domingo, 1 de junho de 2025

POEMA: AS JANELAS - FRAGMENTO - GUILLAUME APOLLINAIRE - COM GABARITO

 Poema: AS JANELAS – Fragmento

            Guillaume Apollinaire

Do vermelho ao verde todo amarelo morre
Quando cantam as araras nas florestas natais
[...]
Aves chinesas de uma asa só voando em dupla
É preciso um poema sobre isso
Enviaremos mensagem telefônica

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOLFx3Lec2D_B3-MMWbKzGgF9a7BIxzeq73G4P-hMKTeqE9st46FxhInQIUSqypQP1moi6vQX0rdSCFfTMD5nWwX7f2zCFlrHz4eueJdEQMf4KeZOteRnh7emzDVvo2LRcpvgYRESTImKWeGmJZuJxLdi0HF1SbM8uHgY0nBvsQngfILdoaM9mPaTb-us/s320/JANELAS.jpg


Traumatismo gigante
Faz escorrer os olhos
Garota bonita entre jovens turinenses
O moço pobre se assoava na gravata branca
Você vai erguer a cortina
E agora veja a janela se abre
Aranhas quando as mãos teciam a luz
Beleza palidez insondáveis violetas
Tentaremos em vão ter algum descanso
Vamos começar à meia-noite
Quando se tem tempo tem-se a liberdade
Marisco Lampreia múltiplos Sóis e o Ouriço do crepúsculo
Um velho par de sapatos amarelos diante da janela
Tours

As Torres são as ruas
[...]

Ó Paris
Do vermelho ao verde todo jovem perece
Paris Vancouver Hyères Maintenon Nova York e as Antilhas
A janela se abre como uma laranja
O belo fruto da luz.

Guillaume Apollinaire. Tradução de Décio Pignatari. In: Décio Pignatari, org. 31 poetas e 214 poemas – Do Rig-Veda e Safo a Apollinaire. São Paulo: Companhia das Letras, 199. p. 109-110.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 31.

Entendendo o poema:

01 – Qual o significado da palavra lampreia, no texto?

      É um animal marinho.

02 – Qual a imagem inicial do poema e o que a cor amarela parece simbolizar na primeira estrofe?

      A imagem inicial do poema é a transição de cores "do vermelho ao verde", culminando na morte do "todo amarelo". A cor amarela, nesse contexto, parece simbolizar transitoriedade, o fim de um ciclo ou talvez um estado de declínio entre a vitalidade (vermelho) e a esperança ou natureza (verde).

03 – Identifique duas imagens que evocam o exótico ou o distante no poema e explique brevemente seus possíveis significados.

      Duas imagens que evocam o exótico são "araras nas florestas natais" e "Aves chinesas de uma asa só voando em dupla". As araras remetem a terras tropicais e exuberantes, sugerindo um lugar distante e talvez idealizado. As aves chinesas de uma asa só, voando em dupla, criam uma imagem surreal e misteriosa, ligada a uma cultura distante e a uma necessidade de complementaridade para alcançar o movimento.

04 – Quais elementos do poema sugerem a modernidade e a quebra com a poesia tradicional?

      Vários elementos sugerem a modernidade e a quebra com a tradição: a menção a "mensagem telefônica" como forma de comunicação, a expressão abrupta "Traumatismo gigante", a justaposição de imagens díspares sem uma conexão lógica aparente ("Garota bonita entre jovens turinenses / O moço pobre se assoava na gravata branca"), e a própria fragmentação do poema. A ausência de rima e métrica regulares também contribui para essa sensação de modernidade e liberdade formal.

05 – Analise a metáfora presente na penúltima estrofe: "A janela se abre como uma laranja / O belo fruto da luz." O que essa comparação sugere?

      A metáfora compara a abertura da janela a uma laranja, descrita como o "belo fruto da luz". Essa comparação sugere uma explosão de luminosidade e vitalidade, assim como ao abrir uma janela e deixar a luz entrar. A laranja, com sua forma arredondada e cor vibrante, evoca também uma sensação de plenitude e frescor, como se a janela fosse uma fonte de energia e beleza natural.

06 – Qual a sensação geral que o fragmento do poema transmite ao leitor, considerando a variedade de imagens e a aparente falta de uma narrativa linear?

      A sensação geral que o fragmento transmite é de fragmentação, dinamismo e uma tentativa de capturar a complexidade e a simultaneidade da experiência moderna. A variedade de imagens, que vão do exótico ao cotidiano, do concreto ao abstrato, cria uma atmosfera onírica e impressionista. A ausência de uma narrativa linear força o leitor a conectar as imagens de forma intuitiva, evocando sentimentos de estranhamento, beleza, melancolia e a constante transformação do mundo ("Do vermelho ao verde todo jovem perece"). O poema parece celebrar a liberdade da linguagem e a capacidade de evocar múltiplas sensações através da justaposição de elementos diversos.

 

 

POEMA: EU SOU TREZENTOS ... MÁRIO DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: EU SOU TREZENTOS...

             MÁRIO DE ANDRADE

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta, 
As sensações renascem de si mesmas sem repouso, 
Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras! 
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfcPxp-VuugFgH4YhuL4BQsR3X7Ie6eMTepfPMVr1dhkjprSeSzOAbWQTTrzbg-vRt-RRq_DlztLc7yS47RfBEVfdP2QcJj2vFdL5Labz7YpXd1Q_nIyIl0PfQG5YW0HIJAgrgKHn9dSy8tNfjCK9cc8499e-LLbBUz8UqtMqdDxW_TKG8ElVofLntQas/s320/CAI%C3%87ARA.jpg


Abraço no meu leito as melhores palavras, 
E os suspiros que dou são violinos alheios; 
Eu piso a terra como quem descobre a furto 
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta, 
Mas um dia afinal eu toparei comigo... 
Tenhamos paciência, andorinhas curtas, 
Só o esquecimento é que condensa, 
E então minha alma servirá de abrigo.

Poesias completas. São Paulo: Círculo do Livro. s. d. p. 189.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 96.

Entendendo o poema:

01 – Qual a primeira afirmação do eu lírico e o que sugere essa repetição numérica ("Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta")?

      A primeira afirmação do eu lírico é "Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta". Essa repetição numérica sugere uma multiplicidade de identidades, sensações e experiências que o eu lírico sente possuir. A imprecisão do número ("trezentos" e logo em seguida "trezentos-e-cinquenta") reforça a ideia de uma identidade fluida e em constante transformação, difícil de definir com precisão.

02 – Identifique as exclamações na primeira estrofe e interprete o que elas revelam sobre o estado emocional do eu lírico.

      As exclamações na primeira estrofe são "Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras!". Essas exclamações carregam um tom de intensidade, admiração e talvez até de estranhamento diante da variedade de elementos que compõem sua experiência. "Espelhos" podem simbolizar a reflexão sobre si mesmo em suas múltiplas facetas. "Pirineus" evocam uma grandiosidade natural e distante, enquanto "caiçaras" remetem a uma identidade cultural brasileira específica. A disposição dessas exclamações sugere um espírito inquieto e abrangente.

03 – Como o eu lírico descreve a relação com as palavras e os suspiros na segunda estrofe? Que efeito essa descrição produz?

      O eu lírico descreve que abraça "no meu leito as melhores palavras" e que seus suspiros são "violinos alheios". Essa descrição produz um efeito de intimidade com a linguagem, como se as palavras fossem um conforto ou um amante. Já a imagem dos suspiros como "violinos alheios" sugere que suas emoções podem ser expressas através de algo externo, talvez através da arte ou da experiência de outros, indicando uma permeabilidade entre o eu e o mundo.

04 – Qual a ação inusitada que o eu lírico descreve em relação ao ato de beijar e o que essa imagem pode simbolizar?

      O eu lírico descreve que pisa a terra "como quem descobre a furto / Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!". Essa imagem inusitada sugere uma busca constante por autoconhecimento e por reafirmação de sua identidade em lugares inesperados e cotidianos. Os "próprios beijos" encontrados furtivamente podem simbolizar momentos de autoaceitação, de reconhecimento de si mesmo em meio à vida agitada da cidade.

05 – Qual a esperança ou resolução expressa na última estrofe em relação ao encontro consigo mesmo e ao papel do esquecimento?

      Na última estrofe, o eu lírico expressa a esperança de que "um dia afinal eu toparei comigo...", indicando uma busca por uma identidade mais unificada. Ele pede paciência ("Tenhamos paciência, andorinhas curtas") e afirma que "só o esquecimento é que condensa", sugerindo que o tempo e o deixar para trás certas experiências são necessários para que sua alma encontre um abrigo, talvez uma forma mais estável ou compreensível de ser. O esquecimento, paradoxalmente, é visto como um processo de sedimentação da identidade.

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): SEGUE O SECO - MARISA MONTE - COM GABARITO

 Música (Atividades): Segue o Seco

             Marisa Monte

A boiada seca
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf01h_Xl7f9-Bjj-KMJl99WwP4NNysbd6U-vCF_BOaAgR8730EoplsF4T7OIFdLLvV7lL1gssa5Ug6oGdedS-IkIwbNErUPL1lZb_77eNsv0hyIgucVj4X9G178xF26yg2DYmhusZUa3xVLcObbCYaQptC9MmKzmHNsnQA6Wp1ifmP9QgAf3SH2YU26tY/s320/SECO.jpg


Segue o seco sem sacar que o caminho é seco
Sem sacar que o espinho é seco
Sem sacar que seco é o Ser Sol

Sem sacar que algum espinho seco secará
E a água que sacar será um tiro seco
E secará o seu destino seca

Ô chuva, vem me dizer
Se posso ir lá em cima pra derramar você
Ó chuva, preste atenção
Se o povo lá de cima vive na solidão

Se acabar não acostumando
Se acabar parado calado
Se acabar baixinho chorando
Se acabar meio abandonado

Pode ser lágrimas de São Pedro
Ou talvez um grande amor chorando
Pode ser o desabotoado céu
Pode ser coco derramado.

Composição: Carlinhos Brown. Marisa Monte. CD Verde anil amarelo cor-de-rosa e carvão, 1994.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 140.

Atividades da música:

01 – Quais são as imagens de seca apresentadas no início da música e qual a sensação que elas transmitem?

      As imagens de seca apresentadas no início da música são "boiada seca", "enxurrada seca", "trovoada seca" e "enxada seca". Essas imagens paradoxais intensificam a sensação de aridez e ausência de vida, sugerindo uma seca tão extrema que afeta até mesmo elementos que normalmente estão associados à água ou à fertilidade. Transmitem uma sensação de desolação e de um ciclo vicioso de falta.

02 – O que significa a repetição da frase "Segue o seco sem sacar que..." e qual a implicação dessa falta de percepção para o personagem da música?

      A repetição da frase "Segue o seco sem sacar que..." enfatiza a ignorância ou a falta de consciência do personagem em relação à sua própria condição e ao ambiente em que vive. Ele continua seguindo em um caminho de seca, sem perceber que o próprio caminho, os obstáculos ("espinho"), e até mesmo a fonte de vida ("Ser Sol") estão secos. A implicação dessa falta de percepção é a perpetuação de seu sofrimento e a dificuldade de encontrar uma saída para a situação.

03 – Qual é o apelo presente no refrão ("Ô chuva, vem me dizer / Se posso ir lá em cima pra derramar você") e o que ele revela sobre a esperança do eu lírico?

      O apelo presente no refrão é um clamor à chuva, personificada como uma entidade capaz de trazer alívio. A pergunta "Se posso ir lá em cima pra derramar você" sugere um desejo intenso de participar da solução para a seca, de trazer a água que falta. Revela uma esperança, mesmo que distante, de que a situação possa mudar e de que ele possa contribuir para essa mudança.

04 – Como a música descreve a possível reação do "povo lá de cima" diante da solidão e do sofrimento?

      A música descreve a possível reação do "povo lá de cima" diante da solidão e do sofrimento de diversas formas: "se acabar não acostumando", "se acabar parado calado", "se acabar baixinho chorando", "se acabar meio abandonado". Essas descrições pintam um quadro de resignação, tristeza e isolamento, mostrando diferentes maneiras pelas quais a dureza da vida pode afetar emocionalmente as pessoas.

05 – Quais são as possíveis origens das "lágrimas" mencionadas no final da música e o que essas diferentes interpretações sugerem sobre a natureza do sofrimento?

      As possíveis origens das "lágrimas" mencionadas no final da música são "lágrimas de São Pedro" (associadas à chuva) ou "talvez um grande amor chorando", "o desabotoado céu" (uma imagem poética para a chuva) e "coco derramado" (algo inesperado e talvez menos significativo). Essas diferentes interpretações sugerem que o sofrimento pode ter diversas origens, desde causas naturais até questões emocionais profundas, e que, por vezes, a explicação pode ser tanto óbvia quanto misteriosa ou surpreendente. A variedade de explicações também enriquece a interpretação da música, deixando espaço para a reflexão sobre as fontes da dor e da esperança.

 

 

POEMA: O GATO - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

 Poema: O GATO

             Mário Quintana

O gato chega à porta do quarto onde escrevo...
Entrepara... hesita... avança...
Fita-me.
Fitamo-nos.
Olhos nos olhos...
Quase com terror!
Como duas criaturas incomunicáveis e solitárias
que fossem feitas cada uma por um Deus diferente.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhELi7a90tErOi9chfbTAr-E77rhOgkzS9S9eSeoO_TchAOlHsX_3tII5W0XEFqK9M3XJs1ygXkQsujgq7e6bEnNmQNEoE6bPWhWxc_VbY42JA-913pdQ51Zr3y0dblpjyCQxVUYWm-xfdbrnSnhdpIK9XueX3p3SQx2D-CsF1nNMW-NqHjrLxCSug-C3A/s320/vida-de-gato.jpg


Mario Quintana. Preparativos de viagem. São Paulo: Globo, 1997. p. 25.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 204.

Entendendo o poema:

01 – Descreva a progressão da chegada do gato ao quarto do eu lírico, destacando os verbos utilizados.

      A chegada do gato é descrita em etapas, com verbos que indicam cautela e hesitação: "chega", "Entrepara", "hesita", "avança". Essa progressão lenta e gradual cria uma atmosfera de expectativa e um certo estranhamento no encontro.

02 – Qual a ação recíproca que ocorre entre o eu lírico e o gato após a entrada do animal no quarto?

      Após a entrada do gato, ocorre uma troca de olhares intensa: "Fita-me. / Fitamo-nos. / Olhos nos olhos...". Essa ação recíproca estabelece um momento de conexão visual direta entre os dois seres.

03 – Que emoção é quase explicitamente mencionada em relação a esse encontro visual?

      A emoção quase explicitamente mencionada em relação a esse encontro visual é o "terror". Essa palavra forte sugere um sentimento de estranheza profunda ou até mesmo de reconhecimento de algo desconhecido e potencialmente perturbador no outro.

04 – Qual a comparação utilizada pelo eu lírico para descrever a sensação de distância e incompreensão mútua entre ele e o gato?

      O eu lírico compara a sensação de distância e incompreensão mútua à de "duas criaturas incomunicáveis e solitárias / que fossem feitas cada uma por um Deus diferente". Essa comparação enfatiza a ideia de origens distintas e, consequentemente, de uma barreira fundamental na comunicação e na compreensão entre os dois seres.

05 – Qual a principal reflexão ou sentimento que o poema evoca sobre a natureza da comunicação e da solidão, mesmo em um encontro aparentemente simples?

      O poema evoca uma reflexão sobre a complexidade da comunicação e a persistência da solidão, mesmo em um encontro direto. A troca de olhares, apesar de intensa, não elimina a sensação de estranhamento e incomunicabilidade. A comparação com criaturas feitas por "Deus diferente" sugere uma barreira essencial que transcende a simples interação física, revelando a potencial solidão intrínseca a cada ser, mesmo na presença do outro.

 

 

POEMA: RAZÃO DE SER - PAULO LEMINSKI - COM GABARITO

 Poema: Razão de ser

             Paulo Leminski

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
Preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiamnfNmJMsMChnYyhF89bVDPyEPCtKLCa7JMq3aDeKPVdyKq8Hj-NSfy_91fv62_If96jcUbWoMphRdAMqZwBv-sb32PhAs-T2MYUcyp9PaScmtlLXKJgWcLb6IA8meewetn9IMJQ95yDh49WGRmRe_qNQmdnzvZLbB4fAeKEn-HixjAA1af3IL4JnZms/s320/ESCRITA.jpg


Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

Paulo Leminski. Melhores poemas. 6. ed. Seleção de Fred Góes, Álvaro Martins. São Paulo: Global, 2002. p. 133.

 Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 156.

Entendendo o poema:

01 – Qual a resposta concisa que o eu lírico oferece para a sua prática da escrita na primeira e na terceira estrofe?

      Na primeira estrofe, o eu lírico responde com um direto "Escrevo. E pronto." Na terceira estrofe, ele reafirma sua prática com um simples "Eu escrevo apenas." Ambas as respostas sugerem uma ação natural e talvez instintiva, sem a necessidade de justificativas elaboradas.

02 – Quais as duas razões que o eu lírico apresenta como motivações para a escrita nas duas primeiras estrofes?

      As duas razões apresentadas são: a necessidade ("Escrevo porque preciso / Preciso porque estou tonto") e um impulso quase natural ligado ao amanhecer e à inspiração cósmica ("Escrevo porque amanhece, / E as estrelas lá no céu / Lembram letras no papel, / Quando o poema me anoitece"). A primeira razão sugere um estado de desequilíbrio ou confusão que a escrita busca ordenar, enquanto a segunda aponta para uma conexão entre o universo e a criação poética.

03 – Como o eu lírico estabelece uma relação entre os fenômenos naturais (aranha tecendo e peixe agindo) e a sua própria ação de escrever na terceira estrofe?

      O eu lírico estabelece uma relação de paralelismo entre as ações da aranha ("tece teias") e do peixe ("beija e morde o que vê") e a sua própria ação de escrever ("Eu escrevo apenas"). Ao apresentar essas ações da natureza como algo intrínseco e sem questionamento de propósito, ele sugere que a escrita também pode ser uma atividade natural e essencial para ele, dispensando uma razão específica.

04 – Qual a pergunta retórica que encerra o poema e qual o seu possível significado em relação à arte e à necessidade de justificação?

      A pergunta retórica que encerra o poema é "Tem que ter por quê?". Essa pergunta questiona a necessidade de sempre buscar uma razão ou uma finalidade para a arte, no caso, para a escrita. Sugere que a criação pode ser um impulso intrínseco, uma forma de ser e de estar no mundo que não precisa de justificativas racionais ou externas.

05 – Qual a atmosfera geral do poema em relação à escrita: ela é apresentada como um esforço consciente, uma necessidade premente ou algo mais espontâneo e natural? Justifique com elementos do texto.

      A atmosfera geral do poema sugere que a escrita é algo mais espontâneo e natural para o eu lírico. A concisão das afirmações ("Escrevo. E pronto."), a comparação com ações instintivas da natureza (aranha tecendo, peixe agindo), e a pergunta retórica final ("Tem que ter por quê?") indicam que a escrita flui como uma necessidade interna e até mesmo como uma resposta ao mundo ao seu redor (o amanhecer, as estrelas), sem a exigência de uma razão lógica ou premeditada. A "tonteira" inicial sugere um impulso interno que encontra na escrita sua forma de expressão e equilíbrio.

 

 

quarta-feira, 14 de maio de 2025

FÁBULA: A RATOEIRA E O RATO - ESOPO - COM GABARITO

Fábula: “A Ratoeira e o Rato”

              ESOPO

        Numa planície da Ática, perto de Atenas, morava um fazendeiro com sua mulher; ele tinha vários tipos de cultivares, assim como: oliva, grão de bico, lentilha, vinha, cevada e trigo. Ele armazenava tudo num paiol dentro de casa, quando notou que seus cereais e leguminosas, estavam sendo devoradas pelo rato. O velho fazendeiro foi a Atenas vender partes de suas cultivares e aproveitou para comprar uma ratoeira.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZktR-tuni1O_jE2fu_rfaDThgWdMEC4aN8u6F5hPpkc9vRFAa78Fsm7EM16OuxuiLHDgWicngwsyzWAsQma_X_xVSJiCgIoHgFAXBSbGHgr7WA2Yy0qI96O966zUj-7gtnzZYxhVsUOlPTJOlTKnt1oFRRgNiZDxjq3RJzWq7N7c3lbnFXc_dahc2dk0/s320/RATO.png


        Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.

       Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.

      Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:

       - Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!

      A galinha disse:

      - Desculpe-me Senhor Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.

     O rato foi até o porco e disse:

     - Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!

     - Desculpe-me Senhor Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranquilo que o Senhor será lembrado nas minhas orações.

      O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:

      - O que? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.

      A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.

       No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher. O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.

      Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.

     Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.

     Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.

     A mulher não melhorou e acabou morrendo.

     Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.

Moral: Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos.

Compreendo o texto

01. Em "O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal", o autor referiu-se:

a. a uma faca grande para matar a vaca.

b. a uma bota para esmagar o rato.

c. a uma faca grande para matar a galinha.

d. a um animal grande desconhecido que serviria de jantar.

02. Qual dos seguintes animais NÃO foi procurado pelo rato para alertar sobre a ratoeira?

a. A galinha.

b. O porco.

c. O gato.

d. A vaca.

03. Onde se passava a história da fábula?

a. Numa floresta distante.

b. Numa cidade movimentada.

c. Numa planície da Ática, perto de Atenas.

d. Numa montanha isolada.

04. Qual foi o primeiro evento inesperado que aconteceu após a ratoeira ser colocada?

a. O rato foi pego na ratoeira.

b. A galinha ficou doente.

c. A ratoeira pegou a cauda de uma cobra venenosa.

d. O porco fugiu da fazenda.

05. Qual foi o último animal sacrificado pelo fazendeiro na história?   

a. galinha.

b. O porco.

c. A vaca.

d. O rato.

06. Qual é a principal moral da fábula "A Ratoeira e o Rato"?

a. Devemos sempre ter medo de coisas novas.

b. Os problemas dos outros não nos afetam.

c. Quando há um perigo para um, todos estão em risco.

d. É importante ter muitos amigos e vizinhos.

 

sábado, 10 de maio de 2025

POEMA: FOLHAS CAÍDAS - CAP. XVI - OS CINCO SENTIDOS - ALMEIDA GARRETT - COM GABARITO

 Poema: Folhas Caídas Cap. XVI – Os cinco sentidos

            Almeida Garrett

São belas – bem o sei, essas estrelas,

Mil cores – divinais têm essas flores;

Mas eu não tenho, amor, olhos para elas:

          Em toda a natureza

          Não vejo outra beleza

          Senão a ti – a ti!

Fonte:  https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVhEVds8X-voIzO9lIhj5i7QQdarsjZfFFDWt9cl5g5-1BNNO-9BE1Pb8t_ZE2OV2vwa4ILU4R78QZC6wtwTLS3SOI_iKBCTxGh50w7B3KTyIxRpKGYG1hvn-8cnIluAkzuToSCtdA2V2Pvu5cFRWhhyphenhyphenZSvYhkC3oY15jl9Zevpzj-7s_MDpXhWphYXzQ/s320/desenhar-Estrelas-passo-5-2.png


Divina – ai! sim, será a voz que afina

Saudosa – na ramagem densa, umbrosa.

Será; mas eu do rouxinol que trina

          Não oiço a melodia,

          Nem sinto outra harmonia

          Senão a ti – a ti!

Respira – n’aura que entre as flores gira,

Celeste – incenso de perfume agreste.

Sei... não sinto: minha alma não aspira,

          Não percebe, não toma

          Senão o doce aroma

          Que vem de ti – de ti!

Formosos – são os pomos saborosos,

É um mimo – de néctar o racimo:

E eu tenho fome e sede ... sequiosos,

          Famintos meus desejos

          Estão... mas é de beijos,

          É só de ti – de ti!

Macia – deve a relva luzidia

Do leito – ser por certo em que me deito.

Mas quem, ao pé de ti, quem poderia

          Sentir outras carícias,

          Tocar noutras delícias

          Senão em ti – em ti!

A ti!, ai, a ti só os meus sentidos,

          Todos num confundidos,

          Sentem, ouvem, respiram;

          Em ti, por ti deliram.

          Em ti a minha sorte,

          A minha vida em ti;

          E quando venha a morte,

          Será morrer por ti.

Almeida Garrett. In: Alexandre Pinheiro Torres, org. Antologia da poesia portuguesa. Porto: Lello & Irmão, 1997. v. 2. p. 755-756.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 38.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema central do poema e como ele se relaciona com o título "Os cinco sentidos"?

        O tema central do poema é a intensa paixão e a completa absorção do eu lírico pela pessoa amada, a ponto de seus sentidos se tornarem indiferentes a todas as outras belezas e estímulos do mundo exterior. O título "Os cinco sentidos" ironicamente destaca como esses sentidos, normalmente voltados para diversas experiências, estão agora unicamente focados na amada.

02 – Identifique e explique dois exemplos de elementos da natureza mencionados no poema que o eu lírico afirma não perceber ou apreciar.

      Dois exemplos são:

      -- As estrelas e as flores: O eu lírico reconhece a beleza e as cores divinas das estrelas e das flores ("São belas – bem o sei, essas estrelas, / Mil cores – divinais têm essas flores;"), mas declara não ter olhos para elas, pois sua atenção está totalmente voltada para a amada.

      -- O canto do rouxinol: O eu lírico admite a melodia saudosa do rouxinol ("Divina – ai! sim, será a voz que afina / Saudosa – na ramagem densa, umbrosa. / Será; mas eu do rouxinol que trina"), mas afirma não ouvi-la, pois a única harmonia que sente é a presença da amada.

03 – Como o sentido do olfato é apresentado no poema e qual a sua relação com a amada?

      O sentido do olfato é apresentado através da imagem do "celeste incenso de perfume agreste" que emana da aura que gira entre as flores. No entanto, o eu lírico afirma não sentir esse perfume, pois sua alma só aspira e percebe o "doce aroma / Que vem de ti – de ti!". A amada se torna a única fonte de um perfume que realmente o atrai.

04 – De que "fome e sede" o eu lírico se declara sequioso e faminto? Qual sentido está associado a essa metáfora?

      O eu lírico se declara sequioso e faminto de "beijos". Essa metáfora está associada ao sentido do paladar, embora transcenda o alimento físico. O desejo de contato íntimo e afetuoso com a amada é apresentado como uma necessidade vital, superior a fome e à sede literais.

05 – Como o sentido do tato é abordado no poema e qual a comparação estabelecida pelo eu lírico?

      O sentido do tato é abordado através da imagem da relva macia como um possível leito confortável ("Macia – deve a relva luzidia / Do leito – ser por certo em que me deito."). No entanto, o eu lírico questiona quem poderia sentir outras carícias ou tocar em outras delícias estando perto da amada, indicando que o toque dela é a única experiência tátil que lhe importa.

06 – Qual a intensidade da paixão expressa no poema no que se refere à união dos sentidos na amada?

      A paixão expressa é de uma intensidade avassaladora. O eu lírico afirma que todos os seus sentidos se confundem e se unem na amada ("A ti! ai, a ti só os meus sentidos, / Todos num confundidos, / Sentem, ouvem, respiram; / Em ti, por ti deliram."). Isso demonstra uma completa obsessão e dependência emocional da presença da pessoa amada.

07 – Como o poema conclui em relação à vida e à morte do eu lírico e qual a importância da amada nesse contexto?

      O poema conclui com a afirmação de que a sorte e a vida do eu lírico estão inteiramente na amada ("Em ti a minha sorte, / A minha vida em ti;"). Ele chega ao ponto de declarar que, se a morte vier, será "morrer por ti", elevando a amada à condição de razão de sua existência e até mesmo de seu último suspiro. Isso reforça a ideia de uma paixão totalizante e incondicional.

 

POEMA: CANÇÃO DO VIOLEIRO - FRAGMENTO - CASTRO ALVES - COM GABARITO

 Poema: Canção do Violeiro – Fragmento

             Castro Alves

Passa, ó vento das campinas,
Leva a canção do tropeiro.
Meu coração 'stá deserto,
'Stá deserto o mundo inteiro.
Quem viu a minha senhora
Dona do meu coração?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnM5-aEACIkUJY8WeeU1q3yjJRDaJuTx3MAEJ7DNYn1FG-YD_EJD8KnRb6X8FgTmFNme_jGGKPj9lwt3L-ASB3U-_GnGzaNIxomN3ms5nWJfhyphenhyphenjTfS8aBzCg-Hcl1yJPoBozzkcUIkhdDsliLx-8FghoZ9_qdR-GxtFJJemU4F3tTYwabKBojz4_7Tgf8/s1600/images.jpg



Chora, chora na viola,
Violeiro do sertão.

Ela foi-se ao pôr da tarde
Como as gaivotas do rio.
Como os orvalhos que descem
Da noite num beijo frio,
O cauã canta bem triste,
Mais triste é meu coração.

Chora, chora na viola,
Violeiro do sertão.

[...]

Não quero mais esta vida,
Não quero mais esta terra.
Vou procurá-la bem longe,
Lá para as bandas da serra.
Ai! triste que eu sou escravo!
Que vale ter coração?

Chora, chora na viola,
Violeiro do sertão.

Castro Alves. O navio negreiro e outros poemas. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 66-67.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 11.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema central do fragmento do poema?

      O tema central do fragmento é a profunda tristeza e o desespero do eu lírico devido à ausência da sua amada. Ele expressa um sentimento de solidão e um desejo de deixar sua vida atual para procurá-la.

02 – Quais elementos da natureza são mencionados no poema e qual a relação deles com o estado emocional do eu lírico?

      São mencionados o vento das campinas, as gaivotas do rio, os orvalhos da noite e o canto triste do cauã. Esses elementos da natureza são usados para intensificar o sentimento de melancolia do eu lírico. A partida da amada é comparada ao voo das gaivotas e ao desaparecimento dos orvalhos, ambos associados a algo fugaz e passageiro. O canto triste do cauã espelha a tristeza do seu coração.

03 – Qual a função do verso "Chora, chora na viola, / Violeiro do sertão" que se repete ao longo do fragmento?

      A repetição do verso "Chora, chora na viola, / Violeiro do sertão" funciona como um refrão, enfatizando a dor e a lamentação do eu lírico. A viola, instrumento tradicional do sertão, torna-se uma extensão de seus sentimentos, e o violeiro é a figura que expressa essa tristeza através da música.

04 – Como o eu lírico descreve o seu estado emocional e o mundo ao seu redor?

      O eu lírico descreve seu coração como "deserto" e afirma que "o mundo inteiro" também está deserto para ele. Essa descrição revela um profundo sentimento de vazio e solidão causado pela ausência da amada.

05 – Para onde o eu lírico expressa o desejo de ir e qual a razão dessa decisão?

      O eu lírico expressa o desejo de ir "lá para as bandas da serra" para procurar sua amada. Ele não quer mais a vida que tem e a terra onde está, indicando uma busca desesperada por reencontrar sua felicidade.

06 – Qual a crítica social presente no verso "Ai! triste que eu sou escravo! / Que vale ter coração?"?

      O verso revela uma crítica social à condição de escravidão. O eu lírico, ao se declarar "escravo", questiona o valor de seus sentimentos ("Que vale ter coração?") em uma situação de opressão e falta de liberdade. A dor da perda amorosa se soma à dor da servidão.

07 – Qual a imagem que se forma da amada a partir das comparações feitas pelo eu lírico?

      A amada é idealizada e associada a elementos da natureza que evocam beleza e delicadeza, mas também transitoriedade. Ela se foi "como as gaivotas do rio" e "como os orvalhos que descem", sugerindo uma partida suave, porém definitiva, deixando o eu lírico em um estado de profunda saudade.

 

 

NOTÍCIA: A MARATONA DO HERÓI - MARCELO DUARTE - COM GABARITO

 Notícia: A MARATONA DO HERÓI

             Marcelo Duarte

        A maratona é a mais longa, difícil e emocionante prova olímpica. Desde 1908, seu percurso é de 42.195 m. Tudo começou no ano de 490 a.C., quando soldados gregos e persas travaram uma batalha que se desenrolou entre a cidade de Maratona e o mar Egeu. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbL7EBA3Sq545QOhoS7jp5j1VDks3nxRi3gq91WfRYZ0NxogZN6s9irsuFtmNgHpTFqbvB1Sx2ctbnXB4EbRJjOAJ55De7ZNud3Dz_CD9WPZkOIQhU6T3V68MFTx9my6bA6wfah0e5tVXljNZuqKlivfVJkmaVgkNYFGpaA_qI1k_LriZ7dwnJ-CjvEGo/s320/istockphoto-2148029987-612x612.jpg


        A luta estava difícil para os gregos. Comandados por Dario, os persas avançaram seu exército em direção a Maratona. Milcíades, o comandante grego, resolveu pedir reforço. Chamou Fidípides, um de seus valentes soldados. Ótimo corredor, ele levou o apelo de cidade em cidade até chegar em Atenas, 40 km distante. Voltou com 10 mil soldados e os gregos venceram a batalha, matando 6.400 persas.

        Entusiasmado com a vitória, Milcíades ordenou que Fidípides fosse correndo até Atenas outra vez para informar que eles tinham vencido a batalha. Fidípides foi de novo, sem parar.

        Quando chegou ao seu destino, só teve forças para dizer uma palavra: "Vencemos!". E caiu morto. Em 1896, durante os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, Fidípides foi homenageado com a criação da prova. No início, a distância a ser percorrida era de 40 km, a mesma que separava Maratona de Atenas. 

Marcelo Duarte. O 9uia dos curiosos. 3. ed. São Paulo: Panda Books. 2005. p. 245.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 46.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a origem histórica da prova de maratona e qual evento específico a inspirou?

      A origem histórica da prova de maratona remonta ao ano de 490 a.C., durante a batalha entre gregos e persas que ocorreu perto da cidade de Maratona. O evento específico que a inspirou foi a corrida do soldado grego Fidípides, que correu de Maratona até Atenas para anunciar a vitória dos gregos sobre os persas.

02 – Quem foi Fidípides e qual o seu papel nos eventos narrados na notícia?

      Fidípides foi um valente soldado grego e um ótimo corredor. Ele desempenhou dois papéis cruciais: primeiro, correu cerca de 40 km de Maratona até Atenas para pedir reforços, o que contribuiu para a vitória grega. Segundo, após a batalha, foi novamente enviado correndo até Atenas para anunciar a vitória, feito que o levou à morte ao chegar ao seu destino.

03 – Qual a distância percorrida na prova de maratona moderna e por que essa distância foi estabelecida em 1908?

      A distância percorrida na prova de maratona moderna é de 42.195 metros. A notícia informa que essa distância foi estabelecida desde 1908, mas não detalha o motivo específico dessa mudança em relação aos 40 km originais.

04 – Como Fidípides foi homenageado nos Jogos Olímpicos da era moderna?

      Fidípides foi homenageado nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896, com a criação da prova de maratona. Inicialmente, a distância da prova era de 40 km, a mesma distância que Fidípides percorreu entre Maratona e Atenas em sua primeira corrida.

05 – Qual a mensagem principal que a notícia busca transmitir ao intitular a prova de "A Maratona do Herói"?

      A mensagem principal é exaltar o feito de Fidípides como um ato de heroísmo e sacrifício. Ao correr duas vezes seguidas uma longa distância para servir seu povo, primeiro buscando ajuda e depois anunciando a vitória, ele demonstrou grande bravura e resistência, culminando em sua morte após cumprir sua missão. O título busca perpetuar sua memória e associar a extenuante prova da maratona ao seu espírito heroico.