Poema: Desenganos da vida humana metaforicamente
Gregório de Matos
É vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição
dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.
É planta, que de abril favorecida,
Por mares de soberba desatada,
Florida galeota empavesada,
Sulca ufana, navega destemida.
É nau enfim, que em breve ligeireza
Com presunção de Fênix generosa,
Galhardias apresta, alentos
preza:
Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa
De que importa, se aguarda sem
defesa
Penha a nau, ferro a planta,
tarde a rosa?
Gregório de Matos Guerra.
Fonte: Português – José
De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora
Scipione. p. 358.
Entendendo o poema:
01
– Qual a principal mensagem transmitida pelo poema?
O poema transmite
uma mensagem pessimista sobre a vida e a vaidade humana. Gregório de Matos
utiliza metáforas para mostrar que a beleza, a riqueza e o sucesso são
passageiros e frágeis, como uma rosa que murcha, uma planta que seca ou um
navio que naufraga. A vida é vista como uma ilusão, e a morte, como um destino
inevitável.
02
– Quais as metáforas utilizadas pelo poeta para representar a vida humana?
O poeta utiliza
diversas metáforas para representar a vida humana: a rosa, a planta, a nau. A
rosa simboliza a beleza e a juventude, que murcham com o tempo. A planta
representa o crescimento e a prosperidade, que podem ser destruídos por fatores
externos. A nau simboliza a ambição e a busca por sucesso, que podem naufragar
diante das adversidades.
03
– Qual o papel da natureza nas metáforas utilizadas pelo poeta?
A natureza
desempenha um papel fundamental nas metáforas utilizadas por Gregório de Matos.
Os elementos naturais, como a rosa, a planta e o mar, são utilizados para
representar os ciclos da vida e a inevitabilidade da morte. A beleza e a
fragilidade da natureza servem como um espelho para a condição humana.
04
– Qual a relação entre a vaidade e a morte no poema?
A vaidade é apresentada
como um dos grandes vilões do poema. A busca por reconhecimento, riqueza e
poder leva o homem a esquecer a sua própria mortalidade. A morte, por sua vez,
é vista como um destino inevitável que destrói todas as ilusões e vaidades. A
oposição entre a vaidade e a morte é um dos eixos centrais do poema.
05
– Qual a importância da repetição da pergunta "De que importa?" no
final do poema?
A repetição da
pergunta "De que importa?" reforça a ideia de que todas as conquistas
e realizações humanas são passageiras e sem sentido diante da morte. A pergunta
serve como um convite à reflexão sobre o verdadeiro valor da vida e a
importância de buscar algo mais profundo do que a mera satisfação dos desejos
egoístas.
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