quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

TEXTO: O ESTOURO DO CHICLETE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: O estouro do chiclete


   O chiclete moderno foi inventado em 1870, mas o hábito de mascar substâncias parecidas com borracha já existia há muito mais tempo: os egípcios mascavam uma pasta de cerveja fermentada e os Maias usavam uma resina retirada de uma árvore.

          Conheça um pouco da história dessa divertida mania.

        O tradicionais sabores de menta, hortelã e tutti-frutti continuam fazendo sucesso, mas a variedade aumentou bastante. Hoje, é possível encontrar chiclete sabor hambúrguer, pizza ou batata-frita. Se você está com dor de cabeça, pode comprar o chiclete que vem com remédio junto.
        No final do século 19, o chiclete era visto como uma coisa de marginais. As crianças estavam proibidas de masca-lo na classe. Se o professor as pegasse com chiclete, levariam uma reguada nos joelhos. Se uma atriz quisesse fazer um papel de má e vulgar, ela entraria em cena mascando chiclete. Nessa época, corriam boatos de que, se você engolisse o chiclete, ele ficaria colado nos intestinos e você morreria. Na verdade, ele não é absorvido pelo organismo e é eliminado por inteiro.
·        Químicos japoneses desenvolveram um chiclete do humor. Ele muda de cor se você está alegre, triste ou bravo.
·        Você quer economizar seu chiclete? Coloque a goma já mascada em um copo com água durante a noite. Pela manhã ele estará macio novamente.
·        100.000 toneladas de chiclete são mascadas durante um ano. É chiclete suficiente para construir um navio cruzeiro em tamanho natural.
·        Alguns criminosos foram identificados pelo chiclete que deixaram no local do crime. Os detetives compararam seus dentes com as marcas deixadas no chiclete.
        A história do chiclete:
        50 a.C. = Os gregos mascavam uma goma feita de resina de árvore.
        1492 = Cristóvão Colombo, quando chegou à América, relatou em uma carta que os nativos da região tinham o hábito de mascar uma resina retirada de uma árvore da região, o sapota.
        1870 = O norte-americano Thomas Adams inventou o chiclete moderno, com sabor artificial.
        1899 = Surge o primeiro chiclete cor-de-rosa, que foi criado pelo norte-americano Franklin Canning.
       1906 = Foi inventado o chiclete de bola, com o nome de Blibber-Blabber.
        1965 = O chiclete chega ao espaço, a bordo da nave Gemini 4.

        Ingredientes
        O chiclete é feito de ingredientes sintéticos, como resina de vinil e ceras micro cristalizadas. Também há elementos naturais, como látex. Sua composição é 25% goma de mascar, 20% xarope de milho, 2% sabor artificial e cor e 57% açúcar. Esse açúcar faz mal aos dentes. Ele pode causar cáries. Por isso, é necessário escovar os dentes depois de mascar chiclete.
                     Revista Disney Explora. São Paulo: Folha, ano 1, jul. 1999.

Entendendo o texto:
01 – Há quantos anos existe o chiclete moderno?
      Calcular os anos transcorridos desde 1870 até o atual, por exemplo, de 1870 a 013, a diferença é de 143 anos.

02 – Quais os sabores tradicionais dos chicletes?
      Hortelã, tutti frutti e menta.

03 – Você acha que mascar chiclete em situações e ou locais mais formais é um comportamento adequado? E na sala de aula?
      Resposta pessoal do aluno.

04 – É importante escovar os dentes após mascar chiclete? Por quê?
      O chiclete contém açúcar, que provoca cáries. Desse modo, é necessária a escovação após mascá-lo.

05 – Releia a “linha fina” desse texto (informação que está logo abaixo, do título) e identifique nela a parte que menciona o objetivo principal do texto.
      Conheça um pouco da história dessa divertida mania.

06 – O título do texto apresenta duplo sentido porque o verbo “estourar”, nesse caso, refere-se:
(X) Tanto ao sucesso que o chiclete alcançou como ao fato de as bolas feitas com ele rebentarem.
(   ) Tanto ao barulho produzido quando se masca o chiclete como ao sucesso de venda que ele alcançou no ano de 1870.

07 – O texto apresenta uma parte com curiosidades sobre o chiclete. Como essa parte está organizada?
      Cada curiosidade foi apresentada em um item. Em cada um deles há um mascador.

08 – Releia o box “ingredientes” e liste os produtos que entram na composição do chiclete, ordenando-os de acordo com suas quantidades. Comece a lista com o produto que predomina.
      57% de açúcar; 25% goma de mascar; 20% xarope de milho; 2% sabor artificial e cor.

09 – Se você fosse inventar chicletes diferentes, quais sabores eles teriam?
      Resposta pessoal do aluno.

10 – O chiclete já foi visto como um hábito marginal e, por isso, era proibido. Você se lembra de alguma atitude que é considerada marginal na sua comunidade?
      Resposta pessoal do aluno.

11 – Leia o trecho a seguir:
        “No final do século 19, o chiclete era visto como uma coisa de marginais. As crianças estavam proibidas de masca-lo na classe.”
Note que o pronome destacado está evitando a repetição da palavra chiclete. Use o mesmo recurso para evitar as repetições abaixo.
a)   O chiclete é uma guloseima que se apresenta em muitos sabores. Para desenvolver o chiclete, foram necessárias muitas pesquisas.
O chiclete é uma guloseima que se apresenta em muitos sabores. Para desenvolvê-lo foram necessárias muitas pesquisas.

b)   Depois de mascar o chiclete, você pode economizar o chiclete guardando-o em um copo-d’água. Assim ele ficará macio novamente.
Depois de mascar o chiclete, você pode economiza-lo guardando-o em um copo-d’água. Assim ele ficará macio novamente.

12 – Repare no enunciado: “... mas o hábito de mascar substâncias parecidas com borracha já existia muito mais tempo...”
O foi empregado por que esse trecho está no:
(   ) Presente.                  (X) Passado.                 (   ) Futuro.

13 – Ao invés de chiclete, no singular, é possível escrever os itens de 1899 e 1906 no plural, com chicletes, sem mudar os sentidos. Escolha um desses itens e reescreva-o fazendo essa alteração para testar.
      1899 – Surgem os primeiros chicletes cor-de-rosa, que foram criados pelo norte-americano Franklin Canning.
      1906 – Foram inventados os chicletes de bola, com o nome de Blibber-Blabber.



quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): O CACAU É SHOW - DARLAN ALVES CARNEIRO - COM GABARITO

Música(Atividades): O cacau é show

                           
É tão doce sonhar
E recordar a própria história
Eu, que já fui dádiva celestial
Em misteriosas civilizações
Fui batizado de cacau
Caminhei entre Maias e Astecas
Consagrei o meu “valor”
Caí na graça e no gosto
Na taça do imperador

A nobreza da Europa, eu conheci
E num tal “mexe-mexe”, eu me vi
Ganhei um gosto especial
A mistura “deu carnaval”!

Sou rei entre os presentes
Se for falar de paixão
Nos sentidos dessa gente
Posso tocar um coração
Agradeço a cada sonhador
Que me deu forma, brilho e cor
Estou aqui pra festejar
Hoje sou o símbolo da vida,
Renasci nessa avenida
Na escolha popular

Tá na boca do povo:
“O Cacau é Show”!
Sou Rosas, Rosas de Ouro
Meu sabor te conquistou!
COMPOSITORES DO SAMBA-ENREDO: Armênio Poesia, Aquiles da Vila,
Chanel, Mauricio Paiva, Boldrini e Fred Viana.
Entendendo a canção:
01 – O que está sendo contado na letra desse samba?
      A história do chocolate, embora o termo que mais apareça seja “cacau”, que é matéria-prima do chocolate.

02 – Percebam que há rimas e versos curtos na letra do samba. Por que vocês acreditam que esses recursos foram utilizados?
       Por ser um samba-enredo, há a necessidade de que ele seja memorizado facilmente pelo público, a fim de que este possa cantá-lo quase que instantaneamente no momento do desfile. As rimas e os versos curtos auxiliam essa memorização.

03 – Analisem este verso: Consagrei o meu “valor”. Quais outras expressões confirmam essa “consagração”, ao longo dos versos?
      Dádiva celestial, sou rei entre os presentes, sou símbolo da vida, o cacau é show.

04 – Reparem que, no início, no meio e ao final da canção, os autores empregam as palavras doce, gosto especial e sabor.
a)   A qual dos sentidos humanos elas estão relacionadas?
Está relacionada ao paladar.

b)   Qual o efeito que isso causa?
O prazer que a ele se associa.

05 – Releia a letra do samba e numere seus versos:
        O sexto verso diz: Caminhei entre Maias e Astecas.
        O décimo verso diz: A nobreza da Europa eu conheci.
O samba diz que o chocolate caminhou entre os povos do “Novo Mundo”, isto é, da América; então, é possível concluir que:

(X) Maias e Astecas conheciam o chocolate, portanto o cacau é planta nativa da América.
(   ) Europeus trouxeram o chocolate para a América.
(X) O chocolate foi levado da América para a Europa.

06 – A história do chocolate foi contada pelos compositores em forma de samba-enredo. Para escrever essa letra, eles tiveram de pesquisar textos informativos sobre esse assunto. Em que tipo de material é provável que eles tenham buscado as informações?
(   ) Livros de poemas.
(X) Revistas.
(X) Enciclopédias.
(X) Internet.
(   ) Livros de contos de fadas.
(   ) Rótulos de chocolates.

07 – Em que ano a escola de samba Rosas de Ouro desfilou cantando o samba que você leu e ouviu? Faz quantos anos que aconteceu esse desfile?
      Foi em 2010; dependerá do ano em que se esteja realizando esta análise.

08 – Quantos compositores trabalharam na composição da letra e da melodia do samba? Quem interpretou?

      Foram seis compositores. E interpretou o samba, foi Darlan Alves Carneiro.

09 – Você concorda com a afirmação de eu O cacau é show? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.

POEMA: BEM-TE-VI - JOSÉ DE NICOLA - COM GABARITO

Poema: BEM-TE-VI   

        José de Nicola

Amigo gentil
todas as manhãs
me espera no fio.
Sempre feliz,
grita
assim que me vê:
- Bem-te-vi!
- Bem-te-vi!


Fiscal da natureza
sempre atento
nunca dá moleza.
Se a motosserra
fere
o jatobá,
o jacarandá,
ou o ipê,
ele logo vê,
e, nervoso, grita assim:
- Te-vi!
- Te-vi!
NICOLA, José de. Entre ecos e outros trecos. São Paulo: Moderna, 1991.
Entendendo o poema:
01 – Na primeira estrofe, que qualidades são atribuídas ao bem-te-vi?
      Amigo gentil, feliz.  
              
02 – O bem-te-vi do poema é fiscal da natureza? Por quê?
      Porque ele grita avisando quando tem alguém cortando árvores.   
        
03 – Explique com suas palavras o significado da expressão “nunca dá moleza”.                
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: nunca descuida; nunca facilita.

04 – No poema, “Bem-te-vi” é usado com duplo sentido. Quais são os sentidos em que essa palavra pode ser lida no poema?
      Como substantivo, é nome de passarinho; mas pode ser lida como uma frase do passarinho, que é ter visto algo muito bem.

05 – Em qual desses sentidos a expressão pode ser considerada uma frase verbal?
      É frase verbal quando a expressão representa a fala do passarinho afirmando que viu o que a motosserra fez.

06 – Como o bem-te-vi fica quando a natureza é agredida?         
      Ele fica nervoso.

07 – No final do texto, qual pode ter sido a intenção do poeta ao reduzir a expressão para Te-vi! Te-vi? 
      A intenção seria expressar a intensidade do nervosismo do passarinho diante da derrubada das árvores. A redução da expressão também pode indicar que ele não tem dúvida do que está vendo.

08 – Ao ser utilizado como nome de passarinho o substantivo bem-te-vi é composto, isto é, formado por mais de uma palavra. Transcreva do texto outro substantivo composto. 
      Motosserra.

09 – No texto Bem-te-vi, a palavra Natureza foi escrita com letra maiúscula, portanto, foi utilizada como um substantivo próprio. Na sua opinião, qual seria a justificativa para o uso da maiúscula?
      A razão provável é chamar a atenção para a Natureza, para mostrar quanto ela é importante.


CONTO: UM DESEJO E DOIS IRMÃOS - MARINA COLASANTI - COM GABARITO

Conto: Um desejo e dois irmãos
             Marina Colasanti

                         
        Dois Príncipes, um louro, e um moreno. Irmãos, mas os olhos de um azuis, e os do outro verdes. E tão diferente nos gostos e nos sorrisos, que ninguém os diria filhos do mesmo pai, rei que igualmente os amava.
        Uma coisa porém tinham em comum: cada um deles queria ser outro. Nos jogos, nas poses, diante do espelho, tudo o que um queria era aquilo que o outro tinha. E de alma sempre cravada nesse desejo insatisfeito, esqueciam-se de olhar para si, de serem felizes.
        Sofria o pai com o sofrimento dos filhos. Querendo ajudá-los, pensou um dia que melhor seria dividir o reino, para que não viessem a lutar depois da sua morte. De tudo o que tinha, deu o céu para seu filho louro, que governasse junto ao sol brilhante como seus cabelos. E entregou-lhe pelas rédeas um cavalo alado. Ao moreno coube o verde mar, reflexo de seus olhos. E um cavalo-marinho.
        O primeiro filho montou na garupa lisa, entre as asas brancas. O segundo filho firmou-se nas costas ásperas do hipocampo. A cada um, seu reino.
        Mas as pernas que roçavam em plumas esporearam o cavalo para baixo, em direção às cristas das ondas. E os joelhos que apertavam os flancos molhados ordenaram que subisse, junto à tona.
        Do ar, o príncipe das nuvens olhou através do seu reflexo, procurando a figura do irmão nas profundezas.
        Da água, o jovem senhor das vagas quebrou com seu olhar a lâmina da superfície procurando a silhueta do irmão.
        O de cima sentiu calor, e desejou ter o mar para si, certo de que nada o faria mais feliz do que mergulhar no seu frescor.
        O de baixo sentiu frio, e quis possuir o céu, certo de que nada o faria mais feliz do que voar na sua mornança.
        Então emergiu o focinho do cavalo marinho e molharam-se as patas do cavalo alado.
        Soprando entre as mãos em concha os dois irmãos lançaram seu desafio. Alinhariam os cavalos na beira da areia e partiriam para a linha do horizonte. Quem chegasse primeiro ficaria com o reino do outro.
        – A corrida será longa, – pensou o primeiro. E fez uma carruagem de nuvens que atrelou ao seu cavalo.
        – Demoraremos a chegar, – pensou o segundo. E prendeu com algas uma carruagem de espumas nas costas do hipocampo.
        Partiram juntos. Silêncio na água. No ar, relinchos e voltear de plumas. Longe, a linha de chegada dividindo os dois reinos.
        Os raios de sol passavam pela carruagem de nuvens e desciam até a carruagem de espumas. Durante todo o dia acompanharam a corrida. Depois brilhou a lua, a leve sombra de um cobriu o outro de norte mais profunda.
        E quando o sol outra vez trouxe sua luz, surpreendeu-se de ver o cavalo alado exatamente acima do cavalo marinho. Tão acima como se, desde a partida, não tivessem saído do lugar.
        Galopava o tempo, veloz como os irmãos.
        Mas a linha do horizonte continuava igualmente distante. O sol chegava até ela. A lua chegava até ela. Até os albatrozes pareciam alcançá-la no seu voo. Só os dois irmãos não conseguiam se aproximar.
        De tanto correr já se esgarçavam as nuvens da carruagem alada, e a espuma da carruagem marinha desfazia-se em ondas. Mas os dois irmãos não desistiam, porque nessa segunda coisa também eram iguais, no desejo de vencer.
        Até que a linha do horizonte teve pena. E devagar, sem deixar perceber, foi chegando perto.
        A linha chegou perto. E chegou perto.
        Baixou seu voo o cavalo alado, quase tocando o reflexo. Aflorou o cavalo marinho entre marolas. As plumas, espumas se tocaram. Céu e mar cada vez mais próximos confundiram seus azuis, igualaram suas transparências. E as asas brancas do cavalo alado, pesadas de sal, entregaram-se à água, a crina branca roçando já o pescoço do hipocampo. Desfez-se a carruagem de nuvens na crista da última onda. Onda que inchou, rolou, envolvendo os irmãos num mesmo abraço, jogando um corpo contra o outro, juntando para sempre aquilo que era tão separado.
        Desliza a onda sobre a areia, depositando o vencedor. Na branca praia do horizonte, onde tudo se encontra, avança agora um único príncipe, dono do céu e do mar. De olhos e cabelos castanhos, feliz enfim.

                                    Colasanti, Marina. Um desejo e dois irmãos.
Entendendo o conto:
01 – A história começa mostrando diferenças entre os dois príncipes. Mas os dois irmãos também tinham coisas comuns, isto é, semelhanças. Em que eram parecidos?
      Um queria ser o outro e um queria o que o outro tinha.

02 – Por que o rei resolveu dividir seu reino?
      Porque via que os filhos eram infelizes e queria ajudá-los.

03 – Levando em conta a parte do reino que cada príncipe recebeu, pode-se dizer que esse rei era muito mais poderoso que outros reis de histórias que conhecemos? Por quê?
      Sim. Porque seu reino era o céu e o mar.

04 – O rei tinha preferência por um dos filhos? Comprove sua resposta com elementos do texto.
      Não. No texto: “Rei que igualmente os amava.”

05 – Essa história tem rei e príncipes, mas não podemos dizer que é uma história verdadeira, que se passa no mundo real. Por quê?
      Porque possui muitos elementos fantasiosos do texto: o rei repartir o céu e o mar entre os filhos; um príncipe ter um cavalo alado; outro ter um cavalo-marinho para montar...

06 – Os príncipes não ficaram felizes com o que receberam do pai. Por quê?
      Porque um sentiu calor e outro sentiu frio, mas o que cada um queria era o reino do outro.

07 – Qual foi o desafio lançado pelos dois irmãos?
      Aquele que chegasse primeiro à linha do horizonte ficaria com o reino do irmão.

08 – Qual deles foi o vencedor? Por quê?
      Não houve vencedor, porque o tempo passava e nenhum dos dois conseguia ultrapassar o outro, como se não tivessem saído do lugar.

09 – As oposições entre os irmãos continuam. Veja:
·        Uma carruagem de nuvem X uma carruagem de espuma.
·        Relinchos e voltear de plumas no ar X silêncio na água.
Mas, há uma coincidência entre os desejos dos dois príncipes. Qual?
      Os dois desejam vencer.

10 – Explique o significado desta frase: “Na branca praia do horizonte, onde tudo se encontra...”
      No horizonte, tudo parece se juntar. É como se água e céu fossem uma coisa só.

11 – Quem foi o vencedor da disputa entre os dois irmão?
      Foi um terceiro que surgiu da mistura dos dois.

12 – O título que acabamos de ler é Um desejo e dois irmãos. Depois de conhecer a história, você daria outro título a ela? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.



CRÔNICA: CAROLINA - PATRICK SUSKIND - COM GABARITO

Crônica: Carolina  

         Patrick Suskind

    Na minha classe havia uma menina de nome Carolina Kuckelmann. Tinha os olhos escuros, sobrancelhas escuras e cabelos castanho-escuros, com uma tiara quase caindo sobre a testa. Na nuca e na covinha entre o lóbulo da orelha e o pescoço ela tinha uma penugem sobre a pele, que brilhava ao sol e estremecia de leve ao vento.

        Quando ria, com uma esplêndida voz rouca, ela estendia o pescoço e jogava a cabeça para trás, o rosto resplandecente de prazer, os olhos quase fechados. Eu seria capaz de ficar admirando aquele rosto para sempre – como aliás o fazia, sempre que podia, na aula ou durante o recreio. E sempre sorrateiramente, de modo tal que ninguém notasse, nem mesmo a própria Carolina, pois eu era muito tímido.
        [...]
        Certo dia – um sábado –, aconteceu um milagre. No meio do recreio, Carolina correu na minha direção, plantou-se à minha frente e disse:
        -- Ei, você ainda vai sozinho para a Vila de Baixo?
        -- Vou – respondi.
        -- Ah, então na segunda eu vou com você...
        [...]
        Comecei então os preparativos. No sábado e no domingo, rodei pelo bosque à procura de uma rota adequada. Pois de início estava estabelecido que eu não seguiria com Carolina pelo trajeto normal. Queria que ela conhecesse meus caminhos mais secretos, queria mostrar-lhe as curiosidades mais recônditas do bosque. O caminho para a Vila de Cima deveria empalidecer em sua memória diante das maravilhas que ela presenciaria ao longo das maravilhas que ela presenciaria ao longo do meu, do nosso caminho para a Vila de Baixo.
        Depois de longa ponderação, decidi-me por uma rota que, pouco além da orla do bosque, desviava-se à direita do caminho normal e, passando por um barranco, levava a uma touceira de abetos jovens, e dali, sempre em terreno pantanoso, seguia até uma área de árvores encorpadas, antes de despencar abruptamente para o lago. Essa rota era marcada por nada menos do que seis curiosidades que eu queria mostrar a Carolina, acompanhadas de meus comentários especializados. Tratava-se mais precisamente do seguinte:
a)   A casinha do transformador da rede elétrica, quase à beira da estrada, da qual provinha um zumbido contínuo e sobre cuja porta se via uma placa amarela com um relâmpago vermelho e o aviso: “Cuidado Alta Tensão Perigo de Vida”;
b)   Um grupo de sete arbustos de framboesas, com frutos maduros;
c)   Um cocho para corças – por então sem feno algum, mas com uma grande pedra de sal para elas lamberem;
d)   Uma árvore que, dizia-se, um nazista tinha usado para se enforcar depois da guerra;
e)   Um formigueiro de quase um metro de altura e um metro e meio de diâmetro; e finalmente, como ponto alto e final do passeio...
f)    Uma velha e maravilhosa faia, na qual eu tencionava subir com Carolina, para desfrutarmos, sentados num sólido galho a dez metros de altura, da incomparável visão do lago, de modo que eu pudesse inclinar-me sobre ela e soprar-lhe a nuca de leve.
        Roubei biscoitos do armário da cozinha e um copo de iogurte da geladeira, além de duas maçãs e uma garrafa de groselha da despensa. No domingo à tarde, fui guardar tudo isso – devidamente empacotado numa caixa de sapatos – na forquilha de uma árvore, para que tivéssemos provisões. De noite, na cama, repassei as histórias que contaria a Carolina e que a levariam às risadas – uma história para o caminho, outra para os momentos em cima da árvore. Acendi outra vez a luz, procurei minha chave de fenda na gaveta do criado-mudo e guardei na minha mochila escolar, para presentear Carolina com o meu mais valioso pertence. De volta para a cama, recapitulei as duas histórias, recapitulei em detalhes os eventos do dia seguinte, recapitulei várias vezes as etapas do caminho de a até f, bem como o local e o momento para a entrega da chave de fenda, recapitulei o conteúdo da caixa de sapatos, que já estava à nossa espera na forquilha lá no bosque (ah! nunca um encontro foi tão cuidadosamente preparado!) e por fim abandonei-me ao sono, acompanhado das suas doces palavras: “na segunda eu vou com você... na segunda eu vou com você...”.
        Na segunda-feira, o tempo estava lindo, perfeito. O sol brilhando suave, o céu estava aberto e azul como água, os melros revoavam pelo bosque e os pica-paus faziam alarde golpeando a madeira.
        [...]
        Apressei-me. Não podia me atrasar de jeito nenhum. Durante a aula, estive irrepreensível como nunca antes, para que o professor não encontrasse o menor pretexto para me deixar de castigo. Estive manso feito um cordeiro, mas também atento, obediente e aplicado – um aluno-modelo. Não olhei uma vez sequer para Carolina, forcei-me a não fazê-lo – ainda não! – proibi-me quase supersticiosamente de fazê-lo, como se pudesse perde-la por um olhar precipitado...
        Quando terminaram as aulas, aconteceu que as meninas tiveram que ficar uma hora a mais, não sei mais por que, talvez por alguma aula de trabalhos manuais ou por outra razão qualquer. De qualquer modo, só dispensaram os garotos. Não considerei trágico o incidente – ao contrário. Pareceu-me uma prova adicional que eu deveria superar – e superaria! –, dando ao tão ansiado encontro com Carolina a bênção da singularidade: uma hora inteira esperando um pelo outro!
        Fiquei esperando na bifurcação dos caminhos à Vila de Cima e à Vila de Baixo, a menos de vinte metros do portão. Nesse lugar projetava-se do chão uma pedra, uma rocha solta, de superfície lisa como a de um grande rochedo. A pedra tinha uma concavidade bem no meio, em forma de casco. Diziam que essa concavidade era uma pegada do diabo: ele teria pisoteado o chão por raiva aos camponeses do local, que há tempos imemoriais haviam construído ali uma Igreja. Sentei-me na rocha e fiquei matando o tempo, remexendo os dedos numa poça d’água que se acumulara na cova do diabo. Sentia o sol aquecendo minhas costas, o céu estava azul-marinho transparente, eu esperava e esperava e remexia na poça e não pensava em nada e me sentia indescritivelmente feliz da vida.
        Então, enfim, saíram as meninas. Primeiro uma verdadeira enxurrada e, só então, por último, ela. Fiquei de pé. Ela correu em minha direção, os cabelos castanhos saltitavam, a tiara dançando de lá para cá; ela usava um vestido amarelo-limão, eu estendi a mão para ela, ela parou na minha frente – como no recreio, alguns dias antes –, eu queria segurar sua mão, puxá-la par mim, melhor mesmo seria abraça-la e dar-lhe um beijo no meio da testa, ali mesmo; ela disse:
        -- Ei, você estava me esperando?
        -- Estava – respondi.
        -- Xi, hoje eu não posso ir com você. A amiga da minha mãe está doente, a minha mãe não vai lá na casa dela, e a minha mãe disse que...
        Seguiu-se um emaranhado de explicações que eu não consegui ouvir direito, quanto mais lembrar, porque a minha cabeça ficou meio entorpecida e as pernas meio bambas, e tudo de que me lembro é que, concluído o falatório, ela deu meia-volta e foi-se embora, toda amarelo-limão, pelo caminho à Vila de Cima, correndo para alcançar as outras meninas.

       SUSKIND, Patrick. A história do senhor Sommer. São Paulo:
Ática, 1997. p. 29-35 (Título nosso).
Entendendo a crônica:

01 – Releia a descrição que o narrador faz de Carolina no primeiro parágrafo do texto e responda: o que o atraía na garota eram as características físicas ou psicológicas?
      As características físicas.

02 – Entre os adjetivos abaixo, circule aqueles que NÃO podem ser usados para caracterizar o comportamento do narrador em relação a Carolina.
        Violento – sonhador – apaixonado – egoístafrio – retraído – tímido.

03 – Relacione cada um dos trechos abaixo a uma característica do narrador:
A – “[...] procurei minha chave de fenda na gaveta do criado-mudo e guardei na minha mochila escolar, para presentear Carolina com o meu mais valioso pertence”.
B – “Durante a aula, estive irrepreensível como nunca [...]”
C – “[...] esperava e esperava e remexia na poça e não pensava em nada e me sentia indescritivelmente feliz da vida.”
D – “[...] recapitulei as duas histórias, recapitulei em detalhes os eventos do dia seguinte, recapitulei várias vezes as etapas do caminho [...]”.
(D) Organizado.
(A) Carinhoso.
(B) Estudioso.
(C) Paciente.

04 – Para conquistar Carolina, o narrador decide visitar com ela uma série de curiosidades e dar-lhe de presente uma chave de fenda.
a)   O que essas curiosidades têm de especial?
Provavelmente são os pontos que costuma visitar por considera-los “maravilhosos”.

b)   Por que ele escolheu como presente uma chave de fenda?
Porque é seu “mais valioso pertence”.

c)   Você acha que Carolina iria gostar desse passeio e desse presente? Explique.
Resposta pessoal do aluno.

05 – Complete o trecho abaixo a fim de elaborar um resumo da narrativa:

        Depois de combinar com Carolina que iriam juntos para a Vila de Baixo, o narrador decide aproveitar a situação para conquistar a garota. Para atingir seu objetivo ele faz planos: escolhe o caminho, providencia alimentos, pensa nas histórias que contará a ela e resolve dar a ela sua chave de fenda.

        Além disso, durante a aula de segunda-feira, ele teve um comportamento exemplar, pois temia ser colocado de castigo. Como as meninas tiveram que ficar uma hora a mais na escola, o garoto esperou por Carolina. Quando ele a encontrou, veio a decepção: ela não iria com ele até a Vila de Baixo. Por isso, pode-se afirmar que o desfecho dessa história é malsucedido, já que o narrador-personagem não conseguiu realizar seu desejo.

06 – Na sua opinião, o que o narrador quis dizer ao usar as palavras ou expressões destacadas nos trechos a seguir?
a)   “[...] eu esperava e esperava e remexia na poça e não pensava em nada [...]”.
Ele quis reforçar a ideia de que a espera foi longa.

b)   “Então, enfim, saíram as meninas. Primeiro uma verdadeira enxurrada e, só então, por último, ela”.
Ele quis mostrar que saíram muitas meninas de uma só vez.

c)   “O caminho para a Vila de Cima deveria empalidecer em sua memória diante das maravilhas que ela presenciaria ao longo do meu, do nosso caminho para a Vila de Baixo.”
Ele quis dizer que o novo caminho seria tão bonito que Carolina nem mais se lembraria do caminho para a Vila de Cima.



TEXTO: CASTELOS - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Castelos


       Na Europa, há mais de 500 anos, algumas famílias moravam em castelos, construções geralmente feitas no alto de colinas, com paredes maciças e torres. Sua finalidade era oferecer maior proteção aos seus habitantes em caso de ataque inimigo.
        Por isso, suas janelas não eram maiores que o necessário para deixar entrar alguma luz e permitir que se vigiasse o campo e para deixar os flecheiros dispararem suas setas certeiras. Essas aberturas, estreitas e compridas, chamam-se seteiras.
        Alguns castelos têm janelas maiores: foram abertas mais tarde, quando as guerras ficaram mais raras.

              Angela Mari Chanoski e Gusso Rossana Aparecida Finau
                                          Letramento e Alfabetização.

Entendendo o texto:
01 – De acordo com a informação do início do texto, os castelos eram construídos para proteger seus habitantes. Isso explica por que, em geral, eles se localizavam em lugares altos, têm muralhas, torres. De que modo cada um desses detalhes funciona como meio de defesa?
      São recursos que dificultam a aproximação dos inimigos. Os soldados ficavam no alto das torres para vigiar.

02 – Como era a claridade dentro dos castelos? Que recurso provavelmente usavam para melhorar a iluminação?
      A claridade era pequena, pois não passava luz suficiente nem de dia. Usavam tochas de fogo e lamparinas. Não existia nem lampião.

03 – Na época em que os homens começaram a construir castelos, havia muitas guerras. Qual parte do texto comprova essa afirmação?
      O último parágrafo.

04 – As aberturas nas paredes do castelo chamam-se seteiras, em vez de janelas. Recebem esse nome porque:
(X) Eram usadas para o lançamento de setas em inimigos.
(   ) Em todos os castelos só havia sete janelas.

05 – Qual das duas afirmativas é a verdadeira:
(   ) Alguns castelos foram construídos com seteiras e outros, com janelas grandes.
(X) Em alguns castelos, depois de algum tempo, as seteiras foram transformadas em janelas grandes.

06 – Observe:
        Alguns castelos têm janelas maiores...”
Indique qual destas palavras pode substituir a que está em negrito sem modificar a informação;
(   ) Todos os castelos.
(X) Parte dos castelos.
(   ) Poucos castelos.
(   ) Vários castelos.