sábado, 24 de setembro de 2022

REPORTAGEM: FUTEBOL FEMININO É ATO DE RESISTÊNCIA NA PERIFERIA - ALEXANDRE PUTTI - COM GABARITO

 Reportagem: Futebol feminino é ato de resistência na periferia [...]

        Mesmo com a visibilidade trazida pela Copa, o futebol feminino continua refletindo a desigualdade de gênero no esporte

        “Não vai ter uma Formiga para sempre, uma Marta, uma Cristiane. O futebol feminino depende de vocês para sobreviver. Pensem nisso, valorizem mais. Chorem no começo para sorrir no fim”. Essa foi a fala da integrante da Seleção Brasileira Marta, melhor jogadora do mundo de futebol, que fez um discurso emocionante na despedida do Brasil na Copa do Mundo feminina, que aconteceu neste ano [2019], na França.

        E o discurso emocionado de Marta encerra a primeira copa do mundo de futebol feminino transmitida nos canais de televisão. Além disso, algumas empresas deram direitos iguais aos seus funcionário: folga para todos assistirem as partidas que a seleção brasileira disputava.

        E mesmo com toda a visibilidade trazida pela Copa, o futebol feminino continua em desvantagem, refletindo a desigualdade de gênero dentro do esporte. Salários infinitamente menores, menos visibilidade, falta de patrocínio e a luta diária contra o preconceito.

        E essa dificuldade vai piorando conforme ela [vai] chegando nas periferias das cidades. Em São Paulo, no bairro Jardim Castelo, nos campos que são alugados pelo equipes de várzea – nome paulistano dado ao futebol amador – as mulheres ficam com a xepa.

        Os campos só podem ser utilizados pelos times femininos depois que os masculinos acabarem seus jogos. Os vestiários ficam todos sujos com a passagens dos homens por lá. Além disso, os times femininos encontram dificuldades em obter patrocínio, o mínimo que seja, ficando impossível de investir em coisas básicas como estrutura, uniforme e até mesmo água para a equipe.

        A diretora da Liga Feminina de Futebol Amador, Maria Amorim, conversou com nossa reportagem para contar como é a realidade do futebol de várzea feminino. Segundo ela, é um “ato de resistência”.

        [...]

PUTTI, Alexandre. Futebol feminino é ato de resistência na periferia. Assista ao vídeo. Carta Capital, 9 ago. 2019. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/futebol-feminino-e-ato-de-resistencia-na-periferia-assista-ao-video/. Acesso em: 11 maio 2020.

Fonte: Estações e Linguagens – Rotas da Ciência e Tecnologia – Ensino Médio – Editora Ática – 1ª edição, São Paulo, 2020. p. 58-9.

Entendendo a reportagem:

01 – Você acha que a resistência feminina acontece apenas nas corridas? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

02 – No trecho: “[...] nos campos que são alugados pelo equipes de várzea – nome paulistano dado ao futebol amador – as mulheres ficam com a xepa.”, as palavras destaque são regionalismos, isto é, utilizadas em determinadas regiões dentro do território em que se fala uma língua.

a)   O que elas significam no contexto em que foram usadas?

Enquanto a palavra várzea é usada para designar um campo de futebol utilizado por times de amadores; xepa é utilizada em referência às últimas mercadorias expostas em uma feira livre, os alimentos que não foram vendidos e que são oferecidos por preço mais baixo aos consumidores.

b)   Elas são faladas na região onde você mora? Você as utiliza no dia a dia?

Resposta pessoal do aluno.

03 – Por que o futebol feminino de várzea é um “ato de resistência”, segundo Maria Amorim, diretora da Liga Feminina de Futebol Amador?

      Segundo Maria Amorim, o futebol feminino de várzea é um ato de resistência porque, apesar de todo o preconceito machista enfrentado pelas mulheres, o qual resulta em ações como usar o campo apenas depois dos homens, sujeitar-se a usar vestiários sujos pelos jogadores e não ter patrocínio para comprar o básico para a equipe, ainda jogam e reforçam que o futebol é também um esporte feminino.

04 – Considerando as informações do texto, é possível afirmar que a resistência das mulheres vale também para o futebol profissional? Por quê?

      É importante que eles percebam que o discurso de Marta, a jogadora mais premiada da história da FIFA até 2020, questiona a atitude machista em relação ao futebol feminino e pede que as mulheres se imponham no esporte. No texto, a frase “Salários infinitamente menores, menos visibilidade, falta de patrocínio e a luta diária contra o preconceito.”, destaca as principais dificuldades enfrentadas pelas mulheres no futebol profissional.

 

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