domingo, 10 de outubro de 2021

MÚSICA(ATIVIDADES): VINTAGE - PAULINHO DA VIOLA - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): VINTAGE

                Paulinho da Viola

 

Ontem, 1981

Eu aspirava a muitas coisas.

Eu temia viver à deriva.

Eu desfilava meu amor pela Portela.

Eu cantava carinhoso.

Eu escutava e não ligava.

Eu usava roupas da moda

Me alegrava uma roda de choro.

Eu pegava um violão e saía noite adentro.

Meu cavaquinho chorava quando

eu não tinha mais lágrimas.

 

Hoje, 2010

Eu aspiro ao essencial: uma boa saúde

Eu temo não poder navegar.

Eu desfilo meus sonhos possíveis.

Eu canto e males espanto.

Eu escuto e... “pode repetir, por favor?”

Eu uso, mas não abuso.

Me alegra um bom papo.

Eu pego o violão e procuro um cantinho.

Meu cavaquinho chora quando

surge uma melodia nova.

Entendendo a canção

 01. No trecho “Eu temia viver à deriva.”, a expressão destacada tem o sentido de viver sem

A) amor.

B) conforto.

C) ideal.

D) rumo.

E) valores.

 

02. Depreende-se dessas declarações que o cantor

A) arrependeu-se do que falou antes.

B) fez uma revisão de conceitos.

C) mudou muito a personalidade.

D) reinventou as composições.

E) sentiu certo saudosismo.

 

03. O que significa o título “Vintage”?

      A) O termo vintage significa algo clássico e antigo que foi usado e está em bom estado de conservação e qualidade. 

      B) Conjunto de opiniões, gostos, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos.

      C) Consumo tendencioso e igualitário.

      D) Que saiu de moda; que já não está mais na moda.

 

04. Após analisar a letra da canção, responda: a temática é positiva ou negativa. Em seguida, explique por quê?

Resposta pessoal.

 

05. O que o eu lírico aspira em 2010?

       Aspira ao essencial: uma boa saúde.

06. De que forma se apresentam os efeitos sonoros no texto?

      Há repetições de palavras “aliteração”.

 

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): HISTÓRIA DE UMA GATA - CHICO BUARQUE/MIUCHA - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): HISTÓRIA DE UMA GATA      

      Chico Buarque/Miucha

Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram

O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé... de gato
Me diziam, todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás

De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás

 

Fonte: Musixmatch

Compositores: Francisco Buarque De Hollanda / Sergio Bardotti / Luis Enriquez Bacalov

Letra de História de uma gata © Fonit Cetra Music Publishing Srl

Entendendo a canção

1)   Do que fala o texto?

Conta a história de uma gata.

2)   Como a gata era tratada, no início?

Era alimentada, acariciada, aliciada.

3)   Depois que a gata saiu de casa, qual a sanção (castigo) que ela recebeu?

Foi barrada na portaria, sem filé e sem almofada.

4)   Na linha 23 do texto, a palavra mas introduz uma ideia positiva ou negativa? Justifique.

Esse “Mas” introduz uma ideia positiva, porque agora o  dia-a-dia dela é  no meio da gataria, pela rua virando lata, ela é mais gata.

5)   O texto da gata diz que a liberdade não pode ser negociada. Você concorda com isso?

Resposta pessoal.

 

sábado, 9 de outubro de 2021

FÁBULA: O SOCORRO - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO

 FÁBULA: O SOCORRO

                Millôr Fernandes

 

        Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro – era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouvia um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: ―O que é que há?‖.

          O coveiro então gritou desesperado: ―Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível!‖. ―Mas, coitado!‖ condoeu-se o bêbado – ―Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!‖ E pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.

 Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem a quem se apela.

Fonte: Millôr Fernandes, Fábulas fabulosas. http://compartilhandosaberesaberes.blogspot.com/2016/04/o-socorromillor-fernandes.html

Entendendo o texto

 01.O que faz esse texto ficar engraçado?

A) O bêbado ter imaginado que o coveiro era um morto e jogar terra para cobri-lo.

B) O coveiro ficar cavando e sentir frio durante a madrugada. C) O homem ficar sentado no fundo enrouquecido de tanto gritar.

D) O homem ter cavado demais e ficar preso no buraco.

   02. O coveiro ficou desesperado por que

         A) ficou preso no buraco e já era noite.

         B) ouviu uns passos chegando perto do buraco.

         C) sentiu medo de ficar sozinho no cemitério.

         D) viu que um bêbado tinha chegado para ajudá-lo.

 

03.No trecho “E pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.”, a palavra “cuidadosamente” dá ideia de quê?

Que ele foi jogando a terra bem devagar.

 

04.Em qual dos trechos abaixo há traços de humor?

         A) “Percebeu que cavava demais!”.

        B) “Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio.”.

       C) “Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!”.

       D) “ A noite chegou,”.

    05. O coveiro ficou desesperado por que:

        A)   Ficou preso no buraco e já era noite.

        B)   Ouviu uns passos chegando perto do buraco.

        C)   Sentiu medo de ficar sozinho no cemitério.

        D)   Viu que um bêbado tinha chegado para ajudá-lo.

  06. “O que é que há?” Quem fez essa pergunta foi:

       A)   O mortinho.

       B)   A cabeça ébria.

       C)   O coveiro.

       D)   O narrador.

07. O motivo pelo qual o coveiro não conseguiu sair do buraco foi que:

     A) Distraiu-se tanto com seu trabalho que cavou demais.

     B) Anoiteceu rapidamente e ele sentiu medo de sair da cova.

     C) Estava com muito frio e precisava de um lugar para dormir.

     D) Por mais que gritasse, ninguém atendeu seu pedido.

08. Lendo o texto, você conclui que o coveiro

     A) Não gostava do que fazia.

     B) Era uma pessoa atenta ao que fazia.

     C) Recebeu ajuda do bêbado, rapidamente.

     D) Não foi capaz de pedir ajuda.

     E) Não foi bem sucedido no seu ofício.

 09. Que afirmativa abaixo expressa a meia ideia da moral do texto?

      A) Deve-se pedir socorro a qualquer pessoa.

      B) Não importa a quem se pede ajuda.

     C) Ao precisar de ajuda, deve-se saber a quem pedir.

     D) Nunca se precisa de ajuda.

     E) Ao ajudar, não se deve cobrar.

10. Por que o bêbado não atendeu ao pedido do coveiro?

      A) Porque ele não ouviu o seu pedido de socorro.

      B) Porque enterrar defunto era o seu ofício.

      C) Porque ele não estava em plena consciência de seus atos.

      D) Porque ele queria brincar com o coveiro.

      E) Porque ele não era capaz de carregar o coveiro.

11.  Ao cair na cova, o coveiro

       A) Ficou sem reação.

       B) Não pediu socorro.

       C) Recebeu ajuda imediata.

       D) Sempre teve esperança.

       E) Viu-se impotente.

 12.  Ao dizer: “Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!”, o bêbado

       A) Achou que o coveiro estava se divertindo.

       B) Sentiu pena do coveiro por estar coberto de terra.

       C) Não entendeu a sua situação.

       D) Tratou o coveiro com palavras indelicadas.

       E) Humilhou o coveiro.

13. Durante a noite, o coveiro

     A) Ouviu bastantes vozes de pessoas.

     B) Presenciou o barulho dos animais.

     C) Teve ajuda de várias pessoas.

     D) Sentiu bastante frio.

     E) Saiu da cova.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

CRÔNICA: A DECADÊNCIA DO OCIDENTE - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 CRÔNICA: A DECADÊNCIA DO OCIDENTE

                  Luís Fernando Veríssimo

 O doutor ganhou uma galinha viva e chegou em casa com ela, para alegria de toda a família. O filho mais moço, inclusive, nunca tinha visto uma galinha viva de perto. Já tinha até um nome para ela – Margarete – e planos para adotá-la, quando ouviu do pai que a galinha seria, obviamente, comida.

– Comida?!

– Sim, senhor.

– Mas se come ela?

– Ué. Você está cansado de comer galinha.

– Mas a galinha que a gente come é igual a esta aqui?

– Claro.

Na verdade, o guri gostava muito de peito, de coxa e de asas, mas nunca tinha ligado as partes do animal. Ainda mais aquele animal vivo ali no meio do apartamento.

O doutor disse que queria comer uma galinha ao molho pardo. A empregada sabia como se preparava aquilo? A mulher foi consultar a empregada. Dali a pouco o doutor ouviu um grito de horror vindo da cozinha. Depois veio a mulher dizer que ele esquecesse a galinha ao molho pardo.

– A empregada não sabe fazer?

– Não só não sabe fazer, como quase desmaiou quando eu disse que precisava cortar o pescoço da galinha. Nunca cortou um pescoço de galinha.

Era o cúmulo! Então a mulher que cortasse o pescoço da galinha.

– Eu?! Não mesmo! O doutor lembrou-se de uma velha empregada de sua mãe. A Dona Noca.

– A Dona Noca já morreu – disse a mulher.

– O quê?!

 – Há dez anos.

– Não é possível!

A última galinha ao molho pardo que eu comi foi feita por ela.

– Então faz mais de 10 anos que você não come galinha ao molho pardo.

Alguém no edifício se disporia a degolar a galinha. Fizeram uma rápida enquete entre os vizinhos. Ninguém se animava a cortar o pescoço da galinha. Nem o Rogerinho do 701, que fazia coisas inomináveis com gatos.

– Somos uma civilização de frouxos! – sentenciou o doutor. Foi para o poço do edifício e repetiu:

– Frouxos! Perdemos o contato com o barro da vida!

E a Margarete só olhando.

 VERÍSSIMO, Luis Fernando. A decadência do Ocidente. In: A mesa voadora. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p.98. Adaptado.

Compreensão do texto

     01.  O texto é construído com base nas informações que o cronista colhe nos lugares que percorre cotidianamente. De acordo com isso responda:

a)   Que fato desencadeou os acontecimentos narrados na crônica?

O fato do doutor ter chegado em seu apartamento com uma galinha viva.

b)   Em que parágrafo o autor menciona o acontecimento que derivou esta crônica?

No primeiro parágrafo.

c)   O autor fazia parte da situação narrada ou estava como observador?

Ele estava como narrador-observador.

       02.  Quem são os personagens do fato narrado?

O doutor, o filho mais velho, a empregada, a mulher, Dona Noca, Rogerinho e Margarete (a galinha). 

03 . “A empregada sabia como se preparava aquilo?”

           A palavra destacada no trecho se refere

           a) à civilização de frouxos.

           b) à galinha ao molho pardo.

           c) à receita de Dona Noca.

           d) ao pescoço da galinha.

     04. A repetição da expressão “galinha ao molho pardo” revela a

               a. vontade do médico de comer aquele tipo de receita de galinha.

          b. curiosidade do menino que nunca tinha visto uma galinha viva.

             c. impaciência da esposa por não conseguir resolver o problema.

        d. ignorância da empregada que não sabia fazer a receita.

        e. falta de coragem das pessoas para cortar o pescoço da galinha.

  05. O trecho que expressa o uso de linguagem coloquial é:

       a. “- O doutor ganhou uma galinha viva...”.

       b. “Mas se come ela?”

       c. “A mulher foi consultar a empregada”.

       d. “- Há dez anos.”

       e. “Fizeram uma rápida enquete entre os vizinhos.”

 

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

CRÔNICA: PSICOPATA AO VOLANTE - FERNANDO SABINO - COM GABARITO

 CRÔNICA: PSICOPATA AO VOLANTE

                    Fernando Sabino

David Neves passava de carro às onze horas de certa noite de sábado por uma rua de Botafogo, quando um guarda o fez parar:

— Seus documentos, por favor.

 Os documentos estavam em ordem, mas o carro não estava: tinha um dos faróis queimado.

— Vou ter de multar– advertiu o guarda.

— Está bem– respondeu David, conformado.

— Está bem? O senhor acha que está bem?

 O guarda resolveu fazer uma vistoria mais caprichada, e deu logo com várias outras irregularidades:

— Eu sabia! Limpador de para-brisa quebrado, folga na direção, freio desregulado. Deve haver mais coisa, mas para mim já chega. Ou o senhor acha pouco?

— Não, para mim também já chega.

— Vou ter de recolher o carro, não pode trafegar nessas condições.

— Está bem– concordou David.

— Não sei se o senhor me entendeu: eu disse que vou

ter de recolher o carro.

— Entendi sim: o senhor disse que vai ter de recolher o carro. E eu disse que está bem.

— O senhor fica aí só dizendo está bem.

— Que é que o senhor queria que eu dissesse? Respeito sua autoridade.

— Pois então vamos.

— Está bem.

Ficaram parados, olhando um para o outro. O guarda, perplexo: será que ele não está entendendo? Qual é a sua, amizade? E David, impassível: pode desistir, velhinho, que de mim tu não vê a cor do burro de um tostão. E ali ficariam o resto da noite a se olhar, em silêncio, a autoridade e o cidadão flagrado em delito, se o guarda enfim não se decidisse:

— O senhor quer que eu mande vir o reboque ou prefere levar o carro para o depósito o senhor mesmo?

— O senhor é que manda.

— Se quiser, pode levar o carro o senhor mesmo.

 Sem se abalar, David pôs o motor em movimento:

— Onde é o depósito?

 O guarda contornou rapidamente o carro pela frente, indo sentar-se na boleia:

— Onde é o depósito…O senhor pensou que ia sozinho? Tinha graça!

 Lá foram os dois por Botafogo afora, a caminho do depósito.

— O senhor não pode imaginar o aborrecimento que ainda vai ter por causa disso — o guarda dizia.

— Pois é — David concordava: — Eu imagino.

 O guarda o olhava, cada vez mais intrigado:

— Já pensou na aporrinhação que vai ter? A pé, logo numa noite de sábado. Vai ver que tinha aí o seu programinha para esta noite…E amanhã é Domingo, só vai poder pensar em liberar o carro a partir de Segunda-feira. Isto é, depois de pagar as multas todas…

 — É isso aí– e David o olhou, penalizado: — Estou pensando também no senhor, se aborrecendo por minha causa, perdendo tempo comigo numa noite de Sábado, vai ver que até estava de folga hoje…

 — Pois então? — reanimado, o guarda farejou um entendimento: — Se o senhor quisesse, a gente podia dar um jeito…O senhor sabe, com boa vontade, tudo se arranja.

— É isso aí, tudo se arranja. Onde fica mesmo o depósito?

 O guarda não disse mais nada, a olhá-lo, fascinado. De repente ordenou, já à altura do Mourisco:

— Pare o carro! Eu salto aqui.

 David parou o carro e o guarda saltou, batendo a porta, que por pouco não se despregou das dobradiças. Antes de se afastar, porém, debruçou-se na janela e gritou:

— O senhor é um psicopata! 

(Fernando Sabino. A falta que ela me faz. Rio de Janeiro: Record, 1999, p. 94)

Entendendo o texto

01. Qual seria a função social ou intenção da crônica lida?
  (A) informar.                                  (C) relatar memórias.
  (B) entreter/divertir.                       (D) trazer uma reflexão.

02. No trecho “— Se o senhor quisesse, a gente podia dar um jeito…O senhor sabe, com boa vontade, tudo se arranja.” A expressão “boa vontade” significa
    (A) propina.                                                   (C) recompensa.
    (B) dinheiro.   
                                               (D) desacato.

 03. Associe conforme o seguinte código

      (A) Apresentação do conflito.                          
      (B) Desenvolvimento do conflito.
      (C) Clímax.
      (D) Desfecho do texto.
    (D) O momento em que o policial sai do carro e xinga o motorista de psicopata.                                           
    (B) As ameaças sucessivas de multar e prender o carro.
    (C) É o momento em que o policial propõe explicitamente  “um
            entendimento”.
    (A) O trecho em que o motorista é parado pelo policial.

04. Marque o vocábulo no qual apresenta ironia.

      (A) “Psicopata ao volante.”
      (B) “... O senhor acha que está bem?”
      (C) “O guarda resolveu fazer uma vistoria mais caprichada,...”
      (D) “Pare o carro! Eu salto aqui.”

 05. O objetivo do texto é

       (A) mostrar a inversão de valores, entre o policial e o motorista.
       (B) mostrar a imprudência no trânsito.
       (C) mostrar o movimento de propina por infratores no trânsito.
       (D) mostrar a vistoria de documentos feito no trânsito.

06. De modo concluído, o tema do texto é

      (A) ética e cidadania.
      (B) propina e suborno.
      (C) autoridade e cidadão flagrado em delito.
      (D) desacato e infração.

 07. Marque o vocábulo em que há registro de informalidade.

       (A) “... quando um guarda o fez parar: ...”
       (B) “... Se o senhor quisesse, a gente podia dar um jeito…”
       (C) “David parou o carro e o guarda saltou, ...”
       (D) “O guarda o olhava, cada vez mais intrigado: ...”

 08. No trecho “Os documentos estavam em ordem, mas o carro não estava: ...”, de quem é esta fala?

       (A) do motorista.                                (C) do narrador.
       (B) do policial.                                    (D) de outro personagem.

09. O texto apresenta com maior ênfase, um dos recursos de sinalização, muito utilizado em uma conversa

       (A) a reticência.                                  (C) as aspas.
       (B) os dois pontos.                             (D) o travessão.

10. No trecho do texto a seguir “... E David, impassível: pode desistir, velhinho, que de mim tu não vê a cor do burro de um tostão.” A palavra IMPASSÍVEL pode ser trocada sem perda de sentido por

     (A) tranquilo.                               (C) aborrecido.
     (B) perturbado.                           (D) indiferente.

 

 

 

LENDA: COMO NASCERAM AS ESTRELAS - AUTOR DESCONHECIDO - COM GABARITO

  LENDA: Como Nasceram as Estrelas

 Pois é, todo mundo pensa que sempre houve no mundo estrelas pisca-pisca. Mas é erro. Antes os índios olhavam de noite para o céu escuro — e bem escuro estava esse céu. Um negror. Vou contar a história singela do nascimento das estrelas.

Era uma vez, no mês de janeiro, muitos índios. E ativos: caçavam, pescavam, guerreavam. Mas nas tabas não faziam coisa alguma: deitavam-se nas redes e dormiam roncando. E a comida? Só as mulheres cuidavam do preparo dela para terem todos o que comer.

Uma vez elas notaram que faltava milho no cesto para moer. Que fizeram as valentes mulheres? O seguinte: sem medo enfurnaram-se nas matas, sob um gostoso sol amarelo. As árvores rebrilhavam verdes e embaixo delas havia sombra e água fresca. Quando saíam de debaixo das copas encontravam o calor, bebiam no reino das águas dos riachos buliçosos. Mas sempre procurando milho porque a fome era daquelas que as faziam comer folhas de árvores. Mas só encontravam espigazinhas murchas e sem graça.

— Vamos voltar e trazer conosco uns curumins.

(Assim chamavam os índios as crianças.) Curumim dá sorte.

E deu mesmo. Os garotos pareciam adivinhar as coisas: foram retinho em frente e numa clareira da floresta — eis um milharal viçoso crescendo alto. As índias maravilhadas disseram: toca a colher tanta espiga. Mas os garotinhos também colheram muitas e fugiram das mães voltando à taba e pedindo à avó que lhes fizesse um bolo de milho. A avó assim fez e os curumins se encheram de bolo que logo se acabou. Só então tiveram medo das mães que reclamariam por eles comerem tanto. Podiam esconder numa caverna a avó e o papagaio porque os dois contariam tudo

Mas — e se as mães dessem falta da avó e do papagaio tagarela? Aí então chamaram os colibris para que amarrassem um cipó no topo do céu. Quando as índias voltaram ficaram assustadas vendo os filhos subindo pelo ar. Resolveram, essas mães nervosas, subir atrás dos meninos e cortar o cipó embaixo deles.

Aconteceu uma coisa que só acontece quando a gente acredita: as mães caíram no chão, transformando-se em onças. Quanto aos curumins, como já não podiam voltar para a terra, ficaram no céu até hoje, transformados em gordas estrelas brilhantes.

Mas, quanto a mim, tenho a lhes dizer que as estrelas são mais do que curumins. Estrelas são os olhos de Deus vigiando para que corra tudo bem. Para sempre.

E, como se sabe, “sempre” não acaba nunca.

 Estudo do texto

01. Esse texto é uma lenda. Assinale as alternativas que correspondem às explicações sobre o que é uma lenda:

 a. É um texto poético e com rimas.

b. É uma narrativa popular, transmitida de geração em geração.

c. É um texto que sempre conta uma história de ficção.

d. È um texto que conta histórias de acontecimentos heroicos ou de seres fantásticos.

e. É um texto que conta histórias fantasiosas.

 02. Agora, responda de acordo com o texto:

a) Que personagens fazem parte da lenda?

     Os curumins, as mães, a avó, os índios e o papagaio.

 b) O que levou as mulheres a se embrenharem no mato?

     Elas notaram que faltava milho no cesto para moer.

 c) Por que as mulheres chamaram os curumins?

    Porque os curumins dão sorte.

 d) Por que os curumins ficaram com medo das mães?

    Porque eles se encheram de bolo que avó fez,e então tiveram medo das mães que reclamariam por eles comerem tanto.

 03. Assinale com x a resposta correta:

a. Que ideia os curumins tiveram para fugir das mães?

(  ) Esconder-se em uma caverna.

(  ) Subir em uma árvore.

(  ) Esconder-se com a avó numa caverna.

( x ) Esconder a avó e o papagaio numa caverna.

 b. O que fizeram as mães quando viram os filhos subindo pelo ar?

(  ) Resolveram pedir ajuda para os outros índios.

(  ) Resolveram gritar para que eles retornassem.

(  ) Resolveram subir atrás dos meninos.

( x ) Resolveram subir atrás dos meninos e cortar o cipó embaixo deles.

 c. Na história, as mães terem sido transformadas em onça é:

( x ) É algo fantasioso, peculiar das lenda.

(  ) É algo que pode acontecer na vida real.

(  ) É algo parecido com o ditado popular que quando as pessoas estão bravas viram onças.

(  ) É algo diferente que acontece com os índios.

 04. Escreva o que pode ser considerado real nesta lenda por revelar o modo de vida dos indígenas.

 Os índios caçavam, pescavam, guerreavam.


quarta-feira, 29 de setembro de 2021

POEMA: PRECISA-SE DE UMA BOLA DE CRISTAL - ROSEANA MURRAY - COM GABARITO

 Poema: Precisa-se de uma bola de cristal

              Roseana Murray 

Precisa-se de uma bola de cristal

que mostre um futuro grávido de paz:

que a paz brilhe no escuro

com o brilho especial que algumas

palavras possuem

mas que seja mais do que a palavra,

mais do que promessa:

seja como uma chuva que sacia  a sede da terra.

Murray, Roseana. Classificados Poéticos, Belo Horizonte: Miguilim, 2002.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 212-3.

Entendendo o poema:

01 – Que modo verbal predomina no poema? O que ele indica a respeito dos acontecimentos mencionados pelo eu poético?

      O modo subjuntivo. Ele indica algo que ainda não ocorreu, que está na esfera do desejo.

02 – O poema descreve uma situação de busca, de procura. É possível afirmar que essa procura expressa um desejo. Explique essa afirmação.

      O poema expressa o desejo de um mundo cheio de paz, em que as pessoas se mobilizem para que essa paz se efetive.

03 – Identifique as expressões metafóricas nos versos a seguir e interprete-as:

Precisa-se de uma bola de cristal

que mostre um futuro grávido de paz:

      “Um futuro grávido de paz”. Interpretação possível: um futuro cheio, repleto de paz. O mundo totalmente em paz.

04 – O que os versos a seguir revelam sobre o pensamento do eu poético?

mas que seja mais do que palavra,

mais do que promessa:

      Revelam que o eu poético está descrente das promessas dos homens, está cansado de discursos, de palavras vãs.

05 – Interprete esta comparação:

seja como a chuva que sacia a sede da terra.

      Interpretação possível: que a paz inunde o mundo que está carente dela.

06 – Considere a expressão “precisa-se”, empregada no início do poema.

·        O sujeito está determinado na oração?

Não.

·        O uso desse tipo de sujeito foi intencional?

Sim.

·        Que efeito de sentido esse uso provocou no poema?

No poema, a indeterminação do sujeito generalizou a ação de precisar. Essa ação pode ser atribuída a qualquer pessoa.

07 – Se no lugar da expressão “precisa-se” fosse usada a forma “eu preciso”, o que mudaria no sentido do poema?

      O uso do pronome “eu” particularizaria a ação de precisar, que passaria a ser atribuída ao eu poético, determinando o sujeito da ação.