EXERCÍCIOS E TESTES DE VESTIBULARES – SIMBOLISMO         
1 – (VUNESP-SP) Dos trechos poéticos
abaixo, apenas um contém o conjunto das seguintes características: estilo
simbolista, imagens tendentes a eludir a realidade sensível, várias aliterações, várias sinestesias, repetições visando
à musicalidade da composição literária. Assinale-o:
               a)Eu não busco saber o
inevitável
  
Das espirais da tua vão matéria.
  
Não quero cogitar da paz funérea
  
Que envolve todo o ser inconsolável.
    
b)E o teu perfil oscila, treme, ondula,
         Pelos abismos eternais circula...
         Circula e vai gemendo e vai gemendo
         E suspirando outro suspiro horrendo.
         E a sombra rubra que te vai seguindo
         Também parece ir soluçando e rindo
         Ir soluçando, de um soluço cavo
         Que dos venenos traz o torvo avo.
     
c)Envelheces de tédio, de cansaço,
         De ilusões e de cismas e de penas,
         Como envelhece no celeste espaço
         O turbilhão das estrelas serenas.
         O amor os corações fez interdito
         Ao teu magoado coração cativo
         E apagou-te os sublimes infinitos
         Do seu clarão fecundar e vivo.
 d)Oh! vós que não dormis e que nas noites
tristes,
    
Falais à Natureza – esta Esfinge embusteira,
    
Revolvendo este abismo eternamente mudo;
    
Dizei-me se isto tudo, acaso não sentistes,
    
A rir como Voltaire, a rir como caveira,
    
A rir de vós, a rir de mim, a rir de tudo? ...
 
e)Não procureis qualquer nexo naquilo
    
Que os poetas pronunciam acordados,
    
Pois eles vivem no âmbito intranquilo
    
Em que se agitam seres ignorados.
2 – (MACK-SP):
               “Nomear um objeto é suprimir três quartos do prazer do poema, que é
feito da felicidade em adivinhar pouco a pouco; sugeri-lo, eis o sonho... deve
haver sempre enigma em poesia, e é o objetivo da Literatura – e não há outro –
evocar os objetos”.
O trecho acima resume parte da
ideologia de importante movimento literário. Assinale a alternativa em que se
encontra o nome do mesmo.
a – Simbolismo.
b – Romantismo.
c – Barroco.
d – Parnasianismo.
e – Modernismo.
3 – (FATEC-SP):
    E sons soturnos,
suspiradas mágoas,
mágoas amargas e
melancolias,
   No sussurro
monótono das águas,
   Noturnamente,
entre ramagens frias.
  Vozes veladas, veludosas vozes,
   Volúpias dos
violões, vozes veladas,
   Vagam nos velhos
vórtices velozes
Dos ventos, vivas,
vãs, vulcanizadas.
a)Indique o recurso literário
evidente no trecho de Violões que choram,
poema de Cruz e Souza, e:
O recurso literário
evidente é a aliteração.
b)Explique o efeito obtido pelo autor
através deste recurso.
O efeito obtido é a
sugestão musical (som do violão).
4 – (CEFET-MG):
                 Do imenso mar
maravilhoso, amargos
                 Marulhos murmurem
compungentes,
                 Cânticos virgens
de emoções latentes
                 Do sol nos mornos,
mórbidos letargos...
A estrofe acima apresenta
características de um poeta:
a – Romântico.
b – Barroco.
c – Modernista.
d – Simbolista.
e – Parnasiano.
5 – (PUC-RS) A teoria da
correspondência entre o material e o espiritual, a teoria de que a imaginação é
a faculdade essencial do poeta, porque lhe permite recriar a realidade segundo
nova perspectiva, a afirmação de que “as imagens não são um ornamento poético,
mas uma revelação da realidade profunda das cousas”, são traços da estética:
a – Romântica.
b – Parnasiana.
c – Simbolista.
d – Impressionista.
e – Modernista.
6 – (PUC-RS):
        O ser que é
ser e que jamais vacila
    Nas guerras
imortais entra sem susto
     Leva consigo
este brasão augusto
  Do grande
amor, da grande fé tranquila.
      Os abismos
carnais da triste argila
      Ele o vence
sem ânsias e sem custo
      Fica sereno,
num sorriso justo,    
      Enquanto tudo
em derreter oscila.
Fugindo do mundo material, a poesia
simbolista de Cruz e Souza, como ilustram as duas estrofes, busca a:
a – Utopia.
b – Transcendência.
c – Amargura.
d – Humildade.
e – Saudade.
7 – (PUC-SP):
                Mãos que os lírios
invejam; mãos eleitas
                Para aliviar de
Cristo os sofrimentos
                Cujas veias azuis
parecem feitas
                Da mesma essência
astral dos óleos bentos.
O vocabulário litúrgico, a
religiosidade, a musicalidade da estrofe acima vinculam-na ao:
a – Romantismo.
b – Parnasianismo.
c – Simbolismo.
d – Impressionismo.
e – Modernismo.
8 – (FATEC-SP) O Simbolismo tem mais
correlação com a música que com a pintura ou arquitetura. Por quê?
     Porque os interesses simbolistas estão
muito mais ligados à sensibilidade que à concretude.
9 – (PUC-RS):
                 Ninguém anda com
Deus mais do que eu ando,
                 Ninguém segue os
seus passos como eu sigo,
                 Não bendigo a
ninguém e nem maldigo:
                 Tudo é morte num
peito miserando.
                 Vejo o sol, vejo a
luz e todo bando
                 Das estrelas no
olímpico jazigo.
                 A misteriosa mão
de Deus o trigo
                 Que ela plantou
aos poucos vai ceifando.
Um dos temas marcantes da poesia
simbolista de Alphonsus Guimaraens é a ... profunda e pessoal, como ilustram as
estrofes citadas.
a – Delicadeza.
b – Melancolia.
c – Religiosidade.
d – Ternura.
e – Evasão.
10 – (MACK-SP) O estilo literário que
mais procurou aproximar a poesia da música foi:
a – Romantismo.
b – Simbolismo.
c – Parnasianismo.
d – Realismo.
e – Arcadismo.
11 – (USF-SP):
                   A Música da
Morte, a nebulosa,
                   Estranha, imensa
música sombria,
                   Passa a tremer
pela minh’alma e fria
                   Gela, fica a
tremer, maravilhosa...
Os versos acima são característicos
da época:
a – Barroca, por seu sentimento
religioso.
b – Romântica, pelo acentuado
subjetivismo e pela presença da morte.
c – Parnasiana, por sua preocupação
formal e pela descrição objetiva.
d – Simbolista, por seus
recursos expressivos que sugerem mistério e fluidez.
e – Pré-modernista, pelo reflexo dos
conhecimentos científicos na poesia.
12 – (MACK-SP) Assinale a alternativa
onde há um texto que não pode ser encaixado no Simbolismo brasileiro:
a – Indefiníveis músicas supremas,
     
Harmonias da Cor e do Perfume...
     
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
     
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...
b – Mas essa dor da vida
devora
      A ânsia de glória, o dolorido afã...
      A dor no peito emudecera ao menos
      Se eu morresse amanhã.
c – Harmonias que pungem, que
laceram,
     
Dedos nervosos e ágeis que percorrem
     
Cordas e um mundo de dolências geram,
     
Gemidos, prantos, que no espaço morrem...
d – Vê como a Dor te
transcendentaliza!
     
Mas no fundo da Dor crê nobremente,
 
    Transfigura o teu ser na força
crente
     
Que tudo forma belo e diviniza.
e – Sinto-as agora, ao luar, descendo
juntas,
     
Grandes, magoadas, pálidas, tateantes,
     
Cerrando os olhos das visões defuntas...
     
Brumosas mãos que vêm brancas, distantes,
     
Fechar ao mesmo tempo tantas bocas...
13 – (PUCCAMP-SP) São características
da poesia de Cruz e Sousa:
a – Crença de que o espírito pode
apreender a realidade das coisas, traçando firmemente seus contornos; versos
livres; musicalidade a serviço do espiritualismo.
b – Abandono das visões ideais sobre
o amor, por uma descrição mais direta do corpo e dos desejos; anti-romantismo;
busca das “correspondências” entre os seres.
c – Cuidado formal, através do verso
bem ritmado, do vocabulário raro r preciso, dos efeitos plásticos e sonoros
capazes de impressionar os sentidos; objetividade na descrição do mundo.
d – Repúdio ao sentimentalismo;
adoção dos temas divulgados pela ciência e pela filosofia naturalista; apego ao
soneto
e – Crença de que o poema
representa uma tentativa de aproximação da realidade oculta das coisas, que a
sugerem sem esgotá-la; busca de ritmos musicais e insinuantes; vocabulário
litúrgico, para acentuar o mistério.
14 – (UEL-PR) Assinale a alternativa
que contém apenas características da estética simbolista:
a – Temática social; hermetismo;
valorização dos tons fortes; materialismo; antítese.
b – Temática intimista; ocultismo;
valorização dos tons fortes; espiritualidade; sinestesia.
c – Temática intimista;
hermetismo; valorização do branco e da transparência; espiritualidade;
sinestesia.
d – Temática bucólica; hermetismo;
valorização do branco e da transparência; espiritualidade; antítese.
e – Temática bucólica; ocultismo;
valorização das tonalidades verdes; materialismo; sinestesia.
15 – (UFV-MG):
                   Eternas, imortais origens vivas 
                   Da luz, do Aroma,
segredantes vozes
                  Do mar e luares
de contemplativas
                  Vagas visões
volúpicas, velozes...
                  Aladas alegrias
sugestivas
                  De asa radiante e
branda de albornozes,
                  Tribos gloriosas,
fúlgidas, altivas,
                  De condores e de
águias e albatrozes...
                  Espiritualizai
nos Astros loucos,
                  Do sol entre os clarões imorredouros
                 Toda esta dor que
na minh’alma clama...
                   Quero vê-la
subir, ficar cantando
                   Nas chamas das
Estrelas, dardejando
                   Nas luminosas
sensações da chama.
                                                                                  
Cruz e Sousa.
Das alternativas que se seguem,
apenas uma não corresponde à leitura interpretativa do poema. Assinale-a:
a – Visão objetiva da
realidade, em que a técnica sobrepõe-se à imaginação.
b – Preferência por uma luminosidade
que torna os elementos nebulosos e imprecisos.
c – Valorização da sinestesia,
acentuando a correspondência entre imagens acústicas, visuais e olfativas.
d – Sublimação, através dos astros,
de toda a dor que a alma clama.
e – Predomínio da sugestão e uso de
símbolos para a representação do mundo.
16 – (PUC-RS) Uma obra simbolista
expressa o culto ao vago, o poder sugestivo da palavra e o lirismo nebuloso e
transcendente. A alternativa que exemplifica tal afirmação é:
a – Ai, palavras, ai, palavras,
     
Que estranha potência a vossa!
     
Ai, palavras, ai, palavras,
     
Sois de vento, ides no vento,
     
No vento que não retorna,
     
E, em tão rápida existência,
     
Tudo se forma e transforma!
b – Busca palavras límpidas
e castas
       Nova e raras, de clarões ruidosos,
       Dentre as ondas mais pródigas, mais
vastas
       Dos sentimentos mais maravilhosos.
c – Eu fiz um poema belo e alto
     
Como o girassol de Van Gogh
   
  Como um copo d chope sobre o
mármore
     
De um bar
     
Que o raio de sol atravessa.
d – Minha mãe, manda comprar um quilo
de papel almaço na venda
     
Quero fazer uma poesia
     
Diz a Amélia para preparar um refresco bem gelado
     
E me trazer muito devagarinho.
     
Não corram, fechem todas as portas a chave
     
Quero fazer uma poesia.
e – Oh! Bendito o que semeia
     
Livros, livros à mão cheia...
     
E manda o povo pensar!
     
O livro caindo n’alma
     
É germe – que faz a palma,
  
   É chuva – que faz o mar.
(VUNESP-SP) As questões de números 17
e 18 se baseiam num fragmento do poema-canção Trilhos urbanos, do artista
Caetano Veloso, e numa passagem de Viagens na minha terra, do simbolista
Antônio Nobre (1967 – 1900), escritor que retoma princípios estéticos do
Romantismo Português, sendo precursor da modernidade.
        TRILHOS URBANOS
                               O melhor o tempo
esconde
                               Longe, muito
longe,
                               Mas bem dentro aqui,
                               Quando o bonde
dava a volta ali.
                               No cais de
Araújo Pinho,
                               Tamarindeirinho,
                               Nunca me esqueci
                               Onde o Imperador
fez xixi.
                               Cana doce, Santo
Amaro,
                               O gosto muito
raro
                               Trago em mim por
ti,
                               E uma estrela
sempre a luzir.
                               Bonde da Trilhos
Urbanos
                               Vão passando os
anos
                               E eu não te
perdi:
                               Meu trabalho é
te traduzir...
                                                             Caetano Veloso.
Cinema transcendental. 
                                                                                
LP 6349 436, Polygram, 1979.
                   Às vezes, passo horas inteiras
                   Olhos fitos nestas
braseiras,
                   Sonhando o tempo que lá vai;
                   E jornadeio em fantasia
                   Essas jornadas que eu fazia
                Ao velho Douro, mais meu
Pai.
                  Que pitoresca era a jornada!
                  Logo, ao subir da madrugada,
                  Prontos os dois para partir:
          Adeus! Adeus! É curta a
ausência,
  
               Adeus! – rodava a
diligência
                  Com campainhas a tinir!
                  E, dia e noite, aurora a
aurora, 
                  Por essa doida terra fora,
                  Cheia de Cor, de Luz, de Som,
                  Habituado à minha alcova
                  Em tudo eu via coisa nova,
                  Que bom era, meu Deus! que
bom!
                  Moinhos ao vento! Eiras!
Solares!
                  Antepassados! Rios! Luares!
                  Tudo isso eu guardo, aqui
ficou:
                  Ó paisagem etérea e doce,
                  Depois do Ventre que me
trouxe,
                  A ti devo eu tudo que sou!
                                  Só, 1892. In:
NOBRE, Antônio. Poeta – Nossos clássicos.
                                                                      Rio
de Janeiro, Agir, 1959. p. 45-46.
17 – Os textos em pauta atualizam um
tema muito frequente no Romantismo, e recorrente a literatura de todos os
tempos. Levando-se em consideração que se trata de poemas autobiográficos,
releia com atenção os versos de Caetano Veloso e Antônio Nobre e, a seguir:
a – Responda qual é a temática
dominante em ambos os textos;
A temática dominante em
ambos é a da saudade dos tempos da infância.
b – Explique a significação conotativa
do signo “traduzir”, em Trilhos urbanos.
O verbo traduzir conota
“interpretar”, “dar significância”.
18 – O estilo simbolista, do qual
Antônio Nobre é um dos principais representantes na literatura portuguesa,
costuma extrair efeitos poéticos através da utilização de recursos gráficos:
emprego de iniciais maiúsculas em substantivos comuns, palavras grafadas com
letras em itálico e negrito. Esses
procedimentos – acreditavam os simbolistas – ajudariam a enriquecer o sentido
simbólico das palavras no contexto. Tendo em vista este comentário:
a – Interprete a significação do
substantivo “Ventre” (grafado com inicial maiúscula), na última estrofe de Viagens na minha terra;
“Ventre” representa a
figura materna.
b – Responda se é possível
estabelecer uma relação de identidade simbólica entre o advérbio aqui (em
itálico), no poema de Antônio Nobre, e “aqui”, na primeira estrofe de Trilhos urbanos.
SIM. Em ambos, o advérbio
indica “dentro do peito”.
As questões de números 19 e 20 tomam
por base um texto do poeta simbolista brasileiro Alphonsus de Guimaraens (1870
– 1921).
                    Eras a sombra do poente
                    Eras a sombra do poente
                    Em calmarias bem calmas;
                    E no ermo agreste, silente,
                    Palmeira cheia de palmas.
                    Eras a canção de outrora,
                    Por entre nuvens de prece;
                    Palidez que ao longe cora
                    E beijo que aos lábios
desce.
                     Eras a harmonia esparsa
                     Em violas e violoncelos:
                     E como um vôo de garça
                     Em solitários castelos.
                     Eras tudo, tudo quanto
                     De suave esperança existe;
                     Manto dos pobres e manto
                     Com que as chagas me
cobriste.
                     Eras o Cordeiro, a Pomba,
                     A crença que o amor
renova...
                     És agora a cruz que tomba
                     À beira da tua cova.
                                                
Pastoral aos crentes do amor e da morte, 1923.
                                             
In: Guimaraens, A. de. Poesias – I. Rio de Janeiro.
                                                                                       Org.
Simões, 1955. p. 284.
19 – O texto em pauta, de Alphonsus
de Guimaraens, apresenta nítidas características do Simbolismo literário
brasileiro. Releia-o com atenção e, a seguir:
a – Aponte duas características
tipicamente simbolistas do poema;
Uma característica é a
preferência pela hora crepuscular; outra é a referência à música. 
b – Com base em elementos do texto,
comprove sua resposta.
“A sombra do poeta”; “a
harmonia esparsa. Em violas e violoncelos”.
20 – A reiteração é um procedimento
que, aplicado a diferentes níveis do discurso, permite ao poeta obter efeitos
de musicalidade e ênfase semântica. Para tanto, o escritor pode reiterar
fonemas (aliterações, assonâncias, rimas), vocábulos, versos, estrofes, ou,
pelo processo denominado “Paralelismo”, retomar as mesmas estruturas sintáticas
de frases, repetindo alguns elementos e fazendo variar outros. Tendo em vista
estas observações:
a – Identifique no poema de Alphonsus
um desses procedimentos.
O uso do verbo ser, na segunda pessoa do singular do
pretérito imperfeito do indicativo, consiste em reiteração – trata-se da anáfora.
b – Servindo-se de uma passagem do
texto, demonstre o processo de reiteração que você identificou no item a.
“Eras a sombra do poente”;
“Eras a canção de outrora”.
