Soneto: Soneto
XXXVIII
Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar, pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.
Fazia, de papel, toda uma armada,
e estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino.
ao longo das sarjetas, na enxurrada...
Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são de papel, são como aqueles,
perfeitamente, exatamente iguais...
Que meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!
Guilherme
de Almeida. “Soneto”. In: Meus versos mais queridos. Rio de Janeiro,
Tecnoprint, s.d. p. 41.
Fonte: Livro- Português – Série – Novo
Ensino Médio – Vol. único. Ed. Ática – 2000- p.71-3.
Entendendo o soneto:
01 – O poema pode ser
dividido em dois segmentos. Que tempos verbais predominam em cada um deles?
O passado (duas
primeiras estrofes) e o presente (duas últimas).
02 – A que o poeta compara
os seus ideais?
A barcos de
papel.
03 – Em: “Quando a chuva
cessava e um vento fino / Franzia a tarde tímida e lavada.”, que ruído nos
sugerem as consoantes constritivas ([v]]. [s], [f], [z])? Que nome se dá a este
efeito sonoro?
O ruído da chuva
e do vento. Obs.: chamam-se construtivas porque, ao serem produzidas, a
corrente de as produz um ruído semelhante a uma ligeira fricção. Aliteração.
04 – Além da regularidade de
metro (todos os versos são decassílabos), que outro recurso sonoro contribui
para a musicalidade do poema?
As rimas.
05 – Com base nos estudos
feitos em unidades anteriores, dê algumas características do gênero lírico.
O texto lírico é
uma manifestação do eu do poeta, uma expressão da sua subjetividade, dos seus
sentimentos e emoções: o seu mundo interior. A musicalidade é outra
característica importante do texto lírico: o poeta explora as sonoridades.
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