domingo, 27 de julho de 2025

NOTÍCIA: A TAL DA OUTRA HISTÓRIA - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Notícia: A tal da outra história – Fragmento

        De tanto ver livros, filmes ou matérias que alardeiam revelar uma parte da história “que você nunca aprendeu na escola”, nossa colunista fala sobre como o ensino da disciplina mudou – e lembra aos adultos que muito da história que aprenderam ficou no passado.

        A história do Brasil está na moda. Ou, pelo menos, na mídia. Na televisão, novelas e minisséries retratam diversos momentos do passado; nos cinemas, filmes com tramas históricas já são comuns; até CDs – estou lembrando do Noites do Norte, do Caetano (2000), inspirado na obra de Joaquim Nabuco – incorporaram temas da história do Brasil em suas composições.

        [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6QU8K9qJQ_UbegOg9wvmNDxFXO3Gqcbj68mZM-AtMm4fL0QM3FbuKQ6gHTpYzcRzgWb7o-OkXHgAWfAtmflHVsXQsnRfBi3wEuo8fdbnBY7JD_AP2BLme5_UDWO6YoaF2E2Gek9KxzG6BlX3nfKWtcZ0PjB-3tuyGTdGAG1LCZ46g68RgvF6sQjNtlDM/s320/1926680947image.jpg


        Isso sem contar as agências de viagem, que começam a explorar o turismo eco-histórico, as exposições dos museus e centros culturais e as vitrines de livrarias, repletas de lançamentos, coleções e dicionários de história do Brasil. Até parece que, de repente, todo mundo passou a se interessar pela história do Brasil. O que é ótimo.

        Ainda assim, são comuns anúncios de livros e filmes do tipo “você vai conhecer a história que seu professor nunca lhe ensinou”. Quem, ao se deparar com uma novidade interessante na livraria, nunca pensou: mas por que eu nunca aprendi isto na escola?

        Pois bem, se você não frequenta mais a escola, aí vai uma novidade: é bem possível que seus filhos, ou os filhos de seus filhos, estejam familiarizados com aquele assunto sobre o qual você nunca ouviu falar. E mais: é provável que eles tenham aprendido isso justamente na escola.

        [...]

        Noção simplista

        Que não me entendam mal: em princípio, nada contra o livro. Não sou daquelas historiadoras que acham que a história pertence aos historiadores. Também não engrosso o coro – comum no meio acadêmico – de que livros de história escritos por jornalistas não prestam, pelo contrário.

        O ensino de história do Brasil nas escolas passou, nas últimas décadas, por uma quase revolução – ainda que silenciosa

        Boa parte dos historiadores profissionais volta as costas para a divulgação do conhecimento histórico e deixa de aprender com aqueles que fazem textos de história serem agradáveis, saborosos – e até lidos! – sem que isso envolva a simplificação de suas análises.

        Vejam o Império à deriva: a corte portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821 (Objetiva, 2005), um ótimo livro de história escrito por um jornalista, o australiano Patrick Wilcken. 

        A implicância aqui é com a estratégia de divulgação. Que, no caso, revela um grande desconhecimento acerca do ensino de história do Brasil nas escolas do ensino médio e fundamental, que passou, nas últimas décadas, por uma quase revolução – ainda que silenciosa. 

        A sucessão de nomes e datas pela qual o ensino da disciplina é conhecido ainda hoje foi substituída, nas décadas de 1960 e 1970, por um ensino que privilegiava as grandes transformações econômicas.

        No primeiro modelo, reis e rainhas, grandes líderes e generais, eram responsáveis pelas mudanças no rumo das vidas de populações inteiras; no segundo, a luta de classes – o embate entre as formas da revolução e as forças da reação, como se dizia então – era considerada o motor do movimento na história.

        Se esta última era uma história militante, que representava o combate ao regime militar no país para muitos docentes, do ponto de vista de quem aprendia elas eram, ambas as histórias, pouco interessantes – principalmente por serem distantes de seus referenciais cotidianos.

        [...]

Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/em-tempo/a-tal-da-outra-historia. Acesso em: 7 maio 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 324-325.

Entendendo a notícia:

01 – De acordo com o fragmento, qual é uma das principais razões para o aparente aumento do interesse do público pela história do Brasil?

A – A falta de interesse dos historiadores profissionais na divulgação do conhecimento histórico.

B – Uma "quase revolução" silenciosa no ensino de história nas escolas.

C – A obrigatoriedade da disciplina de história no currículo escolar.

D – A crescente popularidade de livros, filmes e programas de TV sobre a história do Brasil.

02 – Qual é a crítica principal da colunista em relação a "boa parte dos historiadores profissionais" mencionada no texto?

A – Geralmente ignoram a divulgação do conhecimento histórico, perdendo a oportunidade de aprender com abordagens mais atraentes.

B – Consideram que a simplificação das análises históricas é fundamental para que os textos sejam lidos e apreciados pelo público em geral.

C – Acreditam que a história pertence exclusivamente aos historiadores, sem espaço para a divulgação por outros profissionais.

D – São críticos aos livros de história escritos por jornalistas, mas aprovam a forma como a disciplina é divulgada.

03 – Segundo a colunista, qual é a "implicância" revelada pela estratégia de divulgação de alguns livros e filmes de história?

A – O fato de os livros de história serem escritos por jornalistas e não por historiadores profissionais.

B – A supervalorização de datas e nomes em detrimento das grandes transformações econômicas no ensino de história.

C – A estratégia de divulgação que alardeia revelar uma história "nunca aprendida na escola", revelando desconhecimento sobre o ensino atual.

D – A falta de interesse dos alunos do ensino médio e fundamental pela disciplina de história.

04 – Como o ensino da história do Brasil se caracterizou nas décadas de 1960 e 1970, de acordo com o texto?

A – Uma abordagem focada no turismo eco-histórico e em exposições de museus.

B – Eventos históricos distantes do cotidiano dos alunos, sem relevância para suas vidas.

C – As grandes transformações econômicas e a luta de classes.

D – Apenas nomes e datas importantes, com foco em reis, rainhas e grandes líderes.

05 – Na perspectiva de quem aprendia, qual era a principal característica comum aos dois modelos de ensino de história (o da sucessão de nomes e datas e o das grandes transformações econômicas)?

A – O segundo modelo era mais interessante por ser "história militante" e combater o regime militar.

B – Ambos os modelos eram considerados muito interessantes, pois abordavam temas importantes do passado do Brasil.

C – O primeiro modelo era mais interessante, pois focava em personagens, enquanto o segundo era muito abstrato para os alunos.

D – Tanto o primeiro modelo (nomes e datas) quanto o segundo (grandes transformações econômicas) eram pouco interessantes, por serem distantes dos referenciais cotidianos dos alunos.

06 – Qual "grande desconhecimento" sobre o ensino de história no Brasil é apontado pela colunista em relação à estratégia de divulgação de alguns materiais?

A – Que a história pertence exclusivamente aos historiadores profissionais.

B – Que livros de história escritos por jornalistas não possuem valor acadêmico.

C – Que o interesse do público pela história do Brasil é um fenômeno passageiro e sem importância.

D – Que o ensino de história do Brasil nas escolas de ensino médio e fundamental não mudou significativamente nas últimas décadas.

07 – Qual autor e obra são citados no fragmento como um exemplo de "ótimo livro de história escrito por um jornalista"?

A – Patrick Wilcken, com o livro "Império à deriva: a corte portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821".

B – Joaquim Nabuco, autor que inspirou o CD "Noites do Norte" de Caetano Veloso.

C – A colunista, que é uma historiadora e autora do próprio fragmento.

D – Caetano Veloso, por incorporar temas da história do Brasil em suas composições.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário