domingo, 18 de novembro de 2018

O DIÁRIO DE ZLATA - ZLATA FILIPOVIC - COM QUESTÕES GABARITADAS

O diário de Zlata

     
 [...]
        Sábado, 19 de outubro de 1991.
   Um dia infecto, ontem. A gente estava se preparando para subir a Jahorina (a montanha mais linda do mundo) e passar o final de semana. Quando cheguei da escola, encontrei mamãe chorando e papai de uniforme. Me deu um nó na garganta quando papai anunciou que tinha que ir reunir-se a sua unidade de reserva da polícia porque havia sido chamado. Me abracei a ele chorando e supliquei para ele não ir, para ficar conosco. Papai disse que era obrigado a ir. Aí ele partiu e ficamos nós duas, mamãe e eu. Mamãe, que não parava de chorar, telefonou aos amigos e à família. Todos eles vieram imediatamente (Slobo, Doda, Keka, Braco – o irmão de mamãe –, tia Melica e não sei mais quem). Todos vieram para nos consolar e oferecer ajuda. Keka me levou para a casa dela para passar a noite com Martina e Matej. Quando acordei esta manhã, Keka me disse que tudo estava bem e que papai ia voltar dentro de dois dias.
        Voltei para casa, tia Melica está conosco, parece que tudo vai se ajeitar. Papai deve voltar depois de amanhã. Obrigada, meu Deus!
        [...]
        Quarta-feira, 23 de outubro de 1991.
        Em Dubrovnik é guerra de verdade. Bombardeios terríveis. As pessoas estão em abrigos, sem água, sem eletricidade, o telefone está cortado. Na televisão aparecem cenas terríveis. Papai e mamãe estão muito preocupados, não é possível que deixem destruir uma cidade tão fantástica. Eles têm uma ligação toda especial com Dubrovnik. Foi lá, no Palácio do Governo, que eles assinaram com uma pena de ganso o “sim” à futura vida em comum. Mamãe fica dizendo que Dubrovnik é a cidade mais bonita do mundo e que não pode ser destruída.
        Estamos preocupados com o padrinho Srdjan (ele trabalha e mora em Dubrovnik, mas tem toda a família em Sarajevo) e também com os pais dele. Como eles fazem para aguentar tudo o que está acontecendo? Será que ainda estão vivos? A gente tenta falar com eles pelos radioamadores mas não consegue. Bokica (a mulher de Srdjan) está desesperada. Tudo o que a gente faz para descobrir alguma coisa dá em nada. Dubrovnik está cortada do mundo.
        [...]
        Terça-feira, 12 de novembro de 1991.
        Em Dubrovnik a coisa vai de mal a pior. Conseguimos saber pelos radioamadores que Srdjan está vivo e que está bem, os pais dele também. O que se vê pela televisão é horroroso. As pessoas estão passando fome. Procuramos descobrir um jeito de mandar provisões para Srdjan. Com certeza vai ser possível pela Caritas. Papai continua seu serviço na reserva, volta para casa cansado. Quando isso tudo vai acabar? Segundo papai, talvez na semana que vem. Obrigada, meu Deus.
        [...]
        Zlata Filipovic. O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra. Trad. Antônio de Macedo Soares e Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 22-4; 26.
Entendendo o texto:

01 – Qual a função de um diário?
      O diário é uma forma de registro de fatos importantes que fazem parte do dia-a-dia de uma pessoa, para compartilhar seus sentimentos, manifestar-se diante de ocorrências que muitas vezes fogem do controle, etc. Pode também contar relatos técnicos de uma viagem de navegação, de expedições, de coleta de dados, etc.

02 – Que tipo de dificuldade, além das relatadas no diário de Zlata, as pessoas enfrentam na guerra?
      Ver as cidades destruídas, não ter trabalho nem perspectiva de vida, enfrentar doenças, miséria, etc.

03 – Você já tinha ouvido falar da cidade de Dubrovnik e da montanha Jahorina?
      Resposta pessoal do aluno.

04 – Nos diários, por que é importante incluir a data?
      É importante para saber a ordem em que os fatos ocorrem; além disso, a data permite organizar esses acontecimentos.

05 – No dia 19 de outubro de 1991, o que deixou a família de Zlata triste e desesperada?
      A possível convocação do pai de Zlata à guerra.

06 – No dia 12 de novembro do mesmo ano, aparece a expressão “a coisa vai de mal a pior”. A que Zlata se refere?
      Ela se refere à situação da guerra, agravando-se a cada dia, com pessoas passando fome, e sem mostras de que o conflito estaria se aproximando do fim.

07 – Quais são as características do texto que nos remetem ao gênero textual diário?
      Ele é um diário pois, Zlata descreve sobre seus dias durante a guerra.

08 – Nem sempre um diário relata somente ações de seu autor. Ele também serve para reflexões a respeito de sua vida. Copie um trecho em que Zlata demonstre essa reflexão.
      “Uma carnificina! Um massacre! Um horror! Uma abominação! Sangue! Gritos! Choro! Desespero!”

09 – Quem é o interlocutor de Zlata?
      O diário dela, Mimmy.

10 – Como Zlata se sente em relação à guerra?
      Ela se sente muito triste e infeliz.

11 – Qual o momento que mais choca Zlata no meio à guerra?
      O dia em que a mãe estava perto de onde caiu uma granada de um ataque da guerra.

12 – Pesquise sobre Sarajevo e a Guerra da Bósnia (1992-1995) e escreva pelo menos 5 linhas a respeito delas.
      A guerra de Bósnia, que foi um conflito armado, se iniciou em abril de 1992 e foi até dezembro de 1995 na região de Bósnia e Herzegovina. A guerra foi causada por motivos de política e religião.
      A aliança bosníaco-croata ocupou 51% do território da Bósnia e Herzegovina e acabou chegando à Banja Luka. Quando viram sua capital ameaçada, os líderes sérvios assinaram o acordo e a guerra terminou oficialmente em 14 de dezembro de 1995. Foi o conflito mais prolongado e violento da Europa desde o fim da II Guerra Mundial, com duração de 1.606 dias. A guerra durou cerca de três anos e causou aproximadamente 200.000 vítimas entre civis e militares e 1,8 milhões de deslocados, de acordo com relatórios recentes.

13 – Procure saber um pouco mais sobre Zlata Filipovic. Onde mora, o que faz hoje, se já visitou o Brasil, se possui outros livros publicados.
      Atualmente Zlata Filipovic tem 36 anos, veio ao Brasil mais de uma vez, autora de O DIÁRIO DE ZLATA e em parceria com outros autores também publicou o livro chamado VOZES ROUBADAS.



REPORTAGEM: A INFÂNCIA NÃO PODE ESPERAR - MÁRCIA LOPES

Reportagem: A infância não pode esperar


       O trabalho infantil vem caindo em nosso país, como resultado da redução da pobreza, mas há desafios importantes a superar                                                
                                                                            Márcia Lopes

        A meta, fixada pela ONU, é um dos nossos compromissos do milênio: erradicação das piores formas de trabalho infantil até 2016. Durante a 2ª Conferência Global sobre o Trabalho Infantil, em Haia (Holanda), da qual participamos, relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou a complexidade do desafio para todo o mundo. O cenário mundial inspira muito cuidado: são 215 milhões de crianças, entre 5 e 17 anos, obrigadas a trabalhar, a maioria exercendo algum trabalho considerado "perigoso" ou com jornada extensa. A voz daqueles a quem se dirige nosso compromisso dá cor dramática às estatísticas, como o apelo do indiano Kinsu Kumar, 14, há seis livre do trabalho da rua, no encerramento do evento: "Vocês são aqueles que podem acabar com o trabalho infantil, porque têm dinheiro, têm as leis, vocês têm que agir rápido". Ao mesmo tempo, temos chamas de esperanças que se acendem pelo mundo, e o Brasil faz parte dessa empreitada, pois o mesmo relatório indica que conseguiremos erradicar as piores formas de trabalho infantil na meta fixada.
        Como conseguir isso? Por meio da proteção social integrada, educação universalizada, Assistência Social, fortalecimento do mercado de trabalho para os adultos e garantia de renda básica, como o programa Bolsa Família. O reconhecimento da atuação do governo brasileiro resultou no convite para que o Brasil sedie a próxima Conferência Global, em 2013. A proteção e o cuidado com as crianças e adolescentes são política de Estado no Brasil, sendo um dos pilares centrais de nossa Constituição. A partir de 2003, o combate ao trabalho infantil é elevado à condição de meta presidencial. Essa decisão política se concretizou no Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil, de 2004, como resultado de intenso trabalho entre governo e sociedade civil. Mas estamos seguros de que não vamos erradicar essa mazela pela atuação de um plano ou de seus defensores.
        É preciso incorporá-la de forma determinada, no cotidiano, como meta prioritária e compromisso ético e político dos Estados, municípios e Distrito Federal, da sociedade organizada, de empregadores, trabalhadores e das famílias. Nesse sentido, temos enfrentado as duas graves consequências da nossa formação social e econômica ao longo da história, desde a colonização: a pobreza e a desigualdade social, responsabilizando o Estado como o provedor de políticas públicas garantidoras de direitos, de caráter universal, de qualidade e respeitando a diversidade étnica, racial e de gênero presente no território brasileiro.
        O trabalho infantil vem caindo em nosso país, como resultado da redução da pobreza e da desigualdade e das ações específicas para seu enfrentamento. Contudo, ainda temos desafios importantes a superar, como o trabalho doméstico e rural, além da exploração sexual. É necessário reconhecer especificidades do país e desenvolver estratégias de gestão integradas para cada situação concreta. É preciso ainda romper com a visão conservadora de que o trabalho infantil é possibilidade de aprendizado e ascensão social e continuar fomentando o pacto nacional em defesa dos direitos das crianças e da Erradicação do Trabalho infantil. Temos também de manter os olhos abertos ao nosso redor, pois esse combate é nosso, de todos os homens e mulheres do mundo. Tudo para que nosso novo tempo seja o tempo de crianças que tenham o direito de serem crianças. E que a voz do jovem Kumar não nos permita esquecer: temos pressa.

Márcia Lopes é ministra do Desenvolvimento Social e combate à fome
Artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, de 06 de julho de 2010
Entendendo o texto:
01 – O texto que você acabou de ler é um artigo de opinião, O que significa isso?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Artigo de opinião tem o propósito de apresentar a opinião do autor sobre um tema polêmico, sendo sua fundamentação feita com base em argumentos.

02 – Você acha importante que textos desse gênero sejam publicados? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os artigos de opinião são importantes porque apresentam diversos pontos de vista e podem esclarecer o leitor sobre determinados assuntos.

03 – Você considera necessário discutir a questão do trabalho infantil? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Todos os temas sociais devem ser discutidos com frequência a fim de expor as atuais condições em que o país se encontra, e procurar encontrar as soluções necessárias.

04 – Nesse texto, qual é a opinião, isto é, o ponto de vista defendido pela autora em relação ao trabalho infantil?
a)   É preciso aumentar a fiscalização em relação ao trabalho infantil.
b)   É preciso cumprir a meta de erradicar o trabalho infantil até 2016.
c)   É preciso que a Constituição do Brasil tenha como um dos pilares centrais a proibição do trabalho infantil.

05 – Segundo a autora, de que modo será possível acabar com o trabalho infantil até 2016?
      Por meio da proteção social integrada, da educação universalizada, da assistência social, do fortalecimento do mercado de trabalho para os adultos e da garantia de renda básica.

06 – Complete o trecho do texto com os dados estatísticos que ele informa.
        “O cenário mundial inspira muito cuidado: são 215 milhões de crianças, entre 5 e 17 anos, obrigadas a trabalhar, a maioria exercendo algum trabalho considerado "perigoso" ou com jornada extensa.”

07 – Explique, qual é a função de dados estatísticos em um texto.
      Os dados estatísticos servem para confirmar a veracidade do que está sendo dito e para reforçar a opinião do autor do texto. Os dados estatísticos constituem, portanto, um dos argumentos utilizados pela autora para defender seu ponto de vista.

08 – Releia um dos argumentos utilizados pela autora para defender a ideia de que criança não pode trabalhar.
        “A voz daqueles a quem se dirige nosso compromisso dá cor dramática às estatísticas [...]”
A quem o termo em destaque se refere? Assinale a alternativa correta.
a)   Aos membros presentes no encontro.
b)   Às crianças vítimas do trabalho infantil.

09 – Com que intenção a autora reproduziu a fala do menino indiano que foi vítima do trabalho infantil?
      Dar mais veracidade à matéria e também comprovar que existe trabalho infantil.

10 – A autora, na ocasião em que escreveu esse texto, era ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. De que maneira um cargo público pode influir na opinião da autora do artigo?
      Esse cargo faz com que ela fale do ponto de vista dos governantes. Isso faz com que a autora, além de apresentar o problema, proponha uma solução para ele.

11 – Para você, esse texto apresenta uma visão otimista ou pessimista em relação à erradicação do trabalho infantil? Explique como você chegou a essa conclusão.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O texto apresenta uma visão otimista, pois mostra que o trabalho infantil ainda existe, mas tem diminuído e muitas coisas têm sido feitas para erradica-lo. Ou seja, é um grave problema social, mas pode ser combatido com medidas adequadas.


     


RECEITA: BOLO DE MANDIOCA - COM QUESTÕES GABARITADAS


Receita: Bolo de mandioca


Ingredientes:
01 kg de mandioca.
01 pacote de coco ralado 500 gr.
02 xícaras (chá) de açúcar.
04 ovos.
02 colheres (sopa) de margarina ou manteiga.
01 vidro de leite de coco 200 ml.
01 colher (café) de sal.
Modo de preparo:
Descasque a mandioca e rale.
Junte 02 copos de água à mandioca ralada e esprema em um pano.
Depois de espremida, coloque a mandioca em uma tigela, acrescente o coco ralado, o açúcar, o sal, os ovos previamente batidos, a manteiga e, por último, o leite de coco (reserve duas colheres).
Asse em forno quente, em um forma grande, redonda, bem untada.
Quando começar a dourar e ficar firme, retire um pouco do forno, regue com o leite de coco reservado e polvilhe com açúcar.
Deixe dourar bem e teste com um palito para ver se está assado.

·        Obs.: Esta receita é influência da cultura indígena.

Entendendo a receita:
01 – Quais são as partes que formam essa receita?
      Os ingredientes e o modo de preparo.

02 – Qual é o principal ingrediente desta receita?
      É a mandioca.

03 – Você conhece esse ingrediente por outro nome? Em caso afirmativo, escreva qual.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Macaxeira, aipim, etc.

04 – Onde podemos encontrar receitas culinárias?
      Podemos encontrar nos livros de receitas ou em Site de receitas.

05 – Releia um trecho da receita e circule as vírgula.
        “[...] acrescente o coco ralado, o açúcar, o sal, os ovos previamente batidos, a manteiga [...]”
Nesse trecho, a vírgula está empregada com a função de:
·        Separar os ingredientes.
·        Explicar os ingredientes.

06 – Qual é a importância de observar com atenção as medidas de cada ingrediente?
      Para que o bolo saia perfeito. Fique de acordo com a receita.

07 – Você sabe de quem herdamos o uso da mandioca?
      Resposta pessoal do aluno.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): MUITO ROMÂNTICO - CAETANO VELOSO - COM GABARITO

Música(Atividades): Muito Romântico

                                                                         Caetano Veloso

Não tenho nada com isso nem vem falar
Eu não consigo entender sua lógica
Minha palavra cantada pode espantar
E a seus ouvidos parecer exótica

Mas acontece que eu não posso me deixar
Levar por um papo que já não deu, não deu
Acho que nada restou pra guardar ou levar
Do muito ou pouco que houve entre você e eu

Nenhuma força virá me fazer calar
Faço no tempo soar minha sílaba
Canto somente o que pede pra se cantar
Sou o que soa eu não douro a pílula

Tudo o que eu quero é um acorde perfeito maior
Com todo o mundo podendo brilhar num cântico
Canto somente o que não pode mais se calar
Noutras palavras sou muito romântico

                                                Composição: Caetano Veloso
Entendendo a canção:

01 – Já no primeiro verso “Não tenho nada com isso nem vem falar”; o eu lírico usa um adverbio de negação, por quê?
      Ele deixa transparecer incompreensão, ou ainda uma atitude inconformada, de revolta.

02 – Em que versos o eu lírico assume sua revolta demonstrando ciência de sua brutalidade e alteração?
      “Minha palavra cantada pode espantar – e ao seus ouvidos parecer exótica”.

03 – Com base no que foi estudado a respeito dos aspectos do romantismo como estado de alma e estilo literário, assinale cada uma das afirmativas com V (verdadeira) ou F (falsa).
( ) É comum encontrarmos traços de romantismo até na literatura dos nossos dias, a exemplo desses versos, em que o eu lírico mostra seu estado de alma romântico.
( ) Como estado de alma, o romantismo encontra-se unicamente concentrado no Romantismo Literário (primeira metade do século XIX).
( ) Pela temática explorada, o compositor Caetano Veloso integra o estilo de época chamado Romantismo.
( ) Não há qualquer distinção entre romantismo (estado de espírito) e Romantismo (estilo de época).
( ) Fuga da realidade por meio da imaginação, comportamento baseado na liberdade, na emoção e na idealização da realidade definem o estado de alma romântico.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a)   V – F – F – F – V.
b)   F – F – F – F – V.
c) V – F – F – V – F.
d) V – V – V – V – V.
e) F – V – F – V – F.

04 – Analise os seguintes versos:
a)   “Mas acontece que eu não posso me deixar / Levar por um papo que já não deu, não deu.”
O eu lírico afirma que não pode ser abalar por uma conversa muito mal assimilada, de difícil aceitação, cujo conteúdo não é revelado.

b)   “Acho que nada restou pra guardar ou levar / Do muito ou pouco que houve entre você e eu”.
Com esse verso a relação que unia o protagonista ao destinatário da canção (provavelmente uma mulher, com certeza uma pessoa que foi muito querida).

05 – Em que versos o coração do eu lírico, com sua alma de poeta busca aquietar a alma?
      “Canto somente o que pede para se cantar.”

06 – O último verso da canção “Noutras palavras sou muito romântico”, o que o eu lírico explica?
      Explica o estado de espírito do protagonista, justifica suas colocações evidenciando sua passionalidade, que tende ao sofrimento e a exacerbação dos assuntos passionais.


CRÔNICA: PECHADA - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: PECHADA
                     

   O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo já estava sendo chamado de "Gaúcho". Porque era gaúcho. Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado. 
        – Aí, Gaúcho! 
        – Fala, Gaúcho! 
        Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente. A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim. Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações? 
        – Mas o Gaúcho fala "tu"! – disse o gordo Jorge, que era quem mais implicava com o novato. 
        – E fala certo – disse a professora. – Pode-se dizer "tu" e pode-se dizer "você". Os dois estão certos. Os dois são português. 
        O gordo Jorge fez cara de quem não se entregara. 
        Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera. 
        – O pai atravessou a sinaleira e pechou. 
        – O que? 
        – O pai. Atravessou a sinaleira e pechou. 
        A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo. 
        – O que foi que ele disse, tia? – quis saber o gordo Jorge. 
        – Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou. 
        – E o que é isso? 
        – Gaúcho... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu. 
        – Nós vinha... 
        – Nós vínhamos. 
        – Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto. 
        A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia admitir que não o entendera. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito. 
        "Sinaleira", obviamente, era sinal, semáforo. "Auto" era automóvel, carro. Mas "pechar" o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a professora descobriu que "pechar" vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o gordo Jorge de que era mesmo brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido: Pechada. 
        – Aí, Pechada! 
        – Fala, Pechada!
                                                                                              Luís Fernando Veríssimo
Entendendo a crônica:

01 – Rodrigo, o aluno novo, logo recebe o apelido de Gaúcho quando entra naquela escola.
a)   O que os colegas mais estranham em Rodrigo?
Seu sotaque diferente.

b)   Essa escola fica no Rio Grande do Sul ou em outro Estado brasileiro? Por quê?
Esta escola não pertence ao Rio Grande do Sul. Porque no texto cita que o aluno é recém chegado do Rio Grande do Sul.

02 – Dos colegas da sala, o gordo Jorge era o que mais insistia em rir e debochar de Rodrigo. Por que você acha que ele agia desse modo?
      Porque Jorge não se conformava com o sotaque do gaúcho, ele achava engraçado o jeito de Rodrigo falar.

03 – Quando Rodrigo, ao contar por que chegou atrasado, diz "Nós vinha...", a professora o interrompe dizendo "Nós vínhamos". Por que você acha que ela disse isso?
      Porque Rodrigo estava falando de forma incorreta.

04 – Rodrigo conta que seu pai "atravessou a sinaleira e pechou". A professora não conhecia a palavra pechar, mas conseguiu descobrir o sentido dela.
a)   Como foi que ela descobriu o significado da palavra?
Ela deu a oportunidade que o próprio Rodrigo explicasse.

b)   Qual é a origem dessa palavra, que hoje também pertence ao português?
É de origem espanhola.

05 – A professora ensina à classe que, apesar de o país inteiro falar português, de um lugar para o outro existem muitas variações.
a)   Que palavras a professora provavelmente usaria em lugar de tu, sinaleira e auto?
Você, semáforo e carro ou automóvel.

b)   Na sua região, as palavras coincidem com as usadas pela professora ou com as usadas por Rodrigo?
Com as palavras usadas pela professora.

06 – Rodrigo acabou sofrendo preconceito em razão de falar português de modo diferente do falado pela maioria. Você já viveu ou presenciou uma situação parecida com essa? Comente-a.
      Resposta pessoal do aluno.



POEMA: CANÇÃO DO MENINO - MARIA DINORAH - COM GABARITO

Poema: CANÇÃO DO MENINO
                  
             Maria Dinorah
Pra falar a verdade,
nunca tive um pijama.
Pra quê,
se nunca tive cama ?

Verdade verdadeira,
nunca tive um brinquedo.
Apenas tive medo.

Mas hoje há tanto frio,
tanta umidade,
que invento um cobertor
de sol poente
e um pijama  de sonho
em cama quente.

É bom brincar de gente.
                                          MARIA DINORAH
Entendendo o poema:
01 – Quem é o autor do poema?
      Uma criança (menor abandonado).

02 – O eu lírico termina o poema dizendo “É bom brincar de gente”. O que transmite este verso?
      Transmite a sensação de que o homem não parece gente porque deixa crianças dormirem ao relento.

03 – Que faz o eu lírico para romper com o sofrimento que ele quer que evole?
      Inventa um cobertor e uma cama quente.

04 – O que o eu lírico nos transmite nesse poema?
      Que através das palavras o sentimento humano que deveria haver em nós, seres humanos.

05 – Complete: O poema está dividido em 14 versos e 04 estrofes.

06 – Encontre as metáforas nas alternativas abaixo:
a)   Nunca tive um brinquedo.
b)   Hoje, faz tanto frio.
c)   Cobertor de sol poente.
d)   Pijama de sonhos.

07 – A autora quis chamar atenção no texto para mostrar:
a)   A realidade feliz das crianças.
b)   O desajuste social da autora.
c)   Que o menino do poema tem brinquedos.
d)   Os problemas de como vivem certas crianças no país e no mundo.

08 – É correto afirmar que o menino do poema.
a)   Vivia numa casa majestosa.
b)   Tinha frio, mas possuía um cobertor.
c)   Possuía muitos brinquedos, mas não tinha medo.
d)   A pobreza e a miséria tornavam-o infeliz.

     


LENDA: COBRA-GRANDE - AUTOR DESCONHECIDO - COM GABARITO

Lenda: Cobra-Grande

        A Cobra-Grande, Boiúna ou Boiaçu é uma cobra de proporções gigantescas. Pode ser escura, ou, segundo alguns, ter as cores vermelha, preta e amarela. Seus olhos, fora da água, têm uma luz própria, forte e brilhante, que hipnotiza e paralisa suas vítimas e desnorteia os navegantes. Do seu rastro fundo no chão surgem os rios e igarapés. Seu apetite é voraz e, além de atacar em terra, faz virar canoas e até barcos grandes. Matá-la atrai coisas ruins. Quem a vê fica cego, quem a ouve fica surdo e quem a segue fica louco. Muitos que a viram voltaram mudos, e assombrados. Não existe nela nada da sensualidade de tantos outros mitos. Não se transforma em homem ou mulher, não seduz, não ajuda. Ataca sempre para matar. Também é mágica. Transforma-se em navio, vapor ou canoa, e quando sente a aproximação de outra embarcação, voa e desaparece. Pode fazer o barulho de um motor de barco ou ser silenciosa como todo réptil. Nas águas, parece um imenso tronco de árvore a boiar na superfície.

Cobra Grande. Autor desconhecido. (ADAPTADO)
Entendendo a lenda:
01 – O gênero textual lido é:
a) Jornal.
b) Piada.
c) Biografia.
d) Lenda.

02 – Qual a finalidade desse tipo de texto?
a) Instruir o leitor.
b) Narrar uma história ao leitor.
c) Explicar a origem de algo.
d) Informar algo.

03 – Boiúna ou Boiaçu é:
a) homem.
b) mulher.
c) cobra.
d) tronco de árvore.

04 – De acordo com o texto, a cobra parece ser:
a) amiga.
b) perigosa.
c) companheira.
d) tranquila.

05 – Segundo o texto, quais são as cores que a cobra pode ter?
      Pode ter as cores vermelha, preta e amarela.

06 – O que pode acontecer se alguém olhar para a cobra grande?
      A pessoa corre o risco de ficar cego.

07 – Leia a frase: “Seus olhos, fora da água, têm uma luz própria, forte e brilhante, que hipnotiza e paralisa suas vítimas e desnorteia os navegantes”. Das alternativas abaixo, quais delas são adjetivos?
a) Olhos.
b) Brilhante.
c) Água.
d) Forte.

08 – Qual o sinônimo da palavra brilhante?
a) Branco.
b) Escuro.
c) Reluzente.
d) Assustador.