quarta-feira, 2 de abril de 2025

CONTO: O MAL DAS MONTANHAS - HELOISA SEIXAS - COM GABARITO

 Conto: O mal das montanhas

           Heloisa Seixas

        Na encosta, recoberta por uma neve rala de verão, lá estava. Deitado de bruços, as costas, já despidas da roupa – que o tempo ou os animais tinham arrancado –, brilhando ao sol com um estranho viço. Parei olhando a fotografia, fascinada, embora sem entender ao certo o que havia ali que me atraísse com tal força.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivdWcEUsIeJ_v4CO4UHtOswgb-47LgncQr0Jenh3iRImRPsCTbn7infxbIxYVP7gixtOwY5E_ptuHbiJqO69Fhu8CcRxeMcTqv5JuquN0Wg8we39vhXwth5UWqX7vNpewKq79Inwm5iR4SPAcKgXWLrR8wpceKWg5dsadWkHFmLcqqxOzBxrQtZHxF12o/s1600/MONTANHA.jpg


        Era a foto de um alpinista, morto há muitas décadas enquanto tentava subir o Monte Everest. Por causa de um verão especialmente forte, com temperaturas subindo mais do que de costume, seu corpo – que há tantos anos a montanha vinha escondendo – tinha afinal sido encontrado. Sabia-se que ele morrera ao tentar chegar ao cume, numa época em que ainda não havia roupas especiais nem comunicações que tornassem minimamente segura a empreitada. Mas onde, não se sabia ao certo. Agora, seu corpo, congelado em perfeitas condições, seria estudado.

        Olhei ainda mais atentamente para a fotografia. A pele muito branca, intacta. Quase como se ele dormisse – embora eu conhecesse bem a história de seu sono eterno, gelado. Não podia ver-lhe o rosto, pois caíra de bruços. Os braços ainda estavam vestidos pelo que lhe restara das roupas. Mas aquelas costas nuas me comoviam para além do que seria natural. Não conseguia passar a página da revista. E sabia que o que sentia não era apenas curiosidade mórbida – era algo mais.

        Olhei e olhei a foto, até que de repente me veio à mente a lembrança de uma frase, dita pelo explorador inglês George Mallory, ao ser perguntado por que razão queria escalar o Everest. Ele (que também acabaria morrendo na escalada do monte) respondera, simplesmente: “Porque está lá”. E, ante a lembrança dessa frase, senti subir de dentro de mim uma sensação cujos rumores reconheci de imediato. Uma sensação de encontro, de identificação.

        É isso. Eu me sinto irmanada a esses exploradores que dedicam a vida às mais loucas expedições, lançando-se montanha acima com seus corpos castigados, enfrentando o frio mais agudo, o vento mais cortante, o ar rarefeito. Semanas, meses, anos de planejamento e dedicação, de tortura e terror, encarando o medo e a morte, apenas para alcançar o topo – um momento efêmero, que mal pode ser desfrutado, tamanho o cansaço, tamanha a adversidade das condições em que chegam lá em cima. E tudo, para quê? Por quê?

        Porque a montanha está lá.

        E é aí, nessa resposta, que eu me encaixo. É ela que me faz irmã desses homens. Nós, escritores, somos como eles. Deixando correr sobre o papel o sangue que se transformará em poemas, contos, livros, para quê? Por quê? Não sabemos. Nunca saberemos. Escrever é igualmente vão, igualmente louco – como essa febre que assola os exploradores, o mal das montanhas.

Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 123-124.

Fonte: Português. Uma proposta para o letramento. Magda Soares – 8º ano – 1ª edição. Impressão revista – São Paulo, 2002. Moderna. p. 193-194.

Entendendo o conto:

01 – Qual a descoberta que fascina a narradora no início do conto?

      A descoberta do corpo congelado de um alpinista morto há décadas no Monte Everest, encontrado devido ao degelo causado por um verão excepcionalmente quente.

02 – O que atrai a narradora na fotografia do alpinista morto?

      A pele branca e intacta do alpinista, que transmite uma sensação de sono eterno e gelado, e suas costas nuas, que evocam uma comoção inexplicável na narradora.

03 – Qual a frase de George Mallory que ressoa com a narradora?

      "Porque está lá". Essa frase, dita por Mallory ao ser questionado sobre sua motivação para escalar o Everest, revela um senso de identificação e irmandade na narradora.

04 – Como a narradora se identifica com os alpinistas?

      Ela se vê como irmã desses exploradores, compreendendo a obsessão e a paixão que os impulsionam a enfrentar desafios extremos, mesmo diante do perigo e da morte.

05 – Qual a comparação que a narradora faz entre os alpinistas e os escritores?

      Ambos compartilham uma busca incessante e inexplicável, seja pela conquista do topo de uma montanha ou pela criação de obras literárias, sem saber ao certo o propósito final.

06 – Qual a metáfora central do conto?

      "O mal das montanhas" representa a obsessão e a paixão que consomem tanto alpinistas quanto escritores, impulsionando-os a perseguir seus objetivos com fervor e determinação.

07 – Qual o significado da frase "Escrever é igualmente vão, igualmente louco"?

      Essa frase expressa a incompreensão da narradora sobre a natureza da criação literária, que, assim como a escalada de montanhas, parece não ter um propósito racional ou justificativa lógica.

 

 

 

REPORTAGEM: A DITADURA DA MODA - (FRAGMENTO) - FOLHA DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Reportagem: A ditadura da moda – Fragmento

          Uma garota morre de vontade de comer cachorro-quente e tomar sorvete, mas não come nada porque quer que lhe caia bem uma calça de cintura baixa que acabou de comprar. Um rapaz odeia fazer exercícios, mas passa horas na academia só pra ter o corpo malhado e ser elogiado pelas garotas. Afinal, quem é que manda em nosso corpo e em nossas vontades? Que valores são esses que, quando menos percebemos, começamos a incorporar?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4ToMh2i8ymaE43yll4Yp2TQBe-PqF3ZQ8z344CW1KcGCPjGPBpxvP8T_8xzOGkUjzgc0A2902-PkBoFumFKTlFJck3S5ulZAzj1VCMK38RFuvhMxSFJKfQC-zxpbyRmqQwHhIFKeQxjHHKxPoTO6rH_ZfGud2rECsPj4PecTLHqQyJubY2YfgrvyeE-c/s320/DITADURA.jpg


Diários do terror

        Garotas correm risco de morrer ao defender em blogs a anorexia e a bulimia como estilo de vida

        Um perigo para a saúde internet. Para defender o que estilo de vida e que, na verdade, são dois distúrbios alimentares graves que podem levar à morte, algumas meninas escrevem blogs, participam de discussões e criam comunidades no Orkut dedicados à bulimia e à anorexia.

        A anorexia faz com que meninas, mesmo magras, se sintam gordas e não comam; já a bulimia é marcada por episódios de compulsão alimentar seguidos de culpa. É comum passar de urna doença para a outra.

        Cúmplices nesse suicídio lento, algumas meninas criam uma rede amigas virtuais, na qual se conhecem apenas pelo MSN (programa de mensagens instantâneas), por e-mail, cartas e pelos comentários que deixam nos blogs (diários on-line) das outras. Com idades entre 15 e 17 anos, descobrem nos sites uma maneira de conseguir apoio para continuarem doentes, usando esses blogs para confessar práticas como vomitar após comer e dietas conhecidas por "no food" (sem comida), na qual ficam muitos dias sem se alimentar.

        Esses sites também acabam atraindo garotas que têm todos os fatores de risco para desenvolver um distúrbio alimentar para embarcar nessa prática mortal.

        Chamam-se entre si de “ana” e “mia”, nomes “carinhosos” para defender a anorexia e a bulimia. Nos blogs, "miar" é sinônimo de "vomitar". Sem limites, elas querem ser as mais magras possíveis. Sofrem ainda de forte depressão e são indiferentes quanto ao risco de morte que correm.

        Sem sair da frente do computador, elas trocam dicas de corno provocar o vômito, de como enganar os familiares e amigos e de como suportar ficar dias sem comer. "A anorexia e a bulimia” são dois grandes estados de solidão. Elas dizem que não é doença, é opção de vida. Não é verdade. Quando a doença toma conta, tira delas qualquer opção", afirma a psiquiatra Tatiana Moya, que defendeu tese na USP sobre transtornos alimentares.

        "Fiz o blog há um ano para contar a minha vida. Começaram a visitá-lo e daí conheci outros. Na internet eu posso ser qualquer um", conta Renata, 17 anos, que tem 1,63 m e 48 kg. Para ela, "35 kg estará de bom tamanho", apesar de saber que, antes de chegar a esse peso, já poderá estar morta. "Sinto os meus batimentos cardíacos fracos e a capacidade dos meus pulmões meio reduzida. Não é agradável, mas é necessário, embora eu saiba que posso morrer antes."

        A família dela já sabe do problema, mas não do blog. Renata é tratada por um psicólogo e um psiquiatra. "Eles me dizem o quanto é bom comer, que é sinal de felicidade. Para meu psiquiatra, tenho um misto de anorexia e bulimia, mas para mim não é. Não estou doente. Sinto-me indiferente."

        Nesse universo secreto, há até uma certa disputa macabra de quem consegue ficar mais tempo em uma dieta "no food". "Já fiquei oito dias sem comer nada. Depois, o corpo não vai aguentar uma quantidade estúpida de comida."

        A desculpa de muitas garotas para seguir essa dieta mortal é à pressão da mídia e da publicidade. "Vivemos vendo aquelas modelos magérrimas em propagandas e todas aquelas mulheres maravilhosas na TV Com isso nos sentimos inferiores. A mais feia das feias", diz a gaúcha Karina, 16 anos, 1,70 m de altura, 55 kg, que quer pesar menos de 50 kg. "As adolescentes são mais suscetíveis às pressões para emagrecer. O estopim para desencadear esse processo doentio pode ser a imagem de magreza que o mercado da moda e a mídia colocam como ideal", diz a psicanalista Maria Beatriz Meirelles Leite, consultora de agências de modelos.

        Todas as entrevistadas pelo Folha Teen concordam que os blogs as influenciaram a seguir práticas que podem levar à anorexia. A gaúcha Karina aprendeu técnicas de como vomitar em um dos sites. "Os blogs me dão força de vontade. Fiz amigas, com as quais converso no MSN, mas não nos conhecemos pessoalmente." Disfarçar a existência do blog' é fácil; difícil é esconder às vezes que se vomita. "Procuro não fazer barulho. Lavo o rosto e vou para o quarto. Já vomitei sete vezes num dia", diz Karina.

        A paranaense Isabel, 15 anos, 1,70 m de altura, 64 kg, quer pesar 45 kg. Ela sobe na balança todos os dias, pela manhã, e diz que se sente horrível. Criou o blog há menos de um mês. "Fiquei sabendo deles quando, por curiosidade, resolvi ver blogs de anas e mias."

        Isabel sabe que pode morrer se continuar nesse regime, mas não pensa em se tratar. "Acho que todas as anas e as mias sabem que isso leva à morte. Várias meninas já perderam amigas anas por isso. Mas, mesmo assim, isso não nos leva a desistir."

        [...]

Folha de São Paulo, 7/2/005. FolhaTeen.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 12-14.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual o principal problema abordado na reportagem?

      A reportagem aborda a influência da moda e da mídia na imposição de padrões de beleza irreais, levando jovens a desenvolverem distúrbios alimentares como anorexia e bulimia.

02 – Como a internet contribui para a disseminação desses distúrbios?

      A internet serve como um espaço onde jovens compartilham dicas e incentivam uns aos outros a manterem práticas prejudiciais à saúde, como dietas extremas e indução de vômito.

03 – Quais são os principais riscos à saúde mencionados na reportagem?

      A anorexia e a bulimia são destacadas como distúrbios alimentares graves que podem levar à morte, além de causarem depressão e outros problemas de saúde mental.

04 – Qual a influência da mídia e da publicidade nos padrões de beleza?

      A mídia e a publicidade promovem imagens de modelos extremamente magras, o que leva jovens a se sentirem pressionados a alcançar esses padrões irreais.

05 – Como os blogs e comunidades online influenciam as jovens com distúrbios alimentares?

      Esses espaços virtuais oferecem um senso de comunidade e apoio, mas também reforçam comportamentos doentios e dificultam a busca por tratamento.

06 – Qual o papel dos profissionais de saúde no tratamento desses distúrbios?

      Psicólogos e psiquiatras são essenciais para ajudar as jovens a reconhecerem a gravidade de seus problemas e a desenvolverem uma relação mais saudável com a comida e seus corpos.

07 – Qual a importância do apoio familiar no tratamento desses distúrbios?

      O apoio familiar é fundamental para o sucesso do tratamento, pois ajuda as jovens a se sentirem amadas e aceitas, independentemente de sua aparência.

08 – Como a reportagem descreve a relação das jovens com seus corpos?

      As jovens se sentem constantemente insatisfeitas com seus corpos, buscando incessantemente a magreza extrema, mesmo colocando em risco suas próprias vidas.

09 – Qual a mensagem principal da reportagem sobre a "ditadura da moda"?

      A reportagem critica a imposição de padrões de beleza irreais pela moda e pela mídia, destacando os perigos que esses padrões representam para a saúde física e mental dos jovens.

10 – Quais são os sinais de alerta que indicam que uma jovem pode estar sofrendo de anorexia ou bulimia?

      Perda de peso excessiva, obsessão por dietas e exercícios, isolamento social, mudanças de humor repentinas e comportamentos como induzir o vômito ou esconder alimentos são sinais de alerta importantes.

POEMA: SAUDADES - ELIAS JOSÉ - COM GABARITO

 Poema: Saudades

             Elias José

Tenho saudades de muitas coisas
do meu tempo de menininha:
sentar no colo do meu pai,
ninar boneca sem receios,
chorar de medo da morte da mãe,
sonhar com festa e bolo de aniversário,
cantar com os anjos na igreja,
ouvir as mágicas histórias de vovó,
brincar de pique, de corda e peteca,
acreditar em cegonhas, fadas e bruxas
e sobretudo no papai Noel.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyCBiSpumMvJj-pWAEqysbblGqj-Y_R3-aWmuYiKPVMzbJxlP70UNT6-5lwKR5Bty5Ckle7JF5TNKZlk-11ucSAGdP78Ofp-K1Ll1qXyJ_c4mx1iT37P5Hfj51ZwOrANDL_N32vuW5g_NN9LhN55es33VVYQprXAELcVJahZXhfs40nu2lbNm7WrqlryI/s320/PAPAI%20NOEL.png



Será que quando for velhinha,
e já estiver caducando,
vou viver tudo de novo?

Cantigas de Adolescer. São Paulo: Atual, 1992. P.9.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. P. 30.

Entendendo o poema:

01 – Quais as principais lembranças da infância que a voz poética expressa no poema?

      A voz poética expressa saudades de momentos como sentar no colo do pai, brincar com bonecas, temer a perda da mãe, celebrar aniversários, cantar na igreja, ouvir histórias da avó, brincar ao ar livre e acreditar em figuras mágicas como Papai Noel.

02 – Qual a emoção central que permeia as lembranças da infância no poema?

      A emoção central é a nostalgia, um sentimento de saudade e carinho pelas experiências vividas na infância, marcadas pela inocência e simplicidade.

03 – Qual a pergunta reflexiva que encerra o poema?

      A pergunta final é se, na velhice, a voz poética terá a chance de reviver essas memórias da infância.

04 – O que a pergunta final revela sobre a relação da voz poética com o tempo e a memória?

      A pergunta revela um desejo de que o tempo seja cíclico, permitindo reviver as alegrias da infância na velhice, e uma valorização da memória como forma de conexão com o passado.

05 – Como o poema retrata a infância?

      O poema retrata a infância como um período de inocência, alegria e descobertas, marcado por momentos simples e afetuosos, além da crença em figuras mágicas e histórias encantadoras.

 

 

NOTÍCIA: CERCO À PICHAÇÃO - FOLHA DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: CERCO À PICHAÇÃO

        Embora pautado pela ideia correta de frear a impunidade, o projeto de combate à pichação da Prefeitura de São Paulo peca por ser essencialmente calcado na repressão aos infratores. O cerne da proposta, ainda em fase de elaboração, é a discutível determinação de que a família de cada pichador apanhado em flagrante ficaria obrigada a pagar ao município o montante despendido para limpar o local. Além disso, os autores teriam de remover seus rabiscos dos muros pichados.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPD43EfuvOVOziJta_25zfoK42zSzCeYwQTR0FPm33dslDRg8rss2S0S8uKRQJjraob4D12VJqUaa2JYTnNMZnYas_0BDl9FCbHnQ_xgUQhO-V2xv8lSF3YC0AaL0ny8GlmaKNZ11uVE8J6JN4bSKOVL1-YeRDIY7ILvGEqj2f5qZpZJBT0hGbb1PFY5w/s320/Prefeitura-de-SP-retira-pichacao-na-23-de-maio.jpg


        Não há dúvida de que todo tipo de vandalismo praticado contra o patrimônio público e privado deve ser punido com rigor exemplar. A pichação constitui uma agressão intolerável, além de ser um fator de degradação do já bastante inóspito espaço urbano de São Paulo. Ademais, pichar e conspurcar edifício público são crimes previstos em lei.

        Um plano para enfrentar o problema, porém, precisaria reconhecer a pichação como um fenômeno complexo, que também demanda medidas socioeducativas. Os grupos ou gangues que se reúnem em torno dessa atividade são, em sua maioria, compostos por jovens de baixa renda que buscam canais de expressão e algum grau de notoriedade, deixando suas marcas na paisagem da cidade.

        A experiência tem demonstrado que medidas repressivas, embora eficazes em alguns casos, são insuficientes. Outras soluções devem e podem auxiliar na tentativa de banir essa prática. Na gestão passada já houve iniciativas positivas -algumas realizadas em parceria com organizações não-governamentais- que buscavam oferecer aos pichadores novas possibilidades, como educação voltada para a arte e o desenho gráfico, além da demarcação de espaços para a grafitagem.

        A prefeitura nada teria a perder se ampliasse e intensificasse ações dessa natureza em seus esforços para combater a praga da pichação e estimular o respeito pela cidade.

Folha de São Paulo, 30/3/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 57-58.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o principal problema do projeto da Prefeitura de São Paulo para combater a pichação, segundo o texto?

      O projeto foca excessivamente na repressão, penalizando financeiramente as famílias dos pichadores, em vez de incluir medidas socioeducativas.

02 – Por que a pichação é considerada um problema grave?

      Ela é vista como vandalismo que agride o patrimônio público e privado, além de contribuir para a degradação do espaço urbano.

03 – Qual é o perfil dos pichadores, de acordo com o texto?

      São, em sua maioria, jovens de baixa renda que buscam expressão e reconhecimento através de suas marcas na cidade.

04 – As medidas repressivas são suficientes para resolver o problema da pichação?

      Não. O texto argumenta que, embora sejam eficazes em alguns casos, são insuficientes e precisam ser complementadas por outras soluções.

05 – Que tipo de medidas socioeducativas são sugeridas como alternativas?

      O texto menciona iniciativas como educação voltada para arte e desenho gráfico, além da criação de espaços para a prática de grafite.

06 – O que a prefeitura poderia ganhar ao ampliar ações socioeducativas?

      A prefeitura poderia ter mais sucesso no combate à pichação e promover o respeito pela cidade.

07 – Qual a diferença entre pichação e grafite, segundo o texto?

      O texto mostra que a pichação é um ato de vandalismo, enquanto o grafite e uma forma de expressão artística. O texto sugere que a prefeitura crie espaços para o grafite.

 

 

POESIA: A VERDADE - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Poesia: A Verdade

             Luís Fernando Veríssimo

        O homem é o único animal que ri dos outros. O homem é o único animal que passa por outro e finge que não vê. É o único que fala mais do que papagaio. É o único que gosta de escargots (fora, claro, o escargot). É o único que acha que Deus é parecido com ele. E é o único 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9EnauXGTjMj7FkiH24JexYmuS8I4opXJnEKakGpqE4bBGHy6AAgtkHKCNgSZXReD0pYlamELr36mwkh-pHlJ5y92kY9TKMTpsHZRyPWJs9jhwREt08evfq-L6s-r-1cq8dS83hH_IS0R2I1a6AhJX0kxWdSouN8RUdCp7ToUo2LpNk3HBUyjfIvxxF1c/s1600/images.jpg


...que se veste

...que veste os outros

...que despe os outros

...que faz o que gosta escondido

...que muda de cor quando se envergonha

...que se senta e cruza as pernas

...que sabe que vai morrer

...que pensa que é eterno

...que não tem uma linguagem comum a toda espécie

...que se tosa voluntariamente

...que lucra com os ovos dos outros

...que pensa que é anfíbio e morre afogado

...que tem bichos

...que joga no bicho

...que aposta nos outros

...que compra antenas

...que se compara com os outros

        O homem não é o único animal que alimenta e cuida das suas crias, mas é o único que depois usa isso para fazer chantagem emocional.

Não é o único que mata, mas é o único que vende a pele.

Não é o único que mata, mas é o único que manda matar.

E não é o único...

...que voa, mas é o único que paga para isso

...que constrói casa, mas é o único que precisa de fechadura

...que foge dos outros, mas é o único que chama isso de retirada estratégia.

...que trai, polui e aterroriza, mas é o único que se justifica

...que engole sapo, mas é o único que não faz isso pelo valor nutritivo

...que faz sexo, mas é o único que faz um boneco inflamável da fêmea

...que faz sexo, mas é o único que precisa de manual de instrução.

Poesia numa hora dessas? Porto Alegre: L&PM. p. 19.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 46.

Entendendo a poesia:

01 – Qual a principal característica do ser humano destacada no início do poema?

      O poema destaca que o ser humano é o único animal que ri dos outros, evidenciando uma faceta crítica e satírica sobre a natureza humana.

02 – Quais as ações humanas listadas no poema que evidenciam comportamentos únicos da espécie?

      O poema lista diversas ações como vestir-se e vestir outros, fazer o que gosta escondido, mudar de cor ao sentir vergonha, cruzar as pernas ao sentar, ter consciência da própria mortalidade e acreditar na eternidade, entre outras.

03 – Qual a crítica presente nos versos que abordam a relação do ser humano com outros animais?

      O poema critica a exploração animal, destacando que o ser humano é o único que vende a pele de animais que mata e que usa a relação com suas crias para chantagem emocional.

04 – Como o poema aborda a relação do ser humano com a natureza?

      O poema critica a arrogância humana ao destacar que o ser humano se considera anfíbio e morre afogado, além de ser o único que polui e aterroriza o meio ambiente, justificando suas ações.

05 – Qual a visão do poema sobre o comportamento humano em relação ao sexo?

      O poema satiriza a complexidade humana ao mencionar que o ser humano precisa de manual de instruções para o sexo e cria bonecos infláveis como representação da fêmea.

06 – Qual o tom predominante do poema?

      O tom predominante do poema é satírico e crítico, utilizando o humor para evidenciar as contradições e absurdos do comportamento humano.

07 – Qual a mensagem central do poema?

      A mensagem central do poema é uma reflexão crítica sobre a natureza humana, destacando a complexidade, as contradições e os comportamentos únicos da espécie, muitas vezes de forma satírica e irônica.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: OS ANOS 60 E A JUVENTUDE BRASILEIRA - JOSÉ GERALDO COUTO - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: Os anos 60 e a juventude brasileira

           José Geraldo Couto

        No início da década de 60, a modernização do Brasil e o desenvolvimento das telecomunicações tinham causado o crescimento das cidades e desenvolvimento de uma cultura urbana, sintonizada com os acontecimentos políticos, sociais e culturais de outros países.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRKgdxVL1Chnlv6KTtQ0I124CcA-68shCYwAb3vgMHH389fdl1Bz2epn98PcykTf9T8GOP8gEKRBpcHZcxyIxrIS_Q92pS3ewImSNdeEqpbcSMu4ndE4CnS6few2yV5qq7kk7dN41hb4LnppQBCX2sSTIFMcAgletX7zbw-5sRPGAr2ETurTkgyjhLB7Y/s320/this-is-elvis-824x1024.jpg


        O rock’n’roll e a música pop internacional conquistaram amplas parcelas da nossa juventude desde o final dos anos 50, influenciando posteriormente cantores e compositores da jovem guarda e do tropicalismo. Junto com a música dos Beatles e dos Rolling Stones chegavam ao País novos costumes e uma nova moda: cabelos compridos e calças justas para os homens, minissaias para as mulheres, o uso de drogas alucinógenas e o questionamento de valores tradicionais, como a virgindade e o casamento. A segunda metade da década de 60 foi a época do lema “Paz e Amor”, bandeira do movimento hippie.

      Nos filmes do cinema novo e nas peças do Teatro de Arena e do Tetro Oficina, jovens artistas brasileiros procuravam uma nova estética que expressasse as transformações que o País vinha sofrendo, ao mesmo tempo que a televisão se tornava uma presença cada vez mais influente nos lares brasileiros.

        Foi também uma década de ativa participação política da juventude. Em 1967, o guerrilheiro Ernesto “Che” Guevara foi morto na Bolívia ao tentar implantar uma guerra de guerrilhas semelhante à que tinha sido vitoriosa em Cuba em 1959. Depois de morto, Guevara tornou-se um ídolo para os jovens brasileiros que lutavam contra o regime militar. Em 1968, os movimentos de protesto realizados por jovens (principalmente estudantes) explodiram em todo o mundo. Nos Estados Unidos, protestava-se contra a guerra do Vietnã. Na França, os estudantes ocupavam as universidades e tentavam aliar-se aos trabalhadores para derrubar o governo. No Brasil, passeatas contestavam o poder dos militares.

        A década se encerrou, no Brasil e no mundo, com um sabor de derrota para a juventude: as rebeliões foram sufocadas, a guerra do Vietnã continuou por mais alguns anos, os governos conservadores ficaram mais fortes. Será que “o sonho acabou”, como declarou o ex-beatle John Lennon em 1970, depois da dissolução do conjunto?

José Geraldo Couto. Brasil – Anos 60. 3. ed. São Paulo: Ática, 1991, p. 224-25.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 38.

Entendendo o texto:

01 – Como a modernização do Brasil influenciou a juventude nos anos 60?

      A modernização, junto com o desenvolvimento das telecomunicações, levou ao crescimento das cidades e ao desenvolvimento de uma cultura urbana conectada com tendências globais.

02 – Quais influências culturais internacionais marcaram a juventude brasileira nos anos 60?

      O rock'n'roll, a música pop internacional, os Beatles, os Rolling Stones, novos costumes, moda (cabelos compridos, minissaias), o uso de drogas alucinógenas e o questionamento de valores tradicionais.

03 – De que forma a juventude brasileira expressou suas transformações culturais e sociais na arte?

      Através do Cinema Novo e do teatro, com o Teatro de Arena e o Teatro Oficina, buscando uma nova estética que refletisse as mudanças no país.

04 – Qual foi o papel da juventude na política durante os anos 60?

      A juventude teve uma participação política ativa, com protestos contra o regime militar no Brasil e manifestações contra a Guerra do Vietnã e por mudanças sociais em todo o mundo.

05 – Quem foi Che Guevara e qual sua importância para os jovens brasileiros nos anos 60?

      Ernesto "Che" Guevara foi um guerrilheiro que se tornou um ídolo para os jovens brasileiros que lutavam contra o regime militar, especialmente após sua morte em 1967.

06 – Como terminaram os movimentos de juventude nos anos 60?

      Os movimentos de juventude foram suprimidos, a Guerra do Vietnã continuou e governos conservadores se fortaleceram, levando a um sentimento de derrota para muitos jovens.

07 – Qual foi a influência da televisão na cultura brasileira durante os anos 60?

      A televisão se tornou uma presença cada vez mais influente nos lares brasileiros, desempenhando um papel significativo na disseminação de novas ideias e tendências culturais.

 

POEMA: NATURAL RETORNO - ULISSES TAVARES - COM GABARITO

 Poema: Natural retorno

             Ulisses Tavares

O passarinho que a poluição,

espantou sou eu que voa

para teus braços.

A água que a indústria sujou

sou eu que desemboca límpido

em sua barriga.

O mato que a cidade cortou

sou eu que cresce viçoso

em suas pernas.

O bicho que a civilização matou

sou eu que corre célere

para o seu corpo.

Nem tudo está perdido.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijpFLERLdDwYjiHQ8Ikz5q780Q-TbxqR-gYqUlM67Ahd3XiO0foLY-99UQPg59KEFFEztPBGWE8vdg1QI77KcfIgx3jC3L_33uYsU0cvE3DAkJP5l3KEC62S5Qk6DZ-oiMiTpwOA9yckTlu4puUKB_Jwls29MFFQYnxgiUkclF0k1ZxInD3-cv-rSr02o/s320/saude-mental-natureza_1740848857646.jpg


Diário de uma paixão. São Paulo: Geração Editorial, 2003.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 41.

Entendendo o poema:

01 – Qual a temática central do poema?

      O poema aborda a relação entre o ser humano e a natureza, destacando a capacidade de renovação e retorno à pureza original, mesmo após a degradação causada pela ação humana.

02 – Quais as metáforas utilizadas no poema para representar essa relação?

      O poema utiliza metáforas como "passarinho que a poluição espantou", "água que a indústria sujou", "mato que a cidade cortou" e "bicho que a civilização matou" para representar a natureza que retorna ao seu estado puro e encontra refúgio no corpo da amada.

03 – Qual o significado do verso "Nem tudo está perdido"?

      Esse verso transmite uma mensagem de esperança e otimismo, sugerindo que, apesar dos danos causados pela humanidade, a natureza possui uma força intrínseca de renovação e que ainda há possibilidade de reconexão com o meio ambiente.

04 – Como o poema utiliza a imagem do corpo da amada?

      O corpo da amada é utilizado como um refúgio para a natureza, um local onde ela pode se purificar e renascer, simbolizando a união entre o ser humano e o meio ambiente.

05 – Qual a mensagem final do poema em relação à natureza e à humanidade?

      O poema transmite uma mensagem de que a natureza possui uma capacidade de renovação e que, apesar dos danos causados pela humanidade, ainda há esperança de reconexão e harmonia entre ambos.

 

REPORTAGEM: A CASA DO PEDREIRO VIROU BIBLIOTECA - O ESTADO DE S. PAULO - COM GABARITO

 Reportagem: A casa do pedreiro virou biblioteca

        Morador de São Gonçalo, no Rio, bateu de porta em porta para receber livros

        Carlos Leite mal consegue ler, mas os livros mudaram sua vida. Dois anos atrás, ele fazia uma construção para uma pessoa que ia se desfazer de seis volumes de uma enciclopédia. Leite pediu para ficar com eles. Assim nasceu um sonho.

        Ele decidiu bater de porta em porta na cidade da Baixada Fluminense, pedindo livros indesejados às pessoas. Nenhuma contribuição era pequena demais. Amigos foram convencidos a ajudá-lo. A biblioteca, que abriu as portas em março de 2004, tem 10 mil volumes de todo tipo.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfKn59IzEbo0ew3BmXsQOUDq3IzpjGvh2WT4PxAqBViaCRAY1gu90fm7R7qc6dev_YtgPKsZncumZNgMa6b2tndkrXj8x-VtUSSnM5h-oygOj27VUf09915KBqEY9wvlDcQl8HeK-rqkPSZLetG9TywN4L2lyYN1fMp1yJJ-PbjsfBxFJOveFr_4zLhl8/s320/LIVRO.jpg


        Para Leite, porém, os livros são um mistério. De família pobre, ele abandonou a escola no terceiro ano e hoje, aos 51, é analfabeto funcional. Mas sabe a importância dos livros. “Pode ser tarde para mim, um pedreiro, mas não para outros”.

        Assim floresceu a paixão que tem consumido seu tempo livre e transformou sua casa numa biblioteca pública, gratuita e aberta à vizinhança pobre neste subúrbio do Rio. Quem visita a casa de Leite encontra garotos fazendo a lição no que era seu quarto. Adultos folheiam títulos no que era a sala. Um festival de brochuras e livros sobre quase todo assunto imaginável, alguns em estado lamentável, cobre todo espaço disponível das paredes.

        O espaço para os livros é tão precioso que Leite e a companheira, Maria da Penha, se mudaram para um quartinho nos fundos. “Este é o único espaço que temos para dormir. Os livros nos chutaram para fora. Se não tomarmos cuidado vão nos chutar para fora deste quartinho também”.

        Um grande cartaz pintado à mão no telhado da casa anuncia: Biblioteca Comunitária, Rua 18. O que Maria da Penha e Leite fizeram é notável quando se considera o desafio que é criar o hábito de ler num país com um dos níveis mais baixos de leitura do mundo. O americano e o inglês médios leem 5 livros por ano. Na França, 7. No Brasil, menos de 2.

        Os brasileiros são prejudicados pela falta de acesso. Autoridades dizem que quase 1 mil dos 5500 municípios do país não têm biblioteca pública. Um estudo de 2001 estima que 16% da população têm 75% de todos os livros no Brasil. Além disso, o analfabetismo continua alto, com 16 milhões de brasileiros com mais de 15 anos incapazes de ler ou escrever.

        O governo brasileiro lançou uma série de iniciativas para melhorar a situação, inclusive com redução de impostos e campanha para criar bibliotecas. Mas Leite e Maria da Penha não quiseram esperar.

O Estado de S. Paulo, 5/10/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 21.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual a profissão de Carlos Leite e como surgiu a ideia da biblioteca?

      Carlos Leite é pedreiro. A ideia da biblioteca surgiu quando ele recebeu seis volumes de uma enciclopédia de um cliente e decidiu pedir mais livros de porta em porta.

02 – Qual a situação de Carlos Leite em relação à leitura e escrita?

      Carlos Leite é analfabeto funcional, ou seja, tem dificuldade em ler e escrever, pois abandonou a escola no terceiro ano.

03 – Como a comunidade local utiliza a biblioteca de Carlos Leite?

      A biblioteca é utilizada por crianças para fazerem lição de casa e por adultos para leitura, tornando-se um espaço comunitário importante.

04 – Qual o impacto da biblioteca na vida de Carlos Leite e sua companheira, Maria da Penha?

      A biblioteca transformou a casa do casal, que precisou se mudar para um quarto nos fundos para acomodar os livros.

05 – Qual a importância da biblioteca de Carlos Leite em relação ao cenário de leitura no Brasil?

      A iniciativa de Carlos Leite é notável em um país com baixos índices de leitura e dificuldades de acesso a livros e bibliotecas.

06 – Quais os desafios enfrentados pelo Brasil em relação ao acesso à leitura, segundo a reportagem?

      O Brasil enfrenta desafios como a falta de bibliotecas públicas em muitos municípios, a concentração de livros nas mãos de poucos e o alto índice de analfabetismo.

07 – Quais as ações do governo brasileiro para melhorar o acesso à leitura?

      O governo brasileiro tem lançado iniciativas como redução de impostos e campanhas para criar bibliotecas, buscando reverter o cenário de baixa leitura no país.

 

ANEDOTA: O PESCADOR - ZIRALDO - COM GABARITO

 Anedota: O pescador

               Ziraldo

        O louquinho estava parado com um cordão amarrado na ponta de uma vassoura, pescando, na maior concentração. Mas não tinha anzol no cordão. Mesmo assim, de vez em quando, o louco dava um puxão.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLCNn7n1twthZ4CcVEsCwRRpvvEhIkCSKQU4EXGmLxGhtBGEYgOFV7v6XaJ0cZ9P7r0WLDEpUW0ZdvHWRXD3s4mRCG_ZUVTmBjhDltix_O7tCw0gO5Zkrfl-VrDOdIDLbHPSB4vcNcFYgDKT8l4WdtyOB8f19ByelP5vptiei15KXt0nhDh-nsHtKcLow/s320/2449286-homem-pescando-desenho-animado-gratis-vetor.jpg


        -- Tá fazendo o que aí, ô biruta? – perguntou alguém que passava por ali.

        --Tô pescando, não está vendo?

        -- Ah, é? Pescando sem anzol?

        -- E daí? Aqui não tem peixe...

Anedotinhas do bicho da Maçã. São Paulo: Melhoramentos, 198. p. 17-18.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 65.

Entendendo a anedota:

01.  Por que o louquinho estava pescando sem anzol?

       a) Ele havia esquecido o anzol em casa.

       b) Ele estava usando uma técnica de pesca secreta.

       c) Ele sabia que não havia peixes no local.

       d) Ele estava apenas fingindo pescar para enganar os outros.

02. Qual era o objeto que o louquinho usava para "pescar"?

      a) Uma vara de pescar profissional.

      b) Um cordão amarrado a uma vassoura.

     c) Uma rede de pesca.

     d) Uma linha de pesca comum.

03. Qual a reação da pessoa que perguntou ao louquinho o que ele estava fazendo?

     a) Ele ficou impressionado com a técnica de pesca do louquinho.

     b) Ele riu da situação e chamou o louquinho de "biruta".

     c) Ele se juntou ao louquinho para pescar também.

    d) Ele ficou com raiva do louquinho por estar atrapalhando.