quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

CRÔNICA: PROVA FALSA - STANISLAW PONTE PRETA - COM GABARITO

Crônica: Prova Falsa
               Stanislaw Ponte Preta

        Quem teve a ideia foi o padrinho da caçula – ele me conta. Trouxe o cachorro de presente e logo a família inteira se apaixonou pelo bicho. Ele até que não é contra isso de se ter um animalzinho em casa, desde que seja obediente e com um mínimo de educação.
        — Mas o cachorro era um chato — desabafou.
        Desses cachorrinhos de raça, cheio de nhém-nhém-nhém, que comem comidinha especial, precisam de muitos cuidados, enfim, um chato de galocha. E, como se isto não bastasse, implicava com o dono da casa.

        — Vivia de rabo abanando para todo mundo, mas, quando eu entrava em casa, vinha logo com aquele latido fininho e antipático de cachorro de francesa.
        Ainda por cima era puxa-saco. Lembrava certos políticos da oposição, que espinafram o ministro, mas quando estão com o ministro ficam mais por baixo que tapete de porão. Quando cruzavam num corredor ou qualquer outra dependência da casa, o desgraçado rosnava ameaçador, mas quando a patroa estava perto abanava o rabinho, fingindo-se seu amigo.
        — Quando eu reclamava, dizendo que o cachorro era um cínico, minha mulher brigava comigo, dizendo que nunca houve cachorro fingido e eu é que implicava com o "pobrezinho".
        Num rápido balanço poderia assinalar: o cachorro comeu oito meias suas, roeu a manga de um paletó de casimira inglesa, rasgara diversos livros, não podia ver um pé de sapato que arrastava para locais incríveis.
        A vida lá em sua casa estava se tornando insuportável. Estava vendo a hora em que se desquitava por causa daquele bicho cretino. Tentou mandá-lo embora umas vinte vezes e era uma choradeira das crianças e uma espinafração da mulher.
        — Você é um desalmado — disse ela, uma vez.
        Venceu a guerra fria com o cachorro graças à má educação do adversário. O cãozinho começou a fazer pipi onde não devia. Várias vezes exemplado, prosseguiu no feio vício. Fez diversas vezes no tapete da sala. Fez duas na boneca da filha maior. Quatro ou cinco vezes fez nos brinquedos da caçula. E tudo culminou com o pipi que fez em cima do vestido novo de sua mulher.
        — Aí mandaram o cachorro embora? — perguntei. 
        — Mandaram. Mas eu fiz questão de dá-lo de presente a um amigo que adora cachorros. Ele está levando um vidão em sua nova residência.
        — Ué... mas você não o detestava? Como é que arranjou essa sopa pra ele?
        — Problema da consciência — explicou: — O pipi não era dele.
        E suspirou cheio de remorso.

                   Stanislaw Ponte Preta. In: Para gostar de ler, volume 13.
Histórias divertidas, São Paulo, Ática, 1997.
Vocabulário
Espinafram – criticam, falam mal
Casimira – tecido de lã, muito produzido na Inglaterra
Desalmado – desumano, cruel
Guerra fria – desentendimento que não chega à violência física
Exemplado – castigado
Culminou – atingiu o ponto máximo.

Entendendo a crônica:
01 – O texto está escrito em prosa ou verso? Essa forma é adequada ao texto?
      O texto está escrito em prosa, forma adequada ao tipo de texto.

02 – O texto “Prova Falsa” é uma crônica, isto é, um texto em que o autor conta fatos do cotidiano, com humor, ironia, estranheza, numa linguagem informal, descontraída. Qual o fato do cotidiano que originou a história?
      O fato real são as agruras de um cão dentro de casa.

03 – Quem narra a história para o leitor?
a) O antigo dono do cachorro.
b) Um amigo do antigo dono do cachorro.

c) O novo dono do cachorro.
04 – Quem teve a ideia de dar um cachorro àquela família?
      O padrinho do caçula.

05 – Como deveria ser o cachorro para agradar ao dono da casa?
      Obediente e com um mínimo de educação.

06 – O texto apresenta linguagem formal ou informal? Cite exemplos.
      A linguagem mais utilizada é informal: “Cheio de nhém-nhém-nhém; puxa-saco, vidão, pipi”, etc.

07 – O dono da casa compara o cachorro aos políticos da oposição. O que há em comum entre os dois?
      São puxa-sacos.

08 – Que pessoas do cotidiano aparecem na história? Esta história poderia acontecer na vida real? Explique.
      As pessoas citadas pertencem a uma família: mãe, pai, filhos. Poderia acontecer na vida real, pois muitas famílias têm cachorros que estragam e bagunçam a casa.

09 – O dono da casa dizia que o cachorro implicava com ele. A mulher concordava com essa opinião? O que ela dizia sobre isso?
      Não, a mulher dizia que nunca houve cachorro fingido e que ele é que implicava com o pobrezinho.

10 – A palavra “pobrezinho” aparece entre aspas na linha 21 para indicar:
a) tamanho pequeno                    
b) pobreza                         
c) deboche.

11 – O homem enumerou várias coisas que o cachorro fez. Cite-as. / Cite três delas.
     Comeu 8 meias, roeu a manga de um paletó e rasgou diversos livros.

12 – Ele tentou mandar o cachorro embora várias vezes, mas não deu certo. Por quê?
      Porque as crianças choravam e mulher brigava com ele.

13 – Afinal, o cachorro merecia ser mandado embora? Explique.
      Não, porque foi uma armação, o cachorro não tinha culpa, o pipi não era dele.

14 – Por que o título do texto é "Prova Falsa"?
      Porque o dono criou uma falsa prova contra o cachorro para mandá-lo embora.

15 – Qual o tempo verbal que predomina no texto? Esse tempo verbal é adequado ao tipo de texto? Por quê?
      O tempo verbal predominante é o Pretérito Imperfeito. É um tempo verbal adequado ao texto, pois narra fatos que estavam acontecendo no passado.

CONTO: DESENREDO - JOÃO GUIMARÃES ROSA - COM GABARITO

Conto: Desenredo
            
                João Guimarães Rosa

        Do narrador a seus ouvintes:
        — Jó Joaquim, cliente, era quieto, respeitado, bom como o cheiro de cerveja. Tinha o para não ser célebre. Com elas quem pode, porém? Foi Adão dormir, e Eva nascer. Chamando-se Livíria, Rivília ou Irlívia, a que, nesta observação, a Jó Joaquim apareceu.
        Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. Sorriram-se, viram-se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim, entenderam-se. Voando o mais em ímpeto de nau tangida a vela e vento. Mas muito tendo tudo de ser secreto, claro, coberto de sete capas.
        Porque o marido se fazia notório, na valentia com ciúme; e as aldeias são a alheia vigilância. Então ao rigor geral os dois se sujeitaram, conforme o clandestino amor em sua forma local, conforme o mundo é mundo. Todo abismo é navegável a barquinhos de papel.
        Não se via quando e como se viam. Jó Joaquim, além disso, existindo só retraído, minuciosamente. Esperar é reconhecer-se incompleto. Dependiam eles de enorme milagre. O inebriado engano.
        Até que — deu-se o desmastreio. O trágico não vem a conta-gotas. Apanhara o marido a mulher: com outro, um terceiro... Sem mais cá nem mais lá, mediante revólver, assustou-a e matou-o. Diz-se, também, que de leve a ferira, leviano modo.
        Jó Joaquim, derrubadamente surpreso, no absurdo desistia de crer, e foi para o decúbito dorsal, por dores, frios, calores, quiçá lágrimas, devolvido ao barro, entre o inefável e o infando. Imaginara-a jamais a ter o pé em três estribos; chegou a maldizer de seus próprios e gratos abusufrutos. Reteve-se de vê-la. Proibia-se de ser pseudopersonagem, em lance de tão vermelha e preta amplitude.
        Ela — longe — sempre ou ao máximo mais formosa, já sarada e sã. Ele exercitava-se a aguentar-se, nas defeituosas emoções.
        Enquanto, ora, as coisas amaduravam. Todo fim é impossível? Azarado fugitivo, e como à Providência praz, o marido faleceu, afogado ou de tifo. O tempo é engenhoso.
        Soube-o logo Jó Joaquim, em seu franciscanato, dolorido mas já medicado. Vai, pois, com a amada se encontrou — ela sutil como uma colher de chá, grude de engodos, o firme fascínio. Nela acreditou, num abrir e não fechar de ouvidos. Daí, de repente, casaram-se. Alegres, sim, para feliz escândalo popular, por que forma fosse.
        Mas.
        Sempre vem imprevisível o abominoso? Ou: os tempos se seguem e parafraseiam-se. Deu-se a entrada dos demônios.
        Da vez, Jó Joaquim foi quem a deparou, em péssima hora: traído e traidora. De amor não a matou, que não era para truz de tigre ou leão. Expulsou-a apenas, apostrofando-se, como inédito poeta e homem. E viajou fugida a mulher, a desconhecido destino.
        Tudo aplaudiu e reprovou o povo, repartido. Pelo fato, Jó Joaquim sentiu-se histórico, quase criminoso, reincidente. Triste, pois que tão calado. Suas lágrimas corriam atrás dela, como formiguinhas brancas. Mas, no frágio da barca, de novo respeitado, quieto. Vá-se a camisa, que não o dela dentro. Era o seu um amor meditado, a prova de remorsos. Dedicou-se a endireitar-se.
        Mais.
        No decorrer e comenos, Jó Joaquim entrou sensível a aplicar-se, a progressivo, jeitoso afã. A bonança nada tem a ver com a tempestade. Crível? Sábio sempre foi Ulisses, que começou por se fazer de louco. Desejava ele, Jó Joaquim, a felicidade — ideia inata. Entregou-se a remir, redimir a mulher, à conta inteira. Incrível? É de notar que o ar vem do ar. De sofrer e amar, a gente não se desafaz. Ele queria apenas os arquétipos, platonizava. Ela era um aroma. Nunca tivera ela amantes! Não um. Não dois. Disse-se e dizia isso Jó Joaquim. Reportava a lenda a embustes, falsas lérias escabrosas. Cumpria-lhe descaluniá-la, obrigava-se por tudo. Trouxe à boca-de-cena do mundo, de caso raso, o que fora tão claro como água suja. Demonstrando-o, amatemático, contrário ao público pensamento e à lógica, desde que Aristóteles a fundou. O que não era tão fácil como refritar almôndegas. Sem malícia, com paciência, sem insistência, principalmente.
        O ponto está em que o soube, de tal arte: por antipesquisas, acronologia miúda, conversinhas escudadas, remendados testemunhos. Jó Joaquim, genial, operava o passado — plástico e contraditório rascunho. Criava nova, transformada realidade, mais alta. Mais certa?
        Celebrava-a, ufanático, tendo-a por justa e averiguada, com convicção manifesta. Haja o absoluto amar — e qualquer causa se irrefuta.
        Pois, produziu efeito. Surtiu bem. Sumiram-se os pontos das reticências, o tempo secou o assunto. Total o transato desmanchava-se, a anterior evidência e seu nevoeiro. O real e válido, na árvore, é a reta que vai para cima. Todos já acreditavam. Jó Joaquim primeiro que todos.
        Mesmo a mulher, até, por fim. Chegou-lhe lá a notícia, onde se achava, em ignota, defendida, perfeita distância. Soube-se nua e pura. Veio sem culpa. Voltou, com dengos e fofos de bandeira ao vento.
        Três vezes passa perto da gente a felicidade. Jó Joaquim e Vilíria retomaram-se, e conviveram, convolados, o verdadeiro e melhor de sua útil vida.
        E pôs-se a fábula em ata.

Rosa, João Guimarães. Tutameia (Terceiras estórias). 9.ed.
Rio de Janeiro: J. Olympio, 1967, p. 38-40.

Entendendo a conto:

01 – Observe que o conto contém muitas palavras e expressões ligadas à navegação e ao Direito.
a)   Copie, no seu caderno, as palavras que podem estar relacionadas a esses dois campos.
·        Navegação: “Ulysses”; “nau tangida a vela e vento”; “todo abismo é navegável a barquinhos de papel”; “desmastreio”; “frágio da barca”.

·        Direito: “Criminoso, reincidente”; “abusufrutos”; “decúbito dorsal”; “testemunho”; “evidência”; “justa e averiguada”; “em ata”.

b)   Por que a escolha desses campos semânticos é importante para a temática tratada?
Navegar é percorrer, tocar para a frente. Provavelmente, a redação esteja no fato de que as noções do que seja “direito” se relativizam no “navegar” da vida e do tempo.

02 – Leia o que Guimarães Rosa escreveu sobre a linguagem:
        “Meus romances e ciclos de romances são na realidade contos nos quais se unem a ficção poética e a realidade. Sei que daí pode facilmente nascer um filho ilegítimo, mas justamente o autor deve ter um aparelho de controle: sua cabeça. Escrevo, e creio que este é o meu aparelho de controle: o idioma português, tal como usamos no Brasil: entretanto, no fundo, enquanto vou escrevendo, extraio de muitos outros idiomas. Disso resultam meus livros, escritos em um idioma próprio, meu, e pode-se deduzir daí que não me submeto à tirania da gramática e dos dicionários dos outros. A gramática e a chamada filosofia, ciência linguística, foram inventadas pelos inimigos da poesia.”
                               In: Guimarães Rosa. São Paulo: Abril educação, 1982, p. 102.

a)   Observe que o conto é composto, também, por originais criações linguísticas, como “abusufruto”; “franciscanato”; “frágio” e “ufanático”. Que palavras as originaram?
·        Abusufruto: abuso + usufruto (direito de usufruir de algo);

·        Franciscanato: relativo aos franciscanos, no contexto, é uma alusão à vida de frade do personagem;

·        Frágio: redução de naufrágio (observar que também sugere a fragilidade do personagem);

·        Ufanático: ufano (que se orgulha de algo) + fanático.

b)   Que efeitos produzem no texto?
Conferem melodia à sintaxe, condensam significados.

03 – Provérbios e máximas (frases que sintetizam uma verdade, uma ideia) foram explorados por Guimarães Rosa em vários de seus contos. Modificados, suprimidos, parafraseados e parodiados, os provérbios populares constituem uma pausa para um comentário do narrador e, além disso, conferem ritmo e melodia poéticos à prosa. Observe: “Esperar é reconhecer-se incompleto”; “O trágico não vem a conta-gotas”.
a)   Que outros exemplos podem ser citados?
“Todo abismo é navegável a barquinhos de papel”; “O tempo é engenhoso”; “de sofrer e amar, a gente não se desafaz”.

b)   Qual é o provérbio original da seguinte reconstrução “A bonança nada tem a ver com a tempestade”?
Depois da tempestade, vem a bonança.

04 – Os nomes escolhidos, no conto “Desenredo”, não foram escolhidos ao acaso.
a)   A que outro personagem remete o nome Jó? Qual é a principal característica desse personagem?
Ao Jó bíblico, conhecido por sua paciência.

b)   A mulher de “Desenredo” é citada através de quatro nomes diferentes: Livíria, Rivília, Irlívia e, por fim, Vilíria. Que relação pode ser estabelecida entre os muitos nomes dados a ela e às suas atitudes?
Os relacionamentos da personagem eram inconstantes: quatro amantes foram citados, quatro foram os nomes dados a ela.

05 – Observe que o conto poderia dar-se por encerrado duas vezes: na primeira, quando o primeiro marido morre e Jó, então, casa-se com ela. Na segunda, quando Jó, já casado, descobre a traição da mulher, expulsa-a e, com o tempo, a conformar-se.
a)   Que palavras marcam, em cada caso, a continuidade da narrativa?
As palavras “mas” e “mais”.

b)   Considere que a história guarda marcas da oralidade, ou seja, é narrada como se fosse um “causo”, uma história real, quase uma fofoca. Como o narrador garante a atenção da história?
As palavras “mas” e “mais” aparecem isoladas em um parágrafo, como se o narrador, fizesse uma pausa, antes de continuar a narrar a história. Assim, cria expectativa na plateia (e no leitor), garantindo sua atenção.

06 – Desenredo é o ato de desfazer o enredo, desembaraçar a trama. Que relação há entre a atitude de Jó Joaquim e o título do texto?
      Jó Joaquim “desenreda”, desmancha a história de traição da mulher amada e recria o passado, refaz a história.

POEMA: PROFISSÃO DE FÉ - OLAVO BILAC - COM GABARITO

Poema: PROFISSÃO DE FÉ
               
                      Olavo Bilac

Invejo o ourives quando escrevo:
            Imito o amor
Com Ele, em ouro, o alto-relevo
            Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois nem de Carrara
            A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
            O ônix prefiro.


Por isso, corre, por servir-me,
            Sobre o papel
A pena, como em prata firme
            Corre o cinzel.

Corre; desenha, enfeita a imagem,
            A ideia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
            Azul-celeste.

Torce, aprimora, alteia, lima
            A frase; e enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
            Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina,
            Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
            Sem um defeito:

E que o lavor do verso, acaso,
            Por tão sutil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
            De Becerril.

E horas sem conta passo, mudo,
            O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
            O pensamento.

Porque o escrever – tanta perícia,
            Tanta requer,
Que ofício tal... nem há notícia
            De outro qualquer.

Assim procedo. Minha pena
            Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
            Serena Forma!
       Olavo Bilac. Profissão de fé. In: Poesia. Rio de Janeiro: Agir, p. 39-40.
Entendendo o poema:
01 – O tema do poema é:
a) a exaltação do lavor poético.
b) a valorização da profissão do ourives.
c) a inveja despertada por algumas profissões.
d) a vocação para trabalhos artísticos.

02 – A linguagem utilizada no poema é:
a) simples      b) apurada          c) informal          d) subjetiva.

03 – O eu lírico inveja o ourives devido:
a) a forma como ele trabalha.
b) ao material com o qual ele trabalha.
c) ao valor do produto que ele produz.
d) a beleza das peças criadas por ele.

04 – O sentimento de inveja que o ourives desperta no eu lírico o motiva a:
a) difamá-lo em seus versos.
b) seguir-lhe o exemplo.
c) ignorá-lo em seus versos.
d) elogiá-lo no poema.

05 – Revela a perfeição formal buscada pelo poeta os versos
a) “Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
            Azul-celeste.”
b) “Que ofício tal... nem há notícia
            De outro qualquer.”
c) “Do ourives, saia da oficina
            Sem um defeito:”
d) “A pena, como em prata firme
            Corre o cinzel."

06 – O poeta parnasiano tem a concepção de arte pela arte, distanciando-se da realidade. Percebemos esse distanciamento nos versos
a) “Porque o escrever – tanta perícia,
            Tanta requer,”
b) “Por te servir, Deusa serena,
            Serena Forma!”
c) “Por isso, corre, por servir-me,
            Sobre o papel”
d) “A trabalhar, longe de tudo
            O pensamento.”

07 – Do ponto de vista formal, o poema caracteriza-se pela regularidade métrica e rímica, observando aos critérios clássicos de beleza poética, seguidos pelos parnasianos. Justifique essa afirmação, mostrando o tipo de estrutura métrica e rímica que possui.
      O poema possui versos alternadamente de 8 e de 4 sílabas métricas, e suas rimas são alternadas.

08 – Na primeira estrofe, desenvolve-se uma comparação que nos permite perceber a extrema importância da forma, para a poesia parnasiana. De que comparação se trata?
      Trata-se da comparação entre o trabalho poético e o do ourives ou joalheiro.

09 – Os elementos estatísticos da poesia parnasiana destacados pela comparação citada referem-se à matéria-prima do trabalho – a linguagem – e também ao modo de executá-lo. Que passagem da 1ª estrofe pode ser relacionada com a precisão, a minúcia, a preocupação com os detalhes, típicas desse estilo?
      A passagem é: “... Com que ele, em ouro, o alto relevo / Faz de uma flor.”

10 – Indique a estrofe que sintetiza o ideal normativo e esteticista do estilo parnasiano, deixando subentendido o sacrifício da dimensão conteudistica do poema.
      É a última estrofe do fragmento escolhido.

11 – Que verbos da quarta estrofe exprimem o pressuposto parnasiano de que a criação literária é fundamentalmente um trabalho intelectual, um debruçar-se sobre a obra em busca da perfeição formal?

      Os verbos são: torce, aprimora, alteia, lima e engasta. 


BIOGRAFIA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM QUESTÕES GABARITADAS

 Biografia

        Biográfico que segue conta um pedaço da vida de um dos maiores poetas brasileiros, Carlos Drummond de Andrade

        Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. Descendente de uma família de fazendeiros em decadência, o poeta estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo (RJ), de onde foi expulso por “insubordinação mental”. De novo em Belo Horizonte, o Itabirano começou a carreira de escritor como colaborador do “Diário de Minas”, que congregava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.
        Devido à insistência familiar para obter um diploma, ele se formou em farmácia na cidade de Ouro Preto, em 1925. Fundou com outros escritores “A Revista”, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas Gerais.
        O escritor ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Depois, passou a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954, colaborou como cronista no “Correio da Manhã” e, a partir do início de 1969, no “Jornal do Brasil”.
        Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi, seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.
        Alvo de admiração unânime, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro-RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade, fato que o havia deixado extremamente abatido.


Entendendo o texto:
01 – Marque a afirmativa correta sobre o texto biográfico.
(  ) É um texto literário porque conta fatos reais.
(X) Carlos Drummond de Andrade escreve sobre sua vida.

02 – Responda de acordo com o texto literário.
a) Qual motivo levou Carlos Drummond de Andrade a se formar em farmácia?
      Por insistência da família em obter um diploma.

b) Como ele iniciou a sua carreira de escritor?
      Ele começou a carreira de escritor como colaborador do “Diário de Minas.”

03 – Retire do texto dois substantivos próprios e dois substantivos comuns e forme uma frase:
·        Substantivos próprios = Belo Horizonte e Itabira.
A cidade de Belo Horizonte é a capital de Minas Gerais.
Itabira é a cidade natal do poeta Carlos Drummond de Andrade.

·        Substantivos comuns = fazendeiro, mineiro.
O fazendeiro possui grande quantidade de terras.

·        Frase = Quem nasce no Estado de Minas Gerais é mineiro.   
      
04 – De acordo com o texto é correto afirmar que:
(X) Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro – MG, em 31 de outubro de 1902.
(  ) fundou com outros escritores “O Diário”, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas Gerais.
(  ) o escritor ingressou no serviço público e, em 1914, transferiu-se para o São Paulo, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945.
(X) descendente de uma família de fazendeiros em decadência, o poeta estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo.

05 – Escreva o plural das palavras abaixo:
Familiar = familiares.
Espanhol = espanhóis.
Diploma = diplomas.
Inglês = ingleses.



quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

FILME(ATIVIDADES): O HOMEM BICENTENÁRIO - CHRIS COLUMBUS - COM QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): O HOMEM BICENTENÁRIO
Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicaVOLDb_mOwOyiDy6Mzd2GUyy2xDTlW9m8tRDCSN2hZg3Yyj5ViBJRr-LByLjqfcIylCycdJIuPVqbMwzKRyoyYC7JcQ8qTWZv2O1DR6MvdSYvUkoLkgbKFEXF4I_Hl0Kp48QdjzD_DoDlLEmZbBOYnLoslSOau5rhTn-u7IWoRWImrAYfcQ5h-H5/s320/Homem_Bicenten%C3%A1rio_1999.jpg

 Data de lançamento 11 de fevereiro de 2000 (2h 12min)
Direção: Chris Columbus
Nacionalidades AlemanhaEUA

SINOPSE E DETALHES

        Em 2005, uma família americana compra um novo utensílio doméstico: o robô chamado Andrew (Robin Williams), para realizar tarefas domésticas simples. Entretanto, aos poucos o robô vai apresentando traços característicos do ser humano, como curiosidade, inteligência e personalidade própria. O início da saga de Andrew em busca de liberdade e de se tornar, na medida do possível, humano.

Entendendo o filme:

01 – De que trata o filme?
      Trata-se de inteligência artificial, livre-arbítrio e da possibilidade das máquinas tornarem-se autoconscientes.

02 – Quem é Andrew Martin?
      É um androide que vai morar com uma família para se tornar empregado da casa.

03 – Como ele se comporta com esta família?
      Ao chegar na casa ele se mostra sensível aos estímulos e comportamentos que observa a sua volta, sendo que, aos poucos começa a se assemelhar a um ser humano em características como amor, ciúmes, curiosidades, inteligência e etc.

04 – Que habilidades manuais Andrew com o passar do tempo aprende?
      Começa a ler e criar seus próprios objetos e invenções.

05 – Em que momento Andrew percebe sua condição de não livre?
      Quando começa a estudar a História humana e se enche de questões sobre sua condição e seu lugar no mundo.

06 – O que Andrew pede ao seu dono?
      Que o liberte em troca de uma quantia de dinheiro.

07 – Que cena do filme chama mais atenção?
      É a cena que ele pede a se referir a se como “isto” para se referir a si como “eu”. Essa cena mostra como naquele momento ele tomou consciência de um “eu”.

08 – Como Andrew segue sua vida?
      Ele inicia sua busca e luta para tornar-se humano, viajando pelo mundo e chegando a financiar um projeto para fazê-lo.

09 – A ciência e a tecnologia tem melhorado e se aperfeiçoado cada dia mais. Você acredita que deve haver um limite entre o ser humano e a tecnologia?
      Resposta pessoal do aluno.

10 – Qual a mensagem o filme quis passar ao longo de sua história?
      Resposta pessoal do aluno.