segunda-feira, 17 de setembro de 2018

CRÔNICA: PESCADORES - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

Crônica: Pescadores
                            Carlos Drummond de Andrade

        Domingo pé-de-cachimbo, todo domingo aquele esquema: praia, bar, soneca, futebol, jantar em restaurante. Acaba em chatura. Os quatro jovens executivos sonhavam com um programa diferente.
        — Se a gente desse uma de pescador?
        — Falou.
        Muniram-se do necessário, desde o caniço até o sanduíche incrementado, e saíram rumo à praia mais deserta, mais viscosa, mais sensacional.
        Lá estavam felizes da vida, à espera de peixe. Mas os peixes, talvez por ser domingo, e todos os domingos serem iguais, também tinham variado de programa — e não se deixavam fisgar.
        — Tem importância não. Daqui a pouco aparecem. De qualquer modo, estamos curtindo.
        — É.
        Peixe não vinha. Veio pela estrada foi a Kombi, lentamente. Parou, saltaram uns barbudos:
        — Pescando, hem? Beleza de lugar. Fazem muito bem aproveitando a folga num programa legal. Saúde. Esporte. Alegria.
        — Estamos só arejando a cuca, né? Semana inteira no escritório, lidando com problemas.
        — Ótimo. Assim é que todos deviam fazer. Trocar a poluição pela natureza, a vida ao ar livre. Somos da televisão, estamos filmando aspectos do domingo carioca. Podem colaborar?
        — Que programa é esse?
        — “Aprenda a Viver no Rio”. Programa novo, cheio de bossas. Vai ser lançado semana que vem. Gostaríamos que vocês fossem filmados como exemplo do que se pode curtir num dia de lazer, em benefício do corpo e da mente.
        — Pois não. O grilo é que não pescamos nada ainda.
        — Não seja por isso. Tem peixe na Kombi, que a gente comprou para uma caldeirada logo mais.
        Desceram os aparelhos e os peixes, e tudo foi feito com técnica e verossimilhança, na manhã cristalina. Os quatro retiravam do mar, em ritual de pescadores experientes, os peixes já pescados. O pessoal da TV ficou radiante:
        — Um barato. Vocês estavam ótimos.
        — Quando é que passa o programa?
        — Quinta-feira, horário nobre. Já está sendo anunciado.
        Quinta-feira, os quatro e suas jovens mulheres e seus encantadores filhos reuniram-se no apartamento de um deles — o que tivera a ideia da pescaria.
        — Vocês vão ver os maiores pescadores da paróquia em plena ação.
        O programa, badaladíssimo, começou. Eram cenas do despertar e da manhã carioca, trens superlotados da Linha Auxiliar, filas no elevador, escritórios em atividade, balconistas, telefonistas, enfermeiras, bancários, tudo no batente ou correndo para. O apresentador fez uma pausa, mudou de tom:
        “— Agora, o contraste. Em pleno dia de trabalho, com a cidade funcionando a mil por cento para produzir riqueza e desenvolvimento, os inocentes do Leblon dedicam-se à pescaria sem finalidade. Aí estão esses quatro folgados, esquecidos de que a Guanabara enfrenta problemas seríssimos e cada hora desperdiçada reduz o produto nacional bruto…”
        — Canalhas!
        — Pai, você é um barato!
        — E eu que não sabia que você, em vez de ir para o escritório, vai pescar com a patota, Roberto!
        — Se eu pego aqueles safados mato eles.
        — E o peixe, pai, você não trouxe o peixe pra casa!
        — Não admito gozação!
        — Que é que vão dizer amanhã no escritório!
        — Desliga! Desliga logo essa porcaria!
        Para aliviar a tensão, serviu-se uísque aos adultos, refrigerante aos garotos.
            Fonte: Carlos Drummond de Andrade. 70 Historinhas. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Entendendo a crônica:

01 – O texto “Pescadores” faz alusão a uma brincadeira de criança que consiste em recitar versos de cinco ou seis sílabas e que tem por finalidade divertir e ajudar a memorizar. Esse tipo de brincadeira chama-se parlenda.
        Identifique, no texto, que palavras fazem parte de uma parlenda. Você saberia recitá-la?
      Domingo pé-de-cachimbo... / Areia é fina, / Que dá no sino, / O sino é de ouro, / Que dá no besouro, / O besouro é valente, / Que dá no tenente, / O tenente é valente, / Que dá na gente, / A gente é valente, / Que senta o ... no batente.

02 – Que estratagema a equipe de televisão usou para cativar os jovens executivos?
      Elogiaram os jovens executivos pela escolha do programa de domingo: trocaram a poluição da cidade para ficar em contato com a natureza.

03 – Na sua opinião, a equipe de TV fez uso responsável da mídia? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

04 – Você acha que as pegadinhas são realmente feitas ao vivo ou são forjadas (armadas)?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Você concorda com esse tipo de programa? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Identifique no texto a pontuação usada com frequência nos diálogos. Transcreva algumas frases com exemplos desses sinais de pontuação.
      Travessão; dois-pontos, ponto de exclamação, de interrogação, reticências.

07 – O texto é rico em adjetivação. Como se pode verificar no quarto parágrafo, os adjetivos foram usados numa espécie de gradação para expressar aspectos extraordinários da praia. Agora é a sua vez. Reescreva as frases a seguir, usando adjetivação abundante para completa-las: “Ele era...”, “O mar estava...”, “Os quatro executivos...”.
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Pelo contexto da crônica e lendo o verbete de dicionário, anote que palavra da frase abaixo insinua uma ironia, isto é, algo contrário do que se pensa, em tom de zombaria:
“... em pleno dia de trabalho, com a cidade funcionando a mil por cento para produzir riquezas e desenvolvimento, os inocentes do Leblon dedicam-se à pescaria sem finalidade...”.
      A palavra “inocentes”.

09 – Nas 15 últimas linhas do texto, aparece muitas vezes o ponto de exclamação. Ele expressa sentimentos iguais ou diferentes das personagens? Explique.
·        “Canalhas!” expressa revolta.
·        “Pai, você é um barato!” expressa admiração, aprovação.
·        “E peixe, pai, você não trouxe o peixe!” expressa frustação.
·        “Não admito gozação!” expressa desaprovação.
·        “Que é que vão dizer no escritório!” expressa apreensão.
·        “Desliga! Desliga logo essa porcaria!” expressa ordem.

10 – Dentro da linguagem popular existe um tipo de falar, geralmente próprio de um grupo social, que se chama gíria. Identifique, no texto, palavras ou expressões consideradas gíria e anote-as.
      Falou, arejando a cuca, bossas, curtir, grilo, barato, paróquia, badaladíssimo, batente, patota.

11 – Um texto quase sempre utiliza palavras relativas ao tema / assunto que apresenta. Assim, num texto sobre futebol, podem aparecer: gol, impedimento, chutar, vitória, juiz, defender, rápido, violento, etc.
        Identifique no texto palavras relacionadas com o título, e que auxiliam na coesão e construção do texto em torno do assunto e escreva-as.
      Coesão lexical: pescador, caniço, piscosa, peixe, fisgar, pescando, caldeirada, pescadores, pescados, pescaria.


TEXTO: O COMPUTADOR LIBERTA(ENTREVISTA) - VEJA - COM GABARITO

Texto: O computador liberta (Entrevista)
    
    O pioneiro da era digital vê um mundo mais livre com a informática, que amplia o poder dos indivíduos e diminui o dos governos.

VEJA – A maneira como a cultura do computador está se impondo às pessoas não pode provocar uma reação dos indivíduos que se sentem escravizados por essa nova máquina?

NEGROPONTE – Primeiro, não tenha dúvida de que estamos no meio de uma revolução. (...) Na maioria dos casos o uso do computador realmente liberta as pessoas, dá-lhes mais poder e tempo de sobra para se divertir e trabalhar produtivamente.
        A suposta reação à cultura do computador, se existe mesmo, não é um movimento muito sério. Temas como pornografia cibernética, dinheiro digital e propriedade intelectual nas redes de computadores são muito complexos, trazem grande perturbação, e as pessoas não sabem exatamente como reagir a eles. Nem as pessoas nem as empresas e muito menos os governos. Tome o caso da Internet. A rede mundial de computadores se desenvolve num modelo francamente contrário aos interesses do Estado-nação. Os governos serão colocados diante de situações em que não poderão controlar o fluxo de capital e informações. A perda de controle é inevitável, não há mais como reverter esse processo.

VEJA – Alguns estudiosos acreditam que a revolução tecnológica promovida pelos computadores aumentará o abismo entre os países pobres e ricos. O que o senhor acha?

NEGROPONTE – Eu sou otimista com relação a isso. O abismo vai diminuir desde que os países saibam como abrir caminho para a revolução. Uma das razões para meu otimismo é o fato de o preço dos computadores estar caindo uma velocidade nunca vista em outro ramo da indústria em qualquer tempo. A enorme população jovem dos países do Terceiro Mundo pode vir a ter acesso às oportunidades de conhecimento e trabalho com que as gerações anteriores não puderam nem sonhar.

VEJA – O senhor acha que Albert Einstein se teria beneficiado com um computador?

NEGROPONTE – Sem dúvida.

VEJA – O senhor costuma dizer que, cedo ou tarde, os caminhos da televisão vão se cruzar com os do computador e logo não se poderá facilmente separá-los. Qual será a consequência disso?

NEGROPONTE – O surpreendente é que alguns programas de computador já são mais vistos do que os programas de televisão. O exemplo clássico é o Windows. (...) A consequência lógica da evolução que se observa hoje nesses campos é a fusão dos dois domínios. Isso vai implicar transformações profundas na programação e principalmente na legislação que hoje regula a atividade de imprensa, nos Estados Unidos e por extensão no mundo ocidental. A legislação atual não pode dar conta de uma nova realidade em que a programação de televisão será captada pelo computador, em cujo vídeo muita gente vai ler o jornal diário. O jornal diário, por sua vez, terá vídeo e som exatamente como o telejornal. Vai ser um desafio distinguir um do outro. Colocar ordem legal nesse mundo novo será um problema complexo. Haverá, certamente, muita tensão entre os empresários e o governo, mas os usuários sairão lucrando no final.

           Trechos da Entrevista com Nicholas Negroponte.
           Entrevistador: Eurípides Alcântara – Veja, abril 26 jul. 19995.
Entendendo o texto:
01 – Preencha a ficha sobre o texto:
Entrevistado: Nicholas Negroponte.
Entrevistador: Eurípedes Alcântara.

Publicação:
Nome do periódico: Revista Veja.
Data da publicação: 26 de julho de 1995.
Editora: Editora Abril.
Assunto: O computador como liberdade e como aumento do poder dos indivíduos, como fonte de informação.

02 – Que considerações faz o entrevistado sobre a força dos computadores e dos governos?
      O computador vai além das fronteiras, foge ao controle da lei e dos governos.

03 – Que pergunta você teria feito ao entrevistado?
      Resposta pessoal do aluno.

04 – Você concorda com o título do artigo, “O computador liberta”? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – O que mais lhe chamou a atenção na entrevista?
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Leia o texto com atenção e preencha as lacunas com as palavras abaixo:
        Ser admitida – experiência – não – importante – candidato.
O uso do computador.
Na verdade, o mundo está equivocado, virado pelo avesso por culpa do computador. Hoje, qualquer pessoa para ser admitida numa empresa, a primeira coisa que se pergunta é se tem experiência em informática e dificilmente estão admitindo quem não a tem, como se tal aprendizado fosse essencial, mais importante do que a educação, a capacidade realizadora e a honestidade do candidato.

07 – Observe o uso da crase nas frases
A cultura do computador está se impondo às pessoas.
Os jovens têm acesso às oportunidades de conhecimento e trabalho.
      Agora, responda o que é a crase?
      A crase é a contração da preposição a com o artigo feminino a. Indicamos a crase pelo acento grave: à, às.


ARTIGO DE OPINIÃO: VELOCIDADE MÁXIMA - MARTHA MEDEIROS - COM GABARITO

Texto: Velocidade máxima


        Para vencer na vida não é preciso deixar de viver

        Você está cansado de saber que hoje em dia não basta ter conhecimento: é preciso ser rápido. Rápido na tomada de decisões, no trato da informação, na geração de novas ideias (e na sua transformação em novos centros de receita), no desenvolvimento da própria carreira. Tornou-se imprescindível pensar rápido, agir rápido, ter um computador supersônico. No mundo dos negócios, não existe um código nacional de trânsito que limite a velocidade dos executivos. Se houvesse, recomendaria: corra. Multa, só para os lentos.
        Os devagar-quase-parando não se estressam para assumir um posto de comando. Sua motivação não está em conquistar prêmios ou um bônus mais polpudo. Não fazem hora extra e, se puderem escapar de uma reunião, tanto melhor. Estão em dia com seus batimentos cardíacos e seus níveis de colesterol. Dormem 8 horas por noite; não têm insônia. Passam os fins de semana na praia com o celular desligado. Encontram tempo para ver os filhos e os filmes em cartaz. Estão em casa na hora do Jornal Nacional. Profissionais de Neandertal.
        Voltar à caverna, no entanto, está sendo considerada uma atitude moderna. Ao menos é o que prega há anos o sociólogo napolitano Domênico De Masi, que viaja pelo mundo dando palestras que enaltecem as virtudes do ócio criativo. De Masi acredita que trabalhar 10 horas por dia aniquila a criatividade e que todos deveriam cortar pela metade sua carga horária, aproveitando o resto do tempo para fazer qualquer coisa longe das tarefas cotidianas do escritório. Vale bungeejump, vale meditação, vale ouvir Beatles.
        Há quem pense que essa desaceleração é zen-budista demais para quem tem metas concretas como comprar e vender ações na Bolsa de Nova York ou virar presidente de empresa antes dos 40 anos. Mas não há como negar que a inteligência e a cultura são, cada vez mais, os combustíveis que geram novos negócios e determinam a própria ascensão de um profissional. E nenhum dos fatores precisa do horário comercial para ser ativado. Podem estar em combustão durante um mergulho no mar, durante a leitura de um poema, durante uma cavalgada ecológica, talvez até durante o sexo. Durante é exagero. Depois do sexo.
        “Compatível com não perder tempo”. O conceito de velocidade anda cada vez mais flexível. Para alguns, ser ligeiro significa ultrapassar os ponteiros do relógio, executar um projeto a cada minuto, agendar reuniões, ler apenas livros técnicos, só fazer contatos que sejam política ou economicamente rentáveis e sentir uma culpa tremenda nos coffee breáks, como se parar fosse sinônimo de regredir.
        Já para o neo Neandertal, que prefere Saramago a Philip Kotler, e Marguerite Duras a Tom Peters, manter um ritmo comedido pode realmente fazer o trabalho render mais. São pessoas que não têm pressa de subir pelo elevador, por exemplo. Preferem subir pela escada, exercitando as pernas e a imaginação, ou jogando conversa fora com um desconhecido. Não têm a pressa de apresentar pareceres e pontos de vista em 60 segundos. Ao contrário, dedicam seu tempo a escutar os pontos de vista alheios. Não têm a pressa de engolir um sanduíche em pé no escritório; reservam um tempo para fazer da gastronomia um hobby. Sem pressa, eles não pegam atalhos: procuram caminhos com paisagem e assim não sofrem com taquicardias e infartos. O estresse envelhece antes da hora. Inclusive as ideias.
        O mundo se apresenta hoje como uma autoestrada alemã, livre de radares patrulhando a velocidade, onde quem tem mais potência e tecnologia pisa mais fundo, sem olhar para os lados. Você há de concordar que é tenso. Tirando levemente o pé do acelerador, o coração acalma e os olhos percebem melhor o que há nas laterais da pista. Pode-se trocar de música, ajeitar o retrovisor, prestar atenção no que diz o companheiro de viagem. Ou parar e provar uma fruta na beira da estrada. Faz-se tudo correndo muito menos risco de sofrer acidentes e chegando ao destino do mesmo jeito. Na moda, costuma-se dizer que “menos é mais”. Não é uma frase que se aplique literalmente ao mundo dos negócios. Mas sou obrigada a concordar tanto com De Masi quanto com Saramago: a velocidade máxima permitida para vencer é aquela que não nos deixa esquecer que, além da estrada, existe um troço chamado vida, sem a qual não faz o menor sentido chegar lá.

MEDEIROS, Martha. Exame. São Paulo: Abril, 15 dez. 1999. p. 218.
Entendendo o texto:
01 – Assim que terminamos de ler esse texto, percebemos que a autora quis expressar algumas ideias a respeito de um novo profissional que emerge nos dias atuais. Escreva um parágrafo resumindo a ideia principal do texto.
      A autora apresenta a teoria do sociólogo Domenico De Masi, segundo a qual as melhores ideias relacionadas ao mundo do trabalho surgem exatamente nos momentos de lazer – ou de ócio, para usar palavras do próprio sociólogo. Para apresentar tal teoria, ela compara o novo profissional, denominado por ela de neo Neandertal, com o executivo que não se desliga do trabalho em momento algum de sua vida. Percebe-se no texto uma clara preferência da autora pela visão moderna de profissional: aquele que trabalha seriamente, mas não abandona o lazer, a vida familiar, e atribui valor também ao aspecto humano nas relações entre pessoas.

02 – Antes de redigir seu texto, a autora certamente organizou suas ideias a fim de torná-lo coeso e coerente. É possível observar essa organização se nos detivermos em cada parágrafo para extrair a ideia desenvolvida em cada um. Releia o texto e resuma a ideia principal de cada parágrafo em uma frase.
      1° parágrafo: Expõe a teoria de que, para vencer na vida atualmente, é preciso muita rapidez, além de recursos e muito tempo dedicado ao trabalho.
      2° parágrafo: Faz referência a profissionais que não se deixam tiranizar pelo tempo e pelo trabalho (“Profissionais de Neandertal”). (Destacar que houve uma nítida intenção de construir uma antítese entre o primeiro e o segundo parágrafo.)
      3° parágrafo: Expõe a teoria do ócio criativo de De Masi.
      4° parágrafo: Revela a adesão da autora à teoria de que as boas ideias, fundamentadas na inteligência e na cultura, podem surgir nos momentos de lazer.
      5° parágrafo: Mostra a flexibilidade do conceito de velocidade; seu significado para os “rápidos”.
      6° parágrafo: Cita atitudes humanas diante dos fatos do novo profissional que tem ritmo comedido.
      7° parágrafo: Conclusão: Expressa concordância com o sociólogo e com o escritor Saramago, também citado no texto.

03 – Em que parágrafo a autora começa a expor realmente seu ponto de vista?
      Começa no 4° parágrafo.

04 – O que ela nos apresenta antes disso?
      Antes disso ela apresenta um rápido panorama das duas correntes existentes hoje no ramo dos negócios: no primeiro parágrafo, a corrente dominante, dos profissionais completamente envolvidos pelo trabalho; no segundo, a corrente contrária; no terceiro, a fundamentação teórica da segunda corrente, para ela, a mais moderna.

05 – Que recurso é utilizado pela autora para expor seu ponto de vista?
      Ela utiliza a comparação entre os dois modos de encarar o trabalho.

06 – Ao se organizar um texto tendo em vista a defesa de um ponto de vista, é muito importante a articulação entre os diversos parágrafos que o compõem. Esse trabalho garante a coesão entre as ideias expostas. Mostre como a autora faz essa articulação nos três primeiros parágrafos (observe em especial a utilização de conjunções e a forma como ela encadeia as ideias).
      Entre o primeiro e o segundo parágrafo há uma relação de oposição. No nível das palavras, essa relação se faz pela escolha de termos como “rápido” (quatro vezes), “os lentos”, “os devagar-quase-parando”. A autora apresenta as duas correntes contrárias, deixando que o leitor de certa forma considere a segunda um tanto absurda, pois não é senso comum achar que se valoriza um profissional como o descrito no segundo parágrafo. No terceiro, porém, ela apresenta a teoria que fundamenta essa corrente, mostrando ao leitor que no mundo atual há uma nova avaliação desses fatos. A locução conjuntiva responsável por essa ligação é no entanto.

07 – A partir do momento em que se observa uma tomada de posição da autora em relação ao assunto, percebe-se que ela apresenta argumentos para sustentar tal posição. Cite alguns desses argumentos.
      1° A inteligência e a cultura substituem o trabalho exaustivo no escritório. “E nenhum dos fatores precisa do horário comercial para ser ativado”;
      2° O fato de que o conceito de velocidade está cada vez mais flexível e a citação da frase do escritor Saramago: “Não ter pressa não é incompatível com não perder tempo”;
      3° A apresentação do “neo Neandertal” como uma pessoa bem mais humana do que o “rápido”, ideia reforçada pelas frases “O estresse envelhece antes da hora. Inclusive as ideias”;
      4° A imagem da autoestrada alemã.

08 – É possível dizer que, quando alguém defende um ponto de vista, também está tentando persuadir o interlocutor. Destaque alguns recursos persuasivos utilizados pela autora.
      Um recurso persuasivo é a linguagem utilizada pela autora, muitas vezes descontraída e brincalhona, para aproximar-se do leitor (talvez uma ironia a quem não acredite nesse novo profissional), quando usa expressões como “os devagar-quase-parando”, o “neo Neandertal”. Outro é a citação de frases de pessoas consagradas (como a do escritor José Saramago), que autorizam e amparam quem está defendendo uma ideia. A imagem da autoestrada alemã também é um recurso persuasivo, pois trata de forma concreta uma ideia abstrata, o que torna mais fácil sua compreensão.

09 – Como já vimos, dificilmente um texto é construído a partir de uma única voz; ao contrário, é muito comum encontrar, no meio de um discurso, o discurso de outrem. No texto em questão percebem-se, pelo menos, quatro vozes muito bem demarcadas. Identifique-as.
      A voz da “dona” do discurso, ou seja, a voz de Martha Medeiros, que assina o texto.
      A voz dos que defendem a velocidade como elemento fundamental para o sucesso no mundo moderno (marcada no texto por expressões como: “Você está cansado de saber que […]”; “Há quem pense […]”).

      A voz do sociólogo napolitano Domenico De Masi.
      A voz do escritor português José Saramago. Há, ainda, uma quinta voz demarcada no texto, em forma de discurso indireto, mas destacada por aspas: a de pessoas que vivem o mundo da moda e afirmam que “menos é mais”.

10 – Você concorda com o ponto de vista exposto nesse texto? Exponha sua opinião, fundamentando-a com argumentos convincentes.
      Resposta pessoal do aluno.

11 – Comente a seguinte afirmação: “De Masi acredita que trabalhar 10 horas por dia aniquila a criatividade e que todos deveriam cortar pela metade sua carga horária, aproveitando o resto do tempo para fazer qualquer coisa longe das tarefas cotidianas do escritório.”.
      Resposta pessoal do aluno.

12 – Na sua opinião, que implicações haveria no mundo do trabalho se essa medida fosse adotada?
      Resposta pessoal do aluno.

13 – Pra você no mundo atual essa ideia é possível?
      Resposta pessoal do aluno.


sábado, 15 de setembro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): NADA SERÁ COMO ANTES - MILTON NASCIMENTO - COM QUESTÕES GABARITADAS


ATIVIDADES COM A Música: Nada Será Como Antes

                                                      Milton Nascimento
Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

                           Composição: Milton Nascimento / Ronaldo Bastos
Entendendo a canção:
01 – Que crítica o eu lírico faz na canção?
      Crítica a uma época de grande opressão, a Ditadura Militar.

02 – Nos versos:
        “Sei que nada será como está
         Amanhã ou depois de amanhã
        Resistindo na boca da noite um gosto de sol”.
        De que fala o autor?
      O autor fala da noite como um tempo de escuridão, tristeza, mas ainda resiste um gosto de sol, que seria como a luz, a esperança.

03 – Em que verso o eu lírico diz que está sentindo a falta dos amigos, de quem não tem notícias?
      “Que notícias me dão dos amigos.”

04 – Por que o autor usa versos metafóricos na canção?
      Era o período da Ditadura Militar e ele expôs em versos metafóricos o drama dos que se preocupavam com o destino imprevisível dos exilados.



FILME(ATIVIDADES): COMO TREINAR O SEU DRAGÃO - CHRIS SANDERS - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): COMO TREINAR O SEU DRAGÃO
  
Data de lançamento 26 de março de 2010 (1h 33min)
Gênero Animação
Nacionalidade EUA

SINOPSE E DETALHES
        Na ilha de Berk, os vikings dedicam a vida a combater e matar dragões. Soluço (Jay Baruchel), filho do chefe Stoico (Gerard Butler), não é diferente. Ele sonha em matar um dragão e provar seu valor ao pai, apesar da descrença geral. Um dia, por acaso, ele acerta um dragão que jamais foi visto, chamado Fúria da Noite. Ao procurá-lo, no dia seguinte, Soluço não consegue matá-lo e acaba soltando-o. Só que ele perdeu parte da cauda e, com isso, não consegue mais voar. Soluço passa a trabalhar em um artefato que possa substituir a parte perdida e, aos poucos, se aproxima do dragão. Só que, paralelamente, Stoico autoriza que o filho participe do treino para dragões, cuja prova final é justamente matar um dos animais.

Entendendo o filme:

01 – Os criadores do filme "Como Treinar o seu Dragão" também deram origem a outros dois filmes. Quais são eles?
a)   Monstros vs Alienígenas e Kung Fu Panda.
b)   Madagascar e Shrek.
c)   Carros e Bee Movie.
d)   Kung Fu Panda e Shrek.
e)   Alvin e os Esquilos e Megamente.

02 – O filme "Como Treinar o seu Dragão" foi lançado em que ano?
      Foi lançado em 2010.

03 – Que parte do corpo o dragão capturado, Fúria da Noite só tinha pela metade, por que foi arrancada quando ele caiu na floresta?
a)   Rabo.
b)   Orelha.
c)   Pata.
d)   Asa.
e)   Língua.

04 – Complete: Quando Astride descobre que Soluço está cuidando de um dragão, Soluço fala "____ nos demos mal".
      Tantaram nos demos mal.”

05 – Depois que o Soluço diz ao pai que não quer matar dragões, o que ele faz?
a)   Ele chora.
b)   Ele ri.
c)   Ele fica bravo.
d)   Ele desmaia.

06 – Complete: Quando Soluço tenta mostrar a Astride como é bom voar em um dragão, Banguela voa e ainda dá as suas típicas giradinhas. Soluço diz a ele " Obrigado por não fazer nada seu réptil inútil.”

07 – Por que Soluço batizou o dragão de Banguela?
a)   Porque quando ele comeu o peixe ficou banguela.
b)   Porque é uma característica do dragão.
c)   Porque quando ele vai alimentar o dragão pensa que ele é banguela.
d)   Porque Soluço achava esse nome engraçado.
e)   Para combinar com o nome que tem a ver com boca.

08 – Complete: No começo do filme "Como Treinar o seu Dragão" Soluço diz "Os lugares costumam ter ratos ou mosquitos nós temos dragões".

09 – Qual é o dragão que possui duas cabeças?
a)   Gronel.
b)   Terror Terrível.
c)   Fúria da Noite.
d)   Pesadelo Monstruoso.
e)   Ziperarrepiante.

10 – Complete: No início do filme e no trailer que eles tem "E temos um pôr-do-sol súper charmoso"

11 – Qual o nome do pai do Soluço?
a)   Cabeça-dura.
b)   Bocão.
c)   Melequento.
d)   Stoico.
e)   Perna-de-peixe.