quinta-feira, 10 de julho de 2025

TEXTO: PARÂMETROS DO SOM - COM GABARITO

 Texto: Parâmetros do som

        Existem quatro parâmetros pelos quais cada som pode ser analisado: altura, intensidade, duração e timbre.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijCmJnxeKPYhvqMD0Fjw2VoqVkfgHChUoqX-Tf-OrRa3kOuJKQsuMGjBRgXaVGZCfejfULe-G43ZzkimWMRUNCUGSP0MKr9JeYEIUXsFrMqN_c9t-P5CZVmPE2NMp2VZJVrubtxCkaSr2AOMLcbH7Xjds4n1F8ujMhwdFaL3hqqlBp7C2RkHLp8ZJln0k/s1600/SOM.jpg


        Altura

        A altura refere-se à frequência do som. A frequência é medida em hertz. O ser humano tem o potencial de ouvir em média 20 Hz (Hertz) e 20 mil Hz ou 20 kHz (quilohertz) de frequência. Pela sua altura, os sons podem ser classificados em agudos ou graves. Por exemplo, a voz de crianças costuma ser mais aguda que a voz dos adultos, em especial a masculina nos seres humanos. Uma flauta tem um som mais agudo que o de um contrabaixo.

        Vale destacar que essa classificação sempre será relativa. Uma flauta pode ser mais aguda que um contrabaixo, mas ela pode ser mais grave que um flautim (flauta pequena).

        É o parâmetro que define as notas musicais. Quando se afina um instrumento, o que se corrige é a altura.

        Intensidade

        A intensidade refere-se ao que comumente conhecemos como volume. Classificamos os sons em fortes e fracos e, às vezes, de maneira incorreta, em altos e baixos. No entanto, antes de corrigir práticas coloquiais de fala, é necessário entender o parâmetro. A intensidade se refere à quantidade de energia das ondas de som. Uma das unidades mais comuns de medida é o decibel.

        O aparato auditivo está entre os mais sensíveis do corpo. É um dos poucos que são regenera em caso de lesão. Ela inclusive se deteriora por toda a vida, em maior ou menor grau, dependendo dos cuidados pessoais e características genéticas de cada pessoa.

        Como a altura, a intensidade também é relativa. Num concerto de música ou numa biblioteca, uma pessoa tossindo ou um celular tocando chamam muita a atenção. Já os mesmos sons produzidos na rua de uma cidade com tráfego intenso ou num grande show tornam-se quase imperceptíveis.

        Na música, a intensidade atua fortemente na dramaticidade das ideias musicais. Na música erudita ocidental, por exemplo, é muito comum os músicos utilizarem palavras em italiano para se referir à intensidade: forte e piano (forte e fraco) são as mais comuns.

        Duração

        A duração se refere ao tempo de cada som. O tempo é medido em segundos e, em casos de sons muito curtos, em milissegundos (o segundo dividido em mil partes). Os sons podem ser curtos ou longos. Uma particularidade da duração se refere aos sons muito longos quase constantes de alguns lugares. A escuta tem um tipo de função que filtra esses sons, uma vez que percebe que eles não se modificam. É o caso do ar-condicionado, ventoinha de computadores etc. Em muitos desses casos, as pessoas só percebem conscientemente os sons quando os aparelhos são desligados.

        Na música, a duração dos sons e sua relação com a periodicidade no tempo são parte do ritmo, também um elemento importante da música.

        Timbre

        O timbre diz respeito à qualidade do som, às vezes chamado “a cor do som”, metaforicamente. É o parâmetro que apresenta maior dificuldade de definição, porque não existe uma maneira exata de medi-lo.

        É o que dá um caráter único e particular a cada som. A característica que nos faz reconhecer a voz de alguém muitas vezes é o timbre, mesmo quando varia na intensidade, na altura ou na duração da fala. O mesmo se aplica a outros objetos que produzem sons, ou mesmo instrumentos musicais. O som de um violão com cordas de náilon tem um timbre diferente de quando são usadas cordas de aço, mesmo mantendo os outros parâmetros iguais.

        Normalmente, para se referir ao timbre, as pessoas usam palavras fora do universo musical, ou mesmo do universo sonoro: um som brilhante, um som doce, um som escuro, um som agitado etc. Uma das razões por que o timbre é importante na música é por gerar experiências estéticas a partir da qualidade dos sons.

Fonte: Livro Arte em interação. Hugo B. Bozzano; Perla Frenda; Tatiane Cristina Gusmão – Volume único – Ensino médio. 1ª edição. São Paulo, 2013. IBEP. p. 37-39.

Entendendo o texto:

01 – Quais são os quatro parâmetros fundamentais pelos quais cada som pode ser analisado e como cada um deles é brevemente definido no texto?

      O texto descreve que cada som pode ser analisado por quatro parâmetros fundamentais: altura, intensidade, duração e timbre. A altura refere-se à frequência do som, classificando-o em agudo ou grave. A intensidade é o que comumente chamamos de volume, relacionada à quantidade de energia das ondas sonoras, classificando-o em forte ou fraco. A duração diz respeito ao tempo de cada som, que pode ser curto ou longo. Por fim, o timbre é a qualidade do som, também chamada de "cor do som", que confere um caráter único a cada emissor sonoro.

02 – Explique o conceito de "altura" do som, incluindo sua unidade de medida e como os sons são classificados em relação a esse parâmetro. Dê exemplos de situações em que a altura é perceptível.

      A altura do som refere-se diretamente à sua frequência, que é medida em hertz (Hz). Em relação à altura, os sons podem ser classificados em agudos (alta frequência) ou graves (baixa frequência). O texto exemplifica essa classificação ao mencionar que a voz de crianças costuma ser mais aguda que a de adultos, e que uma flauta tem um som mais agudo que o de um contrabaixo. Além disso, a altura é o parâmetro que define as notas musicais e é o que se corrige ao afinar um instrumento.

03 – O que é a "intensidade" do som? Qual a diferença entre "altura" e "intensidade" na linguagem popular e como o texto esclarece essa distinção? Cite a unidade de medida e exemplos de sua relatividade.

      A intensidade do som é o que popularmente conhecemos como volume e se refere à quantidade de energia das ondas de som. A unidade de medida mais comum para a intensidade é o decibel. O texto esclarece que, embora na linguagem coloquial as pessoas usem "alto" e "baixo" para se referir à intensidade, esses termos são mais precisos para a altura. A intensidade se diferencia por classificar os sons em fortes ou fracos. A relatividade da intensidade é demonstrada por situações como um celular tocando em um concerto (chamando atenção) versus o mesmo som em uma rua movimentada (tornando-se quase imperceptível).

04 – Descreva a "duração" do som. Como ela é medida e quais são as particularidades dos sons muito longos ou constantes? Qual a relação da duração com a música?

      A duração do som refere-se ao tempo que ele persiste, sendo medida em segundos ou, para sons muito curtos, em milissegundos. Os sons podem ser classificados como curtos ou longos. Uma particularidade interessante mencionada no texto é a capacidade da audição humana de filtrar sons muito longos e constantes, como o de um ar-condicionado ou de ventoinhas de computador. As pessoas geralmente só percebem conscientemente esses sons quando eles são desligados. Na música, a duração dos sons e sua organização no tempo são elementos cruciais para a formação do ritmo.

05 – O que o texto descreve como "timbre" do som? Por que ele é considerado o parâmetro de mais difícil definição e como ele nos permite identificar a fonte sonora? Dê um exemplo.

      O timbre é a qualidade do som, metaforicamente chamado de "a cor do som". É considerado o parâmetro de mais difícil definição porque não existe uma maneira exata de medi-lo. O timbre é o que confere um caráter único e particular a cada som, permitindo-nos identificar a fonte sonora mesmo que os outros parâmetros (altura, intensidade, duração) variem. O texto exemplifica isso ao mencionar que a voz de alguém é reconhecida pelo timbre, e que um violão com cordas de náilon tem um timbre diferente de um com cordas de aço, mesmo que toquem a mesma nota com a mesma intensidade e duração.

06 – O texto afirma que a altura e a intensidade são "relativas". Explique com suas palavras o que isso significa para cada um desses parâmetros, utilizando os exemplos fornecidos no texto.

      A afirmação de que a altura e a intensidade são "relativas" significa que a percepção ou classificação de um som em relação a esses parâmetros depende do contexto e da comparação com outros sons. Para a altura, a relatividade significa que um som pode ser agudo em comparação a um, mas grave em comparação a outro. Por exemplo, uma flauta é mais aguda que um contrabaixo, mas mais grave que um flautim. Já para a intensidade, a relatividade indica que a percepção de um som como forte ou fraco varia conforme o ambiente e o nível de ruído ao redor. Um som que é considerado forte em um ambiente silencioso, como uma tosse em uma biblioteca, pode ser imperceptível em um ambiente barulhento, como uma rua com tráfego intenso.

07 – Quais são as aplicações dos parâmetros de intensidade e duração na música? Como a música ocidental erudita se utiliza da intensidade e qual a importância da duração para a construção musical?

      Na música, a intensidade atua fortemente na dramaticidade das ideias musicais. O texto menciona que na música erudita ocidental, é comum o uso de termos em italiano como "forte" e "piano" para indicar variações de intensidade, contribuindo para a expressão e emoção da peça. Já a duração dos sons, e a sua relação com a periodicidade no tempo, é um componente essencial do ritmo. A organização e a combinação de sons curtos e longos são fundamentais para a construção da estrutura rítmica de uma composição musical, sendo um elemento importante da música como um todo.

 

 

TEXTO: ORIGENS DAS ARTES VISUAIS - COM GABARITO

 Texto: Origens das artes visuais

        Artes visuais na pré-história

        Ainda não existiam quadros ou museus para guarda-los, mas, desde a pré-história, nas primeiras manifestações visuais conhecidas, já se percebe o uso de técnicas bidimensionais e tridimensionais comuns até hoje, e diferentes formas de usar os elementos visuais, que geram efeitos diversos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBhKApQb_Rj7TZTveqrJ1yMyxvUK5bgqJ_HtqfNz1W52hzYwRG8nw6ObbqZo3yLkJLPXVSB_POTMP7WDF9AmhW5Zx6_i6ZWIcydZT1BVv_tfZskqCBvIlaoWvu8i_AoTY-eGP5g-_Zdh5xKDAqlcnJaKc-KcyHZQZA4vsdyLWlR_gaJkbQVOUKuqe4vU4/s1600/ARTES.jpg


        Nas pinturas rupestres, as cores eram conseguidas com o uso de pigmentos naturais. Em cada lugar as pinturas apresentam o uso de materiais diferentes, disponíveis em cada ambiente. E, Altamira, na Espanha, por exemplo, o preto era conseguido com o uso de carvão, e os tons avermelhados e os amarelados eram feitos com o uso de pó de óxido de ferro, puro ou misturado em água. Eles também eram usados para tingir as roupas das pessoas. A caverna de Altamira foi o primeiro conjunto pré-histórico de grandes dimensões a ser descoberto, em 1878.

        Muitas vezes, as saliências das paredes das cavernas eram aproveitadas para dar volume às figuras, ou seja, impressão de tridimensionalidade.

        Também é comum, entre as imagens pré-históricas de várias partes do mundo, a presença de gravuras.

        Enquanto a pintura é feita com o uso de algum pigmento sobre a superfície, a gravura é feita por meio de incisões, entalhes nas rochas, que criam um relevo.

        As imagens conhecidas da pré-história representam, em sua maioria, animais. Acredita-se que eles eram admirados e respeitados por possuírem atributos que o ser humano não possui. Além disso, a caça era uma fonte importante de alimento e recursos materiais para a sobrevivência: peles, ossos e chifres eram utilizados. O animal possivelmente era visto como fundamental para a manutenção da existência. O ser humano, então, associava-se de forma ritual aos animais e espíritos da natureza. As imagens podem representar uma forma de adoração a esses seres, como também parte de rituais para garantir a caça. As divindades poderiam assumir a forma de animais, ou mesmo os xamãs podiam buscar nos espíritos dos animais orientação e atributos considerados importantes, como força, agilidade, coragem.

        As imagens tridimensionais da pré-história existem em menor quantidade que as bidimensionais, provavelmente por terem se perdido ou quebrado com o tempo. As mais antigas são todas esculturas em osso ou pedra.

        Existem duas formas tradicionais de se fazer imagens tridimensionais: por meio da escultura ou da modelagem. Para esculpir uma peça, as formas são retiradas e polidas de um material rígido, com o uso de ferramentas. Já a modelagem é feita com material mole, com as mãos ou ferramentas, principalmente para o acabamento. É uma técnica que demorou mais tempo para ser usada pelo ser humano e surgiu com a modelagem da argila, que se transforma em cerâmica por meio da queima. A mais antiga peça de cerâmica conhecida foi encontrada na República Tcheca, uma pequena figura feminina, datada em pelo menos 25 mil anos. Alguns milhares de anos depois, quando os seres humanos se estabeleceram em ocupações permanentes, o uso da cerâmica para criar objetos utilitários se disseminou em diversos lugares do mundo.

        Pequenas esculturas femininas são um tipo de objeto que arqueólogos e outros estudiosos descobriram ser comuns no Paleolítico Superior, encontradas em regiões muito diversas – desde os Pirineus até a Sibéria – em número muito maior do que representações masculinas.

        Essas figuras acabaram sendo chamadas de Vênus da pré-história, numa associação anacrônica com a deusa da beleza, da sexualidade e do amor romana na Antiguidade (chamada Afrodite entre os gregos). Acredita-se que representassem algum tipo de divindade ligada ao feminino. Embora algumas figuras sejam esbeltas, muitas são representações de mulheres formas grandes e arredondadas, com seios, ventre e nádegas bastante salientes. Uma das hipóteses é que essas formas simbolizassem a ideia de sexualidade e fertilidade, por ser a mulher geradora e nutridora da vida. Muitos estudiosos inclusive acreditam que essas sociedades fossem matriarcais, ou seja, organizadas e lideradas pelas mulheres.

        Existe também a associação de possíveis cultos a divindades femininas com os mitos da Deusa Mãe ou Mãe Terra, personificação da Terra enquanto geradora da vida e da natureza, comum em várias culturas. As civilizações ancestrais, em sua maioria, cultuavam deusas associadas à criação da vida e do Universo. Ainda hoje, nos Andes, grupos indígenas cultuam a Pachamama, divindade associada à Terra, à fertilidade e aos ciclos da natureza.

Fonte: Livro Arte em interação. Hugo B. Bozzano; Perla Frenda; Tatiane Cristina Gusmão – Volume único – Ensino médio. 1ª edição. São Paulo, 2013. IBEP. p. 47-52.

Entendendo o texto:

01 – Como as primeiras manifestações de artes visuais na Pré-história já demonstravam o uso de técnicas bidimensionais e tridimensionais, e quais materiais eram utilizados para as pinturas rupestres?

      Desde as primeiras manifestações visuais na Pré-história, já se percebe o uso de técnicas bidimensionais (como as pinturas rupestres) e tridimensionais (como as esculturas). Para as pinturas rupestres, as cores eram obtidas a partir de pigmentos naturais disponíveis em cada ambiente. Por exemplo, na Caverna de Altamira, na Espanha, o preto era conseguido com carvão, e os tons avermelhados e amarelados eram feitos com pó de óxido de ferro, puro ou misturado em água. As saliências das paredes das cavernas eram frequentemente aproveitadas para criar a impressão de volume, ou seja, tridimensionalidade.

02 – Qual a diferença entre pintura e gravura, conforme descrito no texto, e como as gravuras eram produzidas na Pré-história?

      O texto distingue pintura e gravura da seguinte forma: a pintura é realizada com o uso de algum pigmento sobre uma superfície, enquanto a gravura é feita por meio de incisões e entalhes nas rochas, que criam um relevo. Na Pré-história, as gravuras eram, portanto, produzidas entalhando-se as superfícies rochosas para criar imagens em relevo, em contraste com a aplicação de pigmentos.

03 – Qual tipo de imagem predominava nas representações pré-históricas e quais são as principais hipóteses para a escolha desses temas?

      A maioria das imagens conhecidas da Pré-história representa animais. As principais hipóteses para essa predominância são diversas. Acredita-se que os animais eram admirados e respeitados por possuírem atributos que os seres humanos não tinham. Além disso, a caça era crucial para a sobrevivência, fornecendo alimento e recursos como peles, ossos e chifres. O animal era visto como fundamental para a manutenção da existência. As imagens poderiam, então, representar uma forma de adoração a esses seres, parte de rituais para garantir a caça, ou mesmo simbolizar divindades que assumiam formas animais, ou ainda, auxiliar xamãs na busca por orientação e atributos importantes dos espíritos animais, como força e agilidade.

04 – Compare as duas formas tradicionais de se fazer imagens tridimensionais, escultura e modelagem, explicando suas diferenças e como a modelagem se desenvolveu historicamente.

      As duas formas tradicionais de fazer imagens tridimensionais são a escultura e a modelagem. A escultura envolve a retirada e o polimento de formas de um material rígido com o uso de ferramentas. Já a modelagem é feita com material mole, utilizando as mãos ou ferramentas para moldar e dar acabamento. Historicamente, a modelagem demorou mais tempo para ser utilizada pelo ser humano e surgiu com a modelagem da argila, que, por meio da queima, se transforma em cerâmica. A peça de cerâmica mais antiga conhecida é uma figura feminina datada em pelo menos 25 mil anos, encontrada na República Tcheca. Milhares de anos depois, com o estabelecimento de ocupações permanentes, o uso da cerâmica para objetos utilitários se difundiu globalmente.

05 – O que são as "Vênus da pré-história"? Qual a principal característica física dessas figuras e qual a hipótese mais aceita para o seu simbolismo e para o tipo de sociedade que elas representavam?

      As "Vênus da pré-história" são pequenas esculturas femininas comuns no Paleolítico Superior, encontradas em diversas regiões, de Pirineus à Sibéria, em número maior que representações masculinas. Foram chamadas de "Vênus" em uma associação anacrônica com a deusa romana da beleza. A principal característica física de muitas dessas figuras são as formas grandes e arredondadas, com seios, ventre e nádegas bastante salientes. A hipótese mais aceita é que essas formas simbolizassem a ideia de sexualidade e fertilidade, por ser a mulher geradora e nutridora da vida. Muitos estudiosos acreditam, inclusive, que as sociedades que as produziram eram matriarcais, ou seja, organizadas e lideradas por mulheres.

06 – Como as "Vênus da pré-história" e as possíveis sociedades matriarcais se associam aos mitos da Deusa Mãe ou Mãe Terra? Dê um exemplo de culto contemporâneo mencionado no texto.

      As "Vênus da pré-história" e a ideia de sociedades matriarcais se associam aos mitos da Deusa Mãe ou Mãe Terra porque essas figuras femininas com formas exuberantes simbolizam a sexualidade e a fertilidade, remetendo à Terra como geradora da vida e da natureza. Em muitas culturas ancestrais, deusas associadas à criação da vida e do Universo eram cultuadas. O texto menciona que, ainda hoje, nos Andes, grupos indígenas cultuam a Pachamama, uma divindade associada à Terra, à fertilidade e aos ciclos da natureza, o que reforça a continuidade dessa ligação entre o feminino, a fertilidade e a Terra desde os tempos pré-históricos.

07 – Além de representações de animais, o texto menciona o aproveitamento de saliências nas paredes das cavernas e a presença de gravuras. Como esses elementos contribuem para a compreensão das habilidades artísticas e simbólicas dos povos pré-históricos?

      O aproveitamento das saliências nas paredes das cavernas para dar volume às figuras demonstra a capacidade dos povos pré-históricos de manipular o espaço tridimensional e criar ilusões visuais, revelando uma sofisticação na técnica e na percepção artística. A presença de gravuras, feitas por incisões e entalhes, indica a diversidade de técnicas e o domínio de ferramentas para trabalhar diferentes superfícies. Juntos, esses elementos – a representação de animais, o uso inteligente do ambiente e as diversas técnicas – revelam não apenas a habilidade artística desses povos, mas também sua profunda relação simbólica com a natureza e o ambiente ao redor, onde a arte servia tanto para a expressão quanto para rituais e crenças ligadas à sobrevivência e ao divino.

 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

NOTÍCIA: QUASE 90% DOS PROFESSORES NÃO TINHAM EXPERIÊNCIA COM AULAS REMOTAS ANTES DA PANDEMIA; 42% SEGUEM SEM TREINAMENTO, APONTA PESQUISA -

 

 

 

NOTÍCIA: Quase 90% dos professores não tinham experiência com aulas remotas antes da pandemia; 42% seguem sem treinamento, aponta pesquisa.  

 Levantamento da UFMG e CNTE mostra cenário preocupante e a dificuldade do poder público em dar resposta neste momento emergencial e garantir a isonomia do acesso à educação, afirma coordenadora do estudo. 

 Uma pesquisa sobre o trabalho dos professores da rede pública durante a pandemia, a qual o G1 teve acesso, aponta que 89% não tinha experiência anterior à pandemia para dar aulas remotas e 42% dos entrevistados afirmam que seguem sem treinamento, aprendendo tudo por conta própria. Para 21%, é difícil ou muito difícil lidar com tecnologias digitais. Os resultados mostram a dificuldade dos professores em lidar com a nova realidade, e o esforço pessoal para transmitir a aprendizagem aos estudantes durante a emergência de saúde provocada pelo coronavírus.

 

 

   

 

 

 

 

 

Leia a notícia abaixo e depois faça as seguintes atividades.

O texto foi publicado em um “site” de grande circulação nacional e internacional. Nele, podemos encontrar várias notícias interessantes, e uma delas é essa acima, muito atual e que gerou polêmica no meio educacional. De acordo com sua leitura e interpretação, responda:

01.   O que a notícia rebate, ou seja, mostra-nos sobre o posicionamento dos professores da rede pública em relação às novas formas de chegar até o ao aluno por causa da pandemia?

A notícia revela que a grande maioria dos professores da rede pública (89%) não tinha nenhuma experiência prévia com aulas remotas antes da pandemia. Além disso, 42% deles continuam sem treinamento formal, aprendendo "por conta própria". Para 21%, lidar com tecnologias digitais é difícil ou muito difícil. Isso demonstra que os professores não estavam preparados para a transição para o ensino remoto e que, apesar do esforço pessoal para manter a aprendizagem dos alunos, há uma dificuldade significativa em se adaptar à nova realidade tecnológica e metodológica. A pesquisa destaca um cenário preocupante e a falha do poder público em oferecer o suporte necessário.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBa5mVm4lZErRFn3hdwfnf88327lBb1wAYHhjHIwt8LWjWFqIwOGnNjYqx6fc7aq3BdWAZTC1OJWIMZjjBSO_9VHNxFGPN0Dg644wTV9zaQBSp0veG1jclmkZ-1UhHWHM5uJBR-EkbV4ic_EOF_sRGYEeSHugFLcBfd3Z7-06hBqR0LrmMG_UbkYlpZ2Q/s320/REMOTA.jpg

02.   Marque um X na alternativa que apresente a finalidade do gênero notícia:

a.   Apresentar opinião de especialista sobre assunto relevante para a sociedade.

b.   Informar fatos e acontecimentos recentes de relevância local, nacional e internacional.

c.   Narrar uma história que envolve conflito inicial, momento de maior tensão e desfecho.

d.    Crítica de acontecimentos atuais.

 

03- Marque um X na alternativa que apresente as partes composicionais de uma notícia:

a.   Título, subtítulo, lide, corpo da notícia, fotos com legenda.

b.   Título e organização em versos e estrofes.

c.   Título e textos organizados em tópicos.

d. Título, lista de componentes e procedimentos de tarefas.

 

04.  Explique as diferenças entre a notícia radiofônica e a notícia em podcast na internet?

       Ambas, a notícia radiofônica e a notícia em podcast na internet, são formatos de áudio que transmitem informações. No entanto, existem diferenças cruciais:

·         Notícia Radiofônica: Geralmente, é transmitida ao vivo e segue uma programação fixa. O ouvinte precisa sintonizar a rádio no momento da transmissão para ter acesso à informação. O conteúdo é efêmero e não fica disponível para acesso posterior, a menos que a emissora decida reprisar ou disponibilizar em plataformas de áudio específicas. É um formato mais tradicional, com um fluxo contínuo de notícias, muitas vezes intercaladas com músicas ou outros programas.

·         Notícia em Podcast na Internet: É um conteúdo de áudio sob demanda, ou seja, o ouvinte pode baixar ou ouvir a notícia a qualquer momento e em qualquer lugar, desde que tenha acesso à internet. Os podcasts são arquivos de áudio pré-gravados, que podem ser episódios avulsos ou parte de uma série, e ficam disponíveis em plataformas digitais. Isso oferece flexibilidade ao ouvinte e permite que ele escolha o que e quando quer ouvir, podendo pausar, retroceder ou avançar o áudio. Além disso, podcasts podem ser mais aprofundados e ter uma duração variada, não estando restritos aos rígidos blocos de tempo das transmissões de rádio.

 

05.  Com base no que foi estudado sobre o gênero discursivo notícia, produza um texto noticiando um fato possível de ser retratado pela foto abaixo.

Escolas da Rede Municipal de Marília Adotam Novas Metodologias para Inclusão Digital

Iniciativa busca capacitar professores e alunos no uso de tecnologias para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem.

MARÍLIA, SP – Em um movimento para modernizar o sistema educacional e atender às demandas da era digital, a Secretaria Municipal de Educação de Marília anunciou a implementação de um novo programa de inclusão digital nas escolas da rede pública. A iniciativa visa não apenas equipar as salas de aula com recursos tecnológicos, mas também oferecer treinamento contínuo para os professores e estimular o uso consciente e produtivo da tecnologia entre os alunos.

A medida surge como uma resposta aos desafios impostos pela recente transição para o ensino remoto, que evidenciou a lacuna de preparo em relação às ferramentas digitais, conforme apontado por pesquisas nacionais. "Percebemos que muitos de nossos educadores e estudantes enfrentaram dificuldades significativas. Agora, nosso foco é transformar esse desafio em uma oportunidade", afirmou a Secretária de Educação, Ana Costa.

O programa inclui a instalação de lousas digitais, a disponibilização de tablets para uso em sala de aula e, crucialmente, a oferta de cursos de capacitação para os professores. Os treinamentos abordarão desde o uso básico de plataformas educacionais até a criação de conteúdos interativos e a aplicação de metodologias ativas que integrem a tecnologia ao currículo. A expectativa é que, com esses recursos, o aprendizado se torne mais dinâmico e engajador, preparando os estudantes para os desafios do futuro.

"É um passo fundamental para garantir que todos os nossos alunos tenham as mesmas oportunidades, independentemente de sua realidade socioeconômica. A tecnologia é uma ferramenta poderosa para a equidade educacional", ressaltou Costa. O projeto já começou a ser implementado em algumas escolas-piloto e a expectativa é de que, até o final do ano letivo, todas as unidades da rede municipal estejam integradas ao novo modelo.

 


quinta-feira, 3 de julho de 2025

CRÔNICA: REENCONTRO - FRAGMENTO - DRAUZIO VARELLA - COM GABARITO

 Crônica: Reencontro – Fragmento

              Drauzio Varella

        Numa tarde chuvosa, tocou o telefone na Carceragem do Oito. Um funcionário atendeu e trouxe o recado em voz baixa para o seu Pires, o diretor do pavilhão:

        – Telefone para o seu Chico, é voz de moça.

        Como o regulamento proíbe ligações externas para detentos, o diretor foi ver quem era:

        – Quem quer falar com o seu Chico? Aqui não pode atender telefonema de fora!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBZzFZrFaAemAga4389mIwQ03FwMLOx689Nk8EMBgeRss9skRNFF-wiwYJ1WG5qyJZ-JFYcvTBaZtAYhXBX-Cya9n5c-eKXoIlH83A05X34pJFdL4j8EMQYaNlQNQwHI8OoxEj-DWMcZsDEYZCHnCz3ytZnm4iCm4UYK1OQ6zvg8rN6matZurKE5fqlNc/s320/istockphoto-1225348239-612x612.jpg


        Do outro lado, ouviu uma voz tímida:

        – Meu senhor, me desculpa, eu tenho vinte anos, uma irmã de dezoito e meu irmão, dezessete. Somos filhos do seu Chico. A última vez que vi meu pai eu tinha cinco anos, e meu irmão era tão pequeno que nem lembra o rosto dele. A gente pensava que ele tinha morrido. Quando eu soube que não, reuni com os irmãos e o pastor da igreja sem minha mãe saber, e decidimos procurar o pai. Foi muito difícil falar aí, mas hoje consegui explicar direitinho para a telefonista, que ficou com dó da gente e permitiu.

        A voz vinha embargada de medo. O chefe mandou chamar seu Chico.

        Seu Chico entrou ressabiado na Carceragem. Deu uma olhada geral; tudo parecia na rotina, os funcionários e alguns presos dedicados ao trabalho burocrático; seu Pires, de cabelos grisalhos e um lápis atrás da orelha, lia um relatório na escrivaninha.

        De frente para a janela, de costas para os outros, seu Chico disse alô e ficou mudo, por muito tempo. De onde estava, seu Pires percebeu as lágrimas nos olhos do prisioneiro.

        Por vários dias o diretor do pavilhão observou o comportamento solitário do outro. Sem entender, os ladrões mantinham respeitosa distância do líder entristecido. Dias depois seu Chico o procurou em tom grave:

        – Seu Pires, quero pedir um favor que faço questão de jamais esquecer.

        Contou o drama daqueles anos todos, a vingança da mulher por causa da morte do irmão, as cartas devolvidas, morto para os filhos, e a conversa com a mais velha.

        – Queria que o senhor me autorizasse a encontrar com eles lá fora, no coreto da Divinéia. Não quero meus filhos dentro de uma cadeia.

        – Assim o senhor me complica. Imagina se os outros 7 mil me pedem a mesma coisa. Em todo caso, como é uma situação especial, depois de tantos anos, vou abrir uma exceção, mas o senhor não pode ficar mais de vinte minutos.

        Na tarde marcada, seu Chico dirigiu-se ao coreto com dois detentos carregando um tapete vermelho, um vaso de flores, dois litros de guaraná, bolachas, pastéis e uma mesinha com toalha xadrez.

        Tudo arrumado no coreto, o ex-marinheiro, com camisa de manga comprida para esconder a tatuagem, parou com os braços cruzados sobre o peito forte e esperou.

        Passaram-se duas horas e as crianças não chegaram. Quando seu Pires decidiu, enfim, recolhê-lo, encontrou-o sentado, cotovelos apoiados nas coxas e a cabeça afundada nas mãos. Os dois homens voltaram ao pavilhão sem trocar palavra.

        Na semana seguinte, no mesmo horário, novamente a telefonista: os filhos de seu Chico aguardavam na portaria. Tantos anos no presídio não impediram que seu Pires se emocionasse. Foi ele mesmo dar a notícia na marcenaria. Encontrou o prisioneiro serrando um banco, a serra cantando de ensurdecer. Desligou-a da tomada.

        – Seu Chico, se arruma para ver seus filhos.

        Quando os olhos incrédulos do detento fitaram os dele, descobriram um homem terno que seu Chico não conhecia. Por sua vez, os do diretor captaram no rosto anguloso do ex-marinheiro o olhar da criança que pegou um balão caído do céu.

        Encontraram-se no coreto adornado às pressas com o tapete vermelho, a mesa, o lanche e o vaso de flores retirados do altar da Nossa Senhora Aparecida, na capela do pavilhão. As duas mocinhas tinham tranças e vestidos compridos; o menino, terno azul, gravata e uma Bíblia. Abraçaram-se e choraram, os quatro, demoradamente. Repetidas vezes.

        Trinta minutos depois, o encarregado da Divinéia aproximou-se para levar seu Chico de volta para o pavilhão. Não teve coragem de interromper o encontro familiar e retornou da escadinha do coreto. O mesmo fez seu Pires, duas horas mais tarde.

        Meses depois do reencontro, numa revista incerta, os carcereiros encontraram no xadrez de seu Chico um arsenal de facas, entre elas uma enorme foice improvisada. A malandragem mais jovem nunca entendeu por que ele não escondia as armas em outro lugar:

        – O velho era sistemático, não adotava o método moderno, tinha que ser do jeito próprio que ele estava acostumado.

        Como punição seu Chico foi transferido para o interior. [...]

Drauzio Varella.

Fonte: Letra e Vida. Programa de Formação de Professores Alfabetizadores – Coletânea de textos – Módulo 3 – CENP – São Paulo – 2005. p. 200-201.

Entendendo a crônica:

01 – Por que o diretor do pavilhão, Seu Pires, hesita em permitir que Seu Chico atenda ao telefonema e encontre seus filhos?

      O regulamento da prisão proíbe ligações externas para detentos, e Seu Pires teme abrir um precedente caso os outros 7 mil presos façam o mesmo pedido.

02 – Qual é a razão para o longo afastamento entre Seu Chico e seus filhos?

      A mulher de Seu Chico se vingou dele por causa da morte do irmão, devolvendo as cartas que ele enviava e fazendo com que os filhos pensassem que ele havia morrido.

03 – Como Seu Chico se prepara para o primeiro encontro com seus filhos após tantos anos?

      Seu Chico prepara um cenário especial no coreto da Divinéia, com um tapete vermelho, um vaso de flores, guaraná, bolachas, pastéis e uma mesinha com toalha xadrez.

04 – O que acontece no primeiro encontro marcado entre Seu Chico e seus filhos?

      Os filhos não aparecem no primeiro encontro marcado, causando grande tristeza e decepção em Seu Chico.

05 – Como Seu Pires reage ao saber que os filhos de Seu Chico estão na portaria na semana seguinte?

      Seu Pires se emociona e vai pessoalmente dar a notícia a Seu Chico na marcenaria, mostrando um lado terno que o detento não conhecia.

06 – Como as filhas e o filho de Seu Chico se vestem para o reencontro com o pai?

      As filhas usam tranças e vestidos compridos, e o filho veste terno azul, gravata e carrega uma Bíblia.

07 – O que é encontrado no xadrez de Seu Chico meses depois do reencontro e qual é a possível explicação para isso?

      Um arsenal de facas, incluindo uma foice improvisada, é encontrado no xadrez de Seu Chico. A explicação dada é que ele era "sistemático" e preferia seu próprio método de esconder as armas, em vez de adotar métodos mais modernos.