terça-feira, 18 de março de 2025

ROMANCE: O GUARANI - I CENÁRIO - FRAGMENTO - JOSÉ DE ALENCAR - COM GABARITO

 Romance: O guarani – I Cenário – Fragmento

                 José de Alencar

        I CENÁRIO

        De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio de água que se dirige para o norte, e engrossado com os mananciais que recebe no seu curso de dez léguas, torna-se rio caudal.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD2iYau9ixieLewb4HsGpM7zWdtxVjN3zqzGLCEIoUAxr75MEySuGUGQBbV1gN3Up2G1RPllOobxJyvyeenZisWeGDXywMsljhB7kz_6p1SkS4hZRkwedOALUSZwNTpZQlh4zFVESftToXO27x8ElrgDYZlrGPe6PHNzfGdBrKVMr9OSpwTvstwi8P9jE/s320/Amanhecer_no_Hercules_--.jpg


        É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em seu vasto leito.

        Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde então a beleza selvática; suas ondas são calmas e serenas como as de um lago, e não se revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam sobre elas: escravo submisso, sofre o látego do senhor.

        Não é neste lugar que ele deve ser visto; sim três ou quatro léguas acima de sua foz, onde é livre ainda, como o filho indômito desta pátria da liberdade.

        Aí, o Paquequer lança-se rápido sobre o seu leito, e atravessa as florestas como o tapir, espumando, deixando o pelo esparso pelas pontas do rochedo, e enchendo a solidão com o estampido de sua carreira. De repente, falta-lhe o espaço, foge-lhe a terra; o soberbo rio recua um momento para concentrar as suas forças, e precipita-se de um só arremesso, como o tigre sobre a presa.

        Depois, fatigado do esforço supremo, se estende sobre a terra, e adormece numa linda bacia que a natureza formou, e onde o recebe como em um leito de noiva, sob as cortinas de trepadeiras e flores agrestes.

        A vegetação nessas paragens ostentava outrora todo o seu luxo e vigor; florestas virgens se estendiam ao longo das margens do rio, que corria no meio das arcarias de verdura e dos capitéis formados pelos leques das palmeiras.

        Tudo era grande e pomposo no cenário que a natureza, sublime artista, tinha decorado para os dramas majestosos dos elementos, em que o homem e apenas um simples comparsa.

        No ano da graça de 1604, o lagar que acabamos de descrever estava deserto e inculto; a cidade do Rio de Janeiro tinha-se fundado havia menos de meio século, e a civilização não tivera tempo de penetrar o interior.

        Entretanto, via-se à margem direita do rio uma casa larga e espaçosa, construída sobre uma eminência, e protegida de todos os lados por uma muralha de rocha cortada a pique.

        A esplanada, sobre que estava assentado o edifício, formava um semicírculo irregular que teria quando muito cinquenta braças quadradas; do lado do norte havia uma espécie de escada de lajedo feita metade pela natureza e metade pela arte.

        Descendo dois ou três dos largos degraus de pedra da escada, encontrava-se uma ponte de madeira solidamente construída sobre uma fenda larga e profunda que se abria na rocha. Continuando a descer, chegava-se à beira do rio, que se curvava em seio gracioso, sombreado pelas grandes gameleiras e angelins que cresciam ao longo das margens.

        Aí, ainda a indústria do homem tinha aproveitado habilmente a natureza para criar meios de segurança e defesa.

        De um e outro lado da escada seguiam dois renques de árvores, que, alargando gradualmente, iam fechar como dois braços o seio do rio; entre o tronco dessas árvores, uma alta cerca de espinheiros tornava aquele pequeno vale impenetrável.

José de Alencar. O guarani. 17. ed. São Paulo: Ática, 1992. p. 15-16.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 199-200.

Entendendo o romance:

01 – Qual é o rio principal descrito no início do romance?

      O rio principal é o Paquequer, que nasce na Serra dos Órgãos e deságua no rio Paraíba.

02 – Como o rio Paquequer é descrito em sua parte alta e em sua foz?

      Na parte alta, o rio é descrito como selvagem, rápido e impetuoso, saltando entre rochas e florestas. Próximo à foz, ele se torna calmo e sereno, como um lago, submisso ao rio Paraíba.

03 – Qual é a comparação utilizada para descrever o rio Paquequer em sua fúria?

      O rio é comparado a um "tapir" e a um "tigre", destacando sua força e velocidade ao atravessar as florestas e se precipitar em cascatas.

04 – Como é a vegetação nas margens do rio Paquequer?

      A vegetação é descrita como exuberante e selvagem, com florestas virgens, arcarias de verdura e palmeiras, criando um cenário grandioso e natural.

05 – Em que ano se passa a história descrita no fragmento?

      A história se passa no ano de 1604.

06 – Como era a ocupação da região na época em que se passa a história?

      A região era deserta e inculta, com a cidade do Rio de Janeiro recém-fundada e a civilização ainda não tendo penetrado no interior.

07 – O que se encontra na margem direita do rio?

      Na margem direita, encontra-se uma casa grande e espaçosa, construída sobre uma elevação rochosa e protegida por uma muralha natural.

08 – Como é o acesso à casa descrita no fragmento?

      O acesso é feito por uma escada de lajedo e uma ponte de madeira sobre uma fenda na rocha, com um vale protegido por cercas de espinhos.

09 – Qual a importância do cenário natural na obra de José de Alencar?

      O cenário natural em "O Guarani" não é apenas um pano de fundo, mas um elemento que interage com os personagens e a trama, refletindo a grandiosidade e a selvageria do Brasil colonial. Além disso o autor utiliza do cenário para mostrar a diferença entre a natureza e o homem, onde a natureza é sublime e o homem um simples coadjuvante.

10 – Quais elementos de segurança e defesa foram construídos ao redor da casa?

      Foram construídos uma escada de lajedo, uma ponte de madeira sobre uma fenda na rocha e uma cerca de espinhos que protege o vale que dá acesso à casa.

 

 

POEMA: À MANEIRA - ALBERTO DE OLIVEIRA - COM GABARITO

 Poema: À Maneira

            Alberto de Oliveira

Esse que em moço ao Velho Continente
Entrou de rosto erguido e descoberto,
E ascendeu em balão e, mão tenente,
Foi quem primeiro o sol viu mais de perto;


Águia da Torre Eiffel, da Itu contente
Rebento mais ilustre e mais diserto,
Ê o florão que nos falta (e não no tente
Glória maior), Santos Dumont Alberto!

Ah que antes de morrer, como soldado
Que mal-ferido da refrega a poeira
Beija do chão natal, me fora dado

Vê-lo (tal Febo esplende e é luz e é dia)
Na que chamais de Letras Brasileira,
Ou melhor nome tenha, Academia.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYlAzqzBiEYqQGm3vU9iK0qvbWJgLowI2gKW8-ZCL68LQlgl3BiD3bOvdCEJUyA_li7cewe16VbIugaOuY2ySkv2nuez3eEOUNuikJYAw24brnqsb1r14m2IfVfb7NTBb3IIRxi95HqfT7TbCN_O_2OkLnx8qZcOKW7-N_cZP20f3tjecc38jvCd37rfo/s320/AGUIA.jpg



Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983. p. 434.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 64.

Entendendo o poema:

01 – Quem é o personagem central do poema e quais são suas principais realizações?

      O personagem central do poema é Alberto Santos Dumont, um pioneiro da aviação brasileira. O poema destaca suas conquistas, como ter sido um dos primeiros a voar em balão e a ver o sol de perto, além de ser reconhecido como um "rebento mais ilustre e mais diserto" da cidade de Itu.

02 – Qual é a metáfora utilizada para descrever Santos Dumont e qual o seu significado?

      O poema utiliza a metáfora "Águia da Torre Eiffel" para descrever Santos Dumont. Essa metáfora representa a grandiosidade e a ousadia do aviador, comparando-o a uma águia que conquista os céus a partir de um dos monumentos mais emblemáticos do mundo.

03 – Qual o sentimento do eu lírico em relação a Santos Dumont?

      O eu lírico expressa grande admiração e orgulho por Santos Dumont, considerando-o um "florão" que engrandece o Brasil. Ele também manifesta o desejo de vê-lo na Academia Brasileira de Letras, reconhecendo sua importância para a cultura do país.

04 – Qual é o significado da expressão "Letras Brasileira" no contexto do poema?

      A expressão "Letras Brasileira" refere-se à Academia Brasileira de Letras, uma instituição que reúne os maiores nomes da literatura brasileira. O eu lírico deseja que Santos Dumont, além de suas contribuições para a aviação, também seja reconhecido por suas qualidades intelectuais e literárias.

05 – Qual é a forma poética utilizada no poema e quais suas características?

      O poema é um soneto, uma forma poética clássica composta por 14 versos, divididos em dois quartetos e dois tercetos. Os versos são decassílabos, com rimas ricas e precisas. O soneto é uma forma poética que exige grande habilidade técnica do poeta, e Alberto de Oliveira demonstra domínio dessa forma em "À Maneira".

 

 

POEMA: ALGUNS TOUREIROS - JOÃO CABRAL DE MELO NETO - COM GABARITO

 Poema: Alguns Toureiros

             João Cabral de Melo Neto

Eu vi Manolo Gonzáles
e Pepe Luís, de Sevilha:
precisão doce de flor,
graciosa, porém precisa.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7hfhPqUJycHaEit95DJHWlqlNBkJFlBWQCURmXxaKo1m0eWjiAc751kbjLL4JSglj6pDZA8X9oN8hb5XGfNrmxueAQ2mJShqQcnkxPbWoz7-_5cvGmI65u8GHh7z1AyCD4sRuQaHShwn2MyPZdf5XRI-VX-Usz_02rvXu-88xL5wiiRDlcRJLBS2c_40/s320/Aparicio+firma.Torrestrella.jpg



Vi também Julio Aparício,
de Madrid, como Parrita:
ciência fácil de flor,
espontânea, porém estrita.

Vi Miguel Báez, Litri,
dos confins da Andaluzia,
que cultiva uma outra flor:
angustiosa de explosiva.

E também Antonio Ordóñez,
que cultiva flor antiga:
perfume de renda velha,
de flor em livro dormida.

Mas eu vi Manuel Rodríguez,
Manolete, o mais deserto,
o toureiro mais agudo,
mais mineral e desperto,

o de nervos de madeira,
de punhos secos de fibra
o da figura de lenha
lenha seca de caatinga,

o que melhor calculava
o fluido aceiro da vida,
o que com mais precisão
roçava a morte em sua fímbria,

o que à tragédia deu número,
à vertigem, geometria
decimais à emoção
e ao susto, peso e medida,

sim, eu vi Manuel Rodríguez,
Manolete, o mais asceta,
não só cultivar sua flor
mas demonstrar aos poetas:

como domar a explosão
com mão serena e contida,
sem deixar que se derrame
a flor que traz escondida,

e como, então, trabalhá-la
com mão certa, pouca e extrema:
sem perfumar sua flor,
sem poetizar seu poema.

João Cabral de Melo Neto. Antologia poética. 7. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989. p. 156.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 126-127.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a temática central do poema?

      O poema explora a arte da tourada, contrastando diferentes estilos de toureiros e destacando a figura de Manolete como um exemplo de precisão e controle.

02 – Como o poeta descreve Manolete em comparação com os outros toureiros?

      Manolete é descrito como o mais "deserto", "agudo", "mineral" e "desperto", com "nervos de madeira" e "punhos secos de fibra". Ele é retratado como um toureiro que domina a arte com precisão e controle, aproximando-se da morte com frieza calculada. Os outros toureiros são descritos com a utilização de adjetivos como: doce, graciosa, fácil, espontânea, angustiosa e antiga.

03 – Qual a metáfora principal utilizada no poema?

      A metáfora central é a da "flor", que representa a arte da tourada e a habilidade de cada toureiro em lidar com o perigo e a emoção. Cada toureiro cultiva sua flor de uma forma diferente.

04 – O que significa a expressão "roçava a morte em sua fímbria"?

      Essa expressão significa que Manolete se aproximava da morte de forma precisa e calculada, como se estivesse tocando apenas a borda do perigo.

05 – Qual a relação entre a poesia e a tourada no poema?

      O poema estabelece um paralelo entre a arte da tourada e a arte da poesia, mostrando como ambas exigem controle, precisão e a capacidade de dominar a emoção. Manolete é apresentado como um exemplo para os poetas de como trabalhar a "flor" (a poesia) com "mão certa, pouca e extrema".

06 – Como o poema descreve a arte de Manolete?

      O poema descreve a arte de Manolete como algo que "dá número à tragédia" e "geometria à vertigem", sugerindo uma abordagem precisa e calculada da tourada.

07 – O que o poema revela sobre a visão de João Cabral de Melo Neto sobre a arte?

      O poema revela a visão de João Cabral de Melo Neto sobre a arte como algo que exige controle, precisão e a capacidade de dominar a emoção. Ele valoriza a objetividade e a contenção, em contraste com a expressão excessiva de sentimentos.

 

 

CONTO: O CURURU - (FRAGMENTO) - JORGE DELIMA - COM GABARITO

 Conto: O Cururu – Fragmento

           Jorge de Lima

        Tudo quieto, o primeiro cururu surgiu na margem, molhado, reluzente na semiescuridão. Engoliu um mosquito; baixou a cabeçorra; tragou um cascudinho; mergulhou de novo, e bum-bum! Soou uma nota soturna do concerto interrompido. Em poucos instantes, o barreiro ficou sonoro, como um convento de frades. Vozes roucas, foi-não-foi, tãs-tãs, bum-buns, choros, esguelamentos finos de rãs, acompanhamentos profundos de sapos, respondiam-se.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLTMFpDgkNCR6fgA2iENHx5OvE8NauyfdWaH4ZREGjspR4HR4TfcyLkTH4xBkIaPYEw-TGPOeGfWXow4_PALfkSRYGV8myRdywiU0xy_yFmiFHnLfABXcbGSH-Tbu8OxE0gVK5BnD-H9t_kiS-vC-0G2JEPIdO09uScYmceO1BTcQx8EPY08anlt6lH2I/s320/Sapo-B-arenarum-Itapeva-1024x768.jpg


        Os bichos apareciam, mergulhavam, arrastavam-se nas margens, abriam grandes círculos na flor d’água. (…) Daí a pouco, da bruta escuridão, surgiram dois olhos luminosos, fosforescentes, como dois vagalumes. Um sapo cururu grelou-os e ficou deslumbrado, com os dois olhos esbugalhados, presos naquela boniteza luminosa. Os dois olhos fosforescentes aproximavam-se mais e mais, como dois pequenos holofotes na cabeça triangular da serpente. O sapo não se movia, fascinado. Sem dúvida queria fugir; previa o perigo, porque emudecera; mas já não podia andar, imobilizado; os olhos feiíssimos, agarrados aos olhos luminosos e bonitos como um pecado. Num bote a cabeça triangular abocanhou a boca imunda do batráquio. Ele não podia fugir àquele beijo. A boca fina do réptil arreganhou-se desmesuradamente; envolveu o sapo até os olhos. Ele se baixava dócil entregando-se à morte tentadora, apenas agitando as patas sem provocar nenhuma reação ao sacrifício. A barriga disforme e negra desapareceu na goela dilatada da cobra. E, num minuto, as perninhas do cururu lá se foram, ainda vivas, para as entranhas famélicas. O coro imenso continuava sem dar fé do que acontecia a um de seus cantores.

Jorge de Lima. Calunga; O anjo. 3. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1959. p. 160-161.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 93.

Entendendo o conto:

01 – Qual é a atmosfera inicial do conto?

      O conto começa com uma atmosfera de quietude e semiescuridão, quebrada pelo surgimento do primeiro cururu na margem do barreiro. A descrição detalhada do ambiente e dos sons cria uma sensação de imersão na natureza.

02 – Como o autor descreve o som produzido pelos animais no barreiro?

      O autor utiliza uma linguagem rica em onomatopeias para descrever os sons dos animais: "bum-bum", "tãs-tãs", "choros", "esguelamentos finos de rãs", "acompanhamentos profundos de sapos". Esses sons criam um "concerto interrompido" e transformam o barreiro em um "convento de frades", sugerindo uma atmosfera ritualística.

03 – Qual é a reação do sapo cururu ao avistar os olhos luminosos na escuridão?

      O sapo cururu fica deslumbrado e fascinado pelos olhos luminosos, que o hipnotizam e o imobilizam. Ele é incapaz de fugir, mesmo pressentindo o perigo iminente.

04 – Como a serpente ataca o sapo cururu?

      A serpente se aproxima lentamente, como "dois pequenos holofotes", e abocanha o sapo cururu com um bote rápido. A boca da serpente se dilata para engolir o sapo por inteiro, em um ato de violência e voracidade.

05 – Qual é o significado da frase "Ele não podia fugir àquele beijo"?

      Essa frase utiliza uma metáfora para descrever a morte do sapo cururu. O "beijo" representa o ataque fatal da serpente, que é irresistível e inevitável.

06 – Como o autor descreve a morte do sapo cururu?

      A morte do sapo cururu é descrita de forma crua e brutal. Ele é engolido vivo pela serpente, com suas perninhas ainda se debatendo nas entranhas do predador.

07 – Qual é o contraste entre a morte do sapo cururu e o coro dos outros animais?

      Enquanto o sapo cururu é devorado pela serpente, o "coro imenso" dos outros animais continua cantando, alheio ao que aconteceu. Esse contraste destaca a indiferença da natureza diante da morte individual e a continuidade do ciclo da vida.

 

 

POESIA: NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poesia: NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO

            Carlos Drummond de Andrade

Um sabiá

na palmeira, longe.

Estas aves cantam 

um outro canto.  

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxPR5Y-1G9Y2-rs7KZ7lpm5LWOqXIcMGGoRoKcJ1XHN6UW4CpyLgyVeazkpj2MEIodKI-S8WIyp9L2lt_3gHAFUIVrYeDe5zn3fRLaqdHUzC_P6IHLg0hEgyQOTdQBhQew0-uQOWbg1tceU4iK8OqXBurr-1dhtQf37zjQy8s6_wCEiBVzEnNWrK3qbYw/s320/SABIA.jpg

O céu cintila 

sobre flores úmidas. 

Vozes na mata, 

e o maior amor. 

 

Só, na noite, 

seria feliz: 

um sabiá, 

na palmeira, longe. 

 

Onde é tudo belo 

e fantástico, 

só, na noite, 

seria feliz. 

(Um sabiá,

na palmeira, longe.) 

 

Ainda um grito de vida e 

voltar 

para onde é tudo belo 

e fantástico: 

a palmeira, o sabiá, 

o longe.

Carlos Drummond de Andrade. Reunião: 10 livros de poesia. 6. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974. p. 94-95.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 69.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a relação do poema com a "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias?

      O título "Nova Canção do Exílio" já indica uma relação direta com o poema de Gonçalves Dias. No entanto, Drummond subverte o idealismo romântico do poema original, apresentando um exílio mais melancólico e introspectivo.

02 – Qual é o significado da repetição do verso "Um sabiá na palmeira, longe"?

      A repetição desse verso reforça a ideia de distanciamento e saudade. O sabiá e a palmeira, símbolos da pátria, estão "longe", representando a distância física e emocional do eu lírico em relação ao seu lugar de origem.

03 – Como o eu lírico se sente em relação ao lugar onde está exilado?

      O eu lírico reconhece a beleza do lugar onde está, com "flores úmidas" e "vozes na mata". No entanto, ele não se sente completamente feliz, pois sente falta de sua terra natal.

04 – Qual é o papel da noite no poema?

      A noite é um momento de introspecção e melancolia para o eu lírico. É quando ele se sente mais solitário e a saudade se intensifica. No entanto, é também na noite que ele encontra um tipo de felicidade, na memória da sua terra.

05 – Qual é o significado da expressão "onde é tudo belo e fantástico"?

      Essa expressão pode ser interpretada de duas maneiras: como uma referência à idealização da pátria, vista como um lugar perfeito, ou como uma referência à beleza do lugar onde o eu lírico está exilado, que o encanta, mas não o completa.

06 – Qual é a mensagem final do poema?

      A mensagem final do poema é de esperança e desejo de retorno. O "grito de vida" representa a força do eu lírico em superar a saudade e a vontade de voltar para o lugar onde ele se sente verdadeiramente feliz.

07 – Quais são os principais sentimentos expressos no poema?

      Os principais sentimentos expressos no poema são a saudade, a melancolia, a solidão e a esperança. O eu lírico sente falta de sua terra natal, mas mantém a esperança de um dia retornar.

 

 

POEMA: LÍNGUA PORTUGUESA - OLAVO BILAC - COM GABARITO

 Poema: Língua Portuguesa

               Olavo Bilac

Última flor do lácio, inculta e bela
És, a um tempo, esplendor e sepultura
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg86Ivkf38Rd74pzR3810D-Jlovx4yA0T8IOn36tSZINmrEaCcK_L1S6JysofFeJESvVBDBPjGUA7nnFfXQL1QTBiD7QqqH6rIvjixYpv3jstc3xnVEPQGEKZIO5F2NbyIIwFWxyc6_QBEnHlfAefgyFEa3lr8Az2g86yUARFsErLZHVvsusCT7VfNM3ys/s1600/FLOR.jpg


Amo-te assim, desconhecida e obscura
Tuba de alto clangor, lira singela
Que tens o tom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo
Amo-te, ó rude e doloroso idioma

Em que da voz materna ouvi: Meu filho
E em que Camões chorou, no exílio amargo
O gênio sem ventura e o amor sem brilho
!

Olavo Bilac. Poesia. Rio de Janeiro: Agir, 1976. p. 86.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 162.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a principal metáfora utilizada no poema para descrever a língua portuguesa?

      A principal metáfora é a da "última flor do Lácio". Essa expressão simboliza a língua portuguesa como a mais recente e bela representante das línguas derivadas do latim, o Lácio sendo a região da Itália onde o latim se originou.

02 – Como o poema descreve a relação entre beleza e rusticidade na língua portuguesa?

      O poema destaca a dualidade da língua, descrevendo-a como "inculta e bela", "esplendor e sepultura". Isso significa que a língua possui uma beleza intrínseca, mesmo em sua forma bruta e não lapidada, como "ouro nativo na ganga impura".

03 – Quais sentimentos o poeta expressa em relação à língua portuguesa?

      O poeta expressa um profundo amor pela língua, mesmo em sua forma "desconhecida e obscura". Ele a descreve como "tuba de alto clangor, lira singela", destacando sua capacidade de expressar tanto a força quanto a delicadeza. O poeta também demonstra forte sentimentalismo ao dizer que ama o idioma, pois foi na língua portuguesa que ouviu a voz materna.

04 – Qual é a importância de Camões para o poema?

      Camões é mencionado como um dos maiores expoentes da língua portuguesa, um gênio que expressou sua dor e sofrimento no exílio através de seus versos. Ele representa a capacidade da língua de transmitir emoções profundas e universais.

05 – O que o poema revela sobre a visão de Olavo Bilac sobre a língua portuguesa?

      O poema revela que Olavo Bilac via a língua portuguesa como uma entidade rica e complexa, capaz de expressar tanto a beleza quanto a dor, a força e a delicadeza. Ele valorizava sua origem latina e sua capacidade de transmitir emoções profundas, tanto que ele a trata como algo que deve ser amado em qualquer aspecto.

 

 

domingo, 16 de março de 2025

NOTÍCIA: HEROIS POR UM DIA CONTAM POR QUE ARRISCARAM A VIDA POR DESCONHECIDOS - FRAGMENTO - LUCIANA BONADIO - COM GABARITO

 Notícia: Heróis por um dia contam por que arriscaram a vida por desconhecidos – Fragmento

            Luciana Bonadio

          Mulher de 31 anos usou jaqueta em resgate a trabalhadores em SP.

        [...]

        Eles são pessoas comuns que arriscaram a própria vida para salvar alguém que nunca viram. "Heróis por um dia", eles praticam gestos de solidariedade como o da tesoureira Carla Pagano, de 31 anos, que ajudou a salvar dois trabalhadores que limpavam os vidros de um prédio e ficaram presos em um andaime durante um vendaval em São Paulo.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4jEIyPOY9YiqTpnk0ngGRctzRnRnxMAtPAnROkbeA1bCjexnIyKbPh42VDoyd3eJyodIQLgpePVirBR_wAi5Im7EvfgD1tBLnNdCRGGCn30BmMqmOVCtUJNBeY75-spZ6y6U5bahyphenhyphen5rA3QgxIKp5y1kk_n7uu2YXNHh3t7VnZ1cGBN_A7iyO01lxXS1M/s320/HEROI.jpg


        Com uma jaqueta na mão, Carla conseguiu puxar os homens que balançavam a 30 metros de altura. O andaime onde eles estavam ficou desgovernado por causa dos ventos de até 80 km/h que sopravam na capital paulista. Após o salvamento, a tesoureira teve que conviver com a rotina de um herói: muitas entrevistas, fotos, reconhecimento das pessoas nas ruas e a mesma história repetida várias vezes.

        [...]

Luciana Bonadio. Heróis por um dia contam por que arriscaram a vida por desconhecidos. G1, São Paulo, 9 maio 2009. Extraído do site: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo0,,MUL11143745605,00HEROIS+POR+UM+DIA+CONTAM+POR+QUE+ARRISCARAM+A+VIDA+POR+DESCONHECIDOS.html. Acesso em: 19 jan. 2011.

Fonte: Português. Vontade de Saber. 6º ano – Rosemeire Alves / Tatiane Brugnerotto – 1ª edição – São Paulo – 2012. FTD. p. 248.

Entendendo a notícia:

01 – Quem são os "heróis por um dia" mencionados na notícia?

      São pessoas comuns que arriscaram suas próprias vidas para salvar desconhecidos.

02 – Qual foi o ato de heroísmo praticado por Carla Pagano?

      Carla Pagano, uma tesoureira de 31 anos, usou sua jaqueta para ajudar a resgatar dois trabalhadores que estavam presos em um andaime a 30 metros de altura durante um vendaval em São Paulo.

03 – Qual foi a causa do perigo enfrentado pelos trabalhadores?

      O andaime em que os trabalhadores estavam ficou desgovernado devido aos fortes ventos, que atingiram até 80 km/h na capital paulista.

04 – Como foi a repercussão do ato de heroísmo de Carla Pagano?

      Após o resgate, Carla Pagano teve que lidar com a rotina de um herói, concedendo muitas entrevistas, tirando fotos e sendo reconhecida nas ruas.

05 – Qual o principal sentimento presente nas ações dos "heróis por um dia"?

      O principal sentimento presente é a solidariedade, que os leva a arriscar suas vidas para ajudar pessoas que nunca viram antes.

 

 

AUTOBIOGRAFIA: A HISTÓRIA DA MINHA VIDA - (FRAGMENTO) - HELEN KELLER - COM GABARITO

 Autobiografia: A história da minha vida – Fragmento

                      Helen Keller

        [...]

        Capítulo IV

        O dia mais importante de que me lembro de toda minha vida é o da chegada de minha professora, Anne Mansfield Sullivan. Fico maravilhada quando penso no imenso contraste entre as duas vidas que esse dia ligou. Estávamos a 3 de março de 1887, três meses antes que eu completasse sete anos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8y-g2EA9ubMX12FDP3LdpfflnZWCqoZNwHKJHtOu1k8lRKMX3QMFHsjNDISspFCQ0S7sY0bv6MRjzjFl5GDxJpuGIL7hQWMech6FtCILMOAHxqJIr4cJ35etKtrOckBdnpt_b5yBsc3wV6mEiqI-QX72FkWo5SpUAS9Kyv0Uikz6U_eZzMR8kDllDrB8/s1600/AnneSullivanMacy.jpg


        Na tarde daquele dia agitado, fiquei na varanda, muda, expectante. Pelos sinais de minha mãe e pelo apressado entra-e-sai da casa, adivinhei vagamente que algo pouco usual estava prestes a acontecer; assim, fui para a porta e esperei na escada. O sol da tarde penetrava na massa de madressilvas que cobria a varanda e caía no meu rosto virado para cima. Meus dedos pousavam quase inconscientemente nas folhas e flores familiares que haviam acabado de brotar saudando a doce primavera do Sul. Eu não sabia que maravilhas e surpresas o futuro me guardava. Raiva e amargura haviam continuamente caído sobre mim por semanas, e um profundo langor sucedera-se a essa luta apaixonada.

        Algum dia você já esteve no mar cercado por um denso nevoeiro, como se uma tangível escuridão branca se fechasse sobre você e o grande navio, tenso e ansioso, tateasse em busca do caminho para a costa com uma bola de chumbo e uma sonda e você esperasse com o coração batendo que algo acontecesse? Eu era como aquele navio antes de minha instrução começar, só que não tinha bússola ou sonda, nem meios de saber quão próximo estava o porto. "Luz! Me deem luz!" era o grito sem palavras de minha alma, e a luz do amor brilhou sobre mim naquela mesma hora.

        Senti passos que se aproximavam. Estiquei a mão imaginando que era mamãe. Alguém a pegou e eu fui levantada e abraçada bem apertado pela pessoa que viera revelar todas as coisas para mim e, mais do que todas as coisas, me amar.

        Na manhã seguinte à chegada de minha professora, ela me levou a seu quarto e me deu uma boneca. As criancinhas cegas da Instituição Perkins a tinham enviado e Laura Bridgman a vestira; mas eu só soube disso depois. Quando brinquei com a boneca algum tempo, a srta. Sullivan lentamente soletrou em minha mão a palavra "b-o-n-e-c-a". Fiquei imediatamente interessada nesse jogo com dedos e tentei imitá-lo. Quando finalmente consegui fazer as letras corretamente, fiquei vermelha de prazer e orgulho infantil. Descendo a escada correndo em busca de minha mãe, estendi a mão e imitei as letras para boneca.

        Não sabia que estava soletrando uma palavra ou mesmo que palavras existiam; eu simplesmente estava deixando meus dedos macaquearem uma imitação. Nos dias que se seguiram aprendi a soletrar desse modo incompreensível um grande número de palavras, entre elas alfinete, chapéu, xícara e alguns verbos, como sentar, levantar e andar. Mas só depois de minha professora estar comigo há várias semanas eu entendi que tudo tinha um nome.

        [...]

        Descemos o caminho para a casa do poço, atraídas pela fragrância das madressilvas que a cobriam. Alguém estava tirando água e a srta. Sullivan colocou minha mão sob o jorro da água. Enquanto a fria corrente despejava-se sobre uma de minhas mãos, a srta. Sullivan soletrava na outra a palavra água, primeiro lentamente, depois rapidamente. Fiquei imóvel, com toda a atenção fixada nos movimentos de seus dedos. [...]. Soube então que "á-g-u-a" significava a maravilhosa coisa fresca que fluía sobre minha mão. Aquela palavra viva despertou minha alma, deu-lhe luz, esperança, alegria, enfim, libertou-a! Ainda havia barreiras, é verdade, mas barreiras que poderiam ser varridas com o tempo.

        Eu deixei a casa do poço ansiosa para aprender. Tudo tinha um nome e cada nome fazia nascer um novo pensamento. Enquanto voltávamos para casa, cada objeto que eu tocava parecia estremecer de vida, já que eu via tudo com a nova e estranha visão que chegara a mim. Ao passar pela porta, lembrei da boneca que eu quebrara. Tateei o caminho até a lareira, peguei os pedaços da boneca e tentei em vão juntá-los. Então meus olhos se encheram de lágrimas; pois percebi o que fizera e, pela primeira vez, senti arrependimento e tristeza.

        Aprendi uma grande quantidade de novas palavras naquele dia. Não lembro de todas, mas sei que mãe, pai, irmã, professora estavam entre elas – palavras que deviam fazer o mundo brotar para mim, "como o bastão de Aarão, com flores". Seria difícil achar uma criança mais feliz do que eu no final daquele dia memorável, quando, deitada na minha cama, repassava as alegrias que ele me trouxera. Pela primeira vez na vida ansiei para que um novo dia chegasse.

        Capítulo VI

        [...]

        Lembro-me da manhã em que perguntei pela primeira vez o significado da palavra "amor". Isso foi antes que eu conhecesse muitas palavras. Eu encontrara algumas violetas precoces no jardim e as trouxera para a srta. Sullivan. Ela tentou me beijar mas naquela época eu não gostava que ninguém me beijasse, exceto minha mãe. A srta. Sullivan me abraçou gentilmente e soletrou na minha mão:

        -- Eu amo Helen.

        -- O que é amor? – perguntei.

        Ela me puxou mais para perto e disse:

        -- Está aqui – apontando para o meu coração, de cujas batidas tive consciência pela primeira vez.

        [...]

        Capítulo VII

        [...]

        Assim, aprendi da própria vida. No início eu era apenas uma pequena massa de possibilidades. Foi minha professora quem as desdobrou e desenvolveu. Quando ela veio, tudo em torno de mim passou a exalar amor e alegria e se tornou cheio de significado. Desde então ela nunca deixou passar uma oportunidade de ressaltar a beleza que há em tudo, nem cessou de tentar em pensamentos, ações e exemplos tornar minha vida doce e útil.

        Foi o gênio de minha professora, sua rápida solidariedade, seu amoroso tato que tornaram tão bonitos os primeiros anos de minha instrução. Foi o fato de ela capturar o momento certo para partilhar conhecimento que o fez tão agradável e aceitável para mim. Ela percebeu que a mente de uma criança é como um riacho raso que ondula e dança alegremente sobre o curso pedregoso de sua educação, refletindo aqui uma flor, ali uma moita, mais além uma nuvem fugidia, e tentou guiar minha mente nesse caminho, sabendo que, como um riacho, essa mente devia ser alimentada pelas correntes da montanha e fontes escondidas até se alargar num rio profundo, capaz de refletir em sua plácida superfície as colinas ondulantes, as sombras luminosas das árvores e os céus azuis, assim como o suave rosto de uma flor.

        [...]

        A srta. Sullivan está tão próxima de mim que eu mal me penso à parte dela. Quanto de meu encantamento com todas as coisas belas é inato e quanto é devido à influência de minha professora, jamais poderei saber. Sinto que seu ser é inseparável do meu e que os passos de minha vida estão na dela, O melhor de mim pertence a ela – não há um talento, uma aspiração ou uma alegria em mim que não tenha sido despertado por seu toque amoroso.

        [...]

Helen Keller. A história da minha vida. Trad. Myriam Campello. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008. p. 19-22.

Fonte: Português. Vontade de Saber. 6º ano – Rosemeire Alves / Tatiane Brugnerotto – 1ª edição – São Paulo – 2012. FTD. p. 237-239.

Entendendo a autobiografia:

01 – Qual a importância da chegada de Anne Mansfield Sullivan para Helen Keller?

      A chegada de Anne Mansfield Sullivan foi um marco na vida de Helen Keller, marcando o início de sua educação e a descoberta de um mundo novo.

02 – Como Helen Keller descreve a sensação de estar perdida antes da chegada de sua professora?

      Helen Keller compara sua sensação de estar perdida a um navio em um denso nevoeiro, sem bússola ou sonda, ansiando por luz.

03 – Qual foi a primeira palavra que Anne Sullivan ensinou a Helen Keller?

      A primeira palavra que Anne Sullivan ensinou a Helen Keller foi "boneca" (b-o-n-e-c-a).

04 – Como Helen Keller aprendeu a se comunicar?

      Helen Keller aprendeu a se comunicar através do método de soletrar palavras na palma de sua mão, ensinado por Anne Sullivan.

05 – Qual foi o momento em que Helen Keller compreendeu que tudo tinha um nome?

      O momento em que Helen Keller compreendeu que tudo tinha um nome foi quando Anne Sullivan soletrou a palavra "água" enquanto ela sentia a água fluindo sobre sua mão.

06 – Como a natureza é retratada na autobiografia de Helen Keller?

      A natureza é retratada como uma fonte de inspiração e descoberta para Helen Keller, desde a fragrância das madressilvas até a sensação da água fluindo.

07 – Qual a importância da professora Anne Sullivan na vida de Helen Keller?

      Anne Sullivan foi fundamental na vida de Helen Keller, abrindo as portas para o conhecimento, o amor e a alegria, e moldando sua vida de forma profunda e duradoura.

08 – Como Helen Keller descreve a palavra "amor"?

       Helen Keller descreve o amor como algo que está presente no coração, uma força que a conecta com o mundo e com as pessoas ao seu redor.

09 – Qual a comparação que Helen Keller faz com a mente de uma criança?

      Helen Keller compara a mente de uma criança a um riacho raso, que precisa ser alimentado por conhecimento e experiências para se tornar um rio profundo.

10 – Qual o sentimento de Helen Keller em relação a sua professora?

      Helen Keller sente uma profunda gratidão e admiração por sua professora, reconhecendo que grande parte de sua felicidade e realizações são fruto do amor e da dedicação de Anne Sullivan.

 

 

 

POEMA: O MENINO POETA... RICARDO DALAI - COM GABARITO

 Poema: O menino poeta...

             Ricardo Dalai

O menino poeta olha pra Lua
e observa o céu:
estrelas são bens, cometas troféus
bebendo o orvalho que flutua.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWITQ885SUBCJgt-hxhHsK2KwChm2nD6NBATeQJZjirC8f4zexDSvWzr4yCfsugfxPghLPigTVhtrRRXPyPqRAYqQuZTzqVknxYcpF8ybfMhHhs27BCUcRiD-exNG4AxZyFrvhCAzAK_cCFG4LUj9QPnLWzrn7jHQz2MNHbT3BT08Oi6xX72bUzipJLPo/s1600/ESTRELAS.jpg

O menino poeta olha pro Sol
e pensa sem dó:
o Sol lá em cima, tão triste, tão só,
usando as nuvens como lençol.

O menino poeta olha pra cá
e percebe sorrindo:
a vida é tão bela, o céu é tão lindo
cantemos sempre dó ré mi fá.

Ricardo Dalai. O menino poeta. Extraído do site: www.ricardodalai.wordpress.com/2010/12/20/o-menino-poeta. Acesso em: 10 nov. 2011.

Fonte: Português. Vontade de Saber. 6º ano – Rosemeire Alves / Tatiane Brugnerotto – 1ª edição – São Paulo – 2012. FTD. p. 233.

Entendendo o poema:

01 – O que o menino poeta vê ao olhar para a Lua?

      Ao olhar para a Lua, o menino poeta observa o céu e imagina que as estrelas são bens e os cometas são troféus, bebendo o orvalho que flutua.

02 – Qual é o pensamento do menino poeta sobre o Sol?

      O menino poeta pensa que o Sol, lá em cima, está triste e sozinho, usando as nuvens como lençol.

03 – O que o menino poeta percebe ao olhar para a Terra?

      Ao olhar para a Terra, o menino poeta percebe, sorrindo, que a vida é bela e o céu é lindo.

04 – Qual é a mensagem final do poema?

      A mensagem final do poema é um convite para cantar e celebrar a beleza da vida e do céu.

05 – Como o poema utiliza a natureza para expressar os sentimentos do menino poeta?

      O poema utiliza elementos da natureza, como a Lua, o Sol, as estrelas e as nuvens, para expressar os sentimentos e pensamentos do menino poeta, mostrando como ele interpreta o mundo ao seu redor de forma poética e imaginativa.