quarta-feira, 18 de outubro de 2023

POEMA: UM DIA TÍPICO DE UM ESCRITOR BRASILEIRO - ULISSES TAVARES - COM GABARITO

 Poema: Um dia típico de um escritor brasileiro

              Ulisses Tavares

        Há mais de quarenta anos (estou com 56, comecei cedo, aos 9) que me revezo entre oito profissões para ganhar a vida.

        Me acostumei a, quando me interessa e preciso, exercer uma ou outra atividade e muitas vezes fazer tudo ao mesmo tempo.

        Tenho sido jornalista, professor de pós-graduação, compositor, dramaturgo, roteirista de cinema e televisão, criativo publicitário, marketeiro político e treinador de executivos em web business e criatividade.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6KXu0RfWtUwsX58quMNux8697rPdGPG5hCXnSxKGZbKzBHFejauIkB95qPd_6o5mF_465Ikayfp5RjVLezszuokE24vMKI4btpE_IKdjkIMRZZR2Y_o3nU_R_wlDEQWUqV9eUNLPcF9KwiIEuQlfWDYQAlFpOclPDWvxKV2OYMyNd6KV7QBhlZOcZ8vQ/s320/EACRITOR.jpg


        Nos intervalos, nunca deixei de ser poeta e, talvez por isso, ter uma montanha de livros de poesia para crianças, jovens e adultos, e estar com mais de quatro milhões de exemplares vendidos, o que, no Brasil, até a mim espanta.

        Daí, de três anos para cá, resolvi ser apenas escritor profissional.

        A decisão foi difícil mas estou satisfeito pelo seu principal efeito colateral: como meu status caiu de um carro importado para um fusquinha, nunca mais serei rico a ponto de atrair mulheres interesseiras.

        Quem me amar vai me amar pelo que sou: um poeta tupiniquim, apaixonado, mas durango.

        Meio chato é quando novos conhecidos me perguntam minha profissão e eu respondo que sou poeta.

        Inevitavelmente, vem a pergunta seguinte:

        – Tá bom, mas você trabalha em quê?

        Como poeta não trabalha mesmo nunca, segundo o senso comum, acordo eu bem cedinho disposto a escrever meu artigo para esta revista, já atrasado.

        Mas, antes, abro os e-mails e vejo se tem alguma coisa urgente para resolver.

        Tem várias, pela ordem:

        Uma editora não quer aceitar meu contrato de um novo livro porque não abro mão dos 10% de direitos autorais. Como a maioria dos escritores possui outra fonte de renda paralela, também a maioria das editoras se acostumou a pagar menos de 10% já que o autor não vai depender dessa renda para sobreviver. Ou seja, escritor brasileiro é mal pago por culpa dele mesmo, tsc, tsc.

        Outra editora alega que é impossível adiantar um dinheiro para que eu escreva um livro histórico, ou seja, um projeto que vai me consumir um ano inteiro. Ao contrário dos estados desunidos e das ôropas, aqui a editora lança uma porção de livros sem custo autoral inicial. Se colar, colou. Se for sucesso, ótimo. Lá fora, o critério é mais rígido. Lança-se menos títulos, mas se investe no projeto do escritor rotineiramente. O Brasil é um dos países que maior quantidade de livros edita no mundo. Mais de 10 títulos novos por dia! E as tiragens são cada vez menores.

        E finalmente outro e-mail me informa que minha agente literária é uma chata porque teima em discutir item por item dos meus contratos. Traduzindo: a Maria Moura, minha agente, é uma pentelha porque é profissional cuidadosa. As editoras gostam de escritor que assina tudo sem ler nada, como eu já fiz muitas vezes.

        Para não ficar ainda mais careca de preocupação com esses problemas que já estou careca de saber, deixo de lado e me concentro em escrever.

        Nem começo e já sou interrompido por dois telefonemas:

        O primeiro, um convite para bolar um artigo para uma revista de educação, dirigida as professoras. Pedem minha compreensão para o fato que só podem pagar cem reais pelas quatro páginas de texto. Olho o pedreiro que contratei para consertar as telhas estragadas pelas últimas chuvas em Sampa, com inveja. Ele está me cobrando o preço de 3 artigos da revista!

        O segundo telefonema é um convite da secretaria de cultura para um mega evento de poetas e escritores paulistanos. Acontecimento bonito, bem organizado e bem divulgado. O único detalhe dissonante é que o edital não prevê nenhum cachê para os participantes. A alma da festa não irá receber um tostão para o pão nosso de cada dia. Escritores e poetas devem se contentar com os aplausos, desde que tenham dinheiro para a passagem até o palco, claro.

        Mas vamos escrever que essa é a vida que escolhi e quis.

        Paro na primeira frase porque chegou o carteiro com uma pilha de cartas. Nenhuma cartinha simpática de leitor. Nenhum cartão de feliz aniversário atrasado. Apenas contas a pagar e malas-diretas me oferecendo cartões de crédito. O correio eletrônico tornou o carteiro apenas um portador de más notícias!

        Desanimado, leio que esqueci de pagar uma conta de IPTU de anos atrás. Mas posso ficar tranquilo que a Prefeitura me oferece parcelamento da dívida. Desde que eu perca metade do dia indo até a tesouraria, evidente!

        E nem isso posso fazer porque meus rendimentos de direitos autorais não cobrem o valor do IPTU. Acho que nem minha modesta casa vale tanto assim. Como são férias escolares, meus livros infanto-juvenis despencam nas vendas. Há muito tempo que as escolas, via programas do governo, são as únicas e principais compradoras de livros infanto-juvenis. E evidentemente não compram nas férias. E se amanhã o governo deixar de dar verbas para aquisição de livros para distribuição gratuita aos alunos, a maioria das editoras fecha as portas em seguida. Todos os envolvidos nessa questão, se fazem de cegos em tiroteio. Afinal, é chocante saber que em mais de uma década de distribuição gratuita de livros para estudantes de escolas públicas…não se formou um leitor a mais! Simplesmente porque a educação continua uma porcaria frita e os alunos, coitados, mal passados, não aprendem a ler. Sem saber ler, vão fazer o que com os livros que ganham? É como dar rapadura para um banguela. Simples e trágico assim.

        Já que não consigo escrever o artigo para a Revista Discutindo Literatura, relaxo e vou para o lançamento de amigos escritores num bar de Vila Madalena. Vai ser bom rir um pouco que não sou de ferro e minha coluna muito menos. Tenho a popular “coluna de escritor”. De tanto escrever horas a fio com a coluna torta, o escritor é um candidato à corcunda de Notre Dame.

        O lançamento é interrompido violentamente, o bar fecha as portas, todo mundo sai correndo porque o PCC acabou de incendiar um ônibus na rua ao lado.

        Volto pra casa, ligo a televisão e vejo o governador dizendo que a violência está sob controle, que ataques dos bandidos não irão intimidar as autoridades. Como não sou autoridade…fico intimidado.

        O dia está terminando e talvez dê tempo de escrever, afinal este é meu ofício.

        Mas, humanamente, durmo.

        Quem sabe amanhã eu acorde e resolva mudar para uma profissão menos folgada que esta de típico escritor brasileiro.

        Sei que minto para mim mesmo, para me consolar.

        Escrever, para quem gosta, já não é ofício. Rimando sem querer, é um vício.

Fonte: http://www.ulissestavares.com.br

Entendendo o poema:

01 – Qual é a profissão principal do autor do poema?

      O autor do poema é um escritor.

02 – Quantas profissões diferentes o autor já exerceu ao longo de sua vida?

      O autor já exerceu oito profissões ao longo de sua vida.

03 – Qual foi a decisão difícil que o autor tomou nos últimos três anos?

      Nos últimos três anos, o autor decidiu ser apenas um escritor profissional.

04 – Por que o autor menciona que nunca mais será rico a ponto de atrair mulheres interesseiras?

      O autor menciona isso porque sua decisão de ser apenas um escritor profissional levou a uma queda em seu status financeiro.

05 – Qual é a reação comum das pessoas quando o autor diz que é poeta?

      Quando o autor diz que é poeta, é comum as pessoas perguntarem qual é o seu trabalho.

06 – Por que as editoras no Brasil costumam pagar menos de 10% de direitos autorais aos escritores?

      Muitas editoras no Brasil pagam menos de 10% de direitos autorais aos escritores porque a maioria dos escritores possui outras fontes de renda, e, portanto, as editoras não acreditam que os escritores dependam dessa renda para sobreviver.

07 – O que é mencionado como o principal critério das editoras estrangeiras ao contrário das editoras brasileiras?

      As editoras estrangeiras são mencionadas como tendo um critério mais rígido, investindo nos projetos dos escritores rotineiramente, ao contrário das editoras brasileiras.

08 – Qual é a principal fonte de renda do autor a partir de seus livros infanto-juvenis?

      A principal fonte de renda do autor a partir de seus livros infanto-juvenis são as escolas, que os compram através de programas do governo.

09 – Por que o autor se diz "intimidado" em relação à violência mencionada no final do poema?

      O autor se diz "intimidado" em relação à violência porque não é uma autoridade e não tem controle sobre a situação.

10 – Como o autor descreve sua relação com a escrita no final do poema?

      No final do poema, o autor descreve sua relação com a escrita como um vício, afirmando que escrever, para quem gosta, não é mais um ofício, mas um vício.

 

 

POEMA: NOTA SOCIAL - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: NOTA SOCIAL

              Carlos Drummond de Andrade
O poeta chega na estação.
O poeta desembarca.
O poeta toma um auto.
O poeta vai para o hotel.
E enquanto ele faz isso
como qualquer homem da terra,
uma ovação o persegue
feito vaia.
Bandeirolas
abrem alas.
Bandas de música. Foguetes.
Discursos. Povo de chapéu de palha.
Máquinas fotográficas assestadas.
Automóveis imóveis.
Bravos...
O poeta está melancólico.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikKWS-R97TlO9jya1BKHUmqM42KtEi_814rsTb_YaKLFXnvbaXZmYlHs5Ma_N88UaD2wf5FAG6bIfukoIe3xRlQaIpbQKu5J0qGFwzn5lgmHlH0rehzivlQo2rWZZU0HbirgaTbqHFEZnIB33sGoKk3e38XORWTBtYVfHimqkLqOUSpwxUAjMApIhq_R4/s320/NOTA%20SOCIAL.jpg



Numa árvore do passeio público
(melhoramento da atual administração)
árvore gorda, prisioneira
de anúncios coloridos,
árvore banal, árvore que ninguém vê
canta uma cigarra.
Canta uma cigarra que ninguém ouve
um hino que ninguém aplaude.
Canta, no sol danado.

O poeta entra no elevador
o poeta sobe
o poeta fecha-se no quarto.
O poeta está melancólico.

Carlos Drummond de Andrade

Entendendo o poema:

01 – Quem é o autor do poema "Nota Social"?

      O autor do poema "Nota Social" é Carlos Drummond de Andrade.

02 – O que acontece quando o poeta chega à estação?

      Quando o poeta chega à estação, ele desembarca, pega um táxi e vai para o hotel.

03 – Como o público reage à chegada do poeta na estação?

      O público reage com uma ovação, bandeirolas, bandas de música, foguetes, discursos e aplausos. Há uma grande celebração.

04 – O que a cigarra está fazendo na árvore do passeio público?

      A cigarra está cantando na árvore do passeio público, embora ninguém a ouça, e está cantando um hino que ninguém aplaude.

05 – Como o poeta se sente depois de entrar no quarto do hotel?

      O poeta se sente melancólico após entrar no quarto do hotel.

06 – Que tipo de árvore é mencionada no poema?

      Uma árvore gorda e prisioneira de anúncios coloridos no passeio público é mencionada no poema.

07 – O que o poeta observa do quarto do hotel?

      Não há informações específicas no poema sobre o que o poeta observa do quarto do hotel, mas ele se sente melancólico, o que sugere que sua experiência na cidade o deixou triste.

 

 

ATIVIDADES SOBRE A MÚSICA: UM ÍNDIO - CAETANO VELOSO - COM GABARITO

 Música(ATIVIDADES): Um Índio

          Caetano Veloso

Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFK_AoJlmroM6eI51le7ArWOySKDN1wlSyU0OLLx3kXpNjBKeqF5ksZWc9MelrGBvPPvVPLl7zqysnI2IZHfi2k7ijYWLN4zDy2BsoxXLQkor5i6zw_lw6h-_X3tOO-C9QJxd7M7I2YAkir4yY8-g4_hFMwtFGq_8KbFi4lRSP56bWxAFWVD2ULF9lllc/s1600/INDIO.jpg


Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito

Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio.

Composição: Caetano Veloso.

Entendendo a canção:

01 – Quem é o artista responsável pela canção "Um Índio"?

      Caetano Veloso é o artista responsável por "Um Índio."

02 – Qual é o tema central da canção "Um Índio"?

      O tema central da canção é a chegada de um índio de uma estrela à América do Sul, após a extinção das nações indígenas.

03 – O que a canção descreve sobre a estrela da qual o índio desce?

      A canção descreve a estrela como "colorida, brilhante" e vinda a uma "velocidade estonteante."

04 – Quais as características do índio que desce da estrela, de acordo com a música?

      O índio é descrito como "preservado em pleno corpo físico" e presente em todas as formas de matéria e energia, incluindo átomos, palavras, alma, cor e gestos.

05 – Quais as comparações feitas na música em relação à chegada do índio?

      A música faz comparações com Muhammad Ali, Peri e Bruce Lee para descrever a chegada do índio, ressaltando sua coragem, paixão e tranquilidade.

06 – O que a música sugere sobre o conhecimento que o índio traz consigo?

      A música sugere que o conhecimento revelado pelo índio surpreenderá as pessoas por não ser exótico, mas por ter estado oculto, apesar de ser óbvio.

07 – Qual a localização geográfica mencionada na canção como o ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico?

      A canção menciona que o índio descerá num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico, sugerindo a América do Sul como a localização.

 

 

ATIVIDADES COM A MÚSICA: QUE NEM JILÓ - LUIZ GONZAGA - COM GABARITO

 Música(ATIVIDADES): Que Nem Jiló

             Luiz Gonzaga

Se a gente lembra só por lembrar
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu

 Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjonVdIFjxLDCID_0PEGQjyqJxgk_J0Tm7z9uCnJvYabETPmAAZAur3pBDmlu-CWssA75pYAE1wkko5KZi1tqPjKShCOv-DJU6UWH9auFkz08I0MRPu2t6vKX9IfAhZfpUEgk6R-1GBm3FnNJ0NI7tPtDZ09IXAcIK5Qry_ZHOguSvL4vm9N1s3UUjwCsQ/s1600/JILO.jpg

Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade, entonce, aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer

Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar

Composição: Humberto Teixeira / Luiz Gonzaga. 

Entendendo a canção:

01 – Qual é o tema principal abordado na letra da música "Que Nem Jiló"?

      O tema principal da música é a saudade e a experiência de lembrar e desejar o amor perdido.

02 – E qual as questões mais relevantes na canção?

      As questões mais relevantes abordadas na canção são: Portanto, as questões mais relevantes na canção estão relacionadas à saudade e à forma como as lembranças de um amor perdido afetam o narrador, bem como o papel da música como uma forma de lidar com essa saudade.

Parte superior do formulário

03 – Como o narrador descreve a sensação de saudade na canção?

      O narrador descreve a saudade como algo amargo, que faz "roer" e que é difícil de suportar.

04 – O que o narrador sugere que é bom quando se lembra do amor perdido?

      O narrador sugere que é bom lembrar o amor perdido apenas por lembrar, sem sofrer, como uma forma de convencer a si mesmo de que é feliz.

05 – Qual é o desejo do narrador na segunda estrofe da música?

      O desejo do narrador na segunda estrofe é voltar para os braços de seu "xodó" (amor).

06 – Como o narrador descreve a saudade quando se vive a sonhar com alguém desejado?

      O narrador descreve a saudade como algo ruim e que o faz sofrer intensamente quando se vive a sonhar com alguém desejado.

07 – O que o narrador afirma ser o seu remédio para a saudade?

      O narrador afirma que seu remédio para a saudade é cantar.

08 – Quais os compositores responsáveis pela criação da música "Que Nem Jiló"?

      A música "Que Nem Jiló" foi composta por Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.

 

 

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

TEXTO: SAUDADE DE ESCREVER - JULIANA TOURRUCCO - COM GABARITO

 Texto: Saudade de escrever

           Juliana Tourrucco

        Apesar da concorrência (internet, celular), a carta continua firme e forte. Basta uma folha de papel, selo, caneta e envelope para que uma pessoa do Rio Grande do Norte, por exemplo, fique por dentro das fofocas registradas por um amigo em São Paulo, dois dias depois. “Adoro receber cartas, fico super ansiosa para descobrir o que está escrito”, conta Lívia Maria, de 9 anos. Mas ela admite que faz tempo que não escreve nenhuma cartinha. “As últimas foram para a Angélica e para um dos programas do Gugu.”

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl63E3o9uawwJ5vVfSf3MxdT8cdBgN8M-wug86g4tAsAZus3PjIZe0XuIQSMFq3MRLj1sTMYwmshncyq5fIa8y3-05ncpfwZ8LafSFDGrDTfWAQjpaZLONVkpxQ4WM1b_vmlbq69Zj6ESUChhrD_vryczdXZt-6QbfkzpcmPLt-i7IESimPG8bXp9EZmU/s1600/CARTA.jpg



        Isabela, de 9 anos, lembra que, quando morava em Curitiba, no Paraná, trocava correspondência com sua amiga Raquel, que vive em Belo Horizonte, Minas Gerais.  “Eu ficava sabendo das novidades e não gastava dinheiro com telefonemas.”

        Já Amanda, de 10 anos, também gosta de receber cartinhas, mas prefere enviar e-mails. “Atualmente estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos via computador, já que a mensagem chega mais rápido e não pago interurbano.”

TOURRUCCO, Juliana. Saudade de escrever. O Estado de São Paulo, p.5, 25 jul.1998. Suplemento infantil. 

Entendendo o texto:

01 – Analise a alternativa correta:

a)   O título “Saudade de escrever”, indica que as cartas:

(X) Vêm sendo substituídas por outras formas de comunicação;

(   ) Continuam sendo tão usadas como antigamente;

(   ) Jamais deixarão de ser utilizadas na comunicação cotidiana;

(   ) Tem sido mais utilizadas do que anos atrás.

b)   Podemos entender, a partir das pistas que o texto nos dá, qual (is) são verdadeira(s) e qual (is) são falsa(s):

(V) As crianças geralmente gostam de receber cartas e ficam ansiosas para descobrir o que elas trazem escrito;

(V) Apesar da concorrência de outras formas de comunicação, as cartas continuam sendo usadas, porém, menos do que antes;

(V) Embora algumas crianças gostem de receber cartas, preferem enviar e-mails aos amigos;

(V) Por meio de uma carta, pessoas que moram distantes umas das outras ficam por dentro até de fofocas.

02 – Para que servem as cartas, além de serem usadas por algumas pessoas para ficarem por dentro das fofocas?

      As cartas servem para manter o contato e compartilhar notícias entre amigos e pessoas que moram distante.

03 – Ao seu ver, por que faz tempo que a garota Lívia Maria não escreve nenhuma cartinha?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Segundo o texto, em quantos dias uma pessoa do Rio Grande do Norte fica sabendo das fofocas contadas na carta enviada por um amigo de São Paulo? Você considera que esses dias constituem pouco ou muito tempo? Por quê?

      Em dois dias. Resposta pessoal do aluno.

05 – Qual é o tema central abordado no texto "Saudade de escrever" de Juliana Tourrucco?

      O texto aborda a temática da saudade de escrever, sugerindo que a autora sente falta da prática da escrita.

POEMA: DOM QUIXOTE DOS TEMPOS MODERNOS - ALBERTO RODRIGUES DA FONSECA - COM GABARITO

 Poema: DOM QUIXOTE DOS TEMPOS MODERNOS

               Alberto Rodrigues da Fonseca 

Eu, há já algum tempo vos tinha dito
Que eu era um Dom Quixote
Que me bato mesmo sem ter lança
Sem cavalo nem Sancho Pança.
Eu sou um Dom Quixote moderno.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVzNrAZ1WhDT_Q9LXyqN9gFMZ5okyn9FG1kFr25xg4tIL39aOnOFCZpB5MXwFfR5Dys3OZPPQ7G-prU9mJgPIIhSlisTZdndOvazF_HYs3P-jdjSZJiR9AXrwfU5iy_5w2azy1hVvRbcP-MLXj2Pwy4YyiFTNzQZRXZtumG9v4PM1w6N2F5Meb7b5aJ7Y/s1600/qUIXOTE.jpg


Faço-me sempre advogado do diabo
Tenho como recompensa, um pontapé no rabo.
Bato-me contra moinhos de vento
Mas os monstros, eu compreendo
Não estão cá para me escutar.
Bato-me contra as injustiças
Sem grades possibilidades, confesso,
Bato-me com gritos de revolta.
Mas sempre em vão, sem sucesso.
Esta noite sonhei que me batia
Contra um inimigo forte em demasia.
Ele tinha armas poderosas, aviões,
Mesmo contra essas aeronaves eu combatia,
Com jactos de água das lanças do meu jardim.
Mas batia-me, batia-me, eu sou assim.
Bato-me como posso neste inferno.
Mas que querem? Isto está em mim!
Sou um Dom Quixote dos tempos modernos.

Alberto R. da Fonseca

Entendendo o poema:

01 – Ao longo do poema, a forma verbal bato-me é utilizada em sentido diferente do usual. Assinale a alternativa cujo sentido do termo destacado equivale ao empregado no poema.

a)   O cavalo bateu a pata na árvore com violência;

b)   Os justos batem-se à vida inteira por seus valores;

c)   De repente, bateu-lhe um grande arrependimento;

d)   As informações não batem com os fatos;

e)   Meu coração bate acelerado.

02 – O Dom Quixote dos tempos modernos é um sujeito que:

a)   Não usa lança, nem cavalo, nem combate moinhos de vento;

b)   Luta por seus ideais, mesmo sem obter sucesso;

c)   Não combate os inimigos da modernidade;

d)   Se mostra indignado com armas poderosas, aviões e aeronaves;

e)   Acredita num mundo melhor, mas nada faz para obtê-lo.

03 – Considerando a reação que se estabelece entre o autor do poema e seus interlocutores, pode-se afirmar que:

a)   O uso de vos, no primeiro verso, indica respeito do autor por seus leitores;

b)   O autor dialoga hipoteticamente com Dom Quixote;

c)   O autor mostra-se indignado com as justiças sociais e revolta-se com seus leitores;

d)   O autor dialoga com seus leitores na tentativa de convencê-los a lutar pela sua causa;

e)   Os leitores são desconsiderados totalmente pelo autor do poema.

04 – Considerando que, no contexto apresentado pela tirinha, Dom Quixote enxerga um gigante, e Sancho Pança vê um moinho, podemos associá-los respectivamente a:

a)   Um corajoso e um medroso;

b)   Um sonhador e um realista;

c)   Um ambicioso e um simplório;

d)   Um otimista e um pessimista;

e)   Um privilegiado e um desfavorecido.

 

 




ATIVIDADES SOBRE O FILME: O INVASOR - BETO BRANT - COM GABARITO

 Filme(ATIVIDADES): O INVASOR

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7E7T0Z-vdnod_lWue1HhRw6GYem0uIX8JJHvh0Sl-i9Dr2KVi6v6z31qcflR22g79hKlFaihLlLKHTqvUuXMRuc-GChIBCZ4xvEMh7S_YUkvNhtJ_ROh_9WiEetUDy1y4s_LpKgg6v9c38FhEvYtYWIQhxdEo_ub_NoMrgDbMowlZgW171Bs_H2FLp38/s1600/INVASOR.jpg 

Data de lançamento: 5 de abril de 2002 (1h 37min)

Gênero: Drama, Suspense.

Direção: Beto Brant.

Roteiro: Marçal Aquino, Beto Brant.

Elenco: Paulo Miklos, Marco Ricca, Alexandre Borges.

Título original: O invasor

SINOPSE

        Estevão, Ivan e Gilberto são companheiros desde os tempos de faculdade. Além disto, são sócios em uma construtora de sucesso há mais de 15 anos. O relacionamento entre eles sempre foi muito bom, até que um desentendimento na condução dos negócios faz com que eles entrem em choque, com Estevão, sócio majoritário, ameaçando deixar o negócio. Acuados, Ivan e Gilberto decidem então contratar Anísio (Paulo Miklos), um matador de aluguel, para assassinar Estevão e poderem conduzir a construtora do modo como bem entendem. Entretanto, Anísio tem seus próprios planos de ascensão social e aos poucos invade cada vez mais as vidas de Ivan e Gilberto.

Entendendo o filme:

01 – Qual é o conflito central do filme "O Invasor"?

      O conflito central do filme "O Invasor" gira em torno de um desentendimento na condução dos negócios entre os sócios de uma construtora de sucesso, Estevão, Ivan e Gilberto, que leva Ivan e Gilberto a planejar o assassinato de Estevão.

02 – Quem é Anísio e qual é o seu papel na trama?

      Anísio, interpretado por Paulo Miklos, é um matador de aluguel contratado por Ivan e Gilberto para assassinar Estevão. No entanto, ao longo do filme, Anísio se torna um elemento de conflito adicional, já que ele tem seus próprios planos de ascensão social e interfere nas vidas de Ivan e Gilberto de maneiras inesperadas.

03 – Quem são os principais atores do filme?

      Os principais atores do filme "O Invasor" incluem Paulo Miklos (Anísio), Marco Ricca (Ivan), Alexandre Borges (Gilberto) e outros.

04 – Qual é o gênero predominante do filme?

      O filme "O Invasor" pertence aos gêneros de Drama e Suspense.

05 – Como o filme aborda temas de traição e ambição?

      O filme aborda temas de traição e ambição por meio da trama central, em que os sócios Ivan e Gilberto traem Estevão ao planejar seu assassinato para ganhar controle total sobre a construtora. Além disso, Anísio representa a ambição individual e como suas próprias ambições interferem nos planos originais de Ivan e Gilberto. Esses temas são explorados ao longo do filme, criando um clima de suspense e intriga.

 

 

POEMA: BODARRADA - LUIZ GAMA - COM GABARITO

 Poema: Bodarrada

              Luiz Gama

Quem sou eu?

Quem sou eu? que importa quem?
Sou um trovador proscrito,
Que trago na fronte escrito
Esta palavra — "Ninguém!" —

         A. E. Zaluar — "Dores e Flores"

 

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Amo o pobre, deixo o rico,
Vivo como o Tico-tico;
Não me envolvo em torvelinho,
Vivo só no meu cantinho:
Da grandeza sempre longe,
Como vive o pobre monge.
Tenho mui poucos amigos,
Porém bons, que são antigos,
Fujo sempre à hipocrisia,
À sandice, à fidalguia;
Das manadas de Barões?
Anjo Bento, antes trovões.
Faço versos, não sou vate,
Digo muito disparate,
Mas só rendo obediência
À virtude, à inteligência:
Eis aqui o Getulino
Que no pletro anda mofino.
Sei que é louco e que é pateta
Quem se mete a ser poeta;
Que no século das luzes,
Os birbantes mais lapuzes,
Compram negros e comendas,
Têm brasões, não — das Kalendas,
E, com tretas e com furtos
Vão subindo a passos curtos;
Fazem grossa pepineira,
Só pela arte do Vieira,
E com jeito e proteções,
Galgam altas posições!
Mas eu sempre vigiando
Nessa súcia vou malhando
De tratante, bem ou mal
Com semblante festival.
Dou de rijo no pedante
De pílulas fabricante,
Que blasona arte divina,
Com sulfatos de quinina,
Trabusanas, xaropadas,
E mil outras patacoadas,
Que, sem pingo de rubor,
Diz a todos, que é DOUTOR!
Não tolero o magistrado,
Que do brio descuidado,
Vende a lei, trai a justiça
— Faz a todos injustiça —
Com rigor deprime o pobre
Presta abrigo ao rico, ao nobre,
E só acha horrendo crime
No mendigo, que deprime.
— Neste dou com dupla força,
Té que a manha perca ou torça.
Fujo às léguas do lojista,
Do beato e do sacrista —
Crocodilos disfarçados,
Que se fazem muito honrados,
Mas que, tendo ocasião,
São mais feros que o Leão.
Fujo ao cego lisonjeiro,
Que, qual ramo de salgueiro,
Maleável, sem firmeza,
Vive à lei da natureza;
Que, conforme sopra o vento,
Dá mil voltas num momento.
O que sou, e como penso,
Aqui vai com todo o senso,
Posto que já veja irados
Muitos lorpas enfunados,
Vomitando maldições,
Contra as minhas reflexões.
Eu bem sei que sou qual Grilo,
De maçante e mau estilo;
E que os homens poderosos
Desta arenga receosos
Hão de chamar-me Tarelo,
Bode, negro, Mongibelo;
Porém eu que não me abalo,
Vou tangendo o meu badalo
Com repique impertinente,
Pondo a trote muita gente.
Se negro sou, ou sou bode
Pouco importa. O que isto pode?
Bodes há de toda a casta,
Pois que a espécie é muito vasta...
Há cinzentos, há rajados,
Baios, pampas e malhados
Bodes negros, bodes brancos,
E, sejamos todos francos,
Uns plebeus, e outros nobres,
Bodes ricos, bodes pobres,
Bodes sábios, importantes,
E também alguns tratantes...
Aqui, nesta boa terra,
Marram todos, tudo berra;
Nobres Condes e Duquesas,
Ricas Damas e Marquesas,
Deputados, senadores,
Gentis-homens, veadores;
Belas Damas emproadas,
De nobreza empantufadas;
Repimpados principotes,
Orgulhosos fidalgotes,
Frades, Bispos, Cardeais,
Fanfarrões imperiais,
Gentes pobres, nobres gentes
Em todos há meus parentes.
Entre a brava militança
Fulge e brilha alta bodança;
Guardas, cabos, furriéis,
Brigadeiros, Coronéis,
Destemidos Marechais,
Rutilantes Generais,
Capitães de mar-e-guerra,
— Tudo marra, tudo berra —
Na suprema eternidade,
Onde habita a Divindade,
Bodes há santificados,
Que por nós são adorados.
Entre o coro dos Anjinhos
Também há muitos bodinhos. —
O amante de Syiringa
Tinha pelo e má catinga;
O deus Mendes, pelas contas,
Na cabeça tinha pontas;
Jove quando foi menino,
Chupitou leite caprino;
E, segundo o antigo mito,
Também Fauno foi cabrito.
Nos domínios de Plutão,
Guarda um bode o Alcorão;
Nos ludus e nas modinhas
São cantadas as bodinhas:
Pois se todos têm rabicho,
Para que tanto capricho?
Haja paz, haja alegria,
Folgue e brinque a bodaria;
Cesse pois a matinada,
Porque tudo é bodarrada!

(In: SILVA, Júlio Romão da (Org.). Luiz Gama e suas poesias satíricas. 2 ed. Rio de Janeiro: Cátedra; Brasília: INL, 1981, p. 177-181)

Entendendo o poema:

01 – Dê o significado das palavras abaixo:

  Enfumados, emproadas: vaidosos, orgulhosos.

·        Casta: raça, geração, qualidade, classe social.

·        Marrar: arremeter com a cornada; bater com a cabeça.

·        Empantufadas: empavonada, ensoberbada.

·        Repimpados: abarrotados, fartos, refestelados.

·        Principotes: príncipe de meia-tigela.

·        Fauno: homens com pés de cabra e chifres que habita nos bosques e toca flauta.

·        Lundus: dança cantada de origem africana.

·        Matinada: madrugada, estrondo, ruído, algazarra.

02 – Leia com atenção o poema “Bodarrada”, de Luiz Gama, e explique o que você entendeu.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão – Neste poema, o autor, Luiz Gama, expressa sua identidade como um negro consciente de sua posição na sociedade. Ele se descreve como um trovador proscrito, alguém marginalizado, que vive de forma simples e honesta, longe da hipocrisia e da busca por poder e riqueza. O poema critica a sociedade da época, incluindo a compra de negros por brancos, a corrupção no sistema judicial e a falsa moralidade de algumas pessoas. O autor também enfatiza a importância da virtude e da inteligência em oposição à ostentação e ao comportamento hipócrita.

03 – Como é construído o discurso do poema? Quais os recursos estilísticos que o autor utilizou?

      O discurso do poema é construído de forma crítica e satírica. O autor utiliza recursos estilísticos como a ironia, o sarcasmo e a sátira para transmitir sua mensagem. Ele usa metáforas e comparações para criticar a sociedade da época e destacar a falsidade e a corrupção presentes nela. Além disso, o autor faz uso de personificações, como a descrição dos nobres como "crocodilos disfarçados," para enfatizar a hipocrisia e a falsa moralidade.

04 – Do ponto de vista do eu lírico, como ele vê algumas pessoas da sociedade da época?

      O eu lírico do poema vê algumas pessoas da sociedade da época como hipócritas, falsas e corruptas. Ele critica aqueles que compram negros como escravos, os magistrados que traem a justiça em favor dos ricos e nobres, os lisonjeiros que mudam de opinião conforme convém e os religiosos que escondem sua verdadeira natureza por trás de uma fachada de virtude. O eu lírico valoriza a honestidade, a inteligência e a virtude, e critica aqueles que se comportam de maneira contrária a esses princípios.

05 – Encontre e destaque os versos em que o eu lírico critica a compra de negros pelos brancos.

      O eu lírico critica a compra de negros pelos brancos nos versos: "Compram negros e comendas, / Têm brasões, não — das Kalendas."

06 – Na atualidade, como o negro é tratado? Vamos refletir sobre os discursos velados e sobre o que está por trás de algumas falas.

      Na atualidade, a questão racial ainda é um tema relevante e complexo em muitas partes do mundo. Embora tenham ocorrido avanços significativos em termos de igualdade racial e luta contra a discriminação, ainda existem desafios persistentes. O tratamento dos negros pode variar amplamente dependendo do contexto e da região, mas há evidências de que muitos enfrentam discriminação sistêmica, desigualdades econômicas e sociais, e estereótipos negativos.

      Muitas vezes, o racismo e a discriminação podem se manifestar de forma velada, por meio de discursos sutis, estereótipos enraizados e preconceitos implícitos. É importante estar atento a esses discursos velados e trabalhar para combatê-los, promovendo a igualdade racial e a justiça social.

07 – O tema diversidade é assunto tratado com muita seriedade em todos os espaços e vários segmentos da sociedade. E você, o que sabe sobre este tema?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A diversidade é um tema fundamental na sociedade contemporânea. Ela se refere à variedade de características, identidades, culturas, crenças e perspectivas que existem entre os indivíduos e grupos. É importante reconhecer e valorizar a diversidade em todas as suas formas, incluindo a diversidade racial, étnica, de gênero, orientação sexual, religião, idade, habilidades, entre outras.

      A promoção da diversidade é essencial para construir uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todas as pessoas tenham igualdade de oportunidades e sejam respeitadas em suas diferenças. Isso envolve o combate ao preconceito, à discriminação e à exclusão, bem como a promoção da equidade em todas as áreas da vida, incluindo o trabalho, a educação e a representação na mídia e na política.

08 – O poema “Bodarrada” foi escrito em um momento histórico em que o negro ainda era escravizado pelo branco. Luiz Gama era um negro consciente de seu papel na sociedade e usava a escrita para defender seus direitos e o de seus pares. Quais os valores éticos que podemos observar nesse poema?

      No poema "Bodarrada," podemos observar valores éticos como a defesa da justiça, da honestidade e da virtude. O autor critica a hipocrisia, a corrupção, a compra de escravos e a injustiça, destacando a importância de ser verdadeiro, inteligente e virtuoso em oposição a comportamentos enganosos e imorais. Luiz Gama utiliza sua escrita para questionar as normas sociais da época que perpetuavam a escravidão e a desigualdade racial, defendendo valores éticos que promovem a igualdade e a justiça para todos.