Poema: Invenção
de Orfeu
Era uma vez um povo de marujos
que quis passar às Índias impossíveis,
dobrando cabos, moçambiques, bacos,
nadando em Áfricas desertas e armadilhas.
Ó herança em meu sangue devastada!
Ó piloto afogado, ó rei sem nau!
[...]
Amo-te “idioma-vasco”, sempre ouvido
no clima dessas quíloas afogadas,
esses mares antigos navegados,
escorbutos comendo a língua viva,
sebastianismos vendo irreais reinos,
essa linguagem toda, minha fala.
LIMA, Jorge de. “Invenção de
Orfeu”. In: Poesias completas. Rio de Janeiro, Aguilar, 1974. v. 3. p. 203.
Fonte: Livro- Português
– Série – Novo Ensino Médio – Vol. único. Ed. Ática – 2000- p.120-1.
Entendendo o poema:
01 – De acordo com o poema,
qual o significado das palavras abaixo:
·
Bacos: Referência a Baco, Deus do vinho.
·
Escorbuto: Doença causada pela carência de vitamina C, caracterizada por
hemorragias e queda dos dentes.
·
Orfeu: Personagem mitológica; poeta.
·
Quíloas: Referente a Quíloa, cidade situado em uma ilha da costa do
Zanzibar, no oceano Índico.
·
Sebastianismo: Referente a D. Sebastião, rei de Portugal.
02 – Em que verso da
primeira estrofe o poeta expressa a forte influência da cultura portuguesa em
nossa formação? Transcreva-o.
No 5° verso: “Ó
herança em meu sangue devastada!”
03 – O poeta narra feitos
humanos ou divinos?
Feitos humanos.
04 – Por que o poeta se
refere à nossa língua como “idioma-vasco”?
Porque a língua
portuguesa era o idioma de Vasco da Gama.
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