Soneto: De
quantas graças tinha, a Natureza
De quantas graças tinha, a Natureza
Fez um belo e riquíssimo tesouro,
E com rubis e rosas, neve e ouro,
Formou sublime e angélica beleza.
Pôs na boca os rubis, e na pureza
Do belo rosto as rosas, por quem mouro;
No cabelo o valor do metal louro;
No peito a neve em que a alma tenho acesa.
Mas nos olhos mostrou quanto podia,
E fez deles um sol, onde se apura
A luz mais clara que a do claro dia.
Enfim, Senhora, em vossa compostura
Ela a apurar chegou quanto sabia
De ouro, rosas, rubis, neve e luz pura.
Luís Vaz de Camões.
“Soneto”. In: Obra completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1963. p. 530.
Fonte: Livro- Português
– Série – Novo Ensino Médio – Vol. único. Ed. Ática – 2000- p. 124-5.
Entendendo o soneto:
01 – Com relação ao número
de estrofes e de versos, como está estruturado o soneto de Camões?
Em quatro
estrofes: 02 quartetos e 02 tercetos.
02 – Identifique os
elementos da Natureza presentes nesse soneto.
Rubis, neve,
ouro/metal louro; rosas; boca, rosto, cabelo, peito, olhos; sol / luz.
03 – O soneto camoniano
pertence a que gênero literário?
Gênero lírico.
04 – Segundo Platão, devemos
amar mais a beleza espiritual do que a material. Camões descreve-nos a mulher
revestida por uma luminosidade espiritual, idealizando-a. Que versos do soneto
melhor exemplificam esta afirmação?
“Formou sublime e
angélica beleza”; “A luz mais clara que a do claro dia”.
05 – O poeta buscou no mundo
natural os elementos que serviram como termos de comparação na descrição da
mulher amada. Que característica da estética clássica revela-se nessas
comparações?
A harmonia entre o ser humano e a
natureza.
06 – Como é chamado o
movimento de grande transformação política, econômica e cultural que assinala o
início dos tempos modernos?
Renascimento.
Obrigado
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