sábado, 9 de agosto de 2025

NOTÍCIA: FESTAS RELIGIOSAS E POPULARES - SECRETARIA DE TURISMO DA BAHIA - COM GABARITO

 Notícia: Festas religiosas e populares

        A cultura da matriz africana desenvolveu-se na Bahia paralelamente à do europeu. Fruto do sincretismo religioso, as festas populares, da forma como as conhecemos hoje, resultam da mistura de elementos que se convencionou chamar de sagrados e profanos.

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        Como não tinha acesso aos estabelecimentos onde os brancos protagonizavam as festas religiosas, os africanos ocupavam, nesses dias, as ruas próximas aos locais onde seus senhores se concentravam.

        Assim, manifestações culturais de diversas origens africanas proliferaram, a exemplo da capoeira, do maculelê e do samba de roda. Ainda hoje, milhares de pessoas vão às ruas para celebrar os santos padroeiros, sejam eles católicos ou africanos.

        É no ciclo de festas populares que o baiano manifesta sua fé, desde as comemorações dos orixás do candomblé, quando os terreiros fazem soar seus tambores, para seus filhos de santo dançarem, até as festas da religião católica, que ganham um cunho profano com muito samba de roda e barracas onde se servem bebidas e comidas variadas.

        O ciclo de festas tem início no dia 4 de dezembro, com a Festa de Santa Bárbara, e tem seu ápice na Lavagem do Bonfim, na Festa de Iemanjá e no Carnaval. No interior do estado, a influência africana aparece nas festividades promovidas em vários municípios.

        Festa da Boa Morte

        A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte nasceu nas senzalas, locais que abrigavam escravos negros nos engenhos de cana-de-açúcar, há cerca de 150 anos. É formada exclusivamente por mulheres negras que tinham o intuito de alforriar escravos ou dar-lhes fuga, encaminhando-os para o Quilombo do Malaquias, em Terra Vermelha, zona rural da cidade de Cachoeira.

        Com a abolição da escravidão, as irmãs aproximaram-se da Igreja Católica, fundando a entidade que funciona atualmente em um conjunto de quatro sobrados do século XVIII, restaurados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural – Ipac.

        A força dessas mulheres é sempre motivo de alegria e homenagens. Na cidade de Cachoeira, Recôncavo Baiano, todos os anos, no mês de agosto, acontece a Festa da Boa Morte. São cinco dias de comemorações. No primeiro dia, as irmãs saem em cortejo da Casa da Boa Morte para a Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, para recolher o esquife de Nossa Senhora.

        Em seguida, fazem uma breve procissão por apenas um quarteirão, com destino à capela da sede mais nova da irmandade, onde é celebrada uma missa em memória das irmãs falecidas. Logo depois, ocorre uma ceia na Casa da Boa Morte, com pão, vinho e frutos do mar. No restaurante dos dias acontecem missas, confissões, sentinelas, procissões nas ruas da cidade e apresentações de grupos de samba de roda e capoeira.

        Congada

        Mistura de herança africana com toques da cultura portuguesa, a Congada representa a coroação dos reis congos, que desfilam mascarados e trajados com fardas ornamentadas de ouro e diamantes, cercados do bailado dos guerreiros.

        Sua origem remonta ao ano de 1482, em um dos impérios negros mais importantes de todos os tempos: o Congo. Apesar de imponente, ruiu frente ao poderio das esquadras portuguesas em guerra pelo território, restando ao povo negro, aguerrido de força e fé, o título de Rei de Congo como homenagem em memória à dura batalha.

        No Brasil, está presente desde os tempos da colônia, quando os desfiles de congos eram a atenção principal nas festas organizadas pelas irmandades de escravos, por ocasião da coroação simbólica de reis e rainhas africanos ou afrodescendentes.

        Além de reminiscência de rituais africanos, a manifestação folclórica somou-se aos costumes das Congadas lusitanas, que ilustravam as comemorações de Nossa Senhora do Porto. A primeira apresentação oficial em terras baianas data de 6 de junho de 1760, no Paço do Conselho da cidade de Salvador, em festejo ao casamento da princesa real, D. Maria I, com D. Pedro III.

        A tradição segue com força e respaldo em Juazeiro, com adaptações que a afastam do formato tradicional, entoando cânticos em louvor à Virgem do Rosário durante suas comemorações, no último domingo do mês de outubro.

        Lindro Amor

        Lindro Amor é um peditório que se faz em benefício das festas de Nossa Senhora da Purificação ou São Cosme e Damião. O cortejo, formado por mulheres, homens e crianças, sai em visitação às casas, rogando saúde e prosperidade para os seus donos, professando a esperança de dias melhores e levando algo que simbolize a devoção.

        As mulheres vão sempre no meio, vestindo saias de roda estampadas e chapéu de palha enfeitados com tiras coloridas. Elas dançam e cantam, enquanto os homens seguem atrás, com calças brancas, batucando o pandeiro, tocando a viola ou a sanfona.

        Na frente, as crianças animam o saimento, carregando uma caixa vazia com a imagem dos santos e onde serão depositados as moedas para o preparo do caruru, a ser realizado nos sábados seguintes, até findar o mês de outubro.

        A tradição tem suas origens nos tempos da escravidão, quando os senhores de engenho permitiam que os escravos organizassem suas festas. Com o passar do tempo, o Lindro Amor – originário da expressão colonial portuguesa Lindo Amor – passou a ter conotações religiosas associadas às procissões e peditórios que antecedem aos carurus oferecidos aos santos e orixás. No caso de Nossa Senhora da Purificação, leva-se uma coroa em uma bandeja florida, junto à bandeira, enquanto os participantes entoam cânticos acompanhados de pandeiro e tambor.

        Conde, Candeias, Santo Amaro, São Francisco do Conde e São Sebastião do Passé são as principais localidades onde a manifestação acontece.

        Nego Fugido

        Folguedo variante do quilombo, é mantido há pelo menos um século pelos moradores de Acupe, distrito de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano. A encenação recria anualmente a tentativa de fuga de um escravo, que é caçado e amarrado, para depois comprar sua alforria. Os personagens que representam os negros, quando não estão correndo ou lutando, ficam em espécie de dança lenta, ao ritmo da música, que, segundo pesquisadores, possui ligação com o candomblé.

        A representação conta como os negros que fugiam eram perseguidos nas matas. Para se esconder dos feitores, vestiam-se de folhas de bananeiras. É uma manifestação popular única que se mantém desde o século XIX, originária de escravos africanos de origem nagô. Trata-se, na verdade, da recriação das lutas de resistência negra contra o regime escravocrata, encenada até hoje pelos moradores de Acupe, distrito do município de Santo Amar, no Recôncavo Baiano.

        Zambiapunga

        Herança africana, o Zambiapunga é um cortejo de homens mascarados, trajados com roupas coloridas e feitas com panos e papéis de seda, que sai às ruas durante a madrugada, dançando e acordando a cidade o som ecoante de enxadas, tambores, cuícas e búzios gigantes, usados como instrumentos de percussão.

        Dedicada ao deus supremo do candomblé de Angola, era inicialmente uma cerimônia para afugentar os maus espíritos. Com a utilização de máscaras, a manifestação chegou ao Estado através dos negros bantus, escravizados na região do Congo-Angola e trazidos para cá para trabalhar no plantio dos canaviais do Recôncavo e de grandes extensões de dendezeiros no litoral do Baixo-Sul.

        Não à toa, a região concentra forte expressão do costume folclórico, em especial nas cidades de Nilo Peçanha, Valença, Taperoá e Cairu. Em Nilo Peçanha, onde a tradição é mais forte, a festa acontece, tradicionalmente, na madrugada de 1° de novembro, Dia de Todos os Santos e véspera de Finados.

        Bembé do Mercado

        A Festa do Bembé do Mercado é realizada no dia 13 de maio, no município de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, desde 1889, para comemorar a abolição da escravidão. Organizada por pescadores e vendedores de peixes do Mercado Municipal de Santo Amaro, a festa reúne grupos de samba de roda, afoxés, maculelê e de capoeira, além de representantes dos terreiros de candomblé da região, para homenagear os orixás das águas, dos rios, dos lagos e da chuva, Oxum e Iemanjá. Durante três dias, a praça em frente ao Mercado Municipal, onde são armados barracas e barracões, fica repleta de gente para assistir ao festival de arte e religiosidade ancestral.

        O termo bembé tem origem iorubá e significa bater tambor. A festa é identificada como uma das mais genuínas expressões populares de reconhecimento e afirmação da negritude no Brasil, principalmente por formar um grande culto a céu aberto, realizado desde quando era proibido por lei bater tambor para os orixás.

Secretaria de Turismo da Bahia. Superintendência de Serviços Turísticos. Turismo étnico-afro na Bahia. Salvador: Fundação Pedro Calmon, 2009. p. 71-74.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 9º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 146-149.

Entendendo a notícia: 

01 – O que é o sincretismo religioso e como ele se manifesta nas festas baianas?

      O sincretismo religioso é a fusão de elementos de diferentes religiões. Nas festas baianas, ele se manifesta na mistura de elementos sagrados (de santos católicos e orixás do candomblé) e profanos (samba de roda, barracas, bebidas e comidas). O texto explica que, no ciclo de festas, o baiano celebra tanto os orixás quanto os santos padroeiros.

02 – Qual a origem da presença de festas populares nas ruas da Bahia?

      A origem remonta aos tempos da escravidão. Como os africanos e seus descendentes não tinham acesso aos estabelecimentos onde os brancos faziam suas festas, eles ocupavam as ruas próximas, desenvolvendo manifestações culturais próprias, como a capoeira, o maculelê e o samba de roda.

03 – Qual o propósito original da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte?

      A Irmandade, formada por mulheres negras, nasceu nas senzalas com o objetivo principal de alforriar escravos ou ajudá-los a fugir, encaminhando-os para um quilombo. A aproximação com a Igreja Católica e a função religiosa vieram após a abolição da escravidão.

04 – O que a Congada representa e qual a sua origem histórica?

      A Congada representa a coroação simbólica dos reis congos e é uma mistura da herança africana com a cultura portuguesa. Sua origem remonta a 1482, no Império do Congo, e celebra a memória da resistência do povo negro contra as esquadras portuguesas. No Brasil, tornou-se a principal atração nas festas de irmandades de escravos durante o período colonial.

05 – O que é o "Lindro Amor" e qual a sua finalidade?

      O "Lindro Amor" é um peditório que ocorre em cortejo, formado por homens, mulheres e crianças. Sua finalidade é arrecadar doações (moedas) em benefício das festas de Nossa Senhora da Purificação ou São Cosme e Damião. As doações são usadas para o preparo de um caruru, que é oferecido aos santos e orixás.

06 – Como o folguedo "Nego Fugido" se mantém vivo até hoje?

      O "Nego Fugido" é uma encenação que recria a tentativa de fuga de um escravo, sua perseguição, captura, e posterior alforria. É uma manifestação popular única, originária de escravos de origem nagô, que recria as lutas de resistência negra contra a escravidão e é mantida há pelo menos um século pelos moradores de Acupe, distrito de Santo Amaro da Purificação.

07 – Qual a origem da manifestação Zambiapunga e o que ela simboliza?

      A Zambiapunga é uma herança africana, trazida pelos negros bantos da região do Congo-Angola. Era inicialmente uma cerimônia para afugentar maus espíritos. O cortejo de homens mascarados e coloridos, que sai de madrugada com instrumentos de percussão, simboliza essa tradição ancestral e é uma celebração ao deus supremo do candomblé de Angola.

08 – Quando e onde a tradição da Zambiapunga é mais forte?

      A tradição da Zambiapunga tem uma forte expressão folclórica em cidades do Baixo-Sul da Bahia, como Nilo Peçanha, Valença, Taperoá e Cairu. Em Nilo Peçanha, onde a tradição é mais forte, a festa acontece na madrugada de 1º de novembro, Dia de Todos os Santos.

09 – O que significa "Bembé" e qual o propósito da Festa do Bembé do Mercado?

      O termo "bembé" tem origem iorubá e significa "bater tambor". A Festa do Bembé do Mercado é realizada desde 1889, em Santo Amaro da Purificação, para comemorar a abolição da escravidão. É uma das mais genuínas expressões de afirmação da negritude no Brasil, pois reúne grupos de samba, afoxé e candomblé em um culto a céu aberto.

10 – A quem a Festa do Bembé do Mercado presta homenagem?

      A festa, que é organizada por pescadores e vendedores, homenageia os orixás das águas, dos rios, dos lagos e da chuva: Oxum e Iemanjá. Essa homenagem reflete a forte ligação da comunidade com a natureza e com suas divindades africanas.

 

REPORTAGEM: UM ENSINO DIFERENTE - FRAGMENTO - VINICIUS GALLON - COM GABARITO

 Reportagem: Um ensino diferente – Fragmento

        Com mais de oito milhões de jovens frequentando o Ensino Médio em todo o Brasil, desafio é criar uma educação inovadora e atraente

        Com a proposta de incentivar as redes estaduais de educação a diversificar os currículos escolares e tornar a escola um espaço mais atraente para os alunos, o Ministério da Educação (MEC) criou o projeto Ensino Médio Inovador. Pela proposta, as instituições de ensino participantes podem incluir, na grade de aula, atividades que integrem educação escolar e formação cidadã.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9AC3V7HBTgJLRvgfafkhnJiCrVdVgcPgw3BkLUIdHlkSKFgLo-CzAYmH1kuxZncJ90Y9gB2EJ8CujH3hCLT-T73YXa00ZTcE0xOZdSRlVMdHwbQFRpzYNKNuCaIet-bnnK_bLV_JW0UU9c68930eVykh8clgiCj1SXEx6aWDAQg49Wy7rvSzBB0EOnC4/s320/aula%20sala%20regiao.jpg


        Iniciada neste ano, participam dessa primeira etapa do projeto 357 escolas em todo o Brasil, totalizando mais de 296312 alunos matriculados. O Paraná é o Estado com maior número de escolas participantes, com 84 instituições, seguido do Pará, que possui 34. O MEC convidou todos os Estados, mas apenas 17, e o Distrito Federal, toparam aderir ao novo modelo de Ensino Médio, que somou recursos de R$ 22,6 milhões, destinados pelo governo federal.

        No Ensino Médio Inovador, uma das mudanças sugeridas pelo MEC é o aumento da carga horária de aulas, que passa das atuais 2400 horas para 3000 horas ao final dos três anos letivos. Outra mudança é a possibilidade de deixar o aluno escolher, pelo menos, 20% da grade curricular que irá estudar, dentro das atividades que a escola oferece. Também faz parte da proposta incluir aulas em laboratórios, valorizar a leitura e garantir formação cultural.

        Ilka Madeira Basto, que está na coordenação de Ensino Médio do Ministério da Educação, explica que o programa tem alguns indicativos a serem seguidos, que garantem as disciplinas básicas, como Língua Portuguesa e Matemática. “Quando falamos de ‘inovador’, esperamos que a escola tenha a oportunidade de adequar e pensar a educação de acordo com a sua realidade local, tendo os eixos trabalho, ciência, tecnologia e cultura”, fala Ilka. Entre as atividades oferecidas pelas escolas estão oficinas de hip-hop, rádio escola, banda fanfarra e instalações de cineclubes.

        No Amapá, oito escolas foram contempladas com o projeto, quatro em Macapá e quatro em Santana, cidade a 20 quilômetros da capital. O projeto foi inicialmente implantado em conjunto com avaliações anteriores do Ensino Médio da região. A carga horária da escola foi ampliada para 3600 horas e cada unidade trabalha de forma diferente com o projeto, de acordo com a realidade de cada localidade. “O maior avanço diz respeito à evasão escolar, que diminuiu consideravelmente. Uma grande conquista também é o aumento de participações em olimpíadas (de Matemática e Português) e nos índices do ENEM. Além disso, acreditamos que o projeto trabalha o aluno enquanto cidadão e membro de uma comunidade”, conta o gerente do Núcleo do Ensino Médio de Macapá e Região (AP), Antônio Carlos Favacho. As ações realizadas nas escolas do Amapá incluem aulas de teatro, implantação de salas específicas para o uso de diversas mídias (midiatecas) e exibição de filmes, além de permitir que a escola fique aberta à comunidade nos finais de semana. “Além disso, fornecemos treinamento específico para os professores. Acreditamos que o Ensino Médio Inovador contempla tanto alunos quanto professores”, diz Antônio.

        Pelo Brasil, além do Ensino Médio Inovador, outras propostas de “revolucionar” a educação acontecem. A seguir, você confere duas iniciativas, feitas no Paraná e Ceará, com a intenção de ter um espaço educativo construído por alunos e professores.

        Transformando experiência em conhecimento

        Em Curitiba (PR), materiais didáticos são criados a partir das experiências vivenciadas nas salas de aulas.

        Ainda hoje, salvo raras exceções, o modelo vigente de educação no Brasil carrega heranças do período medieval, em que a Igreja era detentora de todo o conhecimento e transmitia as orientações que julgava necessárias para o povo. [...]

        Na contrapartida desse modelo tradicional de educação, um programa realizado no Paraná tem gerado ótimas experiências e resultados para os alunos, professores e estudiosos da educação. Trata-se do “Projeto Folhas”, criado a partir da necessidade de produzir materiais didáticos que fossem frutos das experiências vivenciadas nas salas de aulas por professores atuantes na educação básica e pública do Estado. “Acredito que por serem registros de suas experiências cotidianas, em sala de aula, as publicações refletem, ao mesmo tempo, as dificuldades enfrentadas no ensino de determinados conteúdos e as alternativas metodológicas criativas encontradas pelos professores. Esse processo é então registrado no ‘Folhas’ e socializado com outros professores que diariamente passam por situações semelhantes e encontram nesses textos um suporte pedagógico que os auxilie também”, relata um dos coordenadores do projeto, o professor Marcelo Cabarrão.

        [...]

        Conhecimento técnico

        Em Fortaleza (CE), escola prepara estudantes para o mercado de trabalho.

        Foi-se o tempo em que os estudantes preocupavam-se apenas com as provas e trabalhos da escola. Na rotina das instituições de ensino profissionalizantes, os alunos buscam. Além do aprendizado tradicional, conhecimentos que possam orientá-los para o mercado de trabalho. Na escola de ensino profissionalizante Marwin, localizada no Bairro Pirambu, em Fortaleza (CE), essa é a realidade dos estudantes de Ensino Médio.

        No Marwin, os alunos estudam em dois turnos (manhã e tarde) e têm aulas tradicionais aliadas ao conhecimento de um curso técnico que escolhem no ato da matrícula. No total são nove aulas todos os dias. A instituição oferece cursos de Enfermagem, Informática e Turismo desde março de 2009. Este ano, os alunos também puderam escolher entre Modelagem e Vestuário ou Hospedagem.

        A grade curricular dispõe que os estudantes vejam as disciplinas do Ensino Técnico juntamente com as disciplinas tradicionais de forma integrada. Dessa forma, durante a manhã os alunos podem estudar Matemática e depois uma disciplina de Informática, por exemplo. No último ano, os alunos fazem um estágio supervisionado organizado pela escola, que os encaminha a uma determinada instituição. As aulas de campo reforçam o aprendizado, já que os alunos têm a possibilidade de conhecer empresas de sua área de atuação.

        A estudante de Vestuário Paula Franciar, de 15 anos, diz que o curso profissionalizante é uma oportunidade única para garantir um futuro melhor para ela, pois as possibilidades de entrar logo no mercado de trabalho são maiores com os conhecimentos adquiridos no curso.

        [...]

        A coordenadora Maria do Socorro do Amaral aponta que a escola possibilita um amadurecimento aos alunos e uma preparação melhor para o ingresso na universidade. “O aluno fica mais preparado para enfrentar os desafios do cotidiano”, diz. A coordenadora comenta que um dos destaques da escola Marwin é o projeto Diretor da Turma, no qual cada professor é responsável por uma sala de aula. Assim, cada docente acompanha o rendimento dos alunos e entra em contato coma família para informa-los do resultado dos estudantes. A coordenadora informa ainda que o projeto é eficaz, pois os docentes têm tempo de se dedicar a ele já que também estão na escola em tempo integral.

Vinícius Gallon (Virajovem Curitiba, PR), Caroline Brito (Virajovem Fortaleza, CE), Sâmia Pereira (Virajovem São Paulo, SP) e Rafael Stemberg. Um ensino diferente. Revista Viração, n° 67, p. 18-21, edição especial, 2010.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 9º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 191-193.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual é o principal objetivo do projeto Ensino Médio Inovador, de acordo com o texto?

A – Aumentar o número de escolas participantes em todo o país para atingir todas as 27 unidades da federação.

B – Focar exclusivamente na preparação dos alunos para o ENEM e olimpíadas de conhecimento.

C – Incentivar as redes estaduais a diversificar os currículos e tornar a escola um espaço mais atraente para os alunos.

D – Oferecer aulas de hip-hop, rádio escola e cineclubes para entreter os alunos.

02 – De acordo com a reportagem, qual é a principal mudança na carga horária de aulas proposta pelo Ensino Médio Inovador?

A – A carga horária é reduzida para 2000 horas, permitindo que os alunos tenham mais tempo para atividades extracurriculares.

B – O projeto não altera a carga horária, apenas a distribuição das disciplinas ao longo do ano.

C – A carga horária é aumentada de 2400 horas para 3000 horas ao final dos três anos letivos.

D – A carga horária passa de 2400 horas para 3600 horas em todas as escolas participantes.

03 – Um dos indicativos do programa 'Ensino Médio Inovador' é a oportunidade da escola adequar e pensar a educação de acordo com a sua realidade local, tendo como eixos principais:

A – Esportes, artes, tecnologia e sustentabilidade.

B – Trabalho, ciência, tecnologia e cultura.

C – Matemática, redação, laboratórios e projetos de pesquisa.

D – Língua Portuguesa, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas.

04 – Segundo a reportagem, qual foi um dos maiores avanços do projeto no Amapá?

A – A diminuição considerável da evasão escolar.

B – A abertura de novas escolas em Santana, cidade a 20 quilômetros da capital.

C – O fornecimento de treinamento específico para os professores de todas as escolas do estado.

D – A criação de novos cursos profissionalizantes para os alunos.

05 – Qual é a principal proposta do 'Projeto Folhas', de Curitiba (PR)?

A – Produzir materiais didáticos a partir das experiências vivenciadas nas salas de aulas por professores.

B – Adotar um modelo de educação tradicional, focado em conteúdos específicos.

C – Incentivar as olimpíadas de Matemática e Português nas escolas da região.

D – Fazer os alunos estudarem em dois turnos para aprimorar os conhecimentos técnicos.

06 – Como a Escola de Ensino Profissionalizante Marwin, em Fortaleza (CE), organiza a grade curricular para seus estudantes?

A – Os estudantes veem as disciplinas do Ensino Técnico juntamente com as disciplinas tradicionais de forma integrada.

B – Os alunos fazem um estágio supervisionado no primeiro ano para conhecerem a área de atuação.

C – Os alunos estudam as disciplinas tradicionais pela manhã e os cursos técnicos à tarde, de forma separada.

D – A escola foca apenas em disciplinas do Ensino Técnico, eliminando as disciplinas tradicionais.

07 – Qual é a função do projeto 'Diretor da Turma' na escola Marwin, em Fortaleza (CE)?

A – Selecionar os alunos mais talentosos para participarem de olimpíadas e competições externas.

B – Permitir que cada professor seja responsável por uma sala de aula, acompanhando o rendimento dos alunos e o contato com a família.

C – Atribuir um aluno monitor para cada sala, responsável por auxiliar os colegas com dificuldades.

D – Organizar as aulas de campo e os estágios supervisionados dos alunos.

 

NOTÍCIA: MANDA VÊ - FRAGMENTO - MAYARA MANTOVANI - COM GABARITO

 Notícia: Manda vê – Fragmento

        Mayara Mantovani

        Qual a receita para tornar a escola um espaço mais agradável entre os que a frequentam? Essa resposta, com certeza, todos (estudantes, educadores, governos e sociedade civil) gostariam de tê-la. Em todo o mundo, é consenso que a educação é uma questão fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade. Mas infelizmente, alcançar um nível educacional de qualidade tem sido uma tarefa difícil para os governos e gestores de educação. Principalmente no que diz respeito ao Ensino Médio, fase escolar que pode ser compreendida de diferentes maneiras.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuDbDeoFdzyFqKgOAIQUlSrlQ88rzqHz1J5pM3wtS-ppnjIcEOmzSId6AKz4POhz5NScAAxcjxkyiLHwCD8a4zaDi9UZZ3l6ZNSdbf8_tHm4cB1J_4rFTIgpS-Y3tz8tQRP8TVQgEvDAqjshJC2QrnRc6XmuvGgQbZ0AOwgDwA1LYJ1MrKiQm0g4qI51E/s320/pngtree-high-school-students-talk-to-the-teacher-png-image_2245069.jpg

        Alguns o têm como a ponte para a entrada na universidade e, consequentemente, a conquista de um bom cargo profissional no futuro. Essa visão faz com que escolas, públicas e privadas, preparem o aluno para apenas um fim específico: passar nos vestibulares mais concorridos do País. E tentam, a todo custo, garantir o máximo de seus alunos entre os primeiros na lista de egressos de cursos como Medicina e Engenharia. Já outras pessoas encaram o Ensino Médio como a oportunidade de ampliar a formação cidadã do estudante, valorizando suas habilidades e incentivando a busca pela descoberta do novo.

        [...] E para entender melhor o que a moçada pensa sobre o Ensino Médio, os Conselhos Jovens da Vira Campinas (SP) e Goiânia (GO) foram ouvir a opinião de alguns estudantes sobre o assunto, que você confere a seguir:

      Qual o Ensino Médio que você deseja?

        Izabella Mantovani, 16 anos, Campinas (SP).

        “Professores mais competentes. Uma melhor qualidade na educação, tanto na escola (estrutura) quanto nos livros didáticos”.

        João Paulo Pucinellei, 20 anos, Caldas Novas (GO).

        “Acredito que o Ensino Médio tem que ser um lugar que dá conta de garantir aos jovens uma leitura do mundo, apontando horizontes e potencializando a elaboração de projeto de vida”.

        Janis de Oliveira, 18 anos, Campinas (SP).

        “Queria que tivesse um preparo mais forte para o vestibular e para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). E que o esporte estivesse mais presente nas escolas”.

        Luana Gonçalves, 17 anos, Campinas (SP).

        “Melhores professores, que dão mais atenção aos alunos, e salas adequadas”.

        Vanilson Farias, 16 anos, Senador Canedo (GO).

        “Quero um Ensino Médio que aproxima o aluno da escola, com aulas menos chatas, divertidas, usando ferramentas como a música par deixa-las mais alegres e interessantes”.

        Raissa Katia Rodrigues, 19 anos, Campinas (SP).

        “Professores que ensinem com mais dedicação e que respeitem mais os alunos”.

        Thais Pereira dos Santos, 17 anos, Goiânia (GO).

        “Eu quero um Ensino Médio que me prepare para a universidade pública. E que não haja discriminação entre os alunos de ensino públicos e privado”.

        Michelly Bezerra Guedes, 15 anos, Goiânia (GO).

        “O Ensino Médio que quero deveria ser aquele que nos ajuda a ter uma base para a vida profissional”.

        Wellington Fernandes, 17 anos, Campinas (SP).

        “Que os professores se interessem em dar matéria e que sejam mais focados no assunto”.

Mayara Mantovani (Virajovem Campinas, SP) e Érika Pereira (Virajovem Goiânia, GO). Manda vê. Revista Viração, n. 67, p. 6-7. Edição especial, 2010.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 9º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 188-189.

Entendendo a notícia: 

01 – Qual é o consenso, em nível global, sobre a educação mencionado no início do texto?

      O texto afirma que, em todo o mundo, é consenso que a educação é uma questão fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade.

02 – O texto apresenta duas visões opostas sobre o Ensino Médio. Quais são elas?

      Uma visão é que o Ensino Médio serve como uma ponte para a entrada na universidade, preparando o aluno para passar em vestibulares. A outra o encara como uma oportunidade de ampliar a formação cidadã do estudante.

03 – De acordo com o texto, qual era o objetivo da pesquisa realizada pelos Conselhos Jovens da Vira Campinas e Goiânia?

      O objetivo da pesquisa era ouvir a opinião dos jovens sobre o Ensino Médio para entender o que eles pensam sobre o assunto.

04 – Quais são as principais críticas e desejos dos estudantes em relação aos professores?

      Muitos estudantes, como Izabella, Luana, Raissa e Wellington, pedem por professores mais competentes, dedicados, que deem mais atenção aos alunos, que se interessem em ensinar a matéria e que os respeitem.

05 – Dois estudantes, João Paulo Pucinellei e Michelly Bezerra Guedes, oferecem visões sobre o propósito do Ensino Médio. Quais são elas?

      João Paulo Pucinellei acredita que o Ensino Médio deve dar aos jovens uma "leitura do mundo" e ajudá-los a elaborar um projeto de vida. Já Michelly Bezerra Guedes deseja um Ensino Médio que ajude a ter uma base para a vida profissional.

06 – Além do preparo acadêmico, o que o estudante Janis de Oliveira gostaria de ver mais presente nas escolas?

      Além de um preparo mais forte para o vestibular e o Enem, Janis de Oliveira gostaria que o esporte estivesse mais presente nas escolas.

07 – Quais estudantes mencionam a preparação para a universidade como um ponto fundamental para o Ensino Médio ideal?

      Janis de Oliveira, que deseja um preparo mais forte para o vestibular e o Enem, e Thais Pereira dos Santos, que quer um Ensino Médio que a prepare para a universidade pública.

 

TEXTO: A MILENAR ARTE DE EDUCAR DOS POVOS INDÍGENAS - DANIEL MUNDURUKU - COM GABARITO

 Texto: A milenar arte de educar dos povos indígenas

        Por: Daniel Munduruku

        Educar é dar sentido. É dar sentido ao nosso estar no mundo. Nossos corpos precisam desse sentido para se realizar plenamente. Mas também nossos corpos são vazios de imagens e elas precisam fazer parte da nossa mente para possamos dar respostas ao que se nos apresenta diuturnamente como desafios da existência. É por isso que não basta dar alimento apenas ao corpo, é preciso também alimentar a alma, o espírito. Sem comida o corpo enfraquece e sem sentido é a alma que se entrega ao vazio da existência.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-P3U5oczYgln6jkbVG_C0mZVGhzSYmZYUp6MCW5P6kKJlFToqcEihamkzUEDy9ehPnA8OXda49zNfYWeO1aj1ODEWkWH5f9dpDkxpFQAY76xQtwNlSneCuNNYmdtL3OoL5WB1vRSf97OZ7vINpcTTGNulZZXiR45vxC55d7DgdmNfybMofbGDJAC3N9U/s320/Brasil-Indigena_kraho_-Foto-Renato-SoaresX-e1523888683885.jpg


        A educação tradicional entre os povos indígenas se preocupa com esta tríplice necessidade: do corpo, da mente e do espírito. É uma preocupação que entende o corpo como algo prenhe de necessidades para poder se manter vivo.

        Esta visão de educação é sustentada pela ideia de que cada ser humano precisa viver intensamente seu momento. A criança indígena é, então, provocada para ser radicalmente criança. Não se pergunta nunca a ela o que pretende ser quando crescer. Ela sabe que nada será se não viver plenamente seu ser infantil. Nada será por que já é. Não precisará esperar crescer para ser alguém. Para ela é apresentado o desafio de viver plenamente seu ser infantil para que depois, quando estiver vivendo outra fase da vida, não se sinta vazia de infância. A ela são oferecidas atividades educativas para que aprenda enquanto brinca e brinque enquanto aprende num processo contínuo que irá fazê-la perceber que tudo faz parte de uma grande teia que se une ao infinito.

        Num mesmo movimento ela vai sendo introduzida no universo espiritual. Embalada pelas histórias contadas pelos velhos da aldeia, a criança e o jovem passam a perceber que em seu corpo moram os sentidos da existência. Este sentido é oferecido pela memória ancestral concentrada nos velhos contadores de histórias. São eles que atualizam o passado e o fazem se encontrar com o presente mostrando à comunidade a presença do saber imemorial capaz de dar sentido ao estar no mundo.

        Este processo todo é alimentado por rituais que lembram o passado para significar o presente. São movimentos corpóreos embalados por cantos e danças repetidos muitas vezes com o objetivo de “manter o céu suspenso”. A dança lembra a necessidade de sermos gratos aos espíritos criadores; contam que precisamos de sentidos para viver dignamente; ordena a existência. Cada grupo de idade ritualiza a seu modo. Cada um se sente responsável pelo todo, pela unidade, pela continuidade social.

        Educar é, portanto, envolver. É revelar. É significar. É mostrar os sentidos da existência. É dar presente. E não acaba quando a pessoa se “forma”. Não existe formatura. Quem vive o presente está sempre em processo.

        É por isso que a criança será sempre criança. Plenamente criança. Essa é a garantia de que o jovem será jovem no seu momento. O homem adulto viverá sua fase de vida sem saudades da infância, pois ele a viveu plenamente. O mesmo diga-se dos velhos. O que cada um traz dentro de si é a alegria e as dores que viveram em cada momento. Isso não se apaga de dentro deles, mas é o que os mantém ligados ao agora.

        Resumo da ópera: A educação tradicional indígena tem dado certo. As pessoas se sentem completas quando percebem que a completude só é possível num contexto social, coletivo. Cada fase porque passa um indígena – desde a mais tenra idade – alimenta um olhar para o todo, pois o conhecimento que aprendem e vivem é um saber holístico que não se desdobra em mil especialidades, mas compreende o humano como uma unidade integrada a um Todo maior e Único.

        Olhar os povos indígenas brasileiros a partir de uma visão rasa de produção, de consumo, de riqueza e pobreza é, no mínimo, esvaziar os sentidos que buscam para si.

        Pense nisso.

        Xipat Oboré (Tudo de Bom!).

Daniel Munduruku. Disponível em: http://danielmunduruku.blogspot.com/2010/04/milenar-arte-de-educar-dos-povos.html. Acesso em: 17 abr. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 9º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 204-205.

Entendendo o texto:

01 – Qual é a definição de educar, segundo o autor?

      Segundo o autor, educar é dar sentido ao nosso estar no mundo, alimentando não apenas o corpo, mas também a alma e o espírito.

02 – De que forma a educação tradicional indígena aborda a infância?

      A educação indígena provoca a criança a ser radicalmente criança, vivendo plenamente sua fase atual. Não se pergunta o que ela será quando crescer, pois ela já é alguém. O objetivo é que ela não se sinta vazia de infância no futuro.

03 – Qual o papel dos "velhos da aldeia" no processo educativo?

      Os velhos da aldeia são os contadores de histórias que atualizam o passado e o conectam com o presente. Eles transmitem a memória ancestral, que dá sentido à existência e introduz as crianças e jovens no universo espiritual.

04 – Como os rituais contribuem para a educação indígena?

      Os rituais, que incluem cantos e danças, servem para lembrar o passado e dar significado ao presente. Eles reforçam a gratidão aos espíritos criadores e a necessidade de viver com dignidade, mantendo a ordem da existência e o senso de responsabilidade coletiva.

05 – Qual é a principal diferença entre a educação indígena e a educação ocidental em relação à "formatura"?

      Na educação indígena, não existe formatura, pois o processo de aprendizado é contínuo. A pessoa está sempre "em processo". Na visão ocidental, a formatura marca o fim de uma etapa educacional.

06 – Como a plenitude é alcançada na visão indígena?

      O texto afirma que a completude só é possível em um contexto social e coletivo. Cada fase da vida, desde a infância, alimenta um olhar para o todo, e o conhecimento aprendido é holístico, não fragmentado em especialidades.

07 – Por que, segundo o autor, é uma "visão rasa" julgar os povos indígenas com base em produção e riqueza?

      Julgar os povos indígenas por critérios como produção e riqueza é uma visão rasa porque esvazia os sentidos que eles buscam para si mesmos, que estão enraizados em uma compreensão holística e coletiva da existência, e não em valores materiais.

 

NOTÍCIA: O CAMINHO DA FELICIDADE - FRAGMENTO - JOHANNA ROMBERG - COM GABARITO

 Notícia: O caminho da felicidade – Fragmento

        [...]

        O que será desse menino? Seu nome é David. Assim que entra na escola, leva seus professores à beira da loucura. Tanto faz se conta piadas sujas no meio da aula ou incita seus colegas a um duelo de cuspe – sua índole é orientada para a provocação. E, no entanto, ele não é burro: graças às suas excelentes notas, consegue entrar em uma boa faculdade – onde também é considerado difícil. “Sombrio, acanhado, atormentado por complexos de inferioridade, medos e desprezo por si mesmo” é como um psiquiatra o descreve em uma avaliação. A vida não sorri para David.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiGhVL4g8Fq679GDCNQuBS0fTLEgTUFKJOtEWE766sO1yo0nDy-GKCR1QrVLR7bm5UCXPk9e1IRQsevFHGLerDxZj2bUVeOnkM6hyphenhyphen14RHFJHUeI5IbS6vDA6-vzonI87lM3czsmgkpRzo5-UJE241Uv0jr1KJrdXK4M_OTSbiHhyphenhyphenFSm5c61Qb1z7EpmRc/s320/20088534-professor-e-alunos-estao-estudando-na-sala-de-aula-de-desenho-animado-vetor.jpg


         Bill, por outro lado, não é motivo de preocupação para ninguém. É talentoso e estudioso, tem muitos amigos, é um aluno cheio de confiança e capitão do time de futebol. Conclui a faculdade com as melhores notas. Um superior o descreve como um jovem “descontraído e calmo em situações delicadas, dono de um grande senso de humor”. Outro profetiza: “Esse rapaz poderá ir longe”.

        Será que se pode afirmar o mesmo a respeito de Susan? A menina, filha única, é altamente talentosa, especialmente para a música. Aos 5 anos de idade já se apresenta no palco cantando e dançando. Mas não voluntariamente. É a mãe que a obriga a isso. Essa mãe detesta crianças e explora inescrupulosamente os talentos de sua filha. Ela chega até a obrigar Susan a esconder sua idade para poder exibi-la como criança pequena em espetáculos de teatro de variedades. [...]

        Os três estão entre os participantes de um projeto científico único: o Estudo de Harvard sobre o Desenvolvimento na Idade Adulta. Ele é um dos projetos de longo prazo mais dispendiosos já empreendidos na área de ciências humanas e explora um campo de pesquisa incomum: o segredo da “boa vida”. Seu objetivo é determinar quais forças internas e externas contribuem para a manutenção da mais perfeita saúde física e mental até uma idade muito avançada.

        [...]

Johanna Romberg. O caminho da felicidade. Revista GEO Brasil, São Paulo, Escala, n. 30.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 9º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 186.

Entendendo a notícia:

01 – De acordo com o texto, quais características descrevem a personalidade e o desempenho acadêmico de David?

      David é descrito como um menino provocador, difícil e com uma índole que leva seus professores à loucura. Apesar disso, ele é muito inteligente, com excelentes notas que lhe garantem uma vaga em uma boa faculdade.

02 – Como o texto descreve a personalidade de Bill e quais são as expectativas sobre o seu futuro?

      Bill é descrito como talentoso, estudioso e confiante. Ele é um aluno com muitos amigos e capitão do time de futebol. Um de seus superiores profetiza que "Esse rapaz poderá ir longe".

03 – Qual era o talento de Susan, e qual era a sua relação com a mãe?

      Susan era uma menina com um talento especial para a música. Sua mãe, no entanto, a obrigava a se apresentar e explorava seus talentos de forma inescrupulosa, chegando a fazê-la esconder sua idade.

04 – Qual é o nome do projeto científico que os três personagens participam e o que o torna único?

      O projeto se chama Estudo de Harvard sobre o Desenvolvimento na Idade Adulta. Ele é um dos projetos de longo prazo mais dispendiosos na área de ciências humanas e explora o segredo da "boa vida".

05 – Qual é o objetivo principal do Estudo de Harvard, de acordo com o fragmento da notícia?

      O principal objetivo do estudo é determinar quais são as forças internas e externas que contribuem para a manutenção da saúde física e mental perfeita até uma idade muito avançada.

 

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

NOTÍCIA: CALENDÁRIOS MAIAS - MORGANA GOMES - COM GABARITO

 Notícia: Calendários maias

        Mais do que um simples método de quantificar o tempo, os Maias tinham um sistema de calendário circular, cujo ciclo complexo era de 52 anos solares.

        Graças à exatidão dele, eles eram capazes de organizar suas atividades cotidianas e registrar simultaneamente a passagem do tempo, incluindo os acontecimentos políticos e religiosos que consideravam cruciais.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJeJRy1iwJx06W1Pag7_2tf5KnxX2QGTRP02YNvhttVRNGAhTBGn_XLUHA6yrwUklCmnL_pRcwaBSSHaRmb1XBmDv_5Voeg4Xtg7mEFD9sJ2ViyLzqdT9eiDqZFMcRleFp5R_xeKE1SE8OpflEkGLb2LM_i8BVtIdUkpv2lqftLPIWO9Xq_UXLlFpK7-4/s320/maia.gif


        Em si, esse calendário sincronizava dois calendários circulares. O referente ao ciclo equivalente a um ano solar era chamado de Haab. Com 365 dias e 1/5, ele tinha 18 meses de 20 dias, mais cinco dias sem nome, que eram considerados nefastos para a realização de qualquer empreendimento. Tido como o calendário das coisas e plantas, seu uso era aplicado às atividades agrícolas, notadamente na prescrição das datas de plantio, colheita, tratos culturais e previsão dos fenômenos meteorológicos. Já o calendário Tzolk’in tinha treze meses de vinte dias, cujo ciclo completo totalizaria 260 dias, e era usado para fins religiosos, entre os quais a escolha de datas propícias para cerimônias religiosas, atos civis e adivinhação. Quando sobrepostos, os dois calendários formavam a chamada roda ou calendário circular. Juntos, os anos de Haab e de Tzolk’in indicam ciclos – como as nossas décadas ou séculos – que tanto podem ser contados de 20 em 20 anos, quanto integrados por 52 anos.

      Para situar os acontecimentos em ordem cronológica, os Maias usavam o método da “conta longa”, a partir do ano zero, correspondente a 3113 a.C. A inscrição da data registrada o número de ciclos a partir do kin (dia), uinal (mês), tun (ano), katun (20 anos), baktun (400 anos) e alautun (64 milhões de anos), decorridos até a data considerada. Mas eles ainda acrescentavam informações sobre a fase da Lua e aplicavam uma fórmula de correção ao calendário que harmonizava a data convencional com a verdadeira posição do dia no ano solar.

        Entretanto, com a repetição dominava a linearidade, acontecimentos diferentes em datas anteriores de cada período de 20 ou 52 anos dificilmente são distinguidos com precisão, porque cada sequência sempre é exatamente igual à outra, passada ou futura, conforme ressalta o manuscrito Chilam Balam: “Treze vezes 20 anos e, depois, sempre voltará a começar”.

        De acordo com estudos realizados por especialistas, a grande importância dada a esse tipo de medição provém da concepção de que tempo e espaço tratam de uma só coisa, que flui circularmente em ciclos repetitivos. Tal conceito, chamado Najt, explica por que os Maias acreditavam que, conhecendo o passado e transportando as ocorrências para idêntico dia do ciclo futuro, os acontecimentos basicamente se repetiriam. Isso fazia com que eles também se sentissem capazes de prever o futuro e exercer poder sobre ele.

        Atualmente, pesquisadores também defendem que a observação da repetição cíclica das estações do ano e dos eventos climáticos, aliados aos ciclos vegetativos e reprodutivos das plantas e dos animais e sincronizados à repetição do curso dos astros, inspiraram a criação dos dois calendários, que se desenvolveram graças à necessidade de sistematizar os principais eventos. Considerando ainda que a matemática tinha base 20, o mês de 20 dias seria algo bem natural para a cultura Maia, tanto que, a cada katun (período de 20 anos), eles erigiam uma estela, monumento lítico decorado, no qual registravam as datas e principais eventos, que poderiam ser interpretados no futuro.

        Mas, como ainda há quem defenda que os Maias definiam o tempo como uma energia real ou força que existe em todo o universo, cuja frequência seria de 13:20, o calendário Tzolk’in provavelmente identificava o aspecto energético e espiritual do tempo de cada dia. Ponderando que o número 13 se referia às 13 lunações anuais (13X28 = 364), no qual o mês lunar tem 28 dias, que, multiplicado por 20 (base) resulta em 260 dias, teríamos um período próximo ao ciclo ovariano da reprodução humana, evento esse que indica um dos aspectos energéticos do homem.

        De um modo ou outro, essa repetição cíclica cria problemas para transpor as datas referentes à civilização Maia para nosso calendário, já que fica muito difícil identificar fatos parecidos em sequências diferentes. Entre eles, podemos citar a invasão Tolteca do século 10 que se confunde, nas crônicas Maias, com a invasão espanhola que ocorreu 500 anos depois. Esse fato explica por que os historiadores contemporâneos recorrem às profecias, tidas como uma forma de memória, para conhecer episódios do passado da sociedade Maia. Portanto, de acordo com o calendário Maia, o final do ciclo atual se dará em 22 de dezembro de 2012, época em que deve ocorrer o início de uma nova era.

Morgana Gomes. Os incríveis Maias. Revista Leituras da História. Disponível em: http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH/Edicoes/46/artigo242659-2.asp. Acesso em: 24 mar. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 9º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 159-161.

Entendendo a notícia:

01 – O texto menciona dois calendários circulares principais dos maias. Quais são eles e para que cada um era usado?

      Os dois calendários são o Haab e o Tzolk'in. O Haab, com 365 dias, era usado para atividades agrícolas e a previsão de fenômenos meteorológicos. O Tzolk'in, com 260 dias, era utilizado para fins religiosos, cerimônias civis e adivinhação.

02 – O que era a "Roda do Calendário" maia e qual era a duração de seu ciclo completo?

      A Roda do Calendário era a sobreposição dos calendários Haab e Tzolk'in, formando um ciclo complexo. O ciclo completo dessa roda tinha a duração de 52 anos solares.

03 – Para que os maias utilizavam o método da "conta longa" e qual era o ano zero desse sistema?

      O método da "conta longa" era usado para situar acontecimentos em ordem cronológica. O ano zero desse sistema correspondia a 3113 a.C.

04 – O que significa o conceito maia de Najt, e como essa visão de tempo influenciava a civilização?

      Najt é a concepção de que tempo e espaço são uma só coisa que flui em ciclos repetitivos. Essa crença fazia com que os maias acreditassem que, conhecendo o passado, poderiam prever a repetição dos acontecimentos no futuro.

05 – Por que os historiadores modernos têm dificuldades para transpor as datas maias para o nosso calendário?

      A repetição cíclica do calendário maia torna difícil distinguir com precisão acontecimentos em datas passadas ou futuras de um mesmo período. O texto cita o exemplo de como a invasão tolteca do século 10 se confunde com a invasão espanhola, que ocorreu 500 anos depois.

06 – Qual a importância do número 20 na cultura maia, de acordo com o texto?

      A importância do número 20 está relacionada à base de sua matemática. Essa base explica o mês de 20 dias e também o fato de que a cada katun (período de 20 anos), eles erigiam uma estela para registrar eventos e datas importantes.

07 – Segundo o texto, quando estava previsto o fim do ciclo maia atual e o que se esperava que acontecesse nessa data?

      O fim do ciclo maia atual estava previsto para o dia 22 de dezembro de 2012. Nessa data, era esperado que ocorresse o início de uma nova era.