segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

CORDEL: RUI BARBOSA - (FRAGMENTO) - CRISPINIANO NETO - COM GABARITO

 Cordel: Rui Barbosa – Fragmento

              Crispiniano Neto

Quero contar a história

Verdadeira e gloriosa

De um diplomata de peso

De carreira luminosa;

Um crânio cheio de graça,

O nosso gênio da raça,

O baiano Rui Barbosa.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI2DeoPfEje4oPIU877o73IWaheXWlRKUD8pwtazEdLJBbShu-rxo6TuUu1icDaC4QtY7Svnv3RIEJAg9rvm_hAX4EV8OEsNO91QosM6ARM82J-mSD-EAFrKH6TbIdqVrHzis8FgfFzTiAn2-v7jvKGDHs4f_RSR4T5vnQHxrcg7cBoKqtaXtBA4v-QGc/s320/RUI.jpg

Rui foi um líder político,

Deputado e senador,

Ministro por duas vezes,

Foi filólogo e escritor,

Tradutor e jornalista

Um consagrado jurista

E um gênio como orador!

[...]

Rui Barbosa de Oliveira,

De Salvador, bom baiano.

Nasceu em mil e oitocentos

E quarenta e nove, o ano;

Foi a cinco de novembro

Que a luz viu o maior membro

Do saber brasiliano.

[...]

Ao fazer dezesseis anos,

Já tendo idade e conceito

Foi para Olinda cursar

Faculdade de Direito,

Provando o fato verídico

Que para o mundo jurídico

Era o cérebro mais perfeito.

[...]

No ano 77

De muita seca e horror

Rui se elegeu deputado

Erguendo um novo valor.

Pela grandeza exibida

Foi escolhido em seguida

Pra ser nosso senador.

[...]

E veio a Abolição

Da escravidão malvada;

Vimos três anos depois

A República proclamada,

Cujo primeiro decreto

Teve o talento completo

Da sua mão consagrada!

 

Fez a Constituição

Da República brasileira;

Poucos retoques fizeram

Sobre a redação primeira

Seu texto estava perfeito

Na política e no Direito,

Uma obra verdadeira.

 

E ao nascer a República,

Pelo seu saber notório

Foi primeiro vice-chefe

Do Governo Provisório.

Brilhante, firme, empolgado

O Brasil foi transformado

Em seu gigante auditório!

 

Rui Barbosa e Deodoro

Neste governo de início

Separaram Estado e Igreja

Evitaram o precipício

Com o tumulto controlado

Acabaram deputado

E Senado vitalício.

[...]

Por tudo quanto ele fez,

Pela grande sapiência,

Por seu saber filosófico,

Saber jurídico e Ciência

Política, História e Gramática,

Seu nome virou, na prática,

Sinônimo de inteligência!

[...]

A “Casa de Rui Barbosa”

Preserva sua memória;

“Instituto Rui Barbosa”

É relicário da História

Deste gênio brasileiro.

Baiano bravo, altaneiro

Que encheu o Brasil de glória!

[...]

Se um dia Brasil reler

Suas imensas verdades

Se pautando pela ética

Respeitando as liberdades

Quando todos formos “Rui”

O nosso Brasil não rui

Nem triunfam nulidades!

NETO, Crispiniano. Rui Barbosa. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/a1000302.pdf. Acesso em: 31 jan. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 22.

Entendendo o cordel:

01 – Qual a principal figura histórica retratada no cordel?

      A figura principal retratada no cordel é Rui Barbosa, um importante político, jurista e intelectual brasileiro.

02 – Quais as principais áreas de atuação de Rui Barbosa?

      Rui Barbosa atuou em diversas áreas, como política, direito, filosofia, história e gramática.

03 – Qual a importância de Rui Barbosa para a história do Brasil?

      Rui Barbosa foi fundamental para a história do Brasil, tendo participado de momentos importantes como a abolição da escravatura, a proclamação da República e a elaboração da Constituição.

04 – Quais as características de Rui Barbosa destacadas no cordel?

      O cordel destaca a inteligência, a sabedoria, o patriotismo e a capacidade de liderança de Rui Barbosa.

05 – Qual o papel do cordel na divulgação da história de Rui Barbosa?

      O cordel populariza a figura de Rui Barbosa, tornando sua história acessível a um público mais amplo, especialmente aqueles que não têm contato com textos históricos mais formais.

06 – Que valores são exaltados no cordel?

      O cordel exalta valores como a inteligência, o conhecimento, a justiça, a pátria e a ética.

07 – Qual o objetivo do autor ao escrever esse cordel?

      O objetivo do autor é homenagear Rui Barbosa, destacando sua importância para a história do Brasil e incentivando a valorização de sua obra.

 

 

CRÔNICA: O CASARÃO I - (FRAGMENTO) - LUIZ PAGNOSSIM - COM GABARITO

 Crônica: O casarão I – Fragmento

              Luiz Pagnossim

        Eu estava moído, pois tinha acabado de chegar tarde da noite, voltando para Taubaté depois de passar um tempo em Sampa. A viagem tinha sido em um carro super-velho, cheirando à gasolina. Deitei na cama e o celular tocou. Era o Dudu me ligando para cobrar a ida ao casarão. Agora, mais essa! A ideia de visitar o artigo sítio me causava mal-estar, mas era uma promessa que eu  tinha feito, a de visitar o lugar assim que eu chegasse de viagem, tentando ganhar tempo, claro. Isso porque aquela ideia já estava me deixando apavorado.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRSmpL7bY52IICmnKRSo897xq19TzDqtTv1jFtHboq8LoUjYHXN928M-WWUprsb44xIPCYX7RfQC8jpgBJBWQsHS2BVtbYDPI2RcyxrA-EfdbJ__GeAyNpyBgX9-qBrY0Fl6g0jIYnsUFZojxGELT8vjfUtaU09uTXPkiHkzJ3GyEaV214AfzpcfWCzSM/s1600/CASARAO.jpg


        O tal casarão não era uma casa comum. Diziam que ali aconteciam coisas estranhas e, por estar abandonada há tanto tempo, acabou ganhando um aspecto aterrorizante. O lugar era de um senhor viúvo e solitário, quase nunca visto na cidade. Contam que ele perdera o filho afogado no lago da propriedade e passou a produzir brinquedos em madeira para uma coleção particular. Sua sobrevivência se resumia ao que o sítio produzia e às entregas semanais trazidas pelo mercado do centro. Depois, as compras foram ficando acumuladas no portão e nunca mais se teve notícias do velho senhor. Isso alimentava a imaginação do povo. Dizia-se até que ele teria morrido e que fora enterrado ali. Na verdade, ninguém ousava entrar naquele sítio. Esperava-se que os herdeiros aparecessem, porém, isso não acontecia. Assim, a propriedade ia acumulando histórias.

        Logo cedo, meu amigo já me esperava no portão. O sítio ficava a uns três quilômetros de casa, meia hora de caminhada. Sorrimos um para o outro, buscando esconder o temor que sentíamos, e seguimos até o nosso destino.

        Ao chegar, abrimos, com dificuldade, o velho portão da propriedade. Senti medo. Olhei para Dudu, que parecia sentir o mesmo, mas entramos. Pelo caminho, podia-se avistar a casa enorme e destruída pelo tempo. Uma visão, realmente, apavorante.

        O casarão era todo cercado por árvores imensas, centenárias. À medida que nos aproximávamos, era possível ver galhos podres sobre o telhado e janelas com vidros quebrados.

        Caminhávamos lentamente pelo lugar, e eu percebi que Dudu estava ficando cada vez mais apreensivo. Ele ia se aproximando de mim, buscando segurar o meu braço. Isso fazia com que o meu pavor crescesse, até que fiquei totalmente dominado pelo medo.

      Paramos a uns cinquenta metros do casarão. Em volta, o mato dominava tudo. Um pequeno lago de águas esverdeadas estava coberto de plantas aquáticas. Foi então que começou a cair uma chuva fina e um vento gelado soprava com força. Paramos por alguns segundos. Olhei para Dudu e sugeri que devíamos ir embora, mas ele insistia em continuar.

        Olhei na direção de uma das janelas do andar de cima do casarão e me pareceu ver algo que se mexia. Era um vulto por trás do vidro quebrado. Minhas pernas fraquejaram e subiu um calafrio pelas minhas costas. Então, me virei para falar com Dudu, mas ele havia desaparecido.

        [...]

Luiz Pagnossim.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 27-28.

Entendendo a crônica:

01 – Qual a atmosfera predominante no fragmento e como ela é criada?

      A atmosfera predominante é de suspense e terror. Ela é criada através de elementos como:

      A descrição do casarão abandonado e em ruínas;

      As histórias misteriosas sobre o antigo proprietário e seu filho;

      Os sentimentos de medo e apreensão dos personagens;

      Os elementos naturais como a chuva fina, o vento gelado e o lago esverdeado;

      O acontecimento inexplicável do desaparecimento de Dudu.

02 – Quais os principais medos e sentimentos dos personagens?

      Luiz e Dudu demonstram medo do desconhecido, do sobrenatural e do que possa estar escondido no casarão. A ideia de entrar em um lugar com tantas histórias assustadoras os deixa nervosos e apreensivos.

03 – Qual a importância do cenário (o casarão e seus arredores) para a história?

      O casarão é o centro das atenções e o principal gerador de suspense. Sua aparência deteriorada, as histórias que o envolvem e os acontecimentos estranhos que ocorrem ali o transformam em um lugar aterrorizante. Os arredores do casarão, como o lago e a mata, contribuem para a atmosfera sombria e misteriosa.

04 – Como o autor constrói a tensão e o suspense no fragmento?

      O autor constrói a tensão e o suspense através de:

      Descrição detalhada: A descrição minuciosa do casarão e dos seus arredores cria uma imagem vívida e assustadora na mente do leitor.

      Diálogo: As conversas entre Luiz e Dudu revelam os seus medos e expectativas, aumentando a tensão.

      Acontecimentos estranhos: O desaparecimento de Dudu e a visão do vulto na janela são elementos que surpreendem o leitor e aumentam o suspense.

      Tempo e clima: A chuva fina e o vento gelado contribuem para a atmosfera sombria e opressiva.

05 – Qual a sua expectativa para o desenrolar da história?

      É difícil prever com exatidão o desenrolar da história, mas podemos fazer algumas especulações com base no fragmento:

      Desvendando os mistérios: Os personagens podem tentar desvendar os mistérios que envolvem o casarão e seu antigo proprietário.

      Confronto com o desconhecido: Luiz e Dudu podem se confrontar com alguma força sobrenatural ou com os seus próprios medos.

      Revelações surpreendentes: A história pode revelar fatos surpreendentes sobre o passado do casarão e seus habitantes.

 

CRÔNICA: O CASO DO MENDIGO - (FRAGMENTO) - LIMA BARRETO - COM GABARITO

 Crônica: O caso do mendigo – Fragmento

              Lima Barreto 

        Os jornais anunciaram, entre indignados e jocosos, que um mendigo, preso pela polícia, possuía em seu poder valores que montavam à respeitável quantia de seis contos e pouco.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUGYYi8WSK8CoOvLZn_RGnMKcHw70F-oDuFK_FWk1dUFMG59_tKzvarF1RivNcbWaHfPlcbfi1ka8lIpjgdpK60J1GGesXZGBFUWq6LOS9JXOAlhIYh-oVZweLFMD-d2ak4fTxar5ZpUmGKaPnGdLaH_DGK4bCp1zuPwHZPPX7GkzeladaSxgwv3EDRdY/s320/MENDIGO.jpg


        Ouvi mesmo comentários cheios de raiva a tal respeito. O meu amigo X, que é o homem mais esmoler desta terra, declarou-me mesmo que não dará mais esmolas. E não foi só ele a indignar-se. Em casa de família de minhas relações, a dona da casa, senhora compassiva e boa, levou a tal ponto a sua indignação, que propunha se confiscasse o dinheiro ao cego que o ajuntou.

        Não sei bem o que fez a polícia com o cego. Creio que fez o que o Código e as leis mandam [...].

        O negócio fez-me pensar e, por pensar, é que cheguei a conclusões diametralmente opostas à opinião geral.

        O mendigo não merece censuras, não deve ser perseguido, porque tem todas as justificativas a seu favor. [...]

        Quem seria esse cego antes de ser mendigo? Certamente um operário, um homem humilde, vivendo de pequenos vencimentos, tendo às vezes falta de trabalho; [...] daí lhes vem a necessidade de economizar, para atender a essas épocas de crise.

        Devia ser assim o tal cego, antes de o ser. Cegando, foi esmolar. No primeiro dia, com a falta de prática, o rendimento não foi grande; mas foi o suficiente para pagar um caldo no primeiro frege que encontrou, e uma esteira na mais sórdida das hospedarias da rua da Misericórdia. Esse primeiro dia teve outros iguais e seguidos; e o homem se habituou a comer com duzentos réis e a dormir com quatrocentos; temos, pois, o orçamento do mendigo feito: seiscentos réis (casa e comida) e, talvez, cem réis de café; são, portanto, setecentos réis por dia.

        [...]

        Está, portanto, o mendigo fixado na despesa de setecentos réis por dia. Nem mais, nem menos; é o que ele gastava. [...] 

        Habituado a esse orçamento, o homenzinho foi se aperfeiçoando no ofício. Aprendeu a pedir mais dramaticamente, a aflautar melhor a voz; arranjou um cachorrinho, e o seu sucesso na profissão veio.

        Já de há muito que ganhava mais do que precisava. Os níqueis caíam, e o que ele havia de fazer deles? Dar aos outros? Se ele era pobre, como podia fazer? Pôr fora? Não; dinheiro não se põe fora. Não pedir mais? Aí interveio uma outra consideração.

        Estando habituado à previdência e à economia, o mendigo pensou lá consigo: há dias que vem muito; há dias que vem pouco, sendo assim, vou pedindo sempre, porque, pelos dias de muito, tiro os dias de nada. Guardou. Mas a quantia aumentava. No começo eram só vinte mil-réis; mas, em seguida foram quarenta, cinquenta, cem. E isso em notas, frágeis papéis, capazes de se deteriorarem, de perderem o valor ao sabor de uma ordem administrativa, de que talvez não tivesse notícia, pois, era cego e não lia, portanto. Que fazer, em tal emergência, daquelas notas? Trocar em ouro? Pesava, e o tilintar especial dos soberanos, talvez atraísse malfeitores, ladrões. Só havia um caminho: trancafiar o dinheiro no banco. Foi, o que ele fez. Estão aí um cego de juízo e um mendigo rico.

        Feito o primeiro depósito, seguiram-se a este outros [...] 

        Continuou com o seu cãozinho, com a sua voz aflautada, com o seu ar dorido a pedir pelas avenidas, pelas ruas comerciais, pelas casas de famílias, um níquel para um pobre cego. Já não era mais pobre; o hábito e os preceitos da profissão não lhe permitiam que pedisse uma esmola para um cego rico.

      O processo por que ele chegou a ajuntar a modesta fortuna de que falam os jornais, é tão natural, é tão simples, que, julgo eu, não há razão alguma para essa indignação das almas generosas.

        [...] Há uns que só dão esmolas quando estão tristes, há outros que só dão quando estão alegres e assim por diante. Ora, quem tem de obter meios de renda de fonte tão incerta, deve ou não ser previdente e econômico?

        Não julguem que faço apologia da mendicidade. Não só não faço como não a detrato.

        [...]

        De resto, ele era espanhol, estrangeiro, e tinha por dever voltar rico. Um acidente qualquer tirou-lhe a vista, mas lhe ficou a obrigação de enriquecer. Era o que estava fazendo, quando a polícia foi perturbá-lo. Sinto muito; e são meus desejos que ele seja absolvido do delito que cometeu, volte à sua gloriosa Espanha, compre uma casa de campo, que tenha um pomar com oliveiras e a vinha generosa; e, se algum dia, no esmaecer do dia, a saudade lhe vier deste Rio de Janeiro, deste Brasil imenso e feio, agarre em uma moeda de cobre nacional e leia o ensinamento que o governo da República dá... aos outros, através dos seus vinténs: “A economia é a base da prosperidade".

Lima Barreto. A crônica militante: seleção. São Paulo: Expressão Popular, 2016. p. 23-28.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 39-40.

Entendendo a crônica:

01 – Qual a reação inicial das pessoas ao saberem que o mendigo possuía uma grande quantia em dinheiro?

      A reação inicial foi de indignação e surpresa. Muitas pessoas se sentiram enganadas e traídas pela situação, questionando a sinceridade do mendigo e a eficácia das esmolas.

02 – Qual a opinião de Lima Barreto sobre o caso do mendigo?

      Lima Barreto defende o mendigo, argumentando que suas ações são justificáveis e que ele não merece ser julgado. O autor apresenta uma visão mais compreensiva e empática da situação, buscando entender os motivos que levaram o mendigo a agir daquela forma.

03 – Quais os argumentos utilizados por Lima Barreto para justificar as ações do mendigo?

      Lima Barreto argumenta que o mendigo, sendo cego e pobre, precisava garantir sua sobrevivência e futuro. Ele destaca a necessidade de economizar e a dificuldade de lidar com o dinheiro recebido em esmolas, justificando assim a decisão de guardar o dinheiro.

04 – Qual a crítica social presente no texto?

      O texto critica a hipocrisia da sociedade, que julga e condena o mendigo por ter acumulado dinheiro, mesmo que de forma honesta e necessária para sua sobrevivência. A crítica se estende à desigualdade social e à dificuldade de ascensão social para pessoas em situação de vulnerabilidade.

05 – Qual o papel do dinheiro na história?

      O dinheiro é o elemento central da narrativa, revelando as contradições da sociedade e as diferentes formas como as pessoas lidam com ele. O dinheiro é visto como um meio de sobrevivência, mas também como um objeto de desejo e de poder.

06 – Como o autor descreve o cotidiano do mendigo?

      Lima Barreto descreve o cotidiano do mendigo de forma realista e detalhada, mostrando as dificuldades e as estratégias utilizadas para sobreviver. Ele enfatiza a necessidade de economizar e a importância do trabalho, mesmo que seja a mendicância.

07 – Qual a conclusão a que chega Lima Barreto sobre o caso?

      Lima Barreto conclui que o mendigo não merece ser julgado e condenado, mas sim compreendido. Ele defende a ideia de que a sociedade deve ser mais tolerante e empática com aqueles que vivem em situação de vulnerabilidade.

 

 

 

domingo, 29 de dezembro de 2024

POEMA: AS FORMIGAS - OLAVO BILAC - COM GABARITO

 Poema: As formigas

             Olavo Bilac

Cautelosas e prudentes,
O caminho atravessando,
As formigas diligentes
Vão andando, vão andando...

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAFmlOVugYvgs438XxvdLUzcOPVeH-77iRhpv98Fjyg9o8aRN4Z_QPz7U_Po-tYsly7lo1bwRGZcLFiQuVqbpSjK_Osycp6tHF2ziMECJrouzAHsjZrXsahHAFioffJk6LxLHHQ4FZVprezw4pL0jilRlptbS-CtUYQ0Iv4DpeANB4BVZzZvamLI_JlD0/s320/FORMIGAS.jpg


[...]

Esta carrega a migalha;
Outra, com passo discreto,
Leva um pedaço de palha;
Outra, uma pata de inseto.

Carrega cada formiga
Aquilo que achou na estrada;
E nenhuma se fatiga,
Nenhuma para cansada.

Vede! enquanto negligentes
Estão as cigarras cantando,
Vão as formigas prudentes
Trabalhando e armazenando.

Também quando chega o frio,
E todo o fruto consome,
A formiga, que no estio
Trabalha, não sofre fome...

Recorde-vos todo o dia
Das lições da Natureza:
O trabalho e a economia
São as bases da riqueza.

            Olavo Bilac. Poesias Infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929. Disponível em: https://www.unicamp.br/iel/memoria/Ensaios/LiteraturaInfantil/Poesias%20Infantis/Pi01.html. Acesso em: 22 mar. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 48.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal característica das formigas no poema?

      As formigas são descritas como animais extremamente trabalhadores, organizados e prudentes. Elas são representadas como um modelo de diligência e previdência.

02 – Qual o contraste estabelecido entre as formigas e as cigarras no poema?

      O poema estabelece um forte contraste entre as formigas e as cigarras. Enquanto as formigas trabalham incansavelmente para garantir o seu futuro, as cigarras são representadas como seres negligentes e despreocupados com o amanhã.

03 – Qual a lição que o poema transmite ao leitor?

      O poema "As Formigas" transmite a lição da importância do trabalho, da economia e da previdência. As formigas são apresentadas como exemplo a ser seguido, mostrando que o esforço e a organização são fundamentais para garantir o bem-estar futuro.

04 – Qual a função das repetições no poema?

      As repetições de palavras e expressões, como "carrega", "vão andando" e "trabalhando", reforçam a ideia da rotina e da persistência das formigas. Além disso, contribuem para a musicalidade do poema e para a criação de um ritmo suave e repetitivo.

05 – Qual o gênero literário do poema "As Formigas"?

      O poema "As Formigas" pode ser classificado como um poema lírico, pois expressa sentimentos e emoções do eu lírico, que observa e descreve a natureza. Além disso, o poema apresenta uma linguagem conotativa e figurada, típica da poesia.

 

 

POEMA: A AVÓ - (FRAGMENTO0 - OLAVO BILAC - COM GABARITO

 Poema: A Avó – Fragmento

             Olavo Bilac

A avó, que tem oitenta anos,
Está tão fraca e velhinha!...
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigxCKpz8AENcK5WuC6rEwkWiDne3rcllEJ7TLe8UU47Dy9xx_1hGe1qasXFpTm3SNQmUnBIiggfjo1-ROs4uPFaoHAB9r8pLZlSQ5c1AO_sU3_9N_fwST8RpwQ3RneOkqdwiftl4OgmyOUvBsEMOh85nkKLkAOc7x2-NcWCVr8mHyAhYE6ufJPVfpGP9I/s1600/VOVO.jpg


[...]

Às vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala...
Entram rindo e papagueando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando . . .

A velha acorda sorrindo,
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.

Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos, doirados.

Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:
"Ó vovó! conte uma história!
Conte uma história bonita!"

Então, com frases pausadas,
Conta histórias de quimeras,
Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas ...

E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
— Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem...

Olavo Bilac. A avó. In: Poesias Infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929. Disponível em: https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/_documents/poesias_infantis_de_olavo_bilac-1.htm#Aav%C3%B3. Acesso em: 18 jun. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 85.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal característica da avó descrita no poema?

      A avó é descrita como uma pessoa frágil e envelhecida, marcada pelos "desgostos humanos". No entanto, sua presença traz alegria e conforto aos netos.

02 – Como a presença dos netos transforma a avó?

      A presença dos netos revitaliza a avó, trazendo-lhe alegria e fazendo com que ela se sinta mais jovem. A interação com as crianças a faz esquecer seus problemas e recuperar boas lembranças.

03 – Quais as sensações e emoções transmitidas pelos versos?

      Os versos transmitem sensações de carinho, ternura, alegria e nostalgia. A imagem da avó frágil, mas que encontra na presença dos netos uma fonte de renovação, é comovente e evoca sentimentos de afeto e respeito pelos idosos.

04 – Qual o papel das histórias nas relações entre a avó e os netos?

      As histórias contadas pela avó são um elo entre as gerações, aproximando-a dos netos e transmitindo valores e conhecimentos. Os contos de fadas e aventuras criam um universo mágico e encantador para as crianças.

05 – Quais as figuras de linguagem utilizadas pelo poeta para descrever a avó e os netos?

      O poeta utiliza diversas figuras de linguagem para criar imagens poéticas e intensificar o significado dos versos. Algumas delas são: metáforas (ex.: "Ficou branquinha, branquinha"), personificações (ex.: "Os contos acompanhando") e sinestesias (ex.: "E a alegria a transfigura").

06 – Qual o sentimento predominante do eu lírico em relação à avó?

      O eu lírico demonstra grande afeto e admiração pela avó, valorizando sua sabedoria, experiência e capacidade de proporcionar momentos de alegria e conforto aos netos.

07 – Qual a importância da figura da avó na cultura e na família?

      A figura da avó é frequentemente associada à sabedoria, à tradição e ao cuidado. Ela representa um elo entre as gerações e desempenha um papel fundamental na transmissão de valores e conhecimentos familiares. O poema de Olavo Bilac celebra a importância da avó como figura central na família e na vida das pessoas.

 

 

POEMA: SORRISO INTERIOR - CRUZ E SOUSA - COM GABARITO

 Poema: Sorriso interior

             Cruz e Sousa

O ser que é ser e que jamais vacila
Nas guerras imortais entra sem susto,
Leva consigo esse brasão augusto
Do grande amor, da nobre fé tranquila.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc0-eDwd-2LJ4o9T9dhl4uaTSRj4diFqQwFaDAdq-lnHpkFQPdJJ2E3KWvXDh-cY5pnpIygpB6fKvFOcRWgEGPnGg6cO_UqfvfNHZOPBrm4UGBEFHZvVMd_J8Qwa1Smspl1QXa5wZ_UHswXik0Sv3bMVe1LvCBrqOmmY8ZQ6ycWZdVvGqNADigkmu_gcY/s1600/FOR%C3%87A.jpg



Os abismos carnais da triste argila
Ele os vence sem ânsias e sem custo...
Fica sereno, num sorriso justo,
Enquanto tudo em derredor oscila.

Ondas interiores de grandeza
Dão-lhe essa glória em frente à natureza,
Esse esplendor, todo esse largo eflúvio.

O ser que é ser transforma tudo em flores...
E para ironizar as próprias dores
Canta por entre as águas do Dilúvio!

SOUSA, João da Cruz e. Poesias completas de Cruz e Sousa. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 110.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 421.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado da palavra eflúvio?

      Perfume, aroma.

02 – Qual a principal característica do ser descrito no poema?

      O ser descrito no poema é caracterizado pela sua força interior, pela serenidade e pela capacidade de superar as adversidades. Ele é um ser imutável, que permanece firme diante das turbulências da vida, simbolizando a busca por uma verdade interior e a transcendência do sofrimento.

03 – Qual o significado da expressão "guerras imortais"?

      As "guerras imortais" representam os conflitos internos e externos que todos enfrentamos ao longo da vida. Essas guerras são "imortais" porque são constantes e atemporais, fazendo parte da experiência humana.

04 – Qual a importância do sorriso no poema?

      O sorriso é um símbolo de serenidade, paz interior e vitória sobre as adversidades. O ser que é ser mantém um "sorriso justo" mesmo diante das dificuldades, demonstrando uma força interior inabalável.

05 – Qual a relação entre o ser humano e a natureza no poema?

      O ser humano é apresentado como superior à natureza, capaz de transformar tudo em flores e de cantar mesmo diante das maiores tragédias. Essa visão idealiza o ser humano como um ser espiritual e transcendente, capaz de dominar as forças da natureza.

06 – Qual a mensagem principal do poema?

      A mensagem principal do poema é a busca pela paz interior e pela superação das dificuldades. O poeta nos apresenta um ideal de ser humano que, através da força interior e da fé, consegue transcender o sofrimento e encontrar a felicidade. A obra celebra a capacidade humana de resistir às adversidades e de encontrar beleza e significado mesmo nas situações mais difíceis.

 

POEMA: CANÇÃO - (FRAGMENTO) - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

 Poema: CANÇÃO – Fragmento

             MÁRIO QUINTANA

Cheguei a concha da orelha à concha do caracol.

Escutei
vozes amadas
que eu julgava
eternamente perdidas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTuyTtRYbX3VwTBtFlkmesglreMQ0mxerS1Epbu8PmPodbOxjJLXrslzmZCcrhUXYIVaISy6TLIcF1RxjAiA1oeS_ePwZIViLp9ZeKyYR0Gn1fm5pmAG8jZWhIWynhJCIPt1dgtGpPjkxF4W0SoCThZ4tSGMyp73Srv9gQm1CKirvpbycMFW2p2UkCb6U/s320/som-do-mar-na-concha.jpg


Uma havia
que dentre as outras mais graves
tão clara e alta se erguia…

que eu custei mas descobri
que era a minha própria voz:
sessenta anos havia
ou mais
que ali estava encerrada.

Meu Deus, as coisas que ela dizia!
as coisas que eu perguntava!

Eu deixei-as sem resposta.

[...]

QUINTANA, Mário. In: CARVALHAL, Tania Franco (Org.). Mário Quintana: poesia completa. São Paulo: Nova Aguilar, 2005. p. 389-390. Fragmento.

Fonte: Português – Literatura, Gramática e Produção de texto – Leila Lauar Sarmento & Douglas Tufano – vol. 2 – Moderna – 1ª edição – São Paulo, 2010, p. 426.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal metáfora utilizada no poema e qual seu significado?

      A principal metáfora é a comparação entre a concha da orelha e a concha do caracol. A concha do caracol representa um espaço interior, um microcosmo onde se guardam memórias, sentimentos e pensamentos. Ao aproximar a concha da orelha da concha do caracol, o eu lírico estabelece uma conexão com seu passado e com suas próprias vozes internas.

02 – Que emoções são despertadas no eu lírico ao ouvir as vozes?

      O eu lírico experimenta uma mistura de emoções: surpresa ao encontrar vozes que julgava perdidas, saudade e nostalgia pelas lembranças evocadas, e um certo arrependimento por não ter respondido a essas vozes no passado.

03 – Qual a importância da voz própria dentro do conjunto de vozes ouvidas?

      A voz própria do eu lírico se destaca entre as outras por sua clareza e intensidade. Ela representa a essência do indivíduo, suas dúvidas, anseios e questionamentos. Ao reconhecer sua própria voz, o eu lírico estabelece uma conexão mais profunda consigo mesmo.

04 – Que reflexão sobre o tempo o poema nos apresenta?

      O poema nos convida a refletir sobre a passagem do tempo e a importância de valorizar os momentos presentes. Ao descobrir que sua própria voz estava encerrada na concha do caracol há tanto tempo, o eu lírico percebe a fugacidade do tempo e a importância de aproveitar cada momento.

05 – Qual a mensagem principal do poema?

      A mensagem principal do poema é a importância da introspecção e da escuta interior. Ao se conectar com suas próprias vozes internas, o eu lírico encontra respostas para suas dúvidas e um maior autoconhecimento. O poema nos convida a olhar para dentro de nós mesmos e a valorizar a riqueza de nossas experiências e memórias.

 

 

POEMA: POEMA - LINCOLN CARVALHO - COM GABARITO

 Poema: Poema  

             Lincoln Carvalho

Poema é uma constelação de rimas

As palavras são as matérias-primas

Das estrelas que brilham nos versos

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZpD4lyzgMbvZcTSOTGbAsxOiejoKGixisdXBghdxH79wcLjAGsI1uLiO2W26VGZaCIWmgDoMICjdkEJuBf4PRMG2xX5AMq2tfaD7PStKegbyPxtAjYi8dGhmF23gmwO7O4pUYJB2R3jDvevNrvNKui2CnGlY8bWWqSh6sAop5HblYfuK6jFl8R5ORZNA/s320/palavra.jpg
  

 

Poema é inspiração escrita no caderno

Pilha de estrofes na página em branco

Como em um divertido brinquedo terno

 

Uma casa de sentidos onde a palavra mora

Poema jogado ao vento é barulho de concha

Música que embala a alma de quem sonha...

 

Poema é um mar feito de ritmo, som e silêncio

A paisagem, o registro de um momento eterno

 

Poema é o encanto que a natureza recita

No vento como as asas de uma borboleta

Colorindo o espaço de uma beleza infinita

 

Poema é a rima que será escrita

Assim, como se escreve a vida.

CARVALHO, Lincoln. Poema. Texto escrito para esta obra.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 95.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal metáfora utilizada pelo poeta para definir um poema?

      A principal metáfora utilizada é a comparação do poema a uma constelação. As palavras são como estrelas que se unem para formar um todo luminoso e significativo.

02 – Quais os elementos que compõem um poema, segundo o autor?

      De acordo com o poema, os elementos que compõem um poema são as palavras, as rimas, as estrofes, o ritmo, o som, o silêncio, a imagem, o sentimento e a inspiração.

03 – Qual a função do poema para o poeta?

      O poema, para o autor, é uma forma de expressão, um meio de registrar seus pensamentos, sentimentos e percepções do mundo. É também uma forma de criar beleza e encanto, de conectar-se com a natureza e com os outros.

04 – Qual a relação entre o poema e a natureza, segundo o autor?

      O poema e a natureza são vistos como elementos interligados. O poema é capaz de capturar a beleza e a poesia da natureza, assim como a natureza inspira a criação poética.

05 – Qual a mensagem principal do poema?

      A mensagem principal do poema é que a poesia é uma forma de arte que transcende as palavras, conectando-se com a alma humana e com a beleza do mundo. A criação poética é um ato de transformação, em que as palavras se tornam instrumentos para construir um universo particular e mágico.

 

POEMA: SEGUE O TEU DESTINO - (FRAGMENTO) - RICARDO REIS - COM GABARITO

 Poema: Segue o teu destino – Fragmento

             Ricardo Reis

Segue o teu destino,

Rega as tuas plantas,

Ama as tuas rosas.

O resto é a sombra

De árvores alheias.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3qCmKMpPfn_-pVULvXdcsrYNrd6LNuvG3Ag99Lj-Q7_07_tQ_FVNLFHVN20VygtLD0lWQhILjp4UbfHDQrQlL8kXsUA6Dxqa-CjoFj-xDWrQ6kbF3mbG8QqtUlJ4qv5kMDrRcB0Tt3u2foJcZKX-dveLV1NDT1a2AJNQSM48X2geIXigEJQE0B3Aue-U/s1600/FLORES.jpg

A realidade

Sempre é mais ou menos

Do que nós queremos.

Só nós somos sempre

Iguais a nós-próprios.

[...]

Vê de longe a vida.

Nunca a interrogues.

Ela nada pode

Dizer-te. A resposta

Está além dos deuses.

 

Mas serenamente

Imita o Olimpo

No teu coração.

Os deuses são deuses

Porque não se pensam.

REIS, Ricardo. Odes de Ricardo Reis. PESSOA, Fernando. ODES de Ricardo Reis. São Paulo: Itatiaia, 2005.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 35.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal mensagem transmitida pelo poema?

      A principal mensagem do poema é um convite à aceitação da vida como ela é, com suas alegrias e desafios. O poeta sugere que cada indivíduo deve focar em suas próprias ações e responsabilidades, sem se preocupar excessivamente com o que está além do seu controle.

02 – Que relação o poema estabelece entre o indivíduo e o universo?

      O poema estabelece uma relação de individualidade e autonomia do indivíduo em relação ao universo. O poeta sugere que cada pessoa deve seguir seu próprio caminho, cultivando suas próprias alegrias e encontrando significado em sua própria vida, sem se deixar levar pelas expectativas e pressões externas.

03 – Qual o significado da frase "O resto é a sombra de árvores alheias"?

      Essa frase significa que as preocupações com o que os outros pensam ou fazem são como sombras projetadas por árvores alheias, ou seja, são projeções externas que não pertencem à nossa própria realidade. O poeta sugere que devemos nos concentrar em nossa própria luz interior, em vez de nos deixar obscurecer pelas sombras dos outros.

04 – Qual a importância da natureza nas metáforas utilizadas pelo poeta?

      A natureza é utilizada como metáfora para representar a vida e os ciclos da existência. As plantas, as rosas e as árvores simbolizam o crescimento, a beleza e a transitoriedade da vida. Ao comparar a vida a um jardim que devemos cultivar, o poeta sugere que cada indivíduo é responsável por construir seu próprio destino.

05 – Qual a visão do poema sobre a busca por respostas?

      O poema apresenta uma visão mais contemplativa sobre a busca por respostas. O poeta sugere que algumas perguntas podem não ter respostas definitivas e que a busca incessante por respostas pode gerar mais angústia do que paz. Em vez disso, o poeta propõe que a pessoa encontre serenidade ao imitar a tranquilidade dos deuses, que não se questionam sobre a existência.