domingo, 4 de agosto de 2019

FÁBULA: O LOBO E O CORDEIRO - LA FONTAINE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: O Lobo e o Cordeiro

       La Fontaine

Na água limpa de um regato,
matava a sede um Cordeiro,
quando, saindo do mato,
veio um Lobo carniceiro.

Tinha a barriga vazia,
não comera o dia inteiro.
-- Como tu ousas sujar
a água que estou bebendo?
-- rosnou o Lobo, a antegozar
o almoço. – Fica sabendo
que caro vais me pagar!

-- Senhor – falou o Cordeiro –
encareço à Vossa Alteza
que me desculpeis, mas acho
que vos enganais: bebendo,
quase dez braças abaixo
de vós, nesta correnteza,
não posso sujar-vos a água.

-- Não importa. Guardo mágoa
de ti, que ano passado,
me destrataste, fingindo!
-- Mas eu nem tinha nascido.
-- Pois então foi teu irmão.
-- Não tenho irmão, Excelência.
-- Chega de argumentação.
Estou perdendo a paciência!
-- Não vos zangueis, desculpai!
-- Não foi teu irmão? Foi teu pai
ou senão foi teu avô –
disse o Lobo carniceiro.
E ao Cordeiro devorou.

        Moral da história: Onde a lei não existe, ao que parece, a razão do mais forte prevalece.
                    La Fontaine. Fábulas. Trad. por Ferreira Gullar. Rio de Janeiro: Revan, 1997.

Entendendo a fábula:
01 – Os as personagens estavam antes de se encontrarem?
      O cordeiro, na beira do riacho; o lobo, na mata.

02 – Na fábula, o lobo apresenta alguns argumentos para justificar sua ação. Quais são?
      Primeiro diz que o cordeiro está sujando sua água; depois que o cordeiro andara falando mal dele, e, finalmente, que, se não fora o cordeiro quem o ofendera, havia sido alguém de sua família.

03 – O cordeiro, ao responder ao lobo, procura provar que este estava enganado quanto à acusações que fazia. Procure no texto trechos que comprovem essa afirmação.
      O cordeiro diz que não estava sujando a água, pois o lobo estava num local bem acima de onde ele, o cordeiro, se encontrava. Depois, diz que não poderia ter falado mal do lobo no ano anterior, pois nem havia nascido. Finalmente, quando o lobo lhe diz que deveria pagar pelo que o irmão fizera, diz que não tem nenhum irmão.

04 – Nas fábulas, os animais falam, pensam e agem como seres humanos. Fale um pouco sobre as personagens da fábula lida, dando pelo menos três características de cada uma.
      Cordeiro: frágil, respeitoso, quer convencer seu opositor de que não é culpado das acusações e que, portanto, não merece punição.
      Lobo: o mais forte, o animal faminto, “o carniceiro” que quer abocanhar sua presa.

05 – Em sua opinião, a leitura do texto permite ao leitor deduzir que, desde o início, o lobo ia devorar o cordeiro de qualquer jeito? Justifique.
      Sim. Sabia que era o mais forte e que venceria o cordeiro com facilidade. Por isso, o texto diz que ele antegozava o almoço.

06 – Com base no que você respondeu na atividade anterior, conclua: por que, então, o lobo não devorou logo o cordeiro e ficou justificando o que ia fazer?
      Porque queria que o cordeiro, antes de ser devorado, ficasse convencido de que ele, o lobo, tinha razão.

07 – Pelo diálogo entre as personagens, podemos dizer que o lobo e o cordeiro eram velhos amigos conhecidos? Justifique.
      Não. O lobo diz que sim, ao afirmar que sabia que o cordeiro o insultara no ano anterior. Porém, quando o cordeiro diz que nem havia nascido ou quando rebate a afirmação a respeito de seu irmão, ficamos sabendo que se trata apenas de acusações falsas do lobo.

08 – Você acha que o cordeiro respondeu bem a todas as acusações que lhe foram feitas pelo lobo? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Mesmo tendo demonstrado que o lobo estava enganado, o cordeiro foi devorado. Por que ocorreu isso?
      Porque o lobo não estava preocupado com a veracidade das acusações; ele ia devorar o cordeiro porque estava faminto, e o animalzinho era bem mais fraco que ele.


3 comentários:

  1. oi
    muito boa essa fabula amei sou do 4 ano na escola e estou aprendendo sobre fabulas eu amei totalbente
    atenciosamente
    Julia

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  2. Muito atual essa fábula. Estamos vivenciando uma sociedade na qual a falta de argumento se sobrepõe à razão.

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