Notícia: Projeto de lei quer permitir que alunos usem celular dentro da sala de aula nas escolas estaduais de Goiás
Em tramitação na Assembleia Legislativa, proposta prevê que aparelhos sejam usados para fins educativos; professores defendem iniciativa, mas afirmam que categoria tem que se capacitar.
Por Murillo Velasco, G1 GO –
11/05/2018 – 06h00
Um projeto de lei que tramita na
Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) quer permitir o uso do
celular dentro das salas de aula nas escolas estaduais. A ideia é que os
equipamentos sejam usados exclusivamente para fins educativos. A iniciativa é
bem vista por professores. No entanto, eles observem que, para que a prática dê
certo, a categoria precisa se capacitar.
Atualmente, o uso de celulares é
proibido dentro das escolas estaduais de Goiás. Em nota ao G1, a Secretaria de
Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce) informou que cumpre a Lei Nº
16.993, de 10 de maio de 2010, que proíbe o uso do equipamento na sala de aula.
Já o Ministério da Educação (MEC) diz
que “a educação básica é de gestão dos estados e dos municípios” e que “não cabe
ao MEC interferir neles sob pena de passar por cima da autonomia garantia pela
Constituição e pelo Pacto Federativo”.
[...]
Tecnologia
na educação
O presidente do Conselho Estadual de
Educação, Marcos Elias, defendeu a liberação do uso do celular, com a mediação
feita pelos educadores. Para ele, a lei que proíbe é um “equívoco”, mas a
aprovação deste projeto deve chamar atenção para as regras e contexto em que o
equipamento seria utilizado.
“Hoje, grande parte do conhecimento
humano está acessível pelo celular. Ele pode e deve ser um instrumento de
aprendizagem. O que define como este objeto vai ser usado é o projeto
pedagógico, o que dificilmente é definido por meio de uma lei. É melhor
autorizar, nestes moldes, do que proibir. Mas a questão não pode ser assim, do
tipo: agora está autorizado”, disse.
Segundo ele, a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional permite que, no processo de ensino, sejam utilizadas
diferentes metodologias, incluindo o uso de equipamentos eletrônicos.
“Se o celular pode ser um instrumento,
e as pesquisas mostram que pode sim ser um instrumento de aprendizagem, ele
pode ser usado com métodos e formas que sejam adequadas, que neste caso só a
escola pode definir”, destacou.
Realidade
escolar
Os estudantes Sara Christine de Souza
Portes, de 17 anos, e Gustavo Dias Santana Soares, de 18, estudam juntos no
Colégio Estadual Jardim América, em Goiânia. Como a maioria dos jovens da faixa
etária dos dois, eles têm o celular como um aliado na comunicação e, muitas
vezes, como ferramenta de pesquisa.
No entanto, os dois destacam que o uso
do equipamento dentro da sala de aula, atualmente, é um obstáculo para o
processo de ensino. “As pessoas só ficam nas redes sociais, tirando foto, ouvindo
música. Isso enquanto o professor explica o conteúdo, então, a gente entende
que atrapalha bastante desse jeito”, disse Gustavo.
Sara afirma que o celular pode deixar
as aulas mais dinâmicas em alguns momentos, mas acredita que o uso em excesso
pode atrapalhar o convívio social. “Eu vejo que algumas horas pode ser
importante, para a gente entrar em algum site, para ler juntos, mas precisamos
ter um padrão, para não usar enquanto o professor estiver explicando, por
exemplo”, disse a adolescente.
A coordenadora pedagógica do colégio,
Sandra Maria de Oliveira, que também é professora universitária, avalia a
proposta como “bem-vinda”, mas teme que os professores não estejam preparados
para mediar o uso do celular. Segundo ela, junto com a aprovação do projeto, é
necessário traçar uma estratégia para capacitar os educadores sobre o uso das
tecnologias.
“Um dos problemas é a falta de formação
dos professores que já estão há muito tempo na docência, porque os que formam
hoje lidam com disciplinas que utilizam a tecnologia como ferramenta de
educação. Passa pela formação, sobre como usar as tecnologias na sala de aula”,
disse.
Sandra afirma que, apesar de poder ser
benéfico ao processo de aprendizagem dos alunos, o celular atualmente é
utilizado de forma indisciplinada pelos estudantes.
“Além da formação de professores, nós
temos que trabalhar a disciplina e respeito dos alunos. Hoje, eles usam o
celular para fazer cola, pra fazer bullying, invadem, muitas vezes, a rede do
colégio. Tiram fotos e criam páginas de crítica a colegas e professores. Então,
como qualquer outra mudança, é necessário ponderar e fazer um planejamento bem
feito”.
“O uso do celular como ferramenta de
ensino pode ser uma ótima estratégia para despertar o interesse dos alunos, mas
passando pela formação dos professores e disciplina dos estudantes”, disse a
coordenadora.
VELASCO, Murillo.
Projeto de lei quer permitir que alunos usem celular dentro da sala de aula nas
escolas estaduais de Goiás. G1, Goiás, 11 maio 2018. Disponível em: https://glo.bo/2qZboQR.
Acesso em: 29 set. 2018.
Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 194-7.
Entendendo a notícia:
01 – Releia o título e o
subtítulo da notícia e responda:
a) Que posição do jornalista ou do veículo de comunicação pode estar implícito no título com o uso da expressão quer permitir?
O uso da expressão quer permitir têm um caráter de julgamento ou
crítica dessa ação. Por isso, essa escolha lexical pode demonstrar certa
discordância implícita em relação ao projeto.
b) Quais informações são antecipadas sobre esse fato no subtítulo?
O subtítulo explica que o projeto visa permitir o uso do celular
para fins pedagógicos e que educadores são favoráveis, mas precisam de
capacitação.
02 – Releia o primeiro parágrafo,
o lide da notícia, que fornece ao leitor informações básicas sobre o conteúdo:
a) Que fato deu origem à notícia?
A tramitação de um projeto legislativo que permite o uso de celular
nas salas de aula pelos alunos.
b) Quando e onde ocorreu o fato?
Na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás e começou a tramitar em
maio de 2018.
c) De acordo com o projeto, o uso do celular seria liberado sem restrições? Explique.
Não seria liberado para todos os fins, apenas os pedagógicos.
03 – Em sua opinião, esse
projeto é importante? Por quê?
Resposta pessoal
do aluno.
04 – Quais informações foram
dadas pela Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (Seduce) de Goiás e pelo
MEC? Essas declarações apresentam algum posicionamento sobre o assunto?
Explique.
A Secretaria
afirmou que cumpre a lei e não comenta projetos e o MEC não se envolve em
questões discutidas pelos estados e municípios que têm autonomia para
implementar suas políticas. Essas declarações não expressam opinião sobre a
polêmica, apenas repetem o que está previsto em lei vigente.
05 – Educadores ouvidos têm
opiniões parecidas sobre o assunto, mas com diferenças pontuais.
a) Reproduza o quadro a seguir e preencha-o com as opiniões resumidas das entrevistas.
·
Marcos Elias (presidente do Conselho Estadual
de Educação:
·
Sara (estudante):
·
Gustavo (estudante):
·
Sandra Maria de Oliveira (coordenadora):
Resposta pessoal do aluno.
b) Destaque a diferença de opinião entre o presidente do conselho e a coordenadora.
Ambos são favoráveis, mas ele acredita que a escola precisa resolver
as formas de disciplinar e os métodos de usos e que, antes de aprovar qualquer
medida, precisa ter formação para os professores e planejamento para
implementação.
c) Destaque a diferença de opinião entre os alunos.
Sara considera que a ferramenta pode deixar as aulas mais dinâmicas,
mas acha que pode atrapalhar o convívio. Gustavo acha que o convívio pode ficar
pior, porque, mesmo sendo proibido, os alunos fazem uso inadequado,
atrapalhando a aula.
Notícia: Projeto de lei permite e
incentiva uso de celular nas salas de aulas em Goiás
10/04/2018 – 12h17
Por Marcelo Gouveia
Edição 2230
Matéria
de autoria do deputado Jean Carlo tramita na Assembleia Legislativa
Projeto de lei de autoria do deputado
estadual Jean Carlo (PSDB) prevê revogar a lei 16.993/2010, que proíbe o uso de
telefone celular na sala de aula das escolas da rede pública estadual de ensino.
Para Jean, a proibição é arcaica, pois o smartphone pode servir de ferramenta
para auxiliar os estudos, “sendo possível a utilização de aplicativos de
educação”.
Segundo justificativa apresentada no
projeto, Jean defende que o uso do celular nas salas de aula permite o acesso à
informação. “É útil na realização de pesquisas e trabalhos a serem realizados
pelos alunos”. A Proposição 1121/2018 está na Comissão de Constituição, Justiça
e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em análise pelo
relator deputado Simeyson Silveira.
Para o parlamentar, a revogação da lei
que proíbe o uso do smartphone vai fortalecer a autoridade do professor, pois
ele poderá delimitar a utilização do aparelho. “O professor poderá disciplinar
como será o uso do telefone celular dentro da sala. Assim, a cada atividade, ou
momento, será possível delimitar o uso do aparelho. Dessa maneira, somente nos
casos em que haja o uso indevido é que o celular poderá ser proibido, sempre
pelo professor, conforme a sua autonomia dentro da sala de aula”, explica.
Depois de passar e ser aprovado pelas
comissões da Alego, o projeto precisa passar por duas votações em plenário, ser
aprovado novamente, para ser levado à sanção do governador.
GOUVEIA, Marcelo.
Projeto de lei permite e incentiva uso de celular nas salas de aulas de Goiás.
Jornal Opção, Goiás, ed. 2230, 10 abr. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2DJzPtJ.
Acesso em: 29 set. 2018.
Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º
ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 194-7.
Entendendo a notícia:
01 – Em comparação com a
notícia do G1, o uso dos verbos permite e incentiva no título pode indicar uma
posição implícita sobre o assunto? Explique.
Pode indicar uma
posição implícita mais favorável à ideia de que a outra notícia.
02 – Leia o lide no primeiro
parágrafo de notícia e responda:
· Qual é o fato?
Projeto que prevê revogar a lei que proíbe o uso de celular em sala
de aula.
· Por que esse fato ocorreu?
Porque o deputado considera a proibição arcaica, pois o smartphone
pode servir de ferramenta para auxiliar os estudos, sendo possível a utilização
de aplicativos de educação.
· Quem está envolvido?
O deputado estadual Jean Carlo (PSDB).
· Onde e quando aconteceu?
Na Assembleia Legislativa de Goiás, em abril de 2018.
03 – Compare os lides das duas notícias e explique o enfoque dado por esses veículos de comunicação?
No lide da
notícia do portal G1 não é citado o proponente do projeto nem mesmo as razões
que o levaram a encaminhá-lo. No entanto, diferentemente da notícia do jornal
Opção, dá ênfase à opinião dos educadores sobre a aplicação dessa medida. No
lide do jornal Opção, há a indicação do proponente, enfoque nas razões de o
deputado propor essa medida e a indicação que os alunos poderiam usar os
aplicativos do celular para fins pedagógicos.
04 – Se você recebesse essa
notícia por mensagem de aplicativo ou em redes sociais, como verificaria sua
veracidade?
Resposta pessoal
do aluno.
05 – Acesse algum site de
checagem de fatos e pesquise se as notícias são verdadeiras ou falsas.
Essas notícias
são verdadeira, porque as URL estão corretas e foram publicadas em diferentes
veículos confiáveis de comunicação.
06 – Releia a notícia
observando os verbos nos títulos, subtítulos e no corpo do texto. Responda:
a) Que tempo, pessoa e modo são usados?
Nos títulos e subtítulos são usados verbos no presente. No corpo do
texto, a maioria dos verbos está na terceira pessoa do presente do indicativo.
b) Qual é o objetivo do uso de verbos desse tempo verbal em títulos e subtítulos de notícias?
O objetivo é produzir sentido de atualidade ao fato noticiado.
07 – Na notícia, as
informações aparecem de forma hierárquica e todas as escolhas lexicais reforçam
o enfoque dado pelo jornalista ou veículo de comunicação:
a) Quais informações aparecem na primeira parte da notícia? Quais pessoas e órgãos são ouvidos?
Informações gerais sobre o projeto em tramitação na Assembleia
Legislativa de Goiás, uma prévia da opinião de educadores e o que falaram o MEC
e a Secretaria da Educação.
b) E na segunda e terceira parte da notícia?
Na segunda parte há o depoimento do Presidente do Conselho Estadual
de Educação.
c) Em sua opinião, por que a notícia do G1 não cita o nome do proponente do projeto de lei no lide, mas dá ênfase à opinião dos professores?
Resposta pessoal do aluno.
d) Que posição assumida pelo editorial desse veículo é revelada por essas escolhas: hierarquização e ocultação de informações e ordem dos depoimentos de entrevistados?
Pode demonstrar que o jornal fez uma opção em não dar enfoque ao
político proponente do projeto. Em vez disso, ouviu pessoas de diferentes
níveis hierárquicos da educação: primeiro, o MEC e a Secretaria de Educação; em
seguida, o Presidente do Conselho Estadual de Educação; e, por último, os
alunos e uma coordenadora.
Vlw
ResponderExcluirMe salvou
ResponderExcluirQue Deus abençoe...Fez muita pessoa feliz ☺💛
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