
– Eu acho que não está bom. Afinal de contas, vocês sabem que ela é cardíaca, está viajando e um telegrama assim pode ser um choque.
Todos concordaram, inclusive um outro primo afastado que era meio sovina e achou o telegrama muito longo:
– Depois, o preço que se paga por palavra, isso não é mais um telegrama, é um telegrana.
Ninguém riu do infame trocadilho, mesmo porque, velório não é lugar para gargalhadas. Foi a vez de o cunhado tentar redigir uma forma mais amena que não assustasse a senhora em passeio. Sentou-se e escreveu: “INTERROMPA VIAGEM E VOLTE CORRENDO. SUA IRMÃ PASSANDO MUITO MAL.” Novamente o telegrama não foi aprovado. Um irmão psicólogo observou:
– Não sejamos infantis. Se ela está viajando pela Europa e recebe esta notícia, não vai acreditar na história de “passando muito mal”. Sobretudo com “volte correndo” no meio.
– Também concordo – falou o primo afastado sempre pensando no custo. Então o genro aproximou-se:
– Acho que tenho a forma ideal.
Pegou no bloco e rabiscou rapidamente: “INTERROMPA VOAGEM E VOLTE DEVAGAR. TUA IRMÃ PASSANDO MAIS OU MENOS.” Todos examinaram atentamente o telegrama. A filha reclamou:
– Vocês acham que mamãe é boba? Se a gente escrever que a titia está passando mais ou menos e que ela pode voltar devagar, ela vai adivinhar que todas estas precauções são pelo fato de ela ser cardíaca e que na realidade a irmã dela morreu!
– Concordo plenamente – disse o facultativo da família que era também sobrinho da senhora em questão. Resolveu, como médico, escrever o telegrama: “PACIENTE FORA DE PERIGO. VOLTE ASSIM QUE PUDER. PACIENTE TUA IRMÔ.
De todas as fórmulas até então apresentadas esta foi a que causou mais revolta.
– Que troço imbecil – gritou o netinho que passava pela sala no momento em que a mensagem era lida. Puseram o menino para fora da sala, mas no íntimo a família concordava com ele.
– Não, isso não. Se a gente manda dizer que ela está fora de perigo, para que vamos pedir que ela interrompa a viagem? – argumentou o tio.
– Também acho – responderam todos num coro de aprovação. O filho mais velho resolveu tentar. Pensou bem, ponderou, sentou-se, molhou a ponta do lápis na língua e caprichou: “SE POSSÍVEL VOLTE. TUA IRMÃ SAUDOSA. PASSANDO QUASE MAL. POR FAVOR ACREDITE. CUIDADO CORAÇÃO. VENHA LOGO. SAUDADES SURPRESA”.
– Realmente, esse bate todos os recordes! – disse uma nora professora. Em primeiro lugar, não é “se possível”, ela tem que voltar mesmo. Em segundo lugar, “saudosa” tem duplo sentido. Em terceiro lugar, ninguém passa “quase mal”. Ou passa mal ou bem. “Quase mal” e “quase bem” é a mesma coisa. “Por favor acredite” é um insulto à família toda. Ninguém aqui é mentiroso. Depois, “cuidado coração” não fica claro. Como telegrama não tem vírgula, ela pode pensar que a gente está dizendo “cuidado, coração”, já que a palavra coração também é usada como uma forma carinhosa de chamar os outros. Por exemplo: “oi coração, tudo bem?” E finalmente a palavra “surpresa” no telegrama chega a ser um requinte de crueldade. Qual é a surpresa que ele pode esperar?
– Ela pode pensar que a titia está esperando nenê – falou um sobrinho.
– Aos noventa anos de idade?
Abandonaram a ideia rapidamente. Seguiu-se um longo período de silêncio em que a família andava de lá para cá, pensando numa solução. Pela primeira vez estavam se dando conta de que não era tão fácil assim mandar um telegrama. Serviu-se o costumeiro cafezinho, enquanto cada qual do seu lado procurava uma maneira de escrever para a senhora em viagem sem que isto tivesse consequências desastrosas. De repente o irmão psicólogo explodiu num grito eurekiano de descoberta:
– Achei!
Escreveu febrilmente no papel. O telegrama passou de mão em mão e foi finalmente aprovado por todo mundo. Seu texto dizia: “SIGA VIAGEM. DIVIRTA-SE. TUA IRMÃ ESTÁ ÓTIMA.”
(JÔ SOARES. O Globo. 26/10/1975)
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Baseado no texto acima resolva as questões que se seguem.
1. Relacione as colunas de acordo com o significado das palavras:
a. aquele que sofre do coração                    1.(    ) precauções
b. péssimo, detestável                                 2.(    ) trocadilho
c. cautela, prevenção                                  3.(    ) cardíaco
d. injúria, ofensa, ultraje                            4.(    ) infame
e. jogo de palavras de duplo sentido          5.(    ) insulto
2. Muitas palavras se associam por uma espécie de ligação de sentido, isto é, uma palavra pode sugerir uma série de outras que, embora não sejam sinônimas, com elas se relacionam. A esse agrupamento damos o nome de área semântica. Por exemplo: medicina -> médico, paciente, doença, hospital, facultativo, bisturi, etc.
Retire do texto palavras ou expressões que pertencem à área semântica de:
a)    família
b)    formas de escrever
3. Que fato desencadeia a narrativa?
4. Por que os parentes estavam tão preocupados com a redação do telegrama?
5. Quem fez a redação do telegrama que causou maior revolta?
6. Por que os familiares colocaram o netinho para fora da sala?
7. Como se pode interpretar a atitude do garoto?
8. Por que a redação feita pelo filho mais velho não foi aceita?
9. Que aspectos do comportamento humano são retratados pelo Autor nessa história?
10. Há um famoso provérbio árabe que diz: “A primeira vez em que tu me enganares a culpa será tua; mas na segunda vez, a culpa será minha.” Como você entende essa afirmativa?
11. De acordo com a característica dada, identifique os personagens da história relacionados à viajante:
a) pão-duro, sovina
b) psicólogo
c) convencido
d) médico
e) crítico
f)  analista minucioso
12. Transcreva do texto, o trecho que resume a história.
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GABARITO
Questão 1:
1. C     2. E     3. A      4. B    5. D
Questão 2:
a)    família: parentes, irmã, primo, tios, um outro primo afastado, cunhado, irmão psicólogo, genro, filha, mamãe, titia, sobrinho, netinho, tio, filho mais velho, nora.
b)    Formas de escrever: redigiu, rabiscou, molhou a ponta do lápis na língua e caprichou.
Questão 3. A morte da irmã de uma senhora que estava viajando.
Questão 4. Porque a senhora que estava viajando era cardíaca.
Questão 5. O médico da família, sobrinho da viajante.
Questão 6. Porque emitiu uma palavra de julgamento a respeito da redação de um dos familiares, que naturalmente era mais velho que ele. 
Questão 7. Inoportuna, mas ele demonstrou que tinha senso crítico.
Questão 8. Em virtude da análise feita pela nora, que era professora e pela ideia de qual surpresa a viajante poderia ter ao ler o telegrama.
Questão 9. A preocupação das pessoas em amenizar a verdade faz com que se criem “pequenas” mentiras.
Questão 10. Resposta pessoal. Pode-se entender que se somos enganados pela primeira vez por alguém, a responsabilidade da mentira será de quem a disse. Se novamente a mesma pessoa me disser outra mentira, aí a responsabilidade será minha que acreditei em alguém que mentiu uma primeira vez. Resumindo: quem mente uma vez pode estar dizendo novas mentiras depois, e não deve ter crédito.
Questão 11:
a)    primo afastado
b)    irmão
c)    genro
d)    sobrinho
e)    netinho
f)      nora
Questão 12:
“Há uma história famosa a respeito de uns parentes que tinham que comunicar por telegrama, a uma senhora que estava viajando, o falecimento de uma irmã. Reuniram-se em volta de uma mesa e toca a escrever.”


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

CRÔNICA: BRONQUINHAS E PROTESTOS EM FAMÍLIA - COM GABARITO

CRÔNICA -   BRONQUINHAS  E PROTESTOS 
         EM FAMÍLIA


     - Para de ficar horas pendurada nesse telefone! Dá uma chance para os outros!
     - Dá para diminuir o som?
     - Na sua idade eu era estudioso, disciplinado, bem-educado e nunca levantava a voz com meu pai...
     - Você ainda não tem idade para isso!
     - Desta vez você passou dos limites!
     - Chega de invadir todos os espaços com suas coisas! A casa não é só sua!
     - Para de bisbilhotar minhas coisas!
     - Toda hora estão mandando eu fazer alguma coisa. Não tenho um minuto de sossego.
     - Ele nunca escuta o que eu falo, está sempre lendo o jornal.
     - Toda vez que eu quero sair vocês fazem mil perguntas... não vejo a hora de ser independente!
     - Você quis o gato e agora quer que eu cuide dele!
     - Mãe, você vive prometendo... mas cumprir que é bom...
     - Juro que eu sei que as notas são ruins... mas não quero ouvir tudo de novo!

                                                    IACOCCA, Liliana; IACOCCA, Michele. O livro do adolescente.                                                                                                                   São Paulo: Ática, 2005.

1 -   O que as frases apresentadas revelam sobre os conflitos entre pais e filhos?
     Elas representam diferenças de comportamento e opinião entre os adolescente e os pais.

2 -   Por que você acha que o travessão foi usado?
     Embora o texto não tenha estrutura de um diálogo, os travessões indicam a fala entre pais ou responsáveis e filhos.

3 -   Em seu caderno, transcreva do texto uma frase que corresponda às seguintes atitudes:
a)     Uma cobrança;
“- Mãe, você vive prometendo... mas cumprir que é bom...”

b)    Uma reclamação;
“- Toda hora estão mandando eu fazer alguma coisa. Não tenho um minuto de sossego”.

c)     A exposição de um exemplo de comportamento;
“- Na sua idade, eu era estudioso, disciplinado, bem-educado, e nunca levantava a voz com o meu pai...”

4 -   Que frase apresentada no texto indica uma proibição?
     “- Você ainda não tem idade para isso!”; “- Chega de invadir todos os espaços com suas coisas!”; “- Para de bisbilhotar minhas coisas!”; “- Para de ficar horas pendurada nesse telefone!”.

5 -   Relacione o título com as características do texto.
     O texto é uma coletânea de frases de protestos que refletem os conflitos na relação familiar, ou seja, as briguinhas cotidianas que ocorrem por razões diversas.

6 -   O texto apresenta um conjunto de frases reunidas sem que haja, porém, expressões responsáveis pela ligação entre as ideias, ou seja, sem elementos de coesão. Ainda assim, é possível afirmar que se trata de um texto coerente. Explique
     Embora não apresente coesão entre as falas, já que não há elementos linguísticos que estabeleçam ligação entre elas, transformando-as em um diálogo, é possível dizer que o texto é coerente porque o título as insere dentro do tema específico de conflitos familiares, garantindo ao leitor a compreensão do sentido.

7 -   Releia este trecho do texto:
                     - Para de ficar horas pendurada nesse telefone! Dá uma chance para os outros!
     a)   Que outra frase do texto usa o verbo no imperativo para fazer um protesto?
            “- Para de bisbilhotar minhas coisas!”

     b)Imagine-se no lugar de um pai ou de uma mãe e escreva frases dirigidas a um filho ou filha usando o modo imperativo. Considere as seguintes situações:
     - Solicitar algo;
       “ Traga um copo de água, por favor”.

     - Dar um conselho;
       “Não deixe de se alimentar...”
     - Dar uma ordem.
       “Arrume o seu quarto”.



DINÂMICA: PARA QUEM VOCÊ DARIA UM PRESENTE?

                   

DINÂMICA: PARA QUEM VOCÊ DARIA UM PRESENTE?

           Explique que uma pessoa no grupo irá receber o presente, mas que ela tem que ser a pessoa certa. Sorteie quem irá começar a brincadeira. A pessoa sorteada abre o primeiro papel de presente e acha o bilhete e age de acordo, passando o presente a próxima pessoa. Assim até que todos os papéis tenham sido abertos. Incentive as pessoas a procurarem alguém que ainda não tenha participado a cada nova instrução.
1.       Parabéns! Você tem muita sorte, foi sorteado com este presente. Ele simboliza a compreensão, a confraternização e a amizade que temos e ampliaremos. Mas o presente não será seu. Observe os amigos e aquele que considera mais organizado será o ganhador dele.
2.       A organização é algo de grande valor e você é possuidor desta virtude, irá levantar-se para entregar este presente ao amigo que você achar mais feliz.
3.       Você é feliz, construa sempre a sua felicidade em bases sólidas. A felicidade não depende dos outros, mas de todos nós mesmos, mas o presente ainda não será seu. Entregue-o para a pessoa que na sua opinião é muito meiga.
4.       A meiguice é algo muito raro, e você a possui, parabéns. Mas o presente ainda não será seu. E você com jeito amigo não vai fazer questão de entrega-lo a quem você acha mais extrovertida.
5.       Por ter este jeito tão extrovertido é que você está sendo escolhido para receber este presente, mas infelizmente ele não é seu, passe-o para quem você considera muito corajoso.
6.       Você foi contemplada com este presente, e agora demonstrando a virtude da coragem pela qual você foi escolhida para recebe-lo, entregue-o para quem você acha mais inteligente.
7.       A inteligência nos foi dada por Deus, parabéns por ter encontrado espaço para demonstrar este talento, pois muitos de nossos irmãos são inteligentes, mas a sociedade muitas vezes os impede que desenvolvam sua inteligência. Agora passe o presente para quem você acha mais simpático
8.       Para comemorar a escolha distribua largos sorrisos aos amigos, o mundo está tão amargo e para melhorar um pouco necessitamos de pessoas simpáticas como você. Parabéns pela simpatia, não fique triste, o presente não será seu, passe-o a quem você acha mais dinâmica.
9.       Dinamismo é a fortaleza, coragem, compromisso e energia. Seja sempre agente multiplicador de boas ideias e boas ações em seu meio. Precisamos de pessoas como você, parabéns, mas passe o presente a quem você acha mais solidário.
10.   Solidariedade é a coisa rara no mundo em que vivemos, de pessoas egocêntricas. Você está de parabéns por ser solidário com seus colegas, mas o presente não será seu, passe-o a quem você acha mais alegre.
11.   Alegria!!! Você nessa reunião poderá renascer em muitos corações a alegria de viver, pessoas alegres como você transmitem otimismo e alto astral. Com sua alegria passe o presente a quem você acha mais elegante.
12.   Parabéns a elegância completa a citação humana e sua presença se torna mais marcante, mas o presente não será seu, passe-o para aquele amigo que você acha mais bonito.
13.   Que bom!!! Você foi escolhido o amigo mais bonito entre o grupo, por isso mostre desfilando para todos observarem o quanto você é bonito. Mas o presente não será seu, passe-o para quem lhe transmite paz.
14.   O mundo inteiro clama por paz e você gratuitamente transmite esta tão riqueza, parabéns!!! Você está fazendo falta as grandes potências do mundo, responsáveis por tantos conflitos entre a humanidade. O presente é seu!!! Pode abri-lo. Com muita paz, abra o presente e passe-o a todos os seus amigos e deseje-lhes em nome de todos nós, muita paz.


Se quiser encerre com uma conversa: Quão difícil foi escolher uma pessoa com a qualidade descrita? Há mais pessoas no grupo com as mesmas qualidades? Há desvantagens em ter determinadas qualidades ou de que forma as pessoas podem interpretar sua qualidade como algo negativo (ex.: elegância pode ser confundida com esnobismo; ou alegria pode ser confundida com falta de realismo)? Quais qualidades são as mais importantes? Quais são necessárias ao trabalho da igreja, e como?

SIMULADO DE CRASE/CONCORDÂNCIA VERBAL - COM GABARITO

SIMULADO DE CRASE/CONCORDÂNCIA VERBAL

1 – Assinale a alternativa que completa corretamente as frases:
I-                    De ponta ... ponta da rua, viam-se cartazes.
II-                  Estamos ... procura de melhores oportunidades.
III-                Agradeço ... você pelas sugestões que me deu.
IV-               A promoção será realizada de 27 ... 29 de julho do corrente ano.
a)      a, à, a, a;       b)   a, à, à, à;       c)   à, à, a, à;      d)  à, a, a, à;        e)   à, a, à, a.

2 – A casa fica ... direita de quem sobe a rua ... duas quadras da avenida do Contorno.
a)      à, há;             b)   a, à;               c)   a, há;            d)   à, a;                e)   à, à.

3 – A alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase: “Ele já saiu ... muito tempo; deverá chegar ... terra de seus pais daqui ... alguns dias, se não tiver deixado o carro ... gasolina, com que viajaria, ... espera de revisão” é:
a)      a, à, a, à, a;     b)  há, à, a, a, à;     c)  à, a, à, a, a;     d)  há, a, a, a, a;     e)  à, à, a, à, a;

4 – Assinale a alternativa que preenche as lacunas: “Para ganhar mais dinheiro, Manuel passou ... entregar compras ... domicilio ... segundas-feiras.”
a)      a, a, as;     b)   a, a, às;     c)   a, à, às;     d)   à, a, as;     e)   à, à, às.

5 – Assinale a alternativa que corretamente preenche as lacunas: Quando ... dois dias disse ... ela que ia ... Itália para concluir meus estudos, pôs-se ... chorar.
a)      a, a, a, a;     b)   há, à, à, a;     c)   a, à, a, à;     d)   há, a, à, a;     e)   há, a, a, à.

6 – Dadas as sentenças:
1.       Lançaram-se a novas conquistas.
2.       Não sei a quem puxastes.
3.       Procurei você de ponta a ponta.
       Constatamos que o acento indicador de crase no a deve ocorrer:
a)      Apenas na sentença 1.
b)      Apenas na sentença 2.
c)       Apenas na sentença 3
d)      Em todas as sentenças.
e)      N. D. A.

7 – Assinale a alternativa com erro de crase:
a)      Você já esteve em Roma? Eu irei a Roma logo.
b)      Refiro-me à Roma antiga, na qual viveu César.
c)       Fui a Lisboa de meus avós, pois gosto da Lisboa de meus avós.
d)      Já não agrada ir a Brasília. A gasolina...

8 – Dadas as sentenças:
1.       Meu irmão dedicou-se à áreas literárias.
2.       Estamos à espera de socorro.
3.       Transmita esta informação à Sua Excelência.
Deduzimos que:
a)      Apenas a sentença 1 está correta.
b)      Apenas a sentença 2 está correta.
c)       Apenas a sentença 3 está correta.
d)      Todas estão corretas.
e)      N. D. A.

9 – De ... muito, ele se desinteressou em chegar a ocupar cargo tão importante, ... coisas mais simples na vida e que valem mais que a posse momentânea de certos postos de relevo ... que tantos ambicionam por amor ... ostentação.
a)      a, há, à, à;     b)   há, as, a, a;     c)   há, há, a, à;     d)   a, hão, a, à;     e)   há, a, a, a.

10 – Os que assistiram ... peça chegaram ... aplaudi-la de pé, postando-se ... poucos metros do palco.   
a)      à, à, há;     b)   à, a, a;     c)   a, a, à;     d)   à, a, há;     e)   a, à, a.      

11 – Estou ... espera de uma certa pessoa, ... quem poderei pedir informações ... respeito deste processo.
a)      à, à, a;     b)   a, à, à;     c)   à, a, a;     d)   à, a, à;     e)   a, a, à.

12 – Assinale a alternativa, abaixo, cuja sequência enumera corretamente as frases: 
( 1 ) Concordância verbal correta.
( 2 ) Concordância verbal incorreta.
      ( 1 ) Ireis de carro tu, vossos primos e eu.
     ( 1 ) O pai ou o filho assumirá a direção do colégio. 
     ( 2 ) Mais de um dos candidatos se insultaram.
     ( 1 ) Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
     ( 1 ) Faz dez anos que ocorreram todos esses fatos.

13 – Assinale a alternativa em que o período 2 não corresponde à correta pluralização do período 1:
a)      1. Mantenha-se calmo: não vai haver mais assalto.
2. Mantenham-se calmos: não vai haver mais assaltos.
       b)   1. A notícia parece que correu muito rapidamente.
              2. As notícias parece que correram muito rapidamente.
       c)    1. Haja visto a ocorrência policial...
               2. Haja visto as ocorrências policiais...
       d)    1. É essa a objeção que se costuma fazer?
               2. São essas as objeções que se costuma fazer?
       e)    1. Haverá de existir solução menos traumática.
               2. Haverão de existir soluções menos traumáticas.

       14 – Se V. Exa. ... partir, só me resta desejar ... que ... feliz.
a)      pensais, vos, seja                   c)    Pensais, vos, sejais          e)    pensais, lhe, seja
b)      pensa, lhe, seja                      d)    pensa, vos, sejais

15 – “Não ... meios de saber que já ... vinte anos que não se ... mais galochas”.
a)      Haviam, faz, usam
b)      Havia, faz, usam
c)       Havia, fazem, usa
d)      Haviam, fazem, usam
e)      Haviam, fazem, usa.

16 – A alternativa em que a concordância verbal está correta é:
a)      No centro da cidade, viam-se os representantes dos professores grevistas.
b)      Dá-se aulas gratuitamente.
c)       Durante a passeata, atirou-se muitos objetos nos falsos grevistas.
d)      Responderam-se a todas as cartas.
e)      Nesta cidade, assistiam-se aos melhores espetáculos circenses.

17 – Assinale a alternativa em que a frase está gramaticalmente correta:
a)      Falta, apenas, dois minutos pra o término do jogo.
b)      Precisam-se de vendedores com experiência.
c)       Se existissem recursos, poderia haver mais obra.
d)      Não se aceita reclamações após a entrega da mercadoria.
e)      Fazem cinco anos que moro nesta cidade.

18 – “Toda a verdade dos fatos ..., ainda que ... as revelações.”
a)      Será apurado, doa                          d)   serão apurada, doam
b)      Será apurados, doa                        e)   será apurada, doam
c)       Serão apurados, doa

19 – Marque a alternativa cuja sequência preencha adequadamente as lacunas do seguinte período: Nós ... socorremos o rapaz e a moça ... ... .
a)      Mesmos, bastante, machucados.
b)      Mesmo, bastantes, machucados.
c)       Mesmos, bastantes, machucados.
d)      Mesmo, bastante, machucada.
e)      Mesmos, bastantes, machucada.

20 – Ainda ... furiosa, mas com ... violência, proferia injúrias ... para escandalizar os mais arrojados.
a)      Meia, menas, bastantes
b)      Meia, menos, bastante
c)       Meio, menos, bastante
d)      Meio, menos, bastantes
e)      Meio, menas, bastantes
21 – Elas ... providenciaram os atestados, que enviaram ... às procurações, como instrumentos ... para os fins colimados.
a)      Mesmas, anexos, bastantes
b)      Mesmo, anexo, bastante
c)       Mesmas, anexo, bastante
d)      Mesmo, anexos, bastante
e)      Mesmas, anexos, bastante.




domingo, 12 de fevereiro de 2017

TEMA DE REDAÇÃO : TATUAGEM - FAZÊ-LA OU NÃO?

          
PRODUÇÃO DE TEXTO : TATUAGEM - FAZÊ-LA OU NÃO?

          Suponha que um colega seu esteja em dúvida entre fazer ou não uma tatuagem. Você vai escrever uma carta argumentativa convencendo-o a fazê-lo ou não.
          Antes, leia alguns trechos de uma reportagem, publicada pelo suplemento Folhateen do jornal Folha de São Paulo.
          No início dos anos 80, tatuagem no Brasil era coisa reduzida às zonas portuárias. Vinda de navio, em 1974, com o dinamarquês Luke, essa arte corporal abriu espaço entre a galera mais ousada, virou moda entre os descolados e hoje se popularizou de tal maneira que, se bobear, até seus pais já têm uma.
[...]
          Mas tatuagem não é brincadeira. É para o resto da vida, e as técnicas de remoção não conseguem resultado perfeito. É preciso ter muita certeza do desenho, da parte do corpo escolhida e ir a um bom profissional, que respeite os procedimentos de higiene. “Muitas vezes o jovem não pensa que ele não está cortando o cabelo, que cresce depois. Não é fácil cobrir, não é fácil tirar”, diz Led´s [Sérgio Maciel, 43 anos].
          Que o diga Alessandro Tavares, 20 anos e nove tatuagens. Ele quer tirar a primeira, um código de barras no pulso. [...] “Fui inconsequente. [...] essa fase do adolescente é de se descobrir, então, de repente, ele está numa tribo, mas depois vê que aquilo não é o que ele quer.”
          O estúdio de tatuagem deve ser como uma clínica: Além de instalações limpas, deve ter uma estufa para a esterilização da pistola, as agulhas devem ser descartáveis, e o tatuador deve usar luvas de látex e fazer a higienização da parte do corpo em que a tatuagem será feita. Tudo para evitar reações alérgicas e contaminação por doenças transmitidas pelo sangue, inclusive a AIDS.

                                                                                              Luciana Pareja, especial para o Folhateen.
                                                                                           Folha de São Paulo, São Paulo, 25 abr. 2005.




PARÓDIA - CANÇÃO DO EXÍLIO E CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA

                                                        P A R Ó D I A

 

CANÇÃO DO EXÍLIO                                  CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA
Minha terra tem palmeiras,                                               Minha terra tem palmares
Onde canta o Sabiá;                                                            Onde gorjeia o mar
As aves, que aqui gorjeiam,                                               Os passarinhos daqui
Não gorjeiam como lá.                                                        Não cantam como os de lá
Nosso céu tem mais estrelas,                                            Minha terra tem mais rosas
Nossas várzeas têm mais flores,                                       E quase que mais amores
Nossos bosques têm mais vida,                                        Minha terra tem mais ouro
Nossa vida mais amores.                                                   Minha terra tem mais terra
Em cismar, sozinho, à noite,                                             Ouro terra amor e rosas
Mais prazer encontro eu lá;                                              Eu quero tudo de lá
Minha terra tem palmeiras,                                              Não permita Deus que eu morra
Onde canta o sabiá.                                                            Sem que volte para lá
Minha terra tem primores,                                               Não permita Deus que eu morra
Que tais não encontro eu cá;                                           Sem que volte pra São Paulo
Em cismar sozinho à noite,                                               Sem que veja a Rua 15
Mais prazer encontro eu lá;                                             E o progresso de São Paulo.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.                                                         OSWALD DE ANDRADE, A LITERATURA
Não permita Deus que eu morra,                                   BRASILEIRA ATRAVÉS DE TEXTOS,
Sem que eu volte para lá;                                                Massaud Moisés, Cultrix, São Paulo, 1969.
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem que inda aviste as palmeiras
Onde canta o Sabiá.
Coimbra, julho de 1843, Gonçalves Dias,
OBRAS COMPLETAS, edições cultura, São Paulo.




MANDAMENTOS PARA UMA BOA REDAÇÃO DO ENEM

MANDAMENTOS PARA UMA BOA REDAÇÃO DO ENEM

          Ao redigir, é importantíssimo que o aluno não cometa nenhum destes pecados transcritos a seguir, sob pena de padecer, sem indulgências, o inferno de mais um ano de espera!

01 – Esnobar. Mostrar que é “o bom”. Complicar. Escrever difícil.
         Não se preocupe em demonstrar cultura e conhecimento excessivos. As coisas realmente boas e valiosas são simples. Os grandes sábios são simples. As “grandes notas” vêm de redações simples.
          Não queira fazer experimentalismo linguísticos. Não tente neologismos (palavra nova formada da língua importada de língua estrangeira).
          Use apenas palavras comuns. Sem cair no lugar comum. Só recorra a um termo menos conhecido se ele se ajustar melhor no texto do que um termo usual.

02 – O palavrão:
         Nunca!

03 – Criticar a Universidade, as autoridades, é proibido.

04 – Ser negativista.
         Em tudo há um lado bom. Procure descobrí-lo. Se criticar, faça-o construtivamente.

05 – Evite definições. Elas são perigosas.
         Dado um tema como “A Liberdade”, a maioria tende a sair definindo:
         A Liberdade é ...
         A Liberdade é ...   
         A Liberdade é ..., monotonamente, maçantemente, insuportavelmente, de uma pobreza de espírito que revoltaria até São Francisco. 
         É sempre melhor bolar uma estória, relatar um episódio, dentro da qual e no decorrer do qual apareça o tema.

06 – O ponto final (.). Não o esqueça. Denota desleixo. Depõe contra você e ... é erro!

07 – O pingo no i. É preciso pôr os pingos nos is!...

08 – Cortar o t.

09 – A cedilha ç.

10 – A inicial maiúscula de período.

11 – As maiúsculas nos títulos.

12 – As iniciais de nomes próprios, maiúsculas.

13 – Erro gráfico até no título, é terrível!

14 – Estrangeirismo.
         O emprego de vocábulo que não pertença ao nosso idioma só pode ser feito quando não haja, em português, palavra de sentido correspondente. Termo técnico, por exemplo. Se usada, a palavra deve vir entre aspas (“ “) ou grifada.
          Ex.: “Know-how” (no-hau) = experiência.

15 – Eco.
         É a rima na prosa. Só os artistas têm direito de recorrer a ela, que pode fornecer belos efeitos.
         Exemplo de eco (defeito):
         Margarida levou toda a vida para atravessar a avenida.
         O Maneco entrou no boteco e bebeu uns trecos.

16 – A gíria:
         Via de regra não! A menos que se trate de diálogo, e entre como transcrição da linguagem de nível coloquial-popular. Fora daí, o uso da gíria será interpretado como pobreza vocabular. É negativo.

17 – Não abrevie palavras. Escreva-as todas por extenso, a menos que se trate de abreviações consagradas como por exemplo o “etc.”

18 – Evite repetir palavras. Use sinônimos. Há repetições que enfatizam. Mas fora o caso intencional da ênfase, repetir releva pobreza vocabular ou desleixo.
           Exemplo de repetição enfática:
           “Vamos, não chores ...
           A infância está perdida.
           A mocidade está perdida.
           Mas a vida não se perdeu.”
                                              (Drummond. “A Rosa do Povo”)

19 – Não escreva demais!
         No caso de não limitarem o número de linhas, não vá além de vinte e cinco. Entendo que o ideal para uma Redação são vinte linhas.
         OBS.: As provas, na sua maioria, determinam os limites mínimo e máximo.

20 – Não “encha linguiça”!
         À falta de ideias, não fique repetindo a mesma coisa com palavras diferentes! Isso é redundância, é prolixidade (muito longo), é terrível defeito! É preferível poucas linhas bem redigidas a muitas mal escritas. Faça um trabalho honesto!

21 – Não aumente o tamanho da letra para dar impressão de que escreveu bastante. Isso indispõe o avaliador. Letra estilo “bicho-de-pé”, só se vê a linha (de tão pequena), não pode. O avaliador não vai colocar lente de aumento especialmente para corrigir sua redação.

22 – Não se desculpe dizendo que não escreveu mais porque o tempo foi pouco. Ninguém vai acreditar! ....

23 – Não cometa CACOFONIA, que é a palavra de sentido obsceno, chulo ou ridículo, formada pela junção de sílabas entre as palavras.

24 – Pensamento novo, período novo.
         É comum, entre os que iniciam, misturar no mesmo período ideias que não se completam. Tome por norma: Ideia nova, período novo. Veja, entretanto, que isso nem sempre significa parágrafo novo!

25 – Oração subordinada sem principal – não diz nada! Não pode!
         Se há subordinada, tem que haver principal. Ou você já viu comandado sem comandante? Veja se entende alguma coisa:
         - Quando Maria chegou porque tinha visto um homem que ela não conhecia.
         - A menina que estava chorando quando a chamaram
         - Quando chove, se estamos sem agasalho.
         - O embrulho que chutou na calçada.
         Deu para entender? Por que não deu?
         E agora:
         - Quando Maria chegou, porque tinha visto um homem que ela não conhecia, desandou a chorar.
         - A menina que estava chorando quando a chamaram, foi eleita rainha.
         - Quando chove, es estamos sem agasalho, resfriamo-nos.
         - O embrulho que chutou na calçada furou-lhe o pé.
         Especialmente, tome cuidado com os períodos muito longos: resultam confusos e são propícios a períodos incompletos; os verbos nas formas nominais – gerúndio, particípio, infinito – equivalem a subordinadas; portanto, deve haver uma principal.