sexta-feira, 14 de setembro de 2018

POEMA: AMAR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Amar

             Carlos Drummond de Andrade

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?


Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal,
senão rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?


Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e
uma ave de rapina.


Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.


Amar a nossa falta mesma de amor,e na secura nossa 
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
        Carlos Drummond de Andrade. Antologia poética.
14. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.

Fonte: Livro- Oficina de Redação – Leila Lauar Sarmento, 7ª Série. Editora Moderna, 1ªedição,1998.p.7/8/9.
Entendendo o poema:


01 – De acordo com o eu lírico, na primeira estrofe, o ato de amar é uma vocação. Que versos sugerem essa ideia?
      “Que pode uma criatura senão, / Entre criaturas, amar?”

02 – Amar, de acordo com o poema, é uma atitude finita? Justifique sua resposta.
      Sim. Pois é possível “amar e esquecer”, “amar e malamar”, “amar, desamar, amar”. O ser que ama está em “rotação universal” conforme as coisas mudam o amor também pode mudar.

03 – Na segunda estrofe, ao empregar a palavra mar, o eu lírico estabeleceu uma relação de semelhança gráfica e sonora com a palavra amar. A palavra mar também reforça a ideia do movimento cíclico do amor. De que forma isso está sugerido nessa estrofe?
      Da mesma forma que o mar traz e leva conforme a maré, assim também pode ser o amor num processo de ida e volta, ou seja, de acordo com o poeta “amar, desamar, amar”.

04 – Na quarta estrofe, o eu lírico diz que o destino do ser humano é amar sem conta, ou seja, de maneira ilimitada, como uma forma de doação. O que significa no poema “doação ilimitada a uma completa ingratidão”? O eu lírico está se referindo ao amor não correspondido ou estaria falando sobre o amor desinteressado, de pura entrega?
      O poeta refere-se ao amor desinteressado, de completa entrega “Este o novo destino: amar sem conta”, ainda se esse amor for recusado, continua a busca incessante por “mais e mais amor”.

05 -  Ao falar em “concha vazia do amor”, o eu lírico remete novamente para a figura do mar, mencionada na segunda estrofe. No contexto do poema, o que essa imagem pode estar representando?
      Pode representar um coração vazio de sentimento, mas que está sempre em busca do amor para preenchê-lo.

06 – Releia a última estrofe e observe que novamente ele remete para a ideia de que amar é um sentimento inesgotável. Que expressão está sugerindo essa forma de pensar do eu lírico?
      “... a sede infinita”.

07 – Organize o seu vocabulário. Coloque as palavras abaixo em ordem alfabética, de modo que cada uma fique diante de seu significado.
Vidrados – ânsia – expectante – inóspito – inerte – pérfidas – nulas – implícita – tácito.

Ânsia: anseio, desejo ardente.

Expectante: que espera, que fica na expectativa.

Implícita: subentendida, envolvida.

Inerte: sem atividade, parado, indolente.

Inóspito: em que não se pode viver, sem hospitalidade.

Nulas: sem valor, inúteis.

Pérfidas: desleais, infiéis, falsas.

Tácito: calado, silencioso, secreto.

Vidrados: embaciados, sem brilho.

08 – Reescreva a frase, substituindo as palavras destacadas por sinônimos.
        “... amor sem conta / distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas...”
      Amor sem conta, / distribuído pelas coisas falsas ou inúteis.

09 – O texto “Amar” foi escrito em verso ou em prosa?
      Foi escrito em versos, pois é um poema.

10 – Como você chegou a essa conclusão?
      O texto é composto de versos organizados em estrofes. Além da forma externa, os recursos literários usados no texto são poéticos.

11 – Assinale a alternativa correta.
O autor usou várias vezes o ponto de interrogação:
(   ) Simplesmente para formular perguntas de alguma coisa que ele quer saber dos leitores.
(X) Como um convite à reflexão e à participação do leitor, chamando-lhe a atenção sobre o assunto.

12 – Faça uma relação dos elementos da natureza que o poeta usou para construir o poema.
      Rotação universal, o mar, a praia, a brisa marinha, o sal, as palmas do deserto, o inóspito, uma ave de rapina.

13 – Relendo a primeira estrofe, o que você entende por malamar e desamar?
      Resposta pessoal do aluno.

14 – O poeta também relaciona o amor ao inóspito, ao cru, ao vazio, ao inerte e às coisas pérfidas e nulas. Por quê?
(  ) Para indicar que existem pessoas que não sabem usar a capacidade de amar.
(X) Para indicar a capacidade incondicional e ilimitada que é própria do ser humano.

15 – Explique a expressão “sede infinita”. Em que sentido o poeta a usou no contexto do poema?
      É infinita a vontade, a ânsia, o desejo insaciável de amar. É própria da natureza humana essa constante sede de amar.

16 – De qual estrofe você mais gostou? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

17 – Que outro título você daria ao texto?
      Resposta pessoal do aluno.

18 – Assinale o item que traz a ideia central do poema.
(   ) Amar apenas as coisas boas da vida.
(X) A capacidade ilimitada do ser humano de amar, mesmo na ingratidão e nas coisas distantes.
(   ) O amos não tem limites sem sentido.




CRÔNICA: A MULHER DO VIZINHO - FERNANDO SABINO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: A mulher do vizinho
                           
               Fernando Sabino

     Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.
     O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.
    O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fábrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:
        — O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: duralex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.
        Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:
               — Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?
        O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
        — Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não e gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?
        Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humildemente:
        — Da ativa, minha senhora?
        E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:
        — Da ativa, Motinha! Sai dessa…

(Texto extraído do livro "Fernando Sabino - Obra Reunida - Vol.01", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1996, pág. 872. Tudo sobre Fernando Sabino em "Biografias".)

Entendendo a crônica:

01 – De acordo com o texto, o que gerou a situação conflituosa do texto?
      Os filhos do sueco jogando futebol com bola de meia, e às vezes a bola caía no carro do general.

02 – No primeiro parágrafo do texto, o narrador usa alguns recursos que o eximem da veracidade dos fatos narrados. Observe o trecho inicial do conto:
        “Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia.”
a) Que pessoa do discurso indica o pronome me em destaque?
      1ª pessoa.

b) Por que da expressão “contaram-me”, o leitor é capaz de identificar com precisão a origem da história? Explique.
      Porque percebe-se que a história foi contada por outra pessoa.

c) O conto “A mulher do vizinho” é narrada em 1ª ou 3ª pessoa?
      3ª pessoa.

d) Qual seria a diferença de sentido, se o trecho inicial do conto tivesse sido iniciado desta forma?
        “Na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general do nosso exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia.”
      Porque percebe-se que a história foi contada por outra pessoa.

e) Por que podemos afirmar que o uso da 1ª pessoa pelo narrador, no início do conto, é um recurso para se descomprometer da veracidade dos fatos?
      Ao fato dele atribuir na história que contaram para ele, nesse caso ele se descompromete totalmente do assunto contado.

03 – Qual é o assunto tratado nesse texto?
      O espanto do delegado ao conhecer a mulher do vizinho.

04 – Em que momento da narrativa se dá o clímax da história?
      8° e 9° parágrafo.

05 – Que tipo de discurso foi usado nesse conto: direto ou indireto?
      Indireto.

06 – Com que objetivo foi escrito esse conto?
      Para mostrar que se deve conhecer as pessoas antes de falarem alguma a seu respeito ou intimá-la para uma eventual situação. 

07 – Algumas expressões presentes no conto não fazem parte do vocabulário cotidiano de grande parte das pessoas; no entanto, analisando o contexto, é possível identificar a ideia que cada uma sugere. Então, escreva o que significam, nesse contexto, as seguintes expressões:
a) Passar uma chamada: Convocar.                       
b) Casa da sogra: Fazer o que bem quiser.
c) Ir em cana: Preso.                                           
d) Morou? Sacou, agora?

08 – Faça o resumo do texto, retirando de cada parágrafo sua ideia principal.
      O autor no primeiro parágrafo se descompromete da veracidade dos fatos narrados. E ainda ocorre a situação conflituosa do texto. O sueco e a mulher comparece à delegacia, obedecendo a convocação do delegado. Este repreende o sueco pela má disciplina dos filhos. A mulher do sueco apresenta uma descompostura para com o delegado. Este desalentado ficou sem palavras ao conhecer que aquela mulher era peixe grande.  E deu o caso por encerrado.

09. De acordo com o texto, o problema ocorrido entre o general e os filhos do sueco se  deu devido  

         (A)  a bola cair no carro do general.

         (B)  os meninos passarem o dia jogando futebol.

         (C)  ser um conhecido e antipático general do exército.

         (D)  o sueco ser um estrangeiro.

 10.  O trecho “... outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou?” A palavra CANA pode ser substituída por

       (A) preso.

       (B)  cachaça.

       (C)  colmo de várias plantas gramíneas.

       (D) sumarento.

 11. No fragmento a seguir: “O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio: ...” A palavra “INTERVEIO” pode ser substituída por

       (A) interferiu.

       (B)  acudiu.

       (C)  ingeriu.

       (D) sobreveio.

 12. De acordo com a leitura do texto, o sueco era um homem

           (A) bem parecido e dono de uma grande fábrica de papel.

           (B)  tímido, meio descuidado no vestir, porém, humilde.

           (C)  culto, avarento e soberbo.

           (D) de poucas palavras, porém, gentil.

 

 

 


        




CONTO: SOBRESSALTO - ODENILDE NOGUEIRA MARTINS - COM QUESTÕES GABARITADAS

Conto: Sobressalto

        É noite quente, de lua clara. As crianças brincam na pequena praça, correndo para lá e para cá, brincando de pega-pega ou de esconde-esconde, enquanto os pais conversam animados. Não há o que temer, todos se conhecem. Ali, o tempo corre sem grandes sobressaltos. As portas e janelas não são trancadas, travas para quê? A vida moderna e seus estorvos são vistos de muito longe, esporadicamente. Curiosidade em vivê-la? Não. O que precisam, eles têm, quase tudo. Um ou dois mascates trazem o que não produzem. Não há o que temer.
        Julião Mascate chegou logo cedo à pequena cidade, tocando a buzina para se anunciar: vinha carregado de tecidos coloridos e outras quinquilharias.
        – Biiiiippppp!! Bibipiiiiiiii! – É hora, minha senhora! Venha escolher seu tecido! Julião tem de tudo: tem brincos, tem colares. Água de cheiro tem, também! Venha logo. Não demore! – Biiiipppp! Biiiipppp! – Pro patrão, tem também! Para a criançada, bolas coloridas e bonecas, lápis de cor e peteca!
        Minutos depois, lá estava Julião, barraca montada na praça. Em dias de barraca na praça, que mal havia de se esquecer de alguns afazeres? As pessoas acorriam, ninguém ficava em casa. Ao entardecer, como sempre, Julião partiria.
        Naquela noite, a conversa girava em torno da chegada do mascate e das compras feitas. Lindaura e Alzirinha jogavam peteca, separadas dos demais meninos e meninas.
        As vendas foram fracas e, por isso, Julião resolveu ficar na cidadezinha e montar sua barraca novamente no dia seguinte.
        A peteca foi arremessada com muita força. Onde foi parar? Lindaura sai à procura do brinquedo. Demora demais. Alzirinha resolveu procurar também. Atrás do coreto, tropeçou e caiu. Caiu sobre o corpo sem vida de Lindaura.
        A cidadezinha, tomada de pesar, ficou muda de terror e espanto. Julião Mascate sumiu.
        A maldade tomou forma e tocou a todos. Era concreta e tinha nome: Julião Mascate.
        Portas e janelas se fecharam. Na praça, não se ouve mais o alarido alegre do riso das crianças, brincadeiras não há. As rodas de conversas diminuíram. Restringem-se a uns poucos homens que conversam baixo e espiam desconfiados por cima do ombro. A cada desconhecido que na cidadezinha chega, um sobressalto. O mal existe. O povo carrega a marca indelével do medo.
                          Odenilde Nogueira Martins – Sobressalto - In: Caso encerrado.


Entendendo o conto:
01 – O conto é uma narrativa curta cujo enredo compõe-se de determinados elementos que lhe conferem a devida credibilidade, fazendo com que se instaure um clima de envolvimento entre os interlocutores (autor x leitor). O texto narrativo é composto pelo enredo (o assunto do texto), o narrador, as personagens, o espaço e o tempo. Identifique os elementos narrativos solicitados do conto Sobressalto.

·        Fato principal: A mudança ocorrida no comportamento dos moradores de uma pequena cidade após um assassinato brutal.

·        Narrador – Comprove: Terceira pessoa, observador: "O que precisam, eles têm, quase tudo. Um ou dois mascates trazem o que não produzem. Não há o que temer." (Outros fragmentos podem ser usados)

·        Personagens principais: Lindaura e Julião Mascate.
·        Espaço – Comprove: Na praça de uma pequena cidade: "As crianças brincam na pequena praça..."

·        Tempo – Comprove: O conto carece de informações precisas a respeito de quando os fatos aconteceram: "É noite quente, de lua clara."; "Naquela noite..."

02 – Na sua opinião, o título do conto é adequado? Justifique.
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Em qual parágrafo instaura-se o conflito? Transcreva um trecho que comprove sua resposta.
      No segundo parágrafo: "Julião Mascate chegou logo cedo à pequena cidade, tocando a buzina para se anunciar: vinha carregado de tecidos coloridos e outras quinquilharias."

04 – A autora usou onomatopeia, retire-a e diga o que representa.
      Biiiiippppp!! Bibipiiiiiiii! - representa o som de buzina.

05 – Quando a rotina da pacata cidade era alterada? Comprove sua resposta com um trecho do texto.
      A rotina era alterada quando Julião Mascate chegava: "Em dias de barraca na praça, que mal havia de se esquecer de alguns afazeres? As pessoas acorriam, ninguém ficava em casa."

06 – Qual a justificativa para que o mascate permanecesse na cidade, diferentemente do que ocorria sempre?
      As vendas foram fracas.

07 – O que aconteceu com Lindaura?
      Lindaura sofreu violência sexual e depois foi assassinada.

08 – Qual fato permite concluir que Julião Mascate é o assassino de Lindaura?
      Julião Mascate sumiu.

09 – Descreva a cidadezinha antes e depois da morte da menina Lindaura.
      Antes: ninguém trancava portas e janelas, a vida era calma, não havia o que temer, todos se conheciam, crianças e adultos reuniam-se na praça, enquanto os adultos conversavam, as crianças brincavam. Não havia violência.

      Depois: As portas e janelas foram fechadas, as crianças não brincavam mais na praça, as rodas de conversas diminuíram, poucos homens conversam baixo, desconfiados, com medo de desconhecidos, os moradores passam a conhecer o medo da violência.

10 – Fale em um parágrafo sobre o tipo de violência abordada no texto.
      Resposta pessoal do aluno.

TEXTO: PELES DE SAPOS - RUTH DE GOUVÊA DUARTE


Texto: PELES DE SAPOS

        Em 1970 e 1971, houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos. Lá elas eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Isso levou a uma drástica diminuição da 5 população de sapos nessa região.
        O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros. É um animal voraz, isto é, comilão. Quando adulto chega a comer trezentos besouros por dia. Sem os sapos, seus inimigos naturais, as mariposas, os 10 besouros e os grilos, proliferaram de maneira assustadora.
        Esses insetos invadiram as cidades. Mariposas e besouros concentraram-se em torno dos postes de iluminação pública e também entraram nas casas, causando grandes transtornos. Os grilos, com seu cricri, não deixavam as pessoas dormirem.
        Em maio de 1972, na cidade de lati, em Pernambuco, a população, em uma espécie de mutirão, varreu ruas e calçadas, amontoando principalmente besouros, e também mariposas e grilos mortos, para serem levados por caminhões de lixo. Em apenas três dias encheram-se mais de oitenta caminhões com esses bichos!
        O governo proibiu a caça de sapos e passou a fiscalizar a exportação de suas peles.
                                                                    Ruth de Gouvêa Duarte
Entendendo o texto:
01 – O título do texto, Peles de sapos, representa:
a) o motivo da invasão dos insetos nas cidades
b) o objetivo econômico dos exportadores  
c) a razão de ter aumentado o número de grilos e mariposas
d) uma riqueza importante do Nordeste brasileiro
e) a causa da extinção definitiva dos sapos.

02 – Uma informação conta com uma série de elementos básicos:  o que aconteceu, quem participou dos acontecimentos, onde e quando se passaram, como e por que ocorreram os fatos etc. Considerando que o acontecimento básico do texto é a caça aos sapos, assinale a informação que não está presente no texto:
a) onde ocorreu: no Nordeste brasileiro.
b) quando ocorreu: em 1970 e 1971.
c) para que ocorreu: exportação de peles.
d) como ocorreu: armadilhas especiais.   
e) consequência da caçada: redução da população de sapos.

03 – Assinale a frase em que o vocábulo destacado tem seu antônimo corretamente indicado:
a) “...para que suas peles fossem exportadas...” – compradas.
b) “...uma enorme procura por sapos...” – imensa.
c) “...levou a uma drástica diminuição da população...” – progresso.
d) “Quando adulto chega a comer...” – filhote.
e) “...seus inimigos naturais...” – adversários.

04 – “O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros.”; o emprego de principalmente nesse fragmento do texto indica que o sapo:
a) também come outros insetos.
b) só come mariposas, grilos e besouros.
c) prefere mariposas a grilos e besouros.
d) não come mariposas, grilos e besouros.
e) só come insetos nordestinos.

05 – “Em 1970 e 1971, houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos. Lá elas eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Isso levou a uma drástica diminuição da população de sapos nessa região.”. Nesse primeiro parágrafo do texto os elementos se referem a outros do mesmo parágrafo. Assinale a correspondência errada:
a) suas - dos sapos
b) lá - Estados Unidos
c) elas - as peles dos sapos
d) isso - bolsas, cintos e sapatos
e) nessa região - Nordeste brasileiro

06 – “É um animal voraz, isto é, comilão.”; o emprego de isto é nesse segmento do texto mostra que:
a) voraz e comilão são palavras de significados diferentes.
b) o autor empregou erradamente a palavra voraz.
c) o autor quer explicar melhor o significado de voraz.
d) comilão é vocábulo mais raro do que voraz.
e) o autor não está interessado em que o leitor entenda o que escreve.

07 – A mensagem que se pode entender do texto é:
a) A matança indiscriminada de animais pode causar desequilíbrios ecológicos.
b) A economia do país está acima do bem-estar da população.
c) A união da população não resolve muitos de nossos problemas.
d) Os insetos são inimigos dos homens.
e) O governo não cuida da proteção aos animais. 


TEXTO: POODLE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Poodle

   Atualmente o poodle é considerado um dos cães mais populares do mundo, principalmente no Brasil.
  Infelizmente, devido à reprodução sem controle, a maioria dos cães que vemos hoje não estão de acordo com o padrão oficial da raça. É recomendável a aquisição de filhotes somente através de criadores confiáveis.
        A origem da raça não é bem conhecida, mas há indícios de que o poodle seja originário da França.
        O poodle é um cão ativo e muito inteligente, por isso, de fácil treinamento. Segundo o livro “A inteligência dos Cães”, de Stanley Coren, o poodle é a segunda raça mais inteligente e obediente para o trabalho.
        Atualmente o poodle é consagrado como um excelente cão de companhia. Extremamente dócil, carinhoso e brincalhão, é um ótimo amigo das crianças.
                                         Fonte: Adaptação: http://amigocao.cjb.net

01 – No trecho do segundo parágrafo: “É recomendável a aquisição de filhotes somente através de criadores confiáveis”, a palavra em destaque indica:
a) Um problema.
b) Um pedido.
c) Uma sugestão.     
d) Um desejo.

02 – De acordo com o texto, qual é a origem da raça Poodle?
      Há indícios de que a raça seja originário da França.

03 – Em qual livro foi publicado que a raça Poodle é a segunda raça mais inteligente e obediente para o trabalho? Quem é o autor do livro?
     Foi publicado no livro “A inteligência dos Cães”, de Stanley Coren. 

04 – Por que o Poodle é considerado um excelente cão de companhia?
      Porque ele é extremamente dócil, carinhoso e brincalhão.



quarta-feira, 12 de setembro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): NOTURNO(CORAÇÃO ALADO) FAGNER - COM QUESTÕES GABARITADAS

ATIVIDADES COM A Música: Noturno (Coração Alado)

                                                         Fagner
O aço dos meus olhos
E o fel das minhas palavras
Acalmaram meu silêncio
Mas deixaram suas marcas...

Se hoje sou deserto
É que eu não sabia
Que as flores com o tempo
Perdem a força
E a ventania
Vem mais forte...

Hoje só acredito
No pulsar das minhas veias
E aquela luz que havia
Em cada ponto de partida
Há muito me deixou
Há muito me deixou...

Ai, Coração alado
Desfolharei meus olhos
Nesse escuro véu
Não acredito mais
No fogo ingênuo, da paixão
São tantas ilusões
Perdidas na lembrança...

Nessa estrada
Só quem pode me seguir
Sou eu!
Sou eu! Sou eu! ...

Hoje só acredito
No pulsar das minhas veias
E aquela luz que havia
Em cada ponto de partida
Há muito me deixou
Há muito me deixou...

Ai, Coração alado
Desfolharei meus olhos
Nesse escuro véu
Não acredito mais
No fogo ingênuo, da paixão
São tantas ilusões
Perdidas na lembrança...

Nessa estrada
Só quem pode me seguir
Sou eu!
Sou eu! Sou eu! Sou eu! ...

Ai, Coração alado
Desfolharei meus olhos
Nesse escuro véu
Não acredito mais
No fôgo ingênuo, da paixão
São tantas ilusões
Perdidas na lembrança...

Nessa estrada
Só quem pode me seguir
Sou eu!
Sou eu! Sou eu! Sou eu! ...
                                                         Composição: Graco
Entendendo a canção:

01 – Analise os versos da primeira estrofe.
·        “O aço dos meus olhos”
Olhar firme, frio e preciso.

·        “E o fel das minhas palavras”
Palavras amargas, duras, ásperas, tristes, (escuras).

·        “Acalmaram meu silêncio”
Fizeram com que eu ficasse mudo, mas calmo, frio, inerte.

·        “Mas deixaram suas marcas...”
Apesar de eu não ter dito nada, o que vi, e senti, e não disse, deixaram marcas em mim ou no outro.

02 – Do que se trata esta canção?
      De uma pessoa decepcionada com alguém e que amplia essa frustação para o resto do mundo.

03 – Em que versos o eu lírico se sente só?
      “Nessa estrada
       Só quem pode me seguir
       Sou eu!
       Sou eu! Sou eu! ...”

04 – Nestes versos:
“Hoje só acredito
No pulsar das minhas veias
E aquela luz que havia
Em cada ponto de partida
Há muito me deixou
Há muito me deixou...”

        Como o eu lírico está se sentindo?
      Triste decepcionado e descrente do resto da humanidade.

05 – Explique o título da canção.
      “Noturno”, por si só, já nos dá uma certa ideia, ainda que um tanto superficial a respeito do sentido da letra dessa canção, pois a noite, em relação ao dia, nos remete a solidão, ao cenário mais deserto, mais vazio, e consequentemente, mais solitário.

06 – Que mensagem o poeta nos transmite?
      Que construímos nossos sonhos...
      E não realiza-los gera desilusão...
      Mas tantos novos caminhos surgem...
      Precisamos ter coragem para enxerga-los.