terça-feira, 16 de maio de 2017

POEMA: NOTURNO - FAGUNDES VARELA - COM GABARITO

POEMA – NOTURNO
                  Fagundes Varela 

Nem uma luz de esperança,
Nem um sopro de bonança
Na fronte sinto passar!
Os invernos me despiram
E as ilusões que fugiram
Nunca mais hão de voltar!


Tombam as selvas frondosas,
Cantam as aves mimosas
As nênias da viuvez;
Tudo, tudo, finando,
Mas eu pergunto chorando:
Quando será minha vez?

No véu etéreo os planetas;
No casulo as borboletas
Gozam da calma final;
Porém meus olhos cansados
São a mirar condenados
Dos seres o funeral!

Quero morrer! Este mundo
Com seu sarcasmo profundo
Manchou-se de lodo e fel!
Minha esperança esvaiu-se,
Meu talento consumiu-se
Dos martírios ao tropel!

Quero morrer! não é crime
O fardo que me comprime,
Dos ombros, lança-lo ao chão;
Do pó desprender-me rindo
E as asas brancas abrindo
Perder-me pela amplidão!

Vem, oh! Morte! A turba imunda
Em sua ilusão profunda
Te odeia, te calúnia,
Pobre noiva tão formosa
Que nos espera amorosa
No termo da romaria!

Virgens, anjos e crianças
Coroadas de esperança
Dobram a fronte a teus pés!
Os vivos vão repousando!
E tu me deixas chorando!
Quando virá minha vez?

Minha alma é como deserto
Por onde o romeiro incerto
Procura uma sombra em vão;
É como a ilha maldita
Que as vagas palpita
Queimada por vulcão!
                                                     Fagundes Varela, Poesia, Rio de Janeiro: Agir.

1 – No Romantismo, o tema da morte prematura e constante. No texto, que motivos o eu lírico tem pra querer morrer
       Não há mais ilusões, sonhos, esperanças que lhe dêem razão para viver.

2 – Na sétima estrofe, o poeta manifesta um sentimento de indignação. A que se deve essa manifestação interior?
       A manifestação deve-se ao fato de o eu lírico ver morrerem os que não deviam, mas a morte não o leva, e ele quer morrer.

3 – Os vocábulos “rindo” e “chorando” representam momentos distintos na exposição dos sentimentos do poeta, e constituem ideias em oposição.
a)     Que nome se dá a essa figura semântica?
Antítese.

b)    Que fundo ela exerce na expressão lírica do poeta?
A oposição entre vida e morte, sendo que a primeira o faz chorar, pois lhe traz infelicidades; a segunda traz-lhe satisfação, pois representa o fim do sofrimento.

4 – A disposição das palavras no texto pode servir para realçar elemento do plano do conteúdo. É o que acontece nos dois versos finais do trecho a seguir, em que não foi apenas para manter a estrutura de rima que o poeta usou o artifício:
                                       “Porém meus olhos cansados
                                       São a mirar condenados
                                       Dos seres o funeral!”
a)     Que nome se dá a tal recurso utilizado nesta passagem?
Inversão.

b)    Reescreva o trecho, dando-lhe a disposição considerada direta, “natural” ou “normal” segundo o padrão culto.
Porém, meus olhos cansados/são condenados a mirar o funeral dos seres.

5 – No trecho a seguir ocorre o conector e que, além de ligar partes do texto, estabelece uma certa relação semântica:
                                        “Os vivos vão repousando!
                                        E tu me deixas chorando!”
a)     Que valor semântico esse conector estabelece?
Adversidade.

b)    O trecho não teria o seu sentido alterado se substituíssemos o e por outro conector?
Mas.

6 – Há palavras que, no texto, no processo coesivo, retomam uma outra palavra. O pronome pessoal reto tu retoma que substantivo?
       Morte.

7 – Em que aspectos poéticos os textos se aproximam
       Preocupação existencial e pessimismo.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

SIMULADO - TROVADORISMO - COM GABARITO

SIMULADO - TROVADORISMO - COM GABARITO

01. (ESPCEX) É correto afirmar sobre o Trovadorismo que

a) os poemas são produzidos para ser encenados.
b) as cantigas de escárnio e maldizer têm temáticas amorosas.
c) nas cantigas de amigo, o eu lírico é sempre feminino.
d) as cantigas de amigo têm estrutura poética complicada.
e) as cantigas de amor são de origem nitidamente popular.


02. (MACKENZIE) Assinale a afirmativa correta com relação ao Trovadorismo.

a) Um dos temas mais explorados por esse estilo de época é a exaltação do amor sensual entre nobres e mulheres camponesas.
b) Desenvolveu-se especialmente no século XV e refletiu a transição da cultura teocêntrica para a cultura antropocêntrica.
c) Devido ao grande prestígio que teve durante toda a Idade Média, foi recuperado pelos poetas da Renascença, época em que alcançou níveis estéticos insuperáveis.
d) Valorizou recursos formais que tiveram não apenas a função de produzir efeito musical, como também a função de facilitar a memorização, já que as composições eram transmitidas oralmente. 
e) Tanto no plano temático como no plano expressivo, esse estilo de época absorveu a influência dos padrões estéticos greco-romanos.

03. (FUVEST) Interpretando historicamente a relação de vassalagem entre homem amante/mulher amada, ou mulher amante/homem amado, pode-se afirmar que:

a) o Trovadorismo corresponde ao Renascimento.
b) o Trovadorismo corresponde ao movimento humanista.
c) o Trovadorismo corresponde ao Feudalismo. 
d) o Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser provençais.
e) tanto o Trovadorismo como o Humanismo são expressões da decadência medieval.

04. (FUVEST) O Trovadorismo, quanto ao tempo em que se instala:

a)  tem concepções clássicas do fazer poético.
b)  é rígido quanto ao uso da linguagem que, geralmente, é erudita.
c)  estabeleceu-se num longo período que dura 10 séculos.
d)  tinha como concepção poética a epopéia, a louvação dos heróis.
e)  reflete as relações de vassalagem nas cantigas de amor. 

05. (UNIFESP)
Senhor feudal
Se Pedro Segundo
Vier aqui
Com história
Eu boto ele na cadeia.
Oswald de Andrade
O título do poema de Oswald remete o leitor à Idade Média. Nele, assim como nas cantigas de amor, a ideia de poder retoma o conceito de

a) fé religiosa.
b) relação de vassalagem. 
c) idealização do amor.
d) saudade de um ente distante.
e) igualdade entre as pessoas.

06. (FUVEST) Sobre o Trovadorismo em Portugal, é correto afirmar que:

a) sua produção literária está escrita em galego ou galaico-português e divide-se em: poesia (cantigas) e prosa (novelas de cavalaria). 
b) utilizou largamente o verso decassílabo porque sua influência é clássica.
c) a produção poética daquela época pode ser dividida em lírico-amorosa e prosa doutrinária. 
d) as cantigas de amigo têm influência provençal. 
e) a prosa trovadoresca tinha claro objetivo de divertir a nobreza, por isso têm cunho satírico. 

07. (MACKENZIE) Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovadorismo em Portugal.

a) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre poesia e a música.
b) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.
c) Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão.
d) Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino.
e) A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas.

08. (MACKENZIE) Assinale a alternativa INCORRETA a respeito das cantigas de amor. 

a) O ambiente é rural ou familiar. 
b) O trovador assume o eu-lírico masculino: é o homem quem fala.  
c) Têm origem provençal.  
d) Expressam a "coita" amorosa do trovador, por amar uma dama inacessível.  
e) A mulher é um ser superior, normalmente pertencente a uma categoria social mais elevada que a do trovador. 

09. (VUNESP) Assinale a alternativa INCORRETA com relação à Literatura Portuguesa:

a) O ambiente das cantigas de amor é sempre o palácio, com o trovador declarando seu amor por uma dama (tratada de “senhor”, isto é, senhora). Daí o relacionamento respeitoso, cortês, dentro dos mais puros padrões medievais que caracterizam a vassalagem, a servidão amorosa. 
b) o teatro vicentino é basicamente caracterizado pela sátira, criticando o comportamento de todas as camadas sociais: a nobreza, o clero e o povo. Gil Vicente não tem preocupação de fixar tipos psicológicos, e sim a de fixar tipos sociais. 
c) o marco inicial do Romantismo em Portugal é a publicação do poema “Camões”. Todavia, a nova estética literária só viria a se firmar uma década depois com a Questão Coimbrã, quando se aceitou o papel revolucionário da nova poesia e a independência dos novos poetas em relação aos velhos mestres. 
d) Eça de Queirós, em sua obra, dedica-se a montar um vasto painel da sociedade portuguesa, retratada em seus múltiplos aspectos: a cidade provinciana; a influência do clero; a média e a alta burguesia de Lisboa; os intelectuais e a aristocracia. 
e) A mais rica, densa e intrigante faceta da obra de Fernando Pessoa diz respeito ao fenômeno da heteronímia que deu aos poetas Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos biografias, características, traços de personalidade e formação cultural diferentes.

10. (MACKENZIE) Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é INCORRETO afirmar que: 

a) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, o feudalismo e valores altamente moralistas.  
b) representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade. 
c) pode ser dividida em lírica e satírica.  
d) em boa parte de sua realização, teve influência provençal.  
e) as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu-lírico feminino.

11. (FAAP) Releia com atenção a estrofe:
Fez-se de amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Tomemos a palavra AMIGO. Todos conhecem o sentido com que esta forma lingüística é usualmente empregada no falar atual. Contudo na Idade Média, como se observa nas catingas medievais, a palavra amigo significou:

a) colega 
b) companheiro 
c) namorado 
d) simpático 
e) acolhedor

12. (MACKENZIE)
“Ai dona fea! foste-vos queixar
porque vos nunca louv’em meu trobar
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!”
Assinale a informação correta a respeito do trecho de João Garcia de Guilhade:

a) é cantiga satírica 
b) foi o primeiro documento escrito em língua portuguesa (1189)
c) trata-se de cantiga de amigo
d) foi escrita durante o Humanismo (1418-1527)
e) faz parte do Auto da Feira  

13. (UM-SP) Nas cantigas de amor,

a) o trovador expressa um amor à mulher amada, encarando-a como um objeto acessível a seus anseios.
b) o trovador velada ou abertamente ironiza personagens da época.
c) o “eu-lírico” é feminino, expressando a saudade da ausência do amado.
d) o poeta pratica a vassalagem amorosa, pois, em postura platônica, expressa seu amor à mulher amada.
e) existe a expressão de um sentimento feminino, apesar de serem escritas por homens.

14. (PUC - SP) Considerando a peça Auto da Barca do Inferno como um todo, indique a alternativa que melhor se adapta à proposta do teatro vicentino. 

a) Preso aos valores cristãos, Gil Vicente tem como objetivo alcançar a consciência do homem, lembrando-lhe que tem uma alma para salvar. 
b) As figuras do Anjo e do Diabo, apesar de alegóricas, não estabelecem a divisão maniqueísta do mundo entre o Bem e o Mal. 
c) As personagens comparecem nesta peça de Gil Vicente com o perfil que apresentavam na terra, porém apenas o Onzeneiro e o Parvo portam os instrumentos de sua culpa. 
d) Gil Vicente traça um quadro crítico da sociedade portuguesa da época, porém poupa, por questões ideológicas e políticas, a Igreja e a Nobreza. 
e) Entre as características próprias da dramaturgia de Gil Vicente, destaca-se o fato de ele seguir rigorosamente as normas do teatro clássico.

15.  (MACKENZIE) As narrativas que envolvem as lutas dos cruzados envolvem sempre um herói muito engajado na luta pela cristandade, podendo ser a um só tempo frágil e forte, decidido e terno, furioso e cortes. No entanto, com relação a mulher amada, esse herói é sempre:

a) pouco dedicado
b) infiel
c) devotado 
d) indelicado
e) ausente e belicoso

16. (MACKENZIE) Assinale a afirmativa correta com relação ao Trovadorismo.

a) Um dos temas mais explorados por esse estilo de época é a exaltação do amor sensual entre nobres e mulheres camponesas.
b) Desenvolveu-se especialmente no século XV e refletiu a transição da cultura teocêntrica para a cultura antropocêntrica.
c) Devido ao grande prestígio que teve durante toda a Idade Média, foi recuperado pelos poetas da Renascença, época em que alcançou níveis estéticos insuperáveis.
d) Valorizou recursos formais que tiveram não apenas a função de produzir efeito musical, como também a função de facilitar a memorização, já que as composições eram transmitidas oralmente. 
e) Tanto no plano temático como no plano expressivo, esse estilo de época absorveu a influência dos padrões estéticos greco-romanos.

17. (PUC-SP) O argumento da peça A Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, consiste na demonstração do refrão popular “Mais quero asno que me carregue que cavalo que me derrube”. Identifique a alternativa que não corresponde ao provérbio, na construção da farsa. 

a) A segunda parte do provérbio ilustra a experiência desastrosa do primeiro casamento. 
b) O escudeiro Brás da Mata corresponde ao cavalo, animal nobre, que a derruba. 
c) O segundo casamento exemplifica o primeiro termo, asno que a carrega.
d) O asno corresponde a Pero Marques, primeiro pretendente e segundo marido de Inês. 
e) Cavalo e asno identificam a mesma personagem em diferentes momentos de sua vida conjugal.

18. (UFRS) Assinale a alternativa incorreta com respeito ao Trovadorismo em Portugal: 

a) nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino. 
b) nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão. 
c) a influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas. 
d) durante o trovadorismo, ocorre a separação entre poesia e música. 
e) muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros

19. (PUC-RS) O paralelismo, uma técnica de construção literária nas cantigas trovadorescas, consistiu em: 

a) unir duas ou mais cantigas com temas paralelos e recitá-las em simultaneidade. 
b) um conjunto de estrofes ou um par de dísticos em que sempre se procura dizer a mesma ideia.
c) apresentar as cantigas, nas festas da corte, sempre com o acompanhamento de um coro. 
d) reduzir todo o refrão a um dístico. 
e) pressupor que há sempre dois elementos paralelos que se digladiam verbalmente.

20. (UFMG) Nas mais importantes novelas de cavalaria que circularam na Europa medieval, principalmente como propaganda das Cruzadas, sobressaem-se: 

a) as namoradas sofredoras, que fazem bailar para atrair o namorado ausente. 
b) os cavaleiros medievais, concebidos segundo os padrões da Igreja Católica (por quem lutam).
c) as namorada castas, fiéis, dedicadas, dispostas a qualquer sacrifício para ir ao encontro do amado. 
d) os namorados castos, fiéis, dedicados que, entretanto, são traídos pelas namoradas sedutoras. 
e) os cavaleiros sarracenos, eslavos e infiéis, inimigos da fé cristã.

  
21. (FUVEST) Interpretando historicamente a relação de vassalagem entre homem amante/mulher amada, ou mulher amante/homem amado, pode-se afirmar que:

a) o Trovadorismo corresponde ao Renascimento.
 b) o Trovadorismo corresponde ao movimento humanista.
c) o Trovadorismo corresponde ao Feudalismo. 
d) o Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser provençais.
e) tanto o Trovadorismo como o Humanismo são expressões da decadência medieval.

22. (FUVEST) O Trovadorismo, quanto ao tempo em que se instala:
a)  tem concepções clássicas do fazer poético.
b)      é rígido quanto ao uso da linguagem que, geralmente, é erudita.
c)       estabeleceu-se num longo período que dura 10 séculos.
d)      tinha como concepção poética a epopeia, a louvação dos heróis.
e)      reflete as relações de vassalagem nas cantigas de amor. 


23. (MACKENZIE)
Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é INCORRETO afirmar que: 
a) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, o feudalismo e valores altamente moralistas.  
b) representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade. 
c) pode ser dividida em lírica e satírica.  
d) em boa parte de sua realização, teve influência provençal.  
e) as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu-lírico feminino.  



SIMULADO - CLASSICISMO - COM GABARITO


SIMULADO - CLASSICISMO - COM GABARITO

1) (FUVEST-SP) Na Lírica de Camões:

a) o verso usado para a composição dos sonetos é o redondilho maior;
b) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos;
c) cantar a pátria é o centro das preocupações;
d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX;
e) a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade.

2) (MACKENZIE-SP) Sobre o poema Os Lusíadas, é incorreto afirmar que:

a) quando a ação do poema começa, as naus portuguesas estão navegando em pleno Oceano Índico,
portanto no meio da viagem;
b) na Invocação, o poeta se dirige às Tágides, ninfas do rio Tejo;
c) Na ilha dos Amores, após o banquete, Tétis conduz o capitão ao ponto mais alto da ilha, onde lhe
descenda a “máquina do mundo”;
d) Tem como núcleo narrativo a viagem de Vasco da Gama, a fim de estabelecer contato marítimo com as Índias;
e) É composto em sonetos decassílabos, mantendo em 1.102 estrofes o mesmo esquemas de rimas.

3) Assinale a incorreta sobre Camões:
a) Sua obra compreende os gêneros épico, lírico e dramático.
b) A lírica de Camões permaneceu praticamente inédita. Sua primeira compilação e póstumas, datada de 1595, e organizada sob o título de As Rimas de Luis de Camões, por Fernão Rodrigues Lobo Soropita.
c) Sua lírica compõe-se exclusivamente de redondilhas e sonetos.
d) Apesar de localizada no período clássico-renascentista, a obra de citações barrocas.
e) Representa a amadurecimento de língua portuguesa, sua estabilização e a maior manifestação de sua excelência literária.

4) O Classicismo propriamente dito, tem por limites cronológicos, em Portugal, as datas de:
a) 1500 e 1601.
b) 1434 e 1516.
c) 1502 e 1578.
d) 1527 e 1580.
e) 1198 e 1434.

5) Não se relaciona à medida nova:
a) versos decassílabos;
b) influência italiana;
c) predileção por formas fixas;
d) sonetos, tercetos, oitavas e odes;
e) cultura popular, tradicional.

6)  (Mackenzie) - O tom pessimista apresentado por Camões no epílogo de "Os Lusíadas" aparece em outro momento do poema.
Isso acontece no episódio:

a) do Gigante Adamastor. 
b) do Velho do Restelo. 
c) de Inês de Castro. 
d) dos Doze de Inglaterra. 
e) do Concílio dos Deuses.

7) "Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer."

De poeta muito conhecido, está é a primeira estrofe de um poema que parece comprazer-se com o paradoxo, enfeixando sensações contraditórias do sentimento humano, se examinadas sob o prisma da razão.
Indique, na relação a seguir, o nome do autor.

a) Bocage. 
b) Camilo Pessanha. 
c) Gil Vicente. 
d) Luís de Camões. 
e) Manuel Bandeira.

8) Leia o texto e responda a questão:

À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em continuas tristezas a alegrias,

Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto, da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria, sinta-se triste.

Começa o Mundo enfim pela ignorância

A firmeza somente na inconstância.

Qual é o elemento barroco mais característico da 1ª estrofe?

a) disposição antitética da frase;
b) cultismo;
c) estrutura bimembre;
d) concepção teocêntrica;
e) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva.

9. (UEL-2006)
As questões de 01 a 04 referem-se ao Canto V de Os Lusíadas (1572), de Luís Vaz de Camões (1524/5/1580).
XXXVII
Porém já cinco sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca de outrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando ua noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Ua nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.
XXXVIII
Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande medo.
Bramindo, o negro mar de longe brada,
Como se desse em vão nalgum rochedo
-“Ó Potestade -disse -sublimada,
Que ameaço divino ou que segredo
Este clima e este mar nos apresenta,
Que mor cousa parece que tormenta?”

(CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. 4ª. ed. Porto: Editorial Domingos Barreira, s.d. p. 332.)

Há, na passagem selecionada, o registro de mudança no cenário. Trata-se do prenúncio de agouros a serem efetivados:

a) Pelo velho do Restelo, encolerizado frente à excessiva vaidade do povo português.
b) Pelos mouros, inconformados com as sucessivas conquistas dos portugueses.
c) Pelo velho do Restelo, irritado diante de tantas glórias relatadas por Vasco da Gama.
d) Pelo gigante Adamastor, irritado com o atrevimento do povo português a navegar seus mares.
e) Pelo promontório Adamastor, maravilhado com a tecnologia náutica dos portugueses.


10.) (Fuvest-2000)
Considere as seguintes afirmações sobre a
fala do velho do Restelo, em Os Lusíadas:

I -No seu teor de crítica às navegações e conquistas,
encontra-se refletida e sintetizada a experiência das perdas que causaram, experiência esta já acumulada na época em que o poema foi escrito.
II -As críticas aí dirigidas às grandes navegações às conquistas são relativizadas pelo pouco crédito atribuído a seu emissor, já velho e com um “saber só de experiências feito”.
III -A condenação enfática que aí se faz à empresa das navegações e conquistas revela que Camões teve duas atitudes em relação a ela: tanto criticou o feito quanto o exaltou.

Está correto apenas o que se afirma em

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.


11) (Fuvest-2001)
Em Os Lusíadas, as falas de Inês de Castro e do Velho do Restelo têm em comum

a) a ausência de elementos de mitologia da Antigüidade clássica.
b) a presença de recursos expressivos de natureza oratória.
c) a manifestação de apego a Portugal, cujo território essas personagens se recusavam a abandonar.
d) a condenação enfática do heroísmo guerreiro e conquistador.
e) o emprego de uma linguagem simples e direta, que se contrapõe à solenidade do poema épico.



12) (FMTM-2002) Endechas à escrava Bárbara

Aquela cativa,
que me tem cativo
porque nela vivo,
já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
em suaves molhos,
que para meus olhos
fosse mais formosa.

Uma graça viva,
que neles lhe mora,
para ser senhora
de quem é cativa.
Pretos os cabelos,
onde o povo vão
perde opinião
que os louros são belos.

Pretidão de Amor,
tão doce a figura,
que a neve lhe jura
que trocara a cor.
Leda mansidão
que o siso acompanha;
bem parece estranha,
mas bárbara não.

Vocabulário:
Endechas: Versos em redondilha menor (cinco sílabas).
Molhos: feixes.
Leda: risonha.
Vão: fútil.

Em sua obra, Camões continua a tradição da conduta amorosa das cantigas medievais. Nela, a mulher amada era considerada

a) responsável pelas contradições e insatisfações do homem.
b) símbolo do amor erótico.
c) incapaz de levar o homem a atingir o Bem.
d) um ser impuro e prejudicial ao homem.
e) uma pessoa superior, fonte de virtudes.