segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

CONTO: ROBBIE - (FRAGMENTO) - ISAAC ASIMOV - COM GABARITO

 Conto: Robbie – Fragmento

            Isaac Asimov

        — Noventa e oito, noventa e nove, cem.

        Gloria tirou o bracinho rechonchudo da frente dos olhos e ficou de pé por um instante, franzindo o nariz e piscando sob a luz do Sol. Então, tentando observar todas as direções ao mesmo tempo, ela se afastou com alguns passos cautelosos da árvore na qual estava encostada.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOvt1AbtK3sdgqcZb1HC4Nxp9x6Ld9mcRUANAYFR92jS6rassB-i3iMXvu_RIFdyMhHQpjwuEi_rlNLi_6yt4wbXLM51npRLarMUVJMu69cQs0uDyQmn47K9CT4GClD7uxjoV5LgJJHmG3OmXFixqDokCpUGgEbxVFI6X3LDPTQxkwNDcfn6uSR8eKKy8/s320/ROBO.jpg


        Ela levantou a cabeça para investigar as possibilidades de um amontoado de arbustos à direita, depois afastouse para obter um ângulo melhor a fim de ver seus vãos escuros. O silêncio era profundo, exceto pelo incessante zumbido de insetos e o ocasional gorjeio de um pássaro robusto, desafiando o sol do meio dia.

        — Aposto que ele foi para dentro de casa – disse Glória, fazendo beicinho –, e eu disse a ele um milhão de vezes que isso é justo.

        Apertando os pequenos lábios e fazendo uma carranca que lhe franzia a testa, ela seguiu de maneira resoluta para a construção de dois andares que ficava logo após a entrada da garagem para os carros.

        Ela ouviu, tarde demais, o farfalhar atrás de si, seguido pelo ploc-ploc característico e ritmado dos pés metálicos de Robbie. Ela se virou para ver seu companheiro triunfante sair do esconderijo e correr para a árvore a toda velocidade.

        Gloria gritou, aflita.

        — Espera, Robbie! Isso não foi justo, Robbie! Prometeu que não iria correr até eu encontrar você. – Seus pezinhos não conseguiriam fazer grandes progressos contra as passadas gigantescas de Robbie. Então, a pouco mais de três metros do alvo, as passadas de Robbie diminuíram de repente a um mero passo de tartaruga; com a última arrancada em velocidade, ela passou correndo por ele, ofegante, para tocar no tronco da árvore primeiro.

        [...]

        A sra. Weston esperou pacientemente por dois minutos, depois impacientemente por mais dois, e por fim quebrou o silêncio.

        -- George!

        -- Hum?

        -- George, estou falando com você! Quer fazer o favor de baixar esse jornal e olhar pra mim? 

        Farfalhando, o jornal caiu ao chão e Weston virou-se para a mulher com ar aborrecido.

        -- O que foi, querida?

        -- Você sabe o que é, George. É Gloria e aquela máquina terrível.

        -- Que máquina horrível?

        -- Não finja que não sabe do que eu estou falando. É aquele robô que Glória chama de Robbie. Ele não a deixa nem por um segundo.

        -- Bem, e por que ele deveria? Ele não deve deixá-la. E ele com certeza não é uma máquina horrível. É o melhor robô que dinheiro pode comprar e tenho certeza absoluta de que me custou a renda de seis meses. Mas ele valeu a pena, é muito mais esperto que metade do pessoal do meu escritório.

        Ele fez um movimento para pegar o jornal de volta, mas sua mulher foi mais rápida e o pegou com violência.

        -- Ouça o que eu digo, George. Não vou confiar a minha filha uma máquina, e não me importa quão esperta ela seja. Ela não tem alma e ninguém sabe o que pode estar pensando. Crianças simplesmente não foram feitas para serem protegidas por um coisa de metal.

        Weston franziu as sobrancelhas.

        -- Quando você decidiu isso? Ele está com Glória há anos e eu não vi você se preocupar até agora.

        -- Era diferente no começo. Era novidade, diminuiu a quantidade de trabalho que eu tinha e... e estava na moda. Mas agora não sei. Os vizinhos...

        -- Bom, o que os vizinhos têm a ver com isso? [...]

        A sra. Weston encontrou o marido à porta duas noites depois.

        -- Você precisa ouvir isso, George. Há um mau pressentimento na vizinhança.

        -- Sobre o quê? – perguntou Weston. Ele entrou no lavatório e sufocou qualquer resposta possível com o esguicho da água.

        A sra. Westoon esperou.

        -- Sobre Robbie – respondeu ela.

        Weston saiu do lavatório com a toalha na mão, o rosto vermelho e bravo.

        -- Do que você está falando?

        -- Ah, é algo que está ganhando cada vez mais força. Tentei fechar os olhos à questão, mas não vou mais fazer isso. A maioria dos moradores considera Robbie perigoso. As crianças estão proibidas de chegar perto da nossa casa à noite. [...]

        Dez vezes ao longo da semana seguinte ele gritou “Robbie fica, e esta é a minha última palavra”, e o grito era cada vez mais fraco e acompanhado por um gemido mais alto e mais agonizante. Chegou por fim o dia em que Weston se aproximou da filha de modo culposo e sugeriu que fossem a um “lindo” show visivox na cidade.

        Glória bateu palmas, alegre:

        -- Robbie pode ir?

        -- Não, querida – disse ele, e recuou diante do som da própria voz –, não vão permitir um robô no visivox; mas você pode contar tudo a ele quando voltar. – ele tropeçou sobre as últimas palavras e desviou o olhar.

        Glória voltou da cidade transbordando de entusiasmo, pois o visivox tinha sido de fato um espetáculo lindo. Ela esperou o pai colocar o carro a jato na garagem em desnível.

        -- Espere só até eu contar a Robbie, papai. Ele teria adorado o show. Principalmente quando Francis Fram, que estava se afastando tããão quietinho, acabou encostando em um dos Homens-Leopardo e teve que correr. Glória riu de novo. – Papai, existem de verdade Homens-Leopardo na Lua?

        -- É provável que não – disse Weston, distraído. – É só um faz-de-conta divertido. – Ele não demoraria muito mais tempo com o carro. Iria ter de encarar a situação.

        Glória correu pelo gramado. – Robbie! Robbie!

        Então ela parou de repente ao avistar um lindo collie que olhava para ela com sérios olhos castanhos enquanto abanava o rabo contra uma coluna da varanda.

        -- Ah, que cachorro lindo!

        Glória subiu os degraus, aproximou-se com cautela e o acariciou.

        -- É para mim, papai?

        A mãe tinha se juntado a eles.

        -- É sim, Glória. Não é lindo, macio e peludo? Ele é muito dócil e gosta de garotinhas.

        -- É claro. Ele sabe fazer inúmeros truques. Você gostaria de ver alguns deles?

        -- Agora mesmo. Quero que Robbie veja também. – Robbie! [...]

        -- Mamãe, Robbie não está no quarto. Onde ele está?

        Não houve resposta; George Weston tossiu e demonstrou, de repente, um interesse excessivo em uma nuvem que vagava a esmo.

        -- Onde está Robbie, mamãe? – perguntou Glória com voz trêmula, a ponto de chorar.

        A sra. Weston se sentou e puxou a filha delicadamente para perto de si.

        -- Não fique triste, Glória. Acho que Robbie foi embora.

        -- Foi embora? Para onde? Para onde ele foi embora, mamãe?

        -- Ninguém sabe, querida. Ele simplesmente foi embora. Procuramos, e procuramos, e procuramos por ele, mas não conseguimos encontra-lo.

        -- Quer dizer que ele nunca mais vai voltar? – Seus olhos estavam arregalados de terror.

        -- Pode ser que o encontremos logo. Continuaremos procurando por ele. E enquanto isso pode brincar com o seu novo cachorrinho lindo. Olhe para ele! O nome dele é Relâmpago e ele pode...

        Mas os olhos de Glória estavam marejados.

        -- Eu não quero esse cachorro nojento; quero Robbie. Quero que encontre Robbie pra mim.

        Seus sentimentos tornaram-se profundos demais para serem expressos por palavras e, balbuciando, ela soltou um gemido agudo. [...]

        -- Por que você está chorando, Glória? Robbie era só uma máquina, só uma máquina velha e asquerosa. Ele sequer estava vivo!

        -- Ele nem não era uma máquina! – gritou Glória de maneira furiosa e antigramatical. – Era uma pessoa como eu e você e era meu amigo.

       [...].

ASIMOV, Isaac (1920-1992). Eu, robô. Tradução: Aline Storto Pereira. São Paulo: Aleph, 2014. p. 20-33.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 72-75.

Entendendo o conto:

01 – Qual a relação entre Glória e Robbie?

      A relação entre Glória e Robbie é profunda e baseada em amizade. Robbie, um robô, é o melhor amigo de Glória, sendo uma figura presente e companheira em sua vida.

02 – Qual a reação dos pais de Glória em relação a Robbie?

      Inicialmente, os pais de Glória aprovam a presença de Robbie, mas com o tempo começam a se preocupar com a influência do robô na filha e com a opinião dos vizinhos.

03 – Por que os vizinhos se opõem à presença de Robbie?

      Os vizinhos se opõem à presença de Robbie por medo e preconceito. Eles veem o robô como uma ameaça e temem que ele possa causar algum mal.

04 – Qual o papel do medo na história?

      O medo é um elemento central na história, pois é ele que leva os pais de Glória a se separarem de Robbie. O medo do desconhecido, do diferente e da tecnologia gera uma reação de rejeição e exclusão.

05 – Qual a lição que a história nos ensina sobre a amizade?

      A história nos ensina que a amizade pode transcender as diferenças e que a lealdade e o companheirismo são valores importantes em qualquer relacionamento. A amizade entre Glória e Robbie mostra que a amizade pode existir entre humanos e máquinas.

06 – Como a história aborda o tema da tecnologia?

      A história aborda o tema da tecnologia de forma ambígua. Por um lado, Robbie é apresentado como um companheiro leal e inteligente, capaz de proporcionar alegria e conforto para Glória. Por outro lado, a história mostra como a tecnologia pode gerar medo e preconceito, e como ela pode ser utilizada para manipular as pessoas.

07 – Qual o papel da família na história?

      A família desempenha um papel fundamental na história, pois é através das relações familiares que os conflitos e as emoções são expressos. A decisão dos pais de Glória de se separar de Robbie gera um grande sofrimento para a menina e questiona os valores familiares.

08 – Como a história retrata a infância?

      A história retrata a infância de forma realista, mostrando as alegrias, os medos e as angústias de uma criança. A amizade entre Glória e Robbie é um reflexo da imaginação e da pureza da infância.

09 – Qual a importância da figura do robô na narrativa?

      O robô Robbie é uma figura central na narrativa, pois é através dele que são explorados temas como amizade, lealdade, medo e preconceito. Robbie representa a inocência e a pureza, em contraste com a complexidade e as contradições do mundo adulto.

10 – Qual a mensagem principal da história?

      A mensagem principal da história é que a amizade é um valor universal que transcende as diferenças e que o medo e o preconceito podem levar à perda de coisas importantes. A história também nos convida a refletir sobre a nossa relação com a tecnologia e a importância de valorizar os laços humanos.

 

TEXTO: HQS POR TODA PARTE - (FRAGMENTO) - LARISSA LOPES - COM GABARITO

 Texto: HQs por toda parte – Fragmento

           Larissa Lopes

          A nona arte provou ser versátil: foi do papel para as telas da TV, do cinema e do computador, tornando-se um dos produtos transmidiáticos mais rentáveis e queridos da atualidade

        Capitão Marvel, Vingadores: Ultimato, Shazam!, Homem-Aranha: Longe de Casa... Há dez anos, a ideia de que os principais lançamentos do cinema seriam filmes de super-heróis soaria maluca. [...].

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9xIFGc1HgALelZHXmX50ukALoC1Hy8XNsIExBsf_KBijoPaaWUgNWkfvt1B1CoC-lHZ29hnlVNRz46xtHSsvzdIv1Auzzkp9xiJLF261cWpDmcMJjlqx0OXpY_qfFoKw_zuMG6R472uTWW2NkZGhpgctiFDIc-U4sRfFPB6PHwnZAt7uaJG-xswN2KzI/s320/CAPIT%C3%83O.jpg


        “Os heróis cativaram os espectadores para além do público nerd, tornando-se o tipo de entretenimento que pode ser consumido por todos”, observa Gabriela Franco, especialista em cultura pop e fundadora do portal Minas Nerds. Para ela, que também é fã e colecionadora de quadrinhos, esse carisma todo surge de uma junção de fatores: efeitos especiais de tirar o fôlego, investimento e planejamento de marketing, bem como cliffhangers — cenas que seguram os espectadores na cadeira do cinema até o último minuto, deixando aquele gostinho de “quero mais” —, são alguns dos segredos por trás dessa lucrativa indústria. “É o princípio dos quadrinhos aplicado ao cinema”, analisa. “Quem ganha com isso é o público.” E, claro, as empresas.

        [...]

LOPES, Larissa. “Como as histórias em quadrinhos surgiram e se tornaram tão populares.” Galileu. 30 jan. 2020. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2020/01/como-historias-em-quadrinhos-surgiram-e-se-tornaram-tao-populares.html. Acesso em: 26 maio 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 07.

Entendendo o texto:

01 – Qual a principal transformação que as HQs experimentaram nos últimos anos?

      As HQs se tornaram um produto transmidiático, migrando do papel para diversas outras mídias, como TV, cinema e plataformas digitais.

02 – Qual o fator que explica a crescente popularidade dos filmes de super-heróis?

      A combinação de diversos elementos, como efeitos especiais de alta qualidade, investimentos em marketing, e o uso de cliffhangers para prender a atenção do público, contribuiu para o sucesso dos filmes de super-heróis.

03 – Qual a importância dos quadrinhos para o sucesso dos filmes de super-heróis?

      Os quadrinhos servem como base para a criação dos personagens e histórias presentes nos filmes, além de fornecerem uma linguagem visual e narrativa que é adaptada para as telas.

04 – Quem se beneficia com a adaptação das HQs para o cinema?

      Tanto o público, que tem acesso a histórias e personagens que ama em diferentes formatos, quanto as empresas envolvidas na produção e distribuição desses filmes.

05 – Qual o conceito de "cliffhanger" e qual a sua importância na indústria cinematográfica?

      Cliffhanger é uma técnica narrativa que consiste em terminar uma cena ou episódio de forma abrupta e intrigante, com o objetivo de prender a atenção do público e garantir que ele assista à próxima parte. Essa técnica é muito utilizada em filmes de super-heróis para manter o público engajado.

 

 

NOTÍCIA: SKATE TERÁ 1º CENTRO OLÍMPICO DE TREINAMENTO EM SP ATÉ FIM DE 2022 - AGÊNCIA BRASIL - COM GABARITO

 Notícia: Skate terá 1º Centro Olímpico de Treinamento em SP até fim de 2022

        Complexo em Campinas terá pistas de street, de park e de half pipe

Agência Brasil – Publicado em 18/08/2021 – 12:44 – Rio de Janeiro

        Após o sucesso do skate brasileiro na Olimpíada de Tóquio (Japão) – três prata com Kelvin Hoefler, Rayssa Leal e Pedro Barros, na estreia da modalidade nos Jogos – os atletas ganharão o primeiro Centro Olímpico voltado ao esporte sobre quatro rodinhas. O complexo com mais de 3.100 metros quadrados será erguido na cidade de Campinas (SP), até o final de 2022. Esta é a previsão da Confederação Brasileira de Skate (CBSK), que firmou uma parceria com a prefeitura da cidade paulista, o Ministério da Cidadania e Secretaria Especial do Esporte. 


Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrU9JGnpgwXjdPESVstyIoX161XMbxAWQAjHwgWy4EkNs-Ww33Dh-0fSno4kinW43PX3otvKteNQ0aS88mOe-RXEBczbqTSnkHOLTZegwm_gQNvdWynJZdOO5SwBMqYho6EjjCGirQJEr5Se4iLtttykRobQSapKrHg3gd_07pOeGVKtJYFVD_dLe9i4c/s320/o-skate-jogos-1654970.jpg


        Além de pistas de street, de park e de half pipe (vertical),o Centro Olímpico também terá locais para atividades administrativas e multidisciplinares (academia, fisioterapia e alojamento). O complexo será construído em terreno disponível no Centro Esportivo de Alto Rendimento na cidade paulista, onde já ocorrem treinos de natação, de atletismo, de tênis e de saltos ornamentais.

        “O Centro Olímpico nos permitirá trabalhar com um planejamento mais assertivo e de acordo com os objetivos para a Seleção Brasileira de Skate e o ciclo de Paris 2024. Devido à necessidade de pistas adequadas e de um ambiente mais seguro em relação à pandemia, houve um desgaste muito grande nessa logística nos últimos anos, além do investimento financeiro, para que conseguíssemos oferecer a melhor estrutura para os skatistas se prepararem para os Jogos em Tóquio. É uma conquista importantíssima para o skate brasileiro e suas futuras gerações”, disse Eduardo Musa, presidente da CBSK, em nota da entidade.

        A CSBK será responsável pelo projeto, que será doado ao município de Campinas para licitação. De acordo com a entidade, o Ministério da Cidadania investirá R$ 8 milhões no complexo, que serão repassados à prefeitura da cidade paulista, por meio da Secretaria Especial do Esporte.

RODRIGUES, Cláudia Soares. Skate terá 1º Centro Olímpico de Treinamento em SP até fim de 2022. Agência Brasil. Rio de Janeiro, 18 ago. 2021. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2021-08/skate-tera-1o-centro-olimpico-de-treinamento-em-sp-ate-fim-de-2022. Acesso em: 31 mar. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 67.

Entendendo a notícia:

01 – Qual foi o principal motivo para a construção do primeiro Centro Olímpico de Skate no Brasil?

      O sucesso do skate brasileiro nas Olimpíadas de Tóquio 2020, com a conquista de três medalhas de prata, impulsionou a criação de um centro de treinamento de alto nível para os atletas da modalidade.

02 – Onde será construído o Centro Olímpico de Skate e qual a previsão de conclusão?

      O centro será construído em Campinas, São Paulo, e a previsão é que esteja pronto até o final de 2022.

03 – Quais tipos de pistas o Centro Olímpico de Skate terá?

      O centro contará com pistas de street, de park e de half pipe, que são as principais modalidades do skate olímpico.

04 – Quais os benefícios da construção do Centro Olímpico para o skate brasileiro?

      O centro permitirá um planejamento mais eficiente para a Seleção Brasileira de Skate, oferecendo estrutura adequada para os atletas se prepararem para futuras competições, como os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Além disso, o centro proporcionará um ambiente mais seguro e com menos custos logísticos para os atletas.

05 – Qual o papel do governo e da Confederação Brasileira de Skate nesse projeto?

      O Ministério da Cidadania investirá R$ 8 milhões no projeto, que será repassado à prefeitura de Campinas. A Confederação Brasileira de Skate (CBSK) será responsável pelo projeto e doará o mesmo ao município para licitação.

 

 

 

TEXTO: GRANDES PODERES TRAZEM GRANDES RESPONSABILIDADES - (FRAGMENTO) - HENRIQUE NAPOLEÃO ALVES - COM GABARITO

 Texto: Grandes poderes trazem grandes responsabilidades – Fragmento

·          Henrique Napoleão Alves

        Stam Lee (1922–2018) foi um escritor estadunidense. Em parceria com Jack Kirby, Steve Ditko e outros, introduziu personagens complexos e tramas de maior profundidade moral no mundo dos quadrinhos de super-heróis.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkPEiairLokhGn2ljM-j-VFGYCLEXklisz2HJ7yfBiWboFjTPXuIC6SIVJyJGo8dTuCg29W9_Phb0yNDe3eX_u7USItmJXz5VWoWuXKDSzblBH94tb9D05EIE4Y1x4-EroYalCVb4SM42T43KRmUtk5tVsDrbvfuyLhue-_9XWP5IYu08X7b5TYTnXLGU/s320/HEROIS.jpg


        Por meio dos gibis e também do cinema, suas histórias alcançaram milhões e milhões de pessoas em todo o mundo.

        Uma das mais notórias criações de Lee é Peter Parker, o jovem que se torna o super-herói Homem-Aranha. Durante as primeiras aparições do personagem, um dos quadrinhos trouxe a frase “Um grande poder deve ser acompanhado de uma grande responsabilidade!” [...].

        Em uma versão posterior, a frase “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades” é dita pelo pai de criação e tio de Peter, o “Tio Ben”, na forma de um conselho ou advertência.

        Ignorando aquelas que seriam as últimas palavras que escutaria de seu tio, Peter decide empregar seus novos superpoderes para ganhar dinheiro num torneio de luta livre. Vence a luta, mas termina enganado pelo promotor do evento. Quando um ladrão rouba o dinheiro do promotor, Peter se vinga pela omissão: opta por deixar o ladrão fugir.

        Mais tarde, descobre que seu tio havia sido assassinado a tiros. Passa a buscar o assassino. Quando o encontra, descobre que era o mesmo ladrão que ele havia deixado fugir. O fato desperta, naturalmente, um pesado senso de culpa, mas também um agudo senso de responsabilidade e heroísmo. [...].

ALVES, Henrique Napoleão. Grandes poderes trazem grandes responsabilidades. Medium, 13 nov. 2018. Disponível em: https://hnalves.medium.com/grandes-poderes-trazem-grandes-responsabilidades-5fde05a7d6ff. Acesso em: 31 mar. 2022. Adaptado.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 05.

Entendendo o texto:

01 – Qual a importância de Stan Lee para a cultura pop?

      Stan Lee foi um dos criadores mais influentes dos quadrinhos de super-heróis, introduzindo personagens complexos e tramas com maior profundidade moral, que alcançaram milhões de pessoas através dos gibis e do cinema.

02 – Qual a origem da frase "Um grande poder deve ser acompanhado de uma grande responsabilidade"?

      A frase surgiu nos quadrinhos do Homem-Aranha, sendo inicialmente atribuída a um dos quadrinhos do personagem. Posteriormente, a frase foi adaptada e atribuída ao Tio Ben, como um conselho a Peter Parker.

03 – Qual a lição que Peter Parker aprende após a morte de seu tio?

      Após a morte de seu tio, Peter Parker compreende a importância da responsabilidade que acompanha seus poderes. Ele se culpa pela morte do tio, pois poderia tê-lo impedido se tivesse usado seus poderes para deter o ladrão.

04 – Qual a relação entre os poderes de Peter Parker e a frase "Grandes poderes trazem grandes responsabilidades"?

      A frase resume a jornada de Peter Parker como herói. Seus poderes o tornam capaz de fazer o bem, mas também o responsabilizam pelas consequências de suas ações. A frase serve como um lembrete constante de que com grandes capacidades vêm grandes deveres.

05 – Qual o impacto da frase "Grandes poderes trazem grandes responsabilidades" na cultura popular?

      A frase se tornou um provérbio popular, transcendendo o universo dos quadrinhos. Ela é utilizada em diversos contextos para enfatizar a importância da responsabilidade que acompanha o poder, seja ele político, social ou pessoal.

 

 

 

BIOGRAFIA: CANDIDO PORTINARI - (FRAGMENTO) - LAURA AIDAR - COM GABARITO

 Biografia de: Candido Portinari – Fragmento

        Candido Portinari nasceu no dia 30 de dezembro de 1903 em uma fazenda de café, na cidade de Brodowski, interior de São Paulo.

        Filho de italianos, Portinari veio de uma família humilde e era o segundo filho de doze irmãos.

        Mesmo com formação escolar apenas até o ensino primário, ele participou da elite intelectual brasileira da década de 1930.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrKGeY-5Mo6woBsvxjbv75m75JXB-jXzq7NC2iy-bhNDpVxYdknLMm5WIavkPB4az8U-DkOPyAPQegWuNHw7PbfEqcIbPRFf-zY3txSAl7tmeJob8WZV2DvHoqFWjNVxMJyz06WRnOwKbiOyQvy7Ufa_fBIPSiVwuJ_CeXVif87QcTXCzCXD2UAyCnmG0/s1600/portinari.jpg

        Portinari deixou São Paulo aos 15 anos e fixou residência no Rio de Janeiro, onde se matricula na "Escola Nacional de Belas Artes". Aos 20 anos, Candido já é prestigiado pela crítica nacional.

        Contudo, será em 1928, quando conquistou o "Prêmio de Viagem ao Estrangeiro" da Exposição Geral de Belas-Artes, que Portinari ganhará o mundo.

        [...]

        Em 1941, o artista produz os murais na Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso em Washington, sempre enaltecendo a temática latino-americana.

        [...]

        Em 1950, irá receber a medalha de ouro do "Prêmio Internacional da Paz" e, em 1951, é destaque na 1° Bienal de São Paulo.

        A década de 50 marcou a vida de Cândido. Isso porque surgem problemas de saúde causados por intoxicação de chumbo presente nas tintas que o pintor utilizava em suas obras.

        É nessa época também que ele realiza os famosos murais Guerra e Paz (1953-1956) para a sede da ONU, em Nova York.

        [...]

        Por fim, em meados de 1962, Portinari aceita uma encomenda da prefeitura de Barcelona, contudo, seu nível de intoxicação pelas tintas torna-se fatal e ele falece neste ano em 06 de fevereiro, aos 58 anos.

AIDAR, Laura. Candido Portinari. Disponível em: www.todamateria.com.br/candido-portinari. Acesso em: 28 fev. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 02-03.

Entendendo a biografia:

01 – Qual a origem de Candido Portinari e qual foi sua formação escolar?

      Candido Portinari nasceu em uma fazenda de café no interior de São Paulo, filho de imigrantes italianos. Apesar de ter uma família humilde e ter estudado apenas até o ensino primário, ele se destacou no cenário artístico brasileiro e internacional.

02 – Qual foi o marco inicial da carreira de Portinari e como ele se consolidou no cenário artístico?

      O marco inicial da carreira de Portinari foi a sua mudança para o Rio de Janeiro e a matrícula na Escola Nacional de Belas Artes. A partir daí, ele começou a ser reconhecido pela crítica e, com a conquista do Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, em 1928, ganhou projeção internacional.

03 – Qual a principal temática presente nas obras de Portinari?

      A principal temática presente nas obras de Portinari é a cultura latino-americana. Ele frequentemente retratava a realidade social e as paisagens do Brasil, além de celebrar a diversidade cultural do continente.

04 – Quais foram os principais prêmios e reconhecimentos recebidos por Portinari?

      Portinari recebeu diversos prêmios e reconhecimentos ao longo de sua carreira, como o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, a medalha de ouro do Prêmio Internacional da Paz e a participação na 1ª Bienal de São Paulo.

05 – Qual foi a principal causa da morte de Candido Portinari?

      A principal causa da morte de Candido Portinari foi a intoxicação por chumbo, proveniente das tintas que ele utilizava em suas obras.

06 – Qual a importância dos murais "Guerra e Paz" na obra de Portinari?

      Os murais "Guerra e Paz" são considerados uma das obras-primas de Portinari. Eles representam um dos ápices de sua carreira e demonstram sua preocupação com os temas da violência e da paz em um contexto pós-Segunda Guerra Mundial.

07 – Qual o legado de Candido Portinari para a arte brasileira?

      Candido Portinari deixou um legado fundamental para a arte brasileira. Suas obras retrataram a realidade social e cultural do país de forma visceral e poética, contribuindo para a construção de uma identidade artística nacional. Além disso, ele foi um importante representante da arte brasileira no cenário internacional.

 

 

 

CONTO: O PATINHO FEIO - (FRAGMENTO) - HANS CHRISTIAN ANDERSEN - COM GABARITO

 Conto: O Patinho Feio – Fragmento

            Hans Christian Andersen

        A mamãe pata tinha escolhido um lugar ideal para fazer seu ninho: um cantinho bem protegido, no meio da folhagem, perto do rio que contornava o velho castelo.

        Mais adiante estendiam-se o bosque e um lindo jardim florido.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_8-1XZEu8FskSaHUApwdJzJXZJMXVI1vUKW9QChZWgqfLSHPThRHsIuNJWwgDWh9Y2lFuie3T4Iqg558yIz18vhoppDF-7zTq1BSCm9w4H8V5LPgAXhnnGhNuQQRNpmmfHJHpDtU-Bg9_akpd582EpTiwVmu7gUReDRllY73dc7RHTgi2mHZu6NbRbX4/s1600/PATINHO.jpg


        Naquele lugar sossegado, a pata agora aquecia pacientemente seus ovos. Por fim, após a longa espera, os ovos se abriram um após o outro, e das cascas rompidas surgiram, engraçadinhos e miúdos, os patinhos amarelos que, imediatamente, saltaram do ninho.

        Porém um dos ovos ainda não se abrira; era um ovo grande, e a pata pensou que não o chocara o suficiente.

        Impaciente, deu umas bicadas no ovão e ele começou a se romper.

        No entanto, em vez de um patinho amarelinho saiu uma ave cinzenta e desajeitada. Nem parecia um patinho.

        Para ter certeza de que o recém-nascido era um patinho, e não outra ave, a mãe-pata foi com ele até o rio e o obrigou a mergulhar junto com os outros. Quando viu que ele nadava com naturalidade e satisfação, suspirou aliviada. Era só um patinho muito, muito feio.

        Tranquilizada, levou sua numerosa família para conhecer os outros animais que viviam nos jardins do castelo.

        Todos parabenizaram a pata: a sua ninhada era realmente bonita. Exceto um. O horroroso e desajeitado das penas cinzentas!

        — É grande e sem graça! — falou o peru.

        — Tem um ar abobalhado — comentaram as galinhas.

        O porquinho nada disse, mas grunhiu com ar de desaprovação.

        Nos dias que se seguiram, as coisas pioraram. Todos os bichos, inclusive os patinhos, perseguiam a criaturinha feia.

        A pata, que no princípio defendia aquela sua estranha cria, agora também sentia vergonha e não queria tê-lo em sua companhia.

        O pobre patinho crescia só, malcuidado e desprezado. Sofria. As galinhas o bicavam a todo instante, os perus o perseguiam com ar ameaçador e até a empregada, que diariamente levava comida aos bichos, só pensava em enxotá-lo.

        Um dia, desesperado, o patinho feio fugiu. Queria ficar longe de todos que o perseguiam.

        Caminhou, caminhou e chegou perto de um grande brejo, onde viviam alguns marrecos. Foi recebido com indiferença: ninguém ligou para ele. Mas não foi maltratado nem ridicularizado; para ele, que até agora só sofrera, isso já era o suficiente.

        [...] Novamente caminhou, caminhou, procurando um lugar onde não sofresse. Ao entardecer chegou a uma cabana. A porta estava entreaberta, e ele conseguiu entrar sem ser notado. Lá dentro, cansado e tremendo de frio, se encolheu num cantinho e logo dormiu.

        Na cabana morava uma velha, em companhia de um gato, especialista em caçar ratos, e de uma galinha, que todos os dias botava o seu ovinho.

        Na manhã seguinte, quando a dona da cabana viu o patinho dormindo no canto, ficou toda contente.

        — Talvez seja uma patinha. Se for, cedo ou tarde botará ovos, e eu poderei preparar cremes, pudins e tortas, pois terei mais ovos. Estou com muita sorte!

        Mas o tempo passava, e nenhum ovo aparecia. A velha começou a perder a paciência. A galinha e o gato, que desde o começo não viam com bons olhos recém-chegado, foram ficando agressivos e briguentos.

        Mais uma vez, o coitadinho preferiu deixar a segurança da cabana e se aventurar pelo mundo.

        Caminhou, caminhou e achou um lugar tranquilo perto de uma lagoa, onde parou. [...]

        Sozinho, triste e esfomeado, o patinho pensava, preocupado, no inverno que se aproximava.

        Num final de tarde, viu surgir entre os arbustos um bando de grandes e lindíssimas aves. Tinham as plumas alvas, as asas grandes e um longo pescoço, delicado e sinuoso: eram cisnes, emigrando na direção de regiões quentes. Lançando estranhos sons, bateram as asas e levantaram voo, bem alto.

        O patinho ficou encantado, olhando a revoada, até que ela desaparecesse no horizonte. Sentiu uma grande tristeza, como se tivesse perdido amigos muito queridos.

        Com o coração apertado, lançou-se na lagoa e nadou durante longo tempo.

        Não conseguia tirar o pensamento daquelas maravilhosas criaturas, graciosas e elegantes.

        Foi se sentindo mais feio, mais sozinho e mais infeliz do que nunca.

        Naquele ano, o inverno chegou cedo e foi muito rigoroso. [...]

        — Agora morrerei — pensou. — Assim, terá fim todo meu sofrimento.

        Fechou os olhos, e o último pensamento que teve antes de cair num sono parecido com a morte foi para as grandes aves brancas.

        Na manhã seguinte, bem cedo, um camponês que passava por aqueles lados viu o pobre patinho, já meio morto de frio.

        Quebrou o gelo com um pedaço de pau, libertou o pobrezinho e levou-o para sua casa.

        Lá o patinho foi alimentado e aquecido, recuperando um pouco de suas forças. Logo que deu sinais de vida, os filhos do camponês se animaram:

        — Vamos fazê-lo voar!

        — Vamos escondê-lo em algum lugar!

        E seguravam o patinho, apertavam-no, esfregavam-no. Os meninos não tinham más intenções; mas o patinho, acostumado a ser maltratado, atormentado e ofendido, se assustou e tentou fugir. Fuga atrapalhada!

        Caiu de cabeça num balde cheio de leite e, esperneando para sair, derrubou tudo. A mulher do camponês começou a gritar, e o pobre patinho se assustou ainda mais.

        Acabou se enfiando no balde da manteiga, engordurando-se até os olhos e, finalmente se enfiou num saco de farinha, levantando uma poeira sem fim. A cozinha parecia um campo de batalha. Fora de si, a mulher do camponês pegara a vassoura e procurava golpear o patinho. As crianças corriam atrás do coitadinho, divertindo-se muito.

        Meio cego pela farinha, molhado de leite e engordurado de manteiga, esbarrando aqui e ali, o pobrezinho por sorte conseguiu afinal encontrar a porta e fugir, escapando da curiosidade das crianças e da fúria da mulher. Ora esvoaçando, ora se arrastando na neve, ele se afastou da casa do camponês e somente parou quando lhe faltaram as forças.

        Nos meses seguintes, o patinho viveu num lago, se abrigando do gelo onde encontrava relva seca.

        Finalmente, a primavera derrotou o inverno. Lá no alto, voavam muitas aves. Um dia, observando-as, o patinho sentiu um inexplicável e incontrolável desejo de voar.

        [...] Voou. Voou. Voou longamente, até que avistou um imenso jardim repleto de flores e de árvores; do meio das árvores saíram três aves brancas. O patinho reconheceu as lindas aves que já vira antes, e se sentiu invadir por uma emoção estranha, como se fosse um grande amor por elas.

        — Quero me aproximar dessas esplêndidas criaturas — murmurou. — Talvez me humilhem e me matem a bicadas, mas não importa. É melhor morrer perto delas do que continuar vivendo atormentado por todos.

        Com um leve toque das asas, abaixou-se até o pequeno lago e pousou tranquilamente na água.

        — Podem matar-me, se quiserem — disse, resignado, o infeliz.

        E abaixou a cabeça, aguardando a morte. Ao fazer isso, viu a própria imagem refletida na água, e seu coração entristecido deu um pulo. O que via não era a criatura desengonçada, cinzenta e sem graça de outrora. Enxergava as penas brancas, as grandes asas e um pescoço longo e sinuoso.

        Ele era um cisne! Um cisne, como as aves que tanto admirava.

        — Bem-vindo entre nós! — disseram-lhe os três cisnes, curvando os pescoços, em sinal de saudação.

        Aquele que num tempo distante tinha sido um patinho feio, humilhado, desprezado e atormentado se sentia agora tão feliz que se perguntava se não era um sonho!

        Mas, não! Não estava sonhando. Nadava em companhia de outros, com o coração cheio de felicidade.

        Mais tarde, chegaram ao jardim três meninos, para dar comida aos cisnes. O menorzinho disse, surpreso:

        — Tem um cisne novo! E é o mais belo de todos! E correu para chamar os pais.

        — É mesmo uma esplêndida criatura! — disseram os pais.

        E jogaram pedacinhos de biscoito e de bolo. Tímido diante de tantos elogios, o cisne escondeu a cabeça embaixo da asa.

        Talvez um outro, em seu lugar, tivesse ficado envaidecido. Mas não ele. Seu coração era muito bom, e ele sofrera muito, antes de alcançar a sonhada felicidade.

Disponível em: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/roteiropedagogico/publicacao/8105_0_patinho_feio.pdf. Acesso em: 28 fev. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 60-62.

Entendendo o conto:

01 – Por que o patinho era considerado feio pelos outros animais?

      O patinho era considerado feio porque tinha uma aparência diferente dos outros animais da granja. Ele era maior, cinzento e desajeitado, enquanto os outros patinhos eram amarelos e graciosos.

02 – Como os outros animais tratavam o patinho feio?

      Os outros animais, como galinhas, perus e até mesmo os outros patinhos, zombavam e maltratavam o patinho feio. Ele era constantemente humilhado e rejeitado por sua aparência diferente.

03 – Por que a pata, mãe do patinho feio, acabou se envergonhando dele?

      Inicialmente, a pata defendia seu filho, mesmo ele sendo diferente. No entanto, diante da rejeição dos outros animais e da própria insegurança, ela também passou a sentir vergonha do patinho feio.

04 – Quais as dificuldades enfrentadas pelo patinho feio após fugir da granja?

      Após fugir da granja, o patinho feio enfrentou diversas dificuldades, como a rejeição dos outros animais, a solidão, o frio e a fome. Ele peregrinou por diversos lugares em busca de um lugar onde pudesse ser aceito.

05 – Qual a importância da descoberta do patinho sobre sua verdadeira identidade?

      A descoberta de que era um cisne foi um momento transformador para o patinho feio. Ele finalmente encontrou seu lugar no mundo e compreendeu que sua diferença não era um motivo para ser rejeitado, mas sim uma característica que o tornava especial.

06 – Qual a mensagem principal do conto "O Patinho Feio"?

      A mensagem principal do conto é que as aparências enganam e que a beleza está nos olhos de quem vê. O patinho feio nos ensina a aceitar nossas diferenças, a não nos deixarmos abater pelas críticas e a acreditar em nós mesmos, mesmo quando os outros não o fazem.

07 – Como o conto "O Patinho Feio" pode ser interpretado como uma alegoria?

      O conto pode ser interpretado como uma alegoria sobre a importância de sermos nós mesmos e de não nos conformarmos com os padrões estabelecidos pela sociedade. O patinho feio representa aqueles que são diferentes e que sofrem por causa disso, mas que, no final, encontram seu lugar no mundo e são valorizados por sua singularidade.

08 – Qual o papel da natureza na história do patinho feio?

      A natureza desempenha um papel fundamental na história do patinho feio. É na natureza que ele encontra abrigo, alimento e, finalmente, sua verdadeira identidade. A natureza representa um espaço de liberdade e de possibilidades, onde o patinho pode ser quem ele realmente é.

09 – Como a história do patinho feio pode ser relacionada com a vida real?

      A história do patinho feio pode ser relacionada com a vida real, pois muitas pessoas se sentem diferentes ou excluídas por alguma razão. O conto nos mostra que é importante sermos resilientes, buscarmos nosso próprio caminho e não nos deixarmos abater pelas críticas dos outros.

10 – Qual a importância de histórias como "O Patinho Feio" para a educação infantil?

      Histórias como "O Patinho Feio" são importantes para a educação infantil, pois ajudam as crianças a desenvolverem a autoestima, a empatia e a tolerância às diferenças. Ao se identificarem com o patinho feio, as crianças aprendem que é normal ser diferente e que cada um tem suas próprias qualidades.