domingo, 27 de julho de 2025

TEXTO: CREPÚSCULO - FRAGMENTO - CATHERINE HARDWICKE - COM GABARITO

 Texto: Crepúsculo – Fragmento

Dirigido por Catherine Hardwicke. 

Com: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Billy Burke, Nikki Reed, Ashley Greene, Jackson Rathsbone, Kellan Lutz, Peter Facinelli, Cam Gigandet, Elizabeth Reaser. 

        [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9aEkiLIlLzNTS00wL4YN3vhkjJNfgDq9bU4otnVYIkg5bpxPWy1kdyX7yUOyUlTKwBkcbOXAip8W4WMaON7iqKNN0LrNN-YG5hUn3PsF4as0jbDVyB43lwcjp8ng5a6bQf0HtR1OSVr4LvoeyNVjGykHEAq9_n9h98rUNasMSY6Y-rk6wltHm7D7_ysw/s320/91BrwzLI3sL._UF1000,1000_QL80_.jpg


        Crepúsculo acompanha a adolescente Bella (Stewart), que, obrigada a mudar-se para a pequena cidade do pai, logo se torna bastante popular em sua nova escola – que, apesar de atender a uma cidade com apenas 3.120 habitantes, é imensa, conta com aparentemente centenas de alunos e, claro, é convenientemente diversificada em seu corpo estudantil, exibindo asiáticos, negros, latinos e qualquer outra minoria que faça os produtores se sentirem orgulhosos de si mesmos por sua visão globalizada. Sentindo-se pouco à vontade perto do pai (por motivos que o filme jamais procura esclarecer), Bella tem seu interesse despertado por Edward (Pattinson), um rapaz pálido e arredio que vive com os vários irmãos adotivos numa casa localizada nas montanhas. Contudo, ainda que obviamente encantado pela moça, Edward insiste que não devem se aproximar – algo que ele reforça de maneira curiosa ao procurá-la durante o almoço na cantina apenas para repetir, embora ela tivesse mantido a distância exigida. Esta dinâmica se repete dezenas de vezes ao longo da projeção até que, finalmente, Bella descobre por que Edward a teme tanto – o que, claro, não impede que ele continue a dizer que deveriam se afastar embora jamais o faça. Rapazinho confuso, este. 

        [...]

        Mais preocupado em se estabelecer como galã do que como ator, Robert Pattinson é auxiliado em sua tarefa pela diretora Catherine Hardwicke e pelo ótimo compositor Carter Burwell, que, não à toa, investe num crescendo romântico assim que Edward é visto pela primeira vez com sua pele pálida, as sobrancelhas cuidadosamente desenhadas, os lábios destacados por batom e o cabelo milimetricamente despenteado (ele deve passar horas diante do espelho, despenteando o cabelo. Ainda bem que, como imortal, tem todo o tempo do mundo.). Infelizmente, como ator, Pattinson se revela um belo adorno, já que, além de inexpressivo, suas tentativas de atuar soam embaraçosamente ruins [...]

        Por outro lado, Kristen Stewart, uma atriz interessante, faz o que pode para transformar Bella numa figura tridimensional, sendo constantemente sabotada pelo roteiro de Rosenberg (que se saiu muito melhor na série Dexter, diga-se de passagem): obrigada a atuar em cenas constrangedoramente expositivas – como na montagem em que “deduz” que Edward é um vampiro, repetindo várias “pistas” em voz alta –, Stewart ainda é levada a protagonizar um draminha artificial com o pai, magoando-o propositalmente apenas para “protegê-lo” (o problema, aqui, é ela não precisava realmente magoá-lo; esta é apenas uma estratégia barata do filme para tentar criar algum conflito dramático [...]).

        Estes conflitos implausíveis, aliás, formam a base das tentativas do filme em criar algum tipo de tensão ou incerteza quanto ao final – e, como já dito, frequentemente Edward diz para Bella que não podem ficar juntos apenas para, na cena seguinte, voltar a procurá-la para repetir sua decisão. Isto atinge o auge da artificialidade numa cena ambientada num quarto de hospital, quando, depois de ouvir o amado falar pela milésima vez que devem se afastar, a moça protesta apenas para escutar, em resposta, que o outro realmente não consegue se manter distante – ignorando, assim, o que acabara de dizer. E o que posso falar do vilão, um vampiro caçador que só é apresentado ao espectador com 80 minutos de projeção (e, mesmo assim, surgindo como o menos interessante do trio ao qual pertence)? Possivelmente introduzido na trama depois que a roteirista (ou a autora do livro, que não li) se deu conta de não ter criado um único antagonista, o tal James (Gigandet) é um estereótipo de vampiro mau que passa a caçar a mocinha sem nenhuma razão aparente – e se a resposta para esta obsessão se encontra no livro, o erro permanece, já que o filme deveria se sustentar sozinho. 

        Abusando das câmeras lentas e de planos que beiram o ridículo em sua obviedade [...], Catherine Hardwicke ainda peca por não perceber a qualidade pedestre dos efeitos visuais que retratam a velocidade e a força dos vampiros e que seriam mais apropriados a uma produção de tevê da década de 70. E o que dizer de diálogos como “Então o leão se apaixonou pelo cordeiro”, que parecem ter saído de uma fotonovela? 

        Embora ganhe alguns pontos pelo conceito interessante da família de vampiros que tenta levar uma vida razoavelmente normal ainda que a simples visão de sangue humano pareça levar seus integrantes a um quase frenesi, Crepúsculo merece mesmo distinção por sua profunda incoerência: apesar de roteirizado e dirigido por mulheres a partir de um livro escrito por outra, o filme é surpreendentemente machista ao transformar em heroína uma garota disposta a abrir mão de tudo para seguir um homem, abandonando família, seus projetos pessoais e até mesmo a vida apenas para poder contar com o privilégio de ser a esposa de um macho-alfa. 

        [...]

Disponível em: http://200.170.174.159/critica_Detalhe.aspx?ID_CRITICA=7392&tipo=1&id_filmes=4566. Acesso em: 27 jan. 2015. (Adaptado).

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 134-135.

Entendendo o texto:

01 – Qual é a principal crítica do autor em relação à atuação de Robert Pattinson como Edward?

      O autor critica a atuação de Robert Pattinson, afirmando que ele está "mais preocupado em se estabelecer como galã do que como ator", sendo "inexpressivo" e tendo "tentativas de atuar [que] soam embaraçosamente ruins". O texto o descreve como um "belo adorno".

02 – Como o texto descreve a abordagem de Catherine Hardwicke em relação à direção do filme?

      O texto aponta que Catherine Hardwicke "peca por não perceber a qualidade pedestre dos efeitos visuais" e abusa de "câmeras lentas e de planos que beiram o ridículo em sua obviedade". Ela também é criticada por auxiliar Pattinson em sua tarefa de "se estabelecer como galã" em vez de focar na atuação.

03 – Que inconsistências o autor aponta na dinâmica entre Bella e Edward?

      O autor destaca que Edward "insiste que não devem se aproximar" e "reforça de maneira curiosa ao procurá-la durante o almoço na cantina apenas para repetir, embora ela tivesse mantido a distância exigida". Essa dinâmica se repete "dezenas de vezes", com Edward "continuando a dizer que deveriam se afastar embora jamais o faça", caracterizando-o como um "rapazinho confuso".

04 – Quais são as críticas do autor ao roteiro de Rosenberg, mesmo reconhecendo seu trabalho em "Dexter"?

      O autor critica o roteiro de Rosenberg por "sabotar" a atuação de Kristen Stewart, forçando-a a atuar em "cenas constrangedoramente expositivas" (como a da "dedução" de que Edward é um vampiro) e por criar um "draminha artificial com o pai" de Bella, que serve apenas como uma "estratégia barata do filme para tentar criar algum conflito dramático".

05 – Por que o autor considera o filme "surpreendentemente machista", apesar de ter sido roteirizado e dirigido por mulheres e baseado em um livro escrito por uma mulher?

      O autor considera o filme machista porque ele "transforma em heroína uma garota disposta a abrir mão de tudo para seguir um homem, abandonando família, seus projetos pessoais e até mesmo a vida apenas para poder contar com o privilégio de ser a esposa de um macho-alfa."

06 – Que crítica é feita à introdução do vilão, James (Cam Gigandet)?

      O autor critica a introdução tardia do vilão, James, que só é apresentado "com 80 minutos de projeção" e surge como "o menos interessante do trio ao qual pertence". Ele sugere que James foi "possivelmente introduzido na trama depois que a roteirista (ou a autora do livro) se deu conta de não ter criado um único antagonista", e que ele caça a mocinha "sem nenhuma razão aparente".

07 – Além das atuações e do roteiro, quais outros elementos técnicos do filme são criticados pelo autor?

      O autor critica os efeitos visuais, descrevendo-os como de "qualidade pedestre" e mais apropriados para uma "produção de tevê da década de 70". Ele também menciona a "obviedade" dos planos de câmera e a artificialidade de alguns diálogos, como "Então o leão se apaixonou pelo cordeiro", que parecem ter saído de uma "fotonovela".

 

 

TEXTO: NASCE O CINEMA - FRAGMENTO - A FOTOGRAFIA E O CINEMA - COM GABARITO

 Texto: Nasce o cinema – Fragmento

        A fotografia e o cinema

        Antes do cinema, veio a fotografia. Sem ela, o cinema não existiria. E por quê?

        Antes da fotografia, só existiam duas opções para se "congelar" a imagem de uma pessoa ou de uma paisagem: guardando-a na mente ou pedindo a um pintor que fizesse um retrato.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1dgcq0OmL9sGrbj5o5MQ2ZpwVy9Udn1PEIpUGf3xXOQxScIT74CfUVnXLY34SmNppfzqu1X0NG-NOaMJh2QW9nSGJxdKDe1usXOzLIi352nPG-K5mvSp6y3z_uxU5wXJZ4C0uAWq66gA0aF0Q3vI4k7x9WlLfGrquQ8TCxyMA9e4CRN7K5f95oMT_Aoo/s1600/images.jpg

        Bom, isso até o século 18. Nessa época, todos os pintores que queriam ficar famosos iam para a França. E foi justamente nesse país que a fotografia e o cinema fizeram seus primeiros grandes progressos.

        O jovem inventor Nicephóre Niepce foi quem conseguiu pela primeira vez registrar uma paisagem sem pintá-la, em 1826. Foi a primeira "foto"! Não existia o filme fotográfico ainda: a imagem foi registrada numa placa de vidro, com o auxílio de uma câmara escura. Tinha que ser uma paisagem mesmo: essa "foto" demorou 14 horas para ser registrada!

        Imagina se ele fosse retratar uma pessoa: "Olha o passarinho! Só mais um pouquinho! Olha o passarinho mais 14 horinhas!"

        E o filme da máquina? Foi inventado em 1879 por Ferrier, e melhorado pelo americano George Eastman – este, o inventor da câmera Kodak. Aí é que a fotografia entra no cinema: era preciso o filme para poder fazer... filmes!

        Algum tempo depois, os irmãos Lumière vão fazer a primeira sessão de cinema em Paris, capital da França: era a invenção do cinematógrafo, uma câmera de filmar e projetar imagens em movimento. Isso aconteceu no maravilhoso ano de 1895, o ano em que nasceu o cinema.

        A primeira sessão

        1895: Não existia telefone. Não existia CD, nem DVD, nem TV. Computador? Internet? Nem em sonho.

        A maioria das pessoas andava a cavalo ou a pé. Os carros eram raríssimos. Lógico, havia os navios, senão o Brasil não teria sido “descoberto” em 1500! O trem era um dos meios de transporte mais modernos.

        Com esse cenário na cabeça, dá para entender a reação de algumas pessoas quando assistiram à primeira sessão de cinema. Se nem a fotografia era comum naquela época, era realmente fora do comum a imagem de um trem em movimento bem na sua frente, vindo para cima de você. Pois é: muitos pularam da cadeira, com medo de serem atropelados!

        A primeira sessão pública foi promovida em 28 de dezembro de 1895, pelos irmãos Louis e Auguste Lumière. A platéia ficou de queixo caído quando eles mostraram o seu incrível invento: o cinematógrafo. Como em um passe de mágica, cavalos, carros e pessoas, e até o famoso trem aterrorizante moviam-se na tela!

        Aposto que você nem imagina como essa “engenhoca” funcionava! Quer ver?

        O aparelho (inventado por Louis e Auguste Lumière) funcionava assim: tirava fotografias em série, de pessoas, bichos e coisas em movimento – mais de doze por segundo, ou seja, mais rápido do que nosso olho pode ver. Depois, as fotos eram projetadas numa tela, em grande velocidade. Era assim que as imagens ganhavam movimento.

        Na verdade, a velocidade de projeção não era tão grande assim. Afinal de contas, o cinematógrafo era movido a manivela, pela mão do projetista!

        O nome desses inventores parecia talhado para o que criaram: a palavra francesa “lumière” significa luz, o cinematógrafo foi apresentado em Paris, conhecida como a Cidade Luz, e ainda por cima a engenhoca se utilizava exatamente da luz para mostrar ao mundo o cinema! [...]

        Mais rápido que o olho

        "Sabe que eu não entendo direito como é que uma série de imagens paradas pode imitar um movimento, se forem passadas bem rapidamente?"

        Se você pensa assim, nós vamos tentar explicar esse mistério.

        Preste atenção a este dado: em média, nosso olho geralmente só consegue registrar 12 imagens por segundo

        - Vamos supor que exista um mecanismo que tire 24 fotos por segundo.

        - Você vai fotografar uma pessoa piscando, com esse mecanismo.

        - Após a revelação, você tem fotografias em série do movimento: olho aberto, depois começando a fechar, um pouco mais fechado, etc.

        - Agora você coloca a série de fotografias num projetor, que vai mostrar o movimento a uma velocidade de 24 fotos por segundo.

        - Como isso é mais rápido do que o seu olho pode ver, você tem a ilusão de estar realmente vendo um olho piscando na tela.

        - Isso é o cinema!

        - Isso também é o desenho animado. Só que em vez das fotos temos... (adivinhe, adivinhe...) desenhos! [...]

        Filmes mudos

        Por essa você não esperava... você sabia que os filmes não tinham som, no início do cinema?

        É que já tinha sido muito difícil inventar um jeito de tirar fotografias em série das pessoas e coisas em movimento, e depois projetá-las. De 1895 até 1927, ninguém falava na tela.

        Por isso, quando havia a fala de um ator, a imagem desaparecia, e vinha uma legenda onde estava escrito o que ele tinha falado.

        Que chato! Por isso, muitos donos de cinema contratavam músicos para acompanhar o filme. Eles tocavam piano ou flauta, por exemplo. Pixinguinha, grande músico brasileiro do começo do século 20, trabalhou muito assim. Em sessões maiores, até orquestras faziam a trilha sonora ao vivo.

        Nos filmes de ação no tempo do cinema mudo, os músicos tinham que acompanhar o ritmo e tocar bem rapidinho! [...]

Nasce o cinema. Disponível em: http://www.canalkids.com.br/arte/cinema/nasce.htm. Acesso em: 12 jan. 2015. (Adaptado).

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 110-111.

Entendendo o texto:

01 – Qual é a relação fundamental entre a fotografia e o cinema, segundo o texto?

      O texto afirma que o cinema não existiria sem a fotografia. Antes da fotografia, as únicas maneiras de "congelar" uma imagem eram guardá-la na mente ou ter um retrato pintado. A invenção da fotografia e, posteriormente, do filme fotográfico, foi essencial para que as imagens pudessem ser capturadas em série, permitindo a criação do cinema.

02 – Quem foi o inventor da primeira "foto" e em que ano ela foi registrada? Qual era a principal limitação dessa invenção inicial?

      A primeira "foto" foi registrada por Nicephóre Niepce em 1826. A principal limitação era o tempo de exposição: a imagem, registrada em uma placa de vidro com uma câmara escura, demorava 14 horas para ser capturada, o que inviabilizava o retrato de pessoas.

03 – Qual foi a contribuição de George Eastman para a fotografia e como ela se conecta com o surgimento do cinema?

      George Eastman, inventor da câmera Kodak, foi responsável por melhorar o filme fotográfico, que havia sido inventado por Ferrier em 1879. O texto destaca que o filme era essencial para que as imagens pudessem ser capturadas em sequência, tornando possível a criação de "filmes" cinematográficos.

04 – Onde e quando ocorreu a primeira sessão de cinema, e quem foram os inventores do cinematógrafo?

      A primeira sessão de cinema ocorreu em Paris, em 1895, promovida pelos irmãos Louis e Auguste Lumière, que inventaram o cinematógrafo.

05 – Como o texto descreve a reação do público à primeira sessão de cinema e por que ela foi tão impactante?

      O público ficou "de queixo caído" e muitos "pularam da cadeira, com medo de serem atropelados" ao ver a imagem de um trem em movimento vindo em sua direção na tela. A reação foi impactante porque, em uma época sem tecnologias como TV, computadores ou mesmo fotografias comuns, ver imagens em movimento era algo completamente fora do comum e impressionante.

06 – Como o cinematógrafo, inventado pelos irmãos Lumière, conseguia criar a ilusão de movimento?

      O cinematógrafo funcionava tirando mais de doze fotografias por segundo de pessoas, animais e objetos em movimento. Essas fotos eram então projetadas em uma tela em alta velocidade. Como essa velocidade (mais rápida do que o olho humano consegue registrar, que é cerca de 12 imagens por segundo) superava a capacidade de percepção do olho, as imagens fixas se fundiam, criando a ilusão de movimento.

07 – Qual era a principal característica dos filmes no início do cinema (de 1895 a 1927) e como essa limitação era compensada para o público?

      A principal característica era que os filmes eram mudos, ou seja, não tinham som. Essa limitação era compensada pela utilização de legendas para as falas dos atores e, principalmente, pela contratação de músicos (pianistas, flautistas e até orquestras em sessões maiores) para criar a trilha sonora ao vivo, acompanhando o ritmo e a emoção das cenas.

 

 

 

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): LENDAS - JÚNIOR LIMA E SÉRGIO ALBUQUERQUE - COM GABARITO

 Música (Atividades): Lendas

            Júnior Lima e Sérgio Albuquerque

Um velho do mato

Com sangue de índio

Conta suas lendas para os curumins

De um rio doce, meio abarrotado

Dois dragões dourados

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGp_P9jDBmIUkURMoWccjZTza5ODHKd31WxbHkMnHlzFESAc25YuPbIOuOD3mzit0mpUe4OvzhHf7m8JoW_Jb8i80nXBYEfmWp-UjlVAmk8hlc4NWRrnPA7hcDnwix38A1FYrfT99JZ9kcL3Y9Xdp-RT2jDjkHpwmdF86xmMp_1Ooz7QJEdOFMQ3jhcNs/s320/LENDAS.jpg


Lá de Parintins

Uma moça linda, um moço encantado

Saem da festança

Pra não mais voltar aqui

Há quem tenha visto moleque engraçado

Com os pés descalços

Virados pra trás

Corre pelo mato, sempre apressado

Buscando um lugar

Pra sobreviver em paz

Minha floresta de estórias

Conta o que Manaus não viu

O que dá brilho na mata

Não se apagou por um fio

A noite é uma moça

Que namora o dia

Que só se encontram

Nessa harmonia

A cabocla linda

Que encanta a floresta

Nas noites de lua

É Vitória-Régia

Um canto mais doce

Rasga o coração

Foi o uirapuru

Quem cantou essa canção.

Júnior Lima e Sérgio Albuquerque.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 102.

Entendendo a música:

01 – Quem é o narrador das lendas mencionadas na música e para quem ele as conta?

      O narrador é "um velho do mato, com sangue de índio", e ele conta suas lendas para os curumins (crianças indígenas).

02 – Que seres e figuras são descritos como parte das lendas, vindos de um "rio doce" e de Parintins?

      As lendas mencionam "dois dragões dourados" vindo de Parintins e "uma moça linda, um moço encantado" que desaparecem de uma festança.

03 – Qual característica peculiar é atribuída ao "moleque engraçado" que corre pelo mato?

      O moleque engraçado tem os pés virados para trás. Ele corre apressado em busca de um lugar para sobreviver em paz.

04 – Como a música descreve a "noite" e a "cabocla linda" em relação à natureza?

      A noite é descrita como "uma moça que namora o dia", encontrando-se em harmonia. A "cabocla linda" que encanta a floresta se transforma em Vitória-Régia nas noites de lua.

05 – Que pássaro é mencionado por seu canto doce que "rasga o coração"?

      O pássaro mencionado é o Uirapuru, conhecido por seu canto melodioso e encantador.

 

NOTÍCIA: A TAL DA OUTRA HISTÓRIA - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Notícia: A tal da outra história – Fragmento

        De tanto ver livros, filmes ou matérias que alardeiam revelar uma parte da história “que você nunca aprendeu na escola”, nossa colunista fala sobre como o ensino da disciplina mudou – e lembra aos adultos que muito da história que aprenderam ficou no passado.

        A história do Brasil está na moda. Ou, pelo menos, na mídia. Na televisão, novelas e minisséries retratam diversos momentos do passado; nos cinemas, filmes com tramas históricas já são comuns; até CDs – estou lembrando do Noites do Norte, do Caetano (2000), inspirado na obra de Joaquim Nabuco – incorporaram temas da história do Brasil em suas composições.

        [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6QU8K9qJQ_UbegOg9wvmNDxFXO3Gqcbj68mZM-AtMm4fL0QM3FbuKQ6gHTpYzcRzgWb7o-OkXHgAWfAtmflHVsXQsnRfBi3wEuo8fdbnBY7JD_AP2BLme5_UDWO6YoaF2E2Gek9KxzG6BlX3nfKWtcZ0PjB-3tuyGTdGAG1LCZ46g68RgvF6sQjNtlDM/s320/1926680947image.jpg


        Isso sem contar as agências de viagem, que começam a explorar o turismo eco-histórico, as exposições dos museus e centros culturais e as vitrines de livrarias, repletas de lançamentos, coleções e dicionários de história do Brasil. Até parece que, de repente, todo mundo passou a se interessar pela história do Brasil. O que é ótimo.

        Ainda assim, são comuns anúncios de livros e filmes do tipo “você vai conhecer a história que seu professor nunca lhe ensinou”. Quem, ao se deparar com uma novidade interessante na livraria, nunca pensou: mas por que eu nunca aprendi isto na escola?

        Pois bem, se você não frequenta mais a escola, aí vai uma novidade: é bem possível que seus filhos, ou os filhos de seus filhos, estejam familiarizados com aquele assunto sobre o qual você nunca ouviu falar. E mais: é provável que eles tenham aprendido isso justamente na escola.

        [...]

        Noção simplista

        Que não me entendam mal: em princípio, nada contra o livro. Não sou daquelas historiadoras que acham que a história pertence aos historiadores. Também não engrosso o coro – comum no meio acadêmico – de que livros de história escritos por jornalistas não prestam, pelo contrário.

        O ensino de história do Brasil nas escolas passou, nas últimas décadas, por uma quase revolução – ainda que silenciosa

        Boa parte dos historiadores profissionais volta as costas para a divulgação do conhecimento histórico e deixa de aprender com aqueles que fazem textos de história serem agradáveis, saborosos – e até lidos! – sem que isso envolva a simplificação de suas análises.

        Vejam o Império à deriva: a corte portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821 (Objetiva, 2005), um ótimo livro de história escrito por um jornalista, o australiano Patrick Wilcken. 

        A implicância aqui é com a estratégia de divulgação. Que, no caso, revela um grande desconhecimento acerca do ensino de história do Brasil nas escolas do ensino médio e fundamental, que passou, nas últimas décadas, por uma quase revolução – ainda que silenciosa. 

        A sucessão de nomes e datas pela qual o ensino da disciplina é conhecido ainda hoje foi substituída, nas décadas de 1960 e 1970, por um ensino que privilegiava as grandes transformações econômicas.

        No primeiro modelo, reis e rainhas, grandes líderes e generais, eram responsáveis pelas mudanças no rumo das vidas de populações inteiras; no segundo, a luta de classes – o embate entre as formas da revolução e as forças da reação, como se dizia então – era considerada o motor do movimento na história.

        Se esta última era uma história militante, que representava o combate ao regime militar no país para muitos docentes, do ponto de vista de quem aprendia elas eram, ambas as histórias, pouco interessantes – principalmente por serem distantes de seus referenciais cotidianos.

        [...]

Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/em-tempo/a-tal-da-outra-historia. Acesso em: 7 maio 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 324-325.

Entendendo a notícia:

01 – De acordo com o fragmento, qual é uma das principais razões para o aparente aumento do interesse do público pela história do Brasil?

A – A falta de interesse dos historiadores profissionais na divulgação do conhecimento histórico.

B – Uma "quase revolução" silenciosa no ensino de história nas escolas.

C – A obrigatoriedade da disciplina de história no currículo escolar.

D – A crescente popularidade de livros, filmes e programas de TV sobre a história do Brasil.

02 – Qual é a crítica principal da colunista em relação a "boa parte dos historiadores profissionais" mencionada no texto?

A – Geralmente ignoram a divulgação do conhecimento histórico, perdendo a oportunidade de aprender com abordagens mais atraentes.

B – Consideram que a simplificação das análises históricas é fundamental para que os textos sejam lidos e apreciados pelo público em geral.

C – Acreditam que a história pertence exclusivamente aos historiadores, sem espaço para a divulgação por outros profissionais.

D – São críticos aos livros de história escritos por jornalistas, mas aprovam a forma como a disciplina é divulgada.

03 – Segundo a colunista, qual é a "implicância" revelada pela estratégia de divulgação de alguns livros e filmes de história?

A – O fato de os livros de história serem escritos por jornalistas e não por historiadores profissionais.

B – A supervalorização de datas e nomes em detrimento das grandes transformações econômicas no ensino de história.

C – A estratégia de divulgação que alardeia revelar uma história "nunca aprendida na escola", revelando desconhecimento sobre o ensino atual.

D – A falta de interesse dos alunos do ensino médio e fundamental pela disciplina de história.

04 – Como o ensino da história do Brasil se caracterizou nas décadas de 1960 e 1970, de acordo com o texto?

A – Uma abordagem focada no turismo eco-histórico e em exposições de museus.

B – Eventos históricos distantes do cotidiano dos alunos, sem relevância para suas vidas.

C – As grandes transformações econômicas e a luta de classes.

D – Apenas nomes e datas importantes, com foco em reis, rainhas e grandes líderes.

05 – Na perspectiva de quem aprendia, qual era a principal característica comum aos dois modelos de ensino de história (o da sucessão de nomes e datas e o das grandes transformações econômicas)?

A – O segundo modelo era mais interessante por ser "história militante" e combater o regime militar.

B – Ambos os modelos eram considerados muito interessantes, pois abordavam temas importantes do passado do Brasil.

C – O primeiro modelo era mais interessante, pois focava em personagens, enquanto o segundo era muito abstrato para os alunos.

D – Tanto o primeiro modelo (nomes e datas) quanto o segundo (grandes transformações econômicas) eram pouco interessantes, por serem distantes dos referenciais cotidianos dos alunos.

06 – Qual "grande desconhecimento" sobre o ensino de história no Brasil é apontado pela colunista em relação à estratégia de divulgação de alguns materiais?

A – Que a história pertence exclusivamente aos historiadores profissionais.

B – Que livros de história escritos por jornalistas não possuem valor acadêmico.

C – Que o interesse do público pela história do Brasil é um fenômeno passageiro e sem importância.

D – Que o ensino de história do Brasil nas escolas de ensino médio e fundamental não mudou significativamente nas últimas décadas.

07 – Qual autor e obra são citados no fragmento como um exemplo de "ótimo livro de história escrito por um jornalista"?

A – Patrick Wilcken, com o livro "Império à deriva: a corte portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821".

B – Joaquim Nabuco, autor que inspirou o CD "Noites do Norte" de Caetano Veloso.

C – A colunista, que é uma historiadora e autora do próprio fragmento.

D – Caetano Veloso, por incorporar temas da história do Brasil em suas composições.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: O PROBLEMA QUE OFUSCA O BRILHO - THAIRINY CRISTIANE RIBEIRO - COM GABARITO

 Artigo de opinião: O problema que ofusca o brilho

           Thairiny Cristiane Ribeiro

        Localizada no interior do Estado de São Paulo, Limeira já foi muito conhecida por ser a capital da laranja e por abrigar a primeira fazenda que recebeu imigrantes como trabalhadores no final do século XIX. Com o passar dos anos, os setores que sustentam a economia de Limeira mudaram, e hoje a cidade tornou-se a capital da joia folheada.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUTLMQ77R44VEOCmU-1q1UcZc_jrt6Xy2jpTwDKxS_MrfK8N__zF6Q7K2_g7HFu8roFr1tgI4xROp4wL6Gwn4fnTrYqQaZ8QL1S4YoOvWOSGBpqor0JhKBrLXR6R4QRVQYUDxmHk0Dr9m-vLiVCKKjsVjHwwZhdseLXzVk4gDDnHHTE8TgOsKpYmRHg9U/s320/cidade-do-interior-de-sp-e-a-capital-nacional-da-joia-folheada.jpg


        Grande parte da população da cidade trabalha e sustenta suas famílias com a fabricação de bijuterias, que inclui solda, montagem e banho (tratamento químico que dá brilho às peças), com a comodidade de serem montadas em fabriquetas de fundo de quintal e banhadas em grandes ou pequenas empresas, clandestinas ou legalizadas.

        No entanto, uma questão muito discutida aqui é o impacto ambiental causado principalmente por empresas não regularizadas, geralmente situadas em bairros da periferia da cidade. Por não terem condições básicas de funcionamento e pela ganância dos proprietários que só visam ao lucro e não tratam seus resíduos químicos, despejam tais substâncias, provenientes do processo produtivo dos folheados, diretamente no esgoto de Limeira. Como consequência disso, as águas fluviais da cidade apresentam grande quantidade de metais pesados, como cromo, níquel, cobre e chumbo – um risco para a saúde e o bem-estar dos cidadãos, que, em contato com esses metais, podem ser acometidos de problemas gastrintestinais, anemia, danos no sistema nervoso central, disfunção renal, entre outros.

        Entretanto, são essas empresas poluidoras que mais empregam a população humilde da cidade, que por ter poucos recursos de renda e educação aceita trabalhar nessas fábricas, mesmo correndo riscos de contaminação, muitas vezes sem registro em carteira de trabalho e sem direitos básicos como décimo terceiro salário e licença-maternidade.

        Já os proprietários alegam que os custos para o tratamento e regularização da empresa são altos, assim como as exigências para a legalização são absurdas, inviabilizando a produção.

        De acordo com a Associação Limeirense de Joias (Aljoias), o custo para o tratamento de resíduos químicos é viável, até mesmo para as pequenas empresas, e o rigor é necessário para a legalização, já que esse setor expõe as pessoas a alto risco, direta ou indiretamente.

        Do meu ponto de vista, deve-se investir em projetos educacionais de formação profissional para que esses trabalhadores possam competir no mercado de trabalho e exigir seus direitos. Também é necessário fiscalizar com eficácia, punir e até mesmo promover o fechamento dessas empresas que não tratam seus resíduos e, portanto, desobedecem às leis ambientais. Consequentemente, com a regularização e a profissionalização dos trabalhadores desse setor, a economia, a saúde dos cidadãos e a infraestrutura de Limeira melhorarão.

        Todos querem brilhar: ao comprar uma joia folheada, os consumidores querem brilhar; as empresas, ao crescerem, gerarem empregos, aumentarem seus lucros, querem brilhar; o município quer aumentar os índices de desenvolvimento, e, portanto, também quer brilhar. Mas não podemos permitir que as nossas águas percam o brilho, afetando a saúde da população.

        É claro que as medidas citadas não irão solucionar todos os problemas dos limeirenses com relação a essas empresas, mas, pelo menos, a tentativa para resolvê-los vale; afinal de contas, como dizia Karl Marx, sociólogo alemão, de nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática.

Thairiny Cristiane Ribeiro. Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/images/stories/publico/noticias/20101201opiniao.pdf. Acesso em: 5 jan. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 75-76.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é a principal atividade econômica de Limeira hoje e como ela se relaciona com o passado da cidade?

      Atualmente, Limeira é a capital da joia folheada, com grande parte da população envolvida na fabricação de bijuterias. Antigamente, a cidade era conhecida como a capital da laranja e por ter abrigado a primeira fazenda a receber imigrantes.

02 – Qual é o principal problema ambiental que Limeira enfrenta devido à produção de joias folheadas?

      O principal problema é o impacto ambiental causado pelo descarte inadequado de resíduos químicos (provenientes do tratamento que dá brilho às peças) por empresas não regularizadas, que despejam essas substâncias diretamente no esgoto da cidade.

03 – Quais metais pesados são encontrados em grande quantidade nas águas fluviais de Limeira devido a essa poluição, e quais são os riscos para a saúde dos cidadãos?

      As águas apresentam grande quantidade de metais pesados como cromo, níquel, cobre e chumbo. O contato com esses metais pode causar problemas gastrintestinais, anemia, danos no sistema nervoso central e disfunção renal.

04 – Por que as empresas poluidoras continuam a empregar a população, mesmo com os riscos?

      Essas empresas empregam a população humilde da cidade, que, por ter poucos recursos de renda e educação, aceita trabalhar nelas mesmo correndo riscos de contaminação e, muitas vezes, sem registro em carteira e direitos básicos.

05 – Qual a alegação dos proprietários das empresas não regularizadas para não tratarem os resíduos?

      Os proprietários alegam que os custos para o tratamento e a regularização são muito altos, e as exigências para a legalização são absurdas, tornando a produção inviável.

06 – Qual a posição da Associação Limeirense de Joias (Aljoias) em relação ao custo do tratamento de resíduos e à necessidade de rigor na legalização?

      A Aljoias afirma que o custo para o tratamento de resíduos químicos é viável, mesmo para pequenas empresas, e que o rigor na legalização é necessário, pois o setor expõe as pessoas a alto risco, direta ou indiretamente.

07 – Quais as soluções propostas pela autora do artigo para o problema em Limeira?

      A autora propõe investir em projetos educacionais de formação profissional para os trabalhadores, a fim de que possam competir no mercado de trabalho e exigir seus direitos. Além disso, ela defende a fiscalização eficaz, punição e até o fechamento das empresas que não tratam seus resíduos e desobedecem às leis ambientais.

 

REPORTAGEM: OS ADVERSÁRIOS DO BOM PORTUGUÊS - FRAGMENTO - RENATA BETTI E ROBERTA DE ABREU LIMA - COM GABARITO

 Reportagem: OS ADVERSÁRIOS DO BOM PORTUGUÊS – Fragmento

              Renata Betti e Roberta de Abreu Lima

        Em um mundo em que o sucesso na vida profissional depende cada vez mais do rigor intelectual e do conhecimento, causa perplexidade a bandeira que vem sendo empunhada em escolas públicas e particulares brasileiras por uma corrente de professores de linguística. Eles defendem a ideia de que não existe certo ou errado na língua portuguesa, mas que a norma culta, ancorada na gramática, é só mais uma entre as várias maneiras de expressar-se.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYdhg0ha2H7tK1Rayv7ETvDy-eCWfIRQnHXAZ-qhyphenhyphenmFleH7Ujsk5O1EppegejvbIfbjLiqoTZIRx5e5rBb0LOUgSSiH8sV3rQo-XRP53CC3eTXuKJQDC2hyphenhyphenJn1IQ7sniKpAikmDVpeQs8GvmEyf0UVyH4SoM1mCbGvE_fARbFg_mIxksC2YJ5qnrRwK10/s320/1698953512287.png


        Para esse grupo, chamar a atenção do aluno que infringe tais regras – papel fundamental de um bom professor – é "preconceito linguístico". Adotado nas aulas de português de meio milhão de estudantes do ensino fundamental, o livro Por uma Vida Melhor é uma amostra do que propaga esse círculo de falsos intelectuais. Escreve Heloisa Ramos, uma das autoras: "Você pode estar se perguntando: "Mas eu posso falar os livro?". Claro que pode". O erro crasso de concordância seria apenas uma "variação popular", segundo a autora. [...]

        [...] Essa visão mesquinha deturpa a sociolinguística, ramo de estudo focado nas variações do uso de um idioma – o que é bem diferente de menosprezar a norma culta e ensinar às crianças que elas podem falar "nós vai" ou "nós pegou o peixe”  e que, se alguém as admoestar, é por "preconceito linguístico".

        [...] "A ideia de que a língua culta é um instrumento de dominação da elite é um absurdo que não se vê em nenhuma outra nação desenvolvida", diz o linguista Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras e autor de dezenas de livros.

        Um dos expoentes dos talibãs da linguística no Brasil é um certo Marcos Bagno, professor da Universidade de Brasília [...]  

        Já é um escândalo planetário que o suado dinheirinho dos brasileiros honestos e trabalhadores esteja sendo usado para sustentar os desvarios dos talibãs acadêmicos. A preguiça mental desses doutores do atraso é sustentada por brasileiros de quem o Fisco arranca a maior carga de impostos do mundo entre os países emergentes, por pais e mães que gastam metade do que ganham para pagar uma boa escola privada aos filhos, suprindo com seu suor o que deveria ser obrigação do estado.

        Para a procuradora da República Janice Ascari, está-se diante de um crime "contra nossos jovens ... um desserviço à educação já deficientíssima no país". É espantoso que as crianças brasileiras estejam sendo expostas a esse tipo de lixo acadêmico travestido de vanguarda cultural, quando deveriam estar aprendendo as disciplinas obrigatórias e acumulando o conhecimento e as habilidades que as tornarão capazes de enfrentar com sucesso os desafios do mundo real.

        O crime apontado pela procuradora Janice Ascari ocorre em um país em que, ao final do ciclo escolar, 62% dos estudantes são incapazes de interpretar textos, onde 1 milhão de vagas abertas pelas empresas brasileiras não podem ser preenchidas por falta de gente qualificada.

        Enquanto isso, nas salas de aula das escolas públicas, as crianças brasileiras carentes de "aprender a pescar", no sentido do provérbio, são ensinadas que é certo falar "nós pega o peixe".

Renata Betti e Roberta de Abreu Lima. Revista Veja, nº 2218, 25 maio 2011.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 7º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 182-183.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual a ideia defendida por uma corrente de professores de linguística, que causa perplexidade aos autores?

      Essa corrente de professores defende a ideia de que não existe certo ou errado na língua portuguesa, e que a norma culta é apenas uma das várias formas de expressão.

02 – O que esses professores consideram "preconceito linguístico"?

      Para esse grupo, chamar a atenção do aluno que infringe as regras da norma culta é considerado "preconceito linguístico".

03 – Qual livro é citado como exemplo do que essa corrente de pensamento propaga, e qual exemplo de frase ele utiliza para ilustrar a "variação popular"?

      O livro citado é "Por uma Vida Melhor", e ele utiliza a frase "Mas eu posso falar os livro?" como exemplo de "variação popular".

04 – Como o linguista Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras, classifica a ideia de que a língua culta é um instrumento de dominação da elite?

      Evanildo Bechara classifica essa ideia como "um absurdo que não se vê em nenhuma outra nação desenvolvida".

05 – Quem é mencionado como um dos "expoentes dos talibãs da linguística no Brasil"?

      É mencionado um certo Marcos Bagno, professor da Universidade de Brasília.

06 – Qual a crítica dos autores em relação ao financiamento desses "desvarios dos talibãs acadêmicos"?

      Os autores criticam o fato de que o "suado dinheirinho dos brasileiros honestos e trabalhadores" e os impostos estão sendo usados para sustentar essa ideologia, e que pais e mães gastam muito em escolas privadas para suprir o que deveria ser obrigação do estado.

07 – Segundo a procuradora da República Janice Ascari, qual é o impacto desse tipo de ensino nas crianças brasileiras, e qual problema educacional grave é destacado no final do artigo?

      Janice Ascari considera esse ensino um crime "contra nossos jovens" e um "desserviço à educação já deficientíssima no país". O problema educacional grave destacado é que, ao final do ciclo escolar, 62% dos estudantes são incapazes de interpretar textos e 1 milhão de vagas de emprego não podem ser preenchidas por falta de gente qualificada.