sexta-feira, 14 de junho de 2019

FÁBULA: A MULHER QUE POSSUÍA UMA GALINHA - ESOPO - COM GABARITO

Fábula: A Mulher que Possuía uma Galinha
                                                ESOPO

        Uma mulher possuía uma galinha, que todos os dias, milagrosamente, pontualmente, sem falta, botava um ovo.
        Ela então pensava consigo mesma, como poderia fazer para obter, ao invés de um, dois ovos por dia.
        Assim, disposta a atingir seu objetivo, decidiu alimentar a galinha com uma porção de ração reforçada, o dobro da medida que a ela dispensava todos os dias.
        Então, a partir daquele dia, a galinha que comia sem parar, tornou-se gorda e preguiçosa, e nunca mais botou nenhum ovo.
        Moral da História: É Melhor uma migalha por dia que um dia sem migalha...
                                                                        Fábula ESOPO
Entendendo a fábula:
01 – Quem são os personagens?
      A mulher e a galinha.

02 – O que a galinha fazia todos os dias?
      Pontualmente, sem falta, botava um ovo.

03 – A mulher por ganância fez o que para a galinha botar dois ovos por dia?
      Decidiu alimentar a galinha com uma porção de ração reforçada, o dobro da medida que dava diariamente.

04 – O que aconteceu com a galinha, depois de se alimentar tanto?
      Tornou-se gorda e preguiçosa e nunca mais botou nenhum ovo.

05 – Qual a moral da história?
      É melhor uma migalha por dia que um dia sem migalha.

06 – Você seria capaz de lembrar de alguma situação da vida real onde o contexto da fábula se aplicaria?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Que outro título você daria à fábula?
      Resposta pessoal do aluno.





CONTO: A GAROTA DAS LARANJAS - FRAGMENTO - JOSTEIN GAARDER - COM GABARITO


Conto: A garota das laranjas - Fragmento
                            
    Jostein Gaarder

        Há pouco menos de uma semana, voltei da aula de música e dei com os meus avós aqui em casa: uma visita surpresa. [...]
        Fui para a sala e me sentei no tapete, e todo mundo estava tão sério que cheguei a pensar que tivesse acontecido alguma coisa grave. Não me lembrava de ter aprontado nada no colégio ultimamente. [...] Por isso me limitei a perguntar:
        -- O que aconteceu?
        E então vovó se pôs a contar que tinha achado a carta que meu pai escreveu para mim pouco antes de morrer. Senti um frio no estômago. Fazia onze anos que ele tinha morrido. Eu nem sabia ao certo se me lembrava dele. Uma carta do meu pai, aquilo me pareceu terrivelmente solene, quase um testamento.
        Foi quando reparei que vovó estava com um envelope grosso na mão. Ela o colocou nas minhas. Estava fechado e com apenas duas palavras escritas: “para Georg”. [...]
        Jostein Gaarder. A garota das laranjas. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005. p. 10-11.
Entendendo o conto:

01 – Qual é o foco narrativo apresentado no texto? Justifique sua resposta com exemplos.
      O foco narrativo é em primeira pessoa. Exemplos: “[...] voltei da aula de música e dei com os meus avós aqui em casa [...]”; “Fui para a sala e me sentei no tapete [...]”; etc.

02 – Qual parece ser o sentimento vivenciado pela personagem? De que forma o leitor fica sabendo qual é esse sentimento?
      Parece ser um sentimento de surpresa, de expectativa acompanhada de apreensão. Revelam esse sentimento o fato de o menino imaginar que acontecera algo grave e ter sentido um frio no estomago e a expressão terrivelmente solene, usada por ele para exprimir sua sensação ao saber a carta do pai.

03 – Reescreva esse trecho mudando o foco narrativo e fazendo as alterações necessárias.
      Para mudar o foco narrativo, será necessário alterar todos os verbos e pronomes que estão na primeira pessoa do singular. Além disso, no primeiro parágrafo, voltei deve ser substituído por Georg voltou, e aqui tem de ser suprimido; no quarto e no último parágrafo, vovó deve ser trocada por a avó ou sua avó.

04 – No texto reescrito por você, o narrador participa da história? Explique o fato de ele conhecer os sentimentos e pensamentos da personagem.
      O narrador não participa como personagem da história. Ele pode conhecer os sentimentos e pensamentos das personagens por ser um narrador em terceira pessoa.

05 – Compare o texto original com o reescrito por você. Quais mudanças gramaticais você identifica nesse trecho? Dê exemplos.
      Alguns verbos e pronomes se mantiveram inalterados; os que estavam na primeira pessoa passaram para a terceira pessoa: voltei / voltou; dei / deu; meus / seus; minhas / suas / dele; etc.


CRÔNICA: SOLIDÁRIOS NA PORTA - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO


Crônica: Solidários na porta   

              Luís Fernando Veríssimo

   Vivemos a civilização do automóvel, mas atrás do volante de um carro o homem se comporta como se ainda estivesse nas cavernas. Antes da roda. Luta com seus semelhantes pelo espaço na rua como se fosse o último mamute. Usando as mesmas táticas de intimidação, apenas buzinando em vez de rosnar ou rosnando em vez de morder. 
        O trânsito em qualquer cidade do mundo é uma metáfora para a vida competitiva que a gente leva, cada um dentro do seu próprio pequeno mundo de metal tentando levar vantagem sobre o outro, ou pelo menos tentando não se intimidar. E provando que não há nada menos civilizado que a civilização. 
        Mas há uma exceção. Uma pequena clareira de solidariedade na jângal. É a porta aberta. Quando o carro ao seu lado emparelha com o seu e alguém põe a cabeça para fora, você se prepara para o pior. Prepara a resposta. “É a sua!” Mas pode ter uma surpresa.
        – Porta aberta.
        – O quê?
        Você custa a acreditar que nem você nem ninguém da sua família está sendo xingado. Mas não, o inimigo está sinceramente preocupado com a possibilidade da porta se abrir e você cair do carro. A porta aberta determina uma espécie de trégua tácita. Todos a apontam. Vão atrás, buzinando freneticamente, se por acaso você não ouviu o primeiro aviso. “Olha a porta aberta!” É como um código de honra, um intervalo nas hostilidades. Se a porta se abrir e você cair mesmo na rua, aí passam por cima. Mas avisaram.
        Quer dizer, ainda não voltamos ao estado animal.

                 Luís Fernando Veríssimo. In: O suicida e o computador.
Porto Alegre: L&PM, 1992
Entendendo a crônica:

01 – A crônica de Luiz Fernando Veríssimo baseia-se em que fato do cotidiano?
a) No trânsito, as pessoas tornam-se agressivas.
b) No trânsito, as pessoas tornam-se hospitaleiras.
c) A cada dia que passa, a máquina é mais valorizada que o homem.
d) O trânsito das grandes cidades é complicado.
e) O automóvel foi a grande descoberta da civilização.

02 – “Vivemos a civilização do automóvel, mas atrás do volante de um carro o homem se comporta como se ainda estivesse nas cavernas. “Antes da roda.” O trecho grifado tem o seguinte sentido:
a) Mostrar a selvageria da pessoa que dirige um carro.
b) Mostrar que a roda foi uma importante descoberta do homem.          
c) Informar ao leitor que o texto vai estabelecer um paralelo, em caráter científico, entre o homem de hoje e o da Idade da Pedra.
d) Mostrar que muitas descobertas irão ainda acontecer.
e) Existem duas alternativas corretas.

03 – “... cada um dentro do seu próprio pequeno mundo de metal tentando levar vantagem sobre o outro...” O trecho destacado aponta a seguinte reflexão:
a) O homem usa o seu próximo como “degrau” para subir na vida.
b) O homem do século XXI é altamente materialista.  
c) Nos dias atuais é grande o sentimento de competitividade e individualismo. 
d) A ideia de civilização é reforçada.
e) É preciso disputar o “seu” espaço no mundo, custe o que custar.

04 – O título desta crônica refere-se à(ao):
a) Trânsito caótico das cidades grandes.
b) Solidariedade constante no trânsito.
c) Disciplina exigida, de acordo com o novo código de trânsito.
d) Porta de esperança que temos na mudança do comportamento humano.
e) Estranha atitude do homem em demonstrar solidariedade a respeito de um simples fato aparentemente.

05 – “Vivemos a civilização do automóvel, mas atrás do volante de um carro o homem se comporta como se ainda estivesse nas cavernas.” A opção em que, apesar da alteração, o sentido do trecho não foi mudado é:
a) Vivemos a civilização do automóvel, porém atrás do volante de um carro o homem se comporta como se ainda estivesse nas cavernas.    
b)   Vivemos a civilização do automóvel, ainda que atrás do volante de um carro o homem se comporta como se ainda estivesse nas cavernas.    
c) Vivemos a civilização do automóvel, portanto atrás do volante de um carro o homem se comporta como se ainda estivesse nas cavernas.    
d) Vivemos a civilização do automóvel, mesmo que atrás do volante de um carro o homem se comporta como se ainda estivesse nas cavernas.    
e) Vivemos a civilização do automóvel, porque atrás do volante de um carro o homem se comporta como se ainda estivesse nas cavernas.    

MENSAGEM ESPÍRITA: APOIO EM DEUS - (JOANNA ÂNGELIS) DIVALDO P. FRANCO- PARA REFLEXÃO

APOIO EM DEUS

        Entrega-te a Deus.
        Confia em Deus.
        Dá-te à obra de Deus em todos os instantes da tua vida.
 Tormentas que desabam, empecilhos que surgem, situações que se complicam — confia em Deus. 
        Angústias que recrudescem no imo dos sentimentos, ansiedades que pareciam superadas e retornam, assustadoras — entrega-te a Deus.
        Infortúnios que carpes silenciosamente, malquerenças que relevas com paciência — doa a tua vida a Deus.
        Entrega-te ao Pai Criador em toda e qualquer circunstância em que te vejas situado. 
        A morte é vida. 
        A noite corusca-se de estrelas. 
        A dificuldade reverdece em esperança.
        Se te sentes num túnel extenso entre sombras ameaçadoras, segue adiante e verás uma luz que te espera após o trânsito difícil.
        Se a soledade te junge a compromissos que te constrangem, leva com esperança o teu fardo e a tua alma de eleição te receberá no termo da subida.
        Se as conjunturas se abrem em abismos adornados de prazer, mas em cujo fosso estão miasmas e pesadelos futuros, renuncia hoje para que a paz te domine o coração amanhã.
        Nessa vilegiatura, por mais aflição que experimentes, não segues a sós.
        Entregue a Deus, confiando em Deus, dando-Lhe a vida, Deus se te manifestará através dos Anjos Guardiães infatigáveis, que seguem contigo, fiadores prestimosos da tua reencarnação, que te não permitem carregar um fardo acima das tuas forças.
        Chamado à reação colérica, pensa neles, faze silêncio e os ouvirás.
        Invitado ao desbordar de paixões que amesquinham e logo cessam os efeitos, diminui o passo, tem calma e eles te socorrerão.
        Instado ao desequilíbrio de qualquer natureza, recorre a proteção deles. Ora em silêncio interior e eles te auxiliarão.
        Se caíres, levanta. Eles te esperam.
        Se recuaste, recomeça o avanço. Eles te distendem braços.
        Se o desânimo se assenhoreou dos teus sentimentos, abre-te a eles e estímulo poderoso te movimentará os membros hirtos, permitindo que prossigas na tua marcha luminosa.
        E, se acaso um testemunho mais áspero se te apresentar desolador, amesquinhante, lembra-te de Jesus que, no momento extremo da cruz, a Deus entregou o espírito, ensinando-te a confiar em Deus, a entregar-te a Deus, a Deus doar a tua vida através dos teus Guias Espirituais.

Joanna de Ângelis (Divaldo P. Franco)


HISTÓRIA EM QUADRINHOS - SUJEITO - CONCORDÂNCIA NOMINAL - COM GABARITO

HISTÓRIA EM QUADRINHOS - SUJEITO - CONCORDÂNCIA NOMINAL 
Cebolinha: Cebolinha em apuros! de Maurício de Sousa. Porto Alegre: L&PM, 2010.


Entendendo a tira:

01 – Por que Cebolinha acha que os equilibristas correm perigo?
      Porque eles podem cair da corda bamba, machucando-se gravemente.

02 – Por que o Cascão acha que o equilibrista está protegido?
      Porque ele carrega um guarda-chuva com ele.

03 – Leia as orações a seguir:
1     “... esses equilibristas colem peligo...”.
2     “... ele está até muito bem protegido!”

a)   Identifique o sujeito e o núcleo do sujeito dessa orações. A que classe gramatical eles pertencem?
1     – Sujeito: esses equilibristas; núcleo: equilibristas (substantivo). 2 – Sujeito: ele; núcleo: ele (pronome).

b)   Em que gênero e número esses núcleos foram empregados?
Na oração 1, foi empregado no masculino e no plural. Na oração 2, foi empregado no masculino e no singular.

c)   Passe para o singular a frase que está no plural e para o plural a que está no singular.
1 – Esse equilibrista cole peligo. 2 – Eles estão até muito bem protegidos.

d)   Além do verbo, que outras palavras concordaram em gênero e número com os núcleos do sujeito?
O pronome esses e o particípio protegido, com função de adjetivo na frase. Explique aos alunos que muito, até e bem são advérbios, portanto são invariáveis.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): DE UNS TEMPOS PRA CÁ - CHICO CÉSAR - COM QUESTÕES GABARITADAS

ATIVIDADES COM A Música: De Uns Tempos Pra Cá

                                           Chico César
De uns tempos pra cá
os móveis, a geladeira
o fogão, a enceradeira
a pia, o rodo, a pá
coisas que eu quis comprar
deu vontade de vender
e ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

De uns tempos pra cá
o carro, a casa, o som
tv, vídeo, livros, bom...
o que em tese faz um lar
admito eu quis comprar
começo a me arrepender
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

Coisas são só coisas
servem só pra tropeçar
têm seu brilho no começo
mas se viro pelo avesso
são fardo pra carregar

De uns tempos pra cá
o pufe, a escrivaninha
sabe a mesa da cozinha?
lençóis, louça e o sofá
não precisa se alterar
pensei em me desfazer
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

De uns tempos pra cá
telefone, bicicleta
minhas saídas mais secretas
tô pensando em deixar
dê no que tiver que dar
seu amor me basta ter
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

Coisas são só coisas
servem só pra tropeçar
têm seu brilho no começo
mas se viro pelo avesso
são fardo pra carregar

                                      Composição: Chico César

Entendendo a canção:
01 – Qual é o tema da canção?
      O eu lírico demonstrar estar apaixonado e disposto de desfazer de coisas para ficar com sua amada.

02 – O eu lírico conta algo que:
a)   Está acontece no presente.
b)   Aconteceu em um passado bem próximo.
c)   Aconteceu num passado distante.
d)   Acontecerá num futuro bem próximo.

03 – Encontre na canção um verso ou expressão que confirme sua resposta da pergunta dois.
      “De uns tempos prá cá...”

04 – Por que o eu lírico quer se desfazer de tantas coisas?
      Só para ficar com sua amada.

05 – Ele diz que coisas e servem pra quê?
      Servem só pra tropeçar têm seu brilho no começo, mas se viro pelo avesso são fardo pra carregar.

06 – Você acha que quando amamos alguém, alguma coisa muda em nossa vida? Comente.
      Resposta pessoal do aluno.



POEMA: O CÂNTICO DA TERRA - CORA CORALINA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: O cântico da terra
              Cora Coralina

Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranquila ao teu esforço.

Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranquilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.

Entendendo o poema:

01 – Cora Coralina, autora deste poema, é a grande poetisa do estado de Goiás, e utilizou em suas obras imagens rurais. Assinale a alternativa em que todas as palavras retiradas do texto, e que formam um campo semântico, remetem à zona rural:
a)   Espiga – roça – gado.
b)   Ventre – materno – seio.
c)   Berço – filho – pão.
d)   Homem – mulher – amor.
e)   Lavrador – fartura – lida.

02 – Em que versos evocam o lavrador, ressaltam seus objetos de trabalho, materializando mais uma vez a ideologia capitalista?
      “A ti ó lavrado, tudo quanto é meu. / Teu arado, tua foice, teu machado”.

03 – Que conselho o poema passa para os leitores na sua última estrofe?
      O eu poético está dizendo que é preciso trabalhar (lavrar), este refrão “e dono de sítio, felizes seremos”, descreve justamente o sistema de produção do capitalismo, o trabalho que dignifica o homem e a corrida pelo maior lucro, sempre.

04 – A associação entre terra e mulher é expressa no verso:
a)   “Sou a espiga generosa de teu gado”.
b)   “Sou o chão que se prende”.
c)   “Sou a razão de tua vida”.
d) “Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor”.

05 – A religiosidade do poema é revelada no verso:
a)   “A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.”
b) “De mim vieste pela mão do Criado
    c) “Eu sou a grande Mãe Universal.”
    d) “Sou a telha da coberta de teu lar.”

06 – O texto “O cântico da terra” pode ser considerado um poema porque os:
a)   Organiza-se em estrofes com o mesmo número de versos.
b) Explora a sonoridade e o duplo sentido das palavras
    c) Apresenta rima no final de todos os verso.
    d) Utiliza expressões da linguagem formal.

07 – Na quinta estrofe, o poema refere-se:
a)   Ao reencontro com o amor.
b) Ao retorno do viajante
     c) à morte do lavrador.
     d) à volta aos braços da mãe.

08 – O texto é um poema que conta:   
a)   O exílio do poeta.
b)   A criação do mundo.
c)   A origem da vida.
d)   A infância do lavrador.

09 – O eu poético através dos versos nos possibilita compreender um espaço social rural, como terra, gado, e o próprio trabalhador do campo, por isso é considerado, o quê?
      É considerado o hino do lavrador.

10 – O que nos sugere o título do poema, “O Cântico da Terra”?
      Sugere a determinação de uma dada religiosidade, pois Cântico se refere às antigas cantigas religiosas, como forma de poetizar as orações, hino comumente se refere a um canto de louvor a alguém ou uma nação.

11 – O poema é construído a partir de várias metáforas que formam imagens poéticas. Na sétima estrofe, é possível reconhecer que se faz referência a (ao):
a)   Vida.
b)   Morte.
c)   Nascimento.
d)   Meio ambiente.
e)   Desmatamento.





POESIA: CANTE DE LÁ... QUE EU CANTO DE CÁ - PATATIVA DO ASSARÉ - COM GABARITO


Poesia: CANTE DE LÁ... QUE EU CANTO DE CÁ

PATATIVA DO ASSARÉ

Poeta, cantô da rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.
Se aí você teve estudo,
Aqui, Deus me ensinou tudo,
Sem de livro precisá
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá, que eu canto cá.

Você teve educação,
Aprendeu muita ciência,
Mas das coisa do sertão
Não tem boa experiência.

Nunca fez uma boa palhoça,
Nunca trabalhou na roça,
Não pode conhecê bem,
Pois nesta penosa vida,
Só quem provou da comida
Sabe o gosto que ela tem.

Pra gente cantá o sertão,
Precisa nele morá,
Tê almoço de feijão
E a janta de mugunzá,
Vivê pobre, sem dinheiro,
Trabalhando o dia inteiro,
Socado dentro do mato,
De aprecata currelepe,
Pisando em riba do estrepe,
Brocando a unha-de-gato.

Você é muito ditoso,
Sabe lê, sabe escrevê,
Pois vá cantando o seu gôzo,
Que eu canto meu padecê.
Enquanto a felicidade
Você canta na cidade,
Cá no sertão eu enfrento
A fome, a dô e a miséria.
Pra sê poeta deveras,
Precisa tê sofrimento.

Sua rima, inda que seja
Bordada de prata e de ouro,
Para a gente sertaneja
É perdido este tesouro.
Com o seu verso bem feito,
Não canta o sertão direito
Porque você não conhece
Nossa vida aperreada.
E a dô só é bem cantada,
Cantada por quem padece.

Só canta o sertão direito,
Com tudo quanto ele tem,
Quem sempre correu estreito,
Sem proteção de ninguém,
Coberto de precisão
Suportando a privação
Com paciência de Jó,
Puxando o cabo da enxada,
Na quebrada e na chapada,
Molhadinho de suó.

Amigo, não tenha queixa,
Veja que eu tenho razão
Em lhe dizê que não mêxa
Nas coisa do meu sertão.
Pois, se não sabe o colega
De qual maneira se pega
Num ferro pra trabalhá,
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá que eu canto cá.

Repare que a minha vida
É diferente da sua.
A sua rima polida
Nasceu no salão da rua.
Já eu sou bem diferente,
Meu verso é como a semente
Que nasce em riba do chão;
Não tenho estudo nem arte,
A minha rima faz parte
Das obras da criação.

Mas porém, eu não invejo
O grande tesouro seu,
Os livros do seu colégio,
Onde você aprendeu.
Pra gente aqui sê poeta
E fazê rima completa,
Não precisa professô;
Basta vê no mês de maio,
Um poema em cada galho
E um verso em cada fulô.
 
Seu verso é uma mistura
É um tal sarapaté,
Que quem tem pouca leitura,
Lê, mas não sabe o que é.
Tem tanta coisa encantada,
Tanta deusa, tanta fada,
Tanto mistério e condão
E outros negócio impossive.
Eu canto as coisa visive
Do meu querido sertão.

Canto as fulô e os abróio
Com todas coisas daqui:
Pra toda parte que eu óio
Vejo um verso se bulí.
Se às vez andando no vale
Atrás de curá meus males
Quero repará pra serra,
Assim que eu óio pra cima,
Vejo um dilúvio de rima
Caindo em riba da terra.

Mas tudo é rima rasteira
De fruta de jatobá,
De folha de gameleira
E fulô de trapiá,
De canto de passarinho
E da poeira do caminho,
Quando a ventania vem,
Pois você já tá ciente:
Nossa vida é diferente
E nosso verso também.
 
Repare que diferença
Existe na vida nossa:
Enquanto eu tô na sentença,
Trabalhando em minha roça,
Você lá no seu descanso,
Fuma o seu cigarro manso,
Bem perfumado e sadio;
Já eu, aqui tive a sorte
De fumá cigarro forte
Feito de palha de milho.
 
Você, vaidoso e faceiro,
Toda vez que quer fumá,
Tira do bolso um isqueiro
Do mais bonito metá.
Eu que não posso com isso,
Puxo por meu artifício
Arranjado por aqui,
Feito de chifre de gado,
Cheio de algodão queimado,
Boa pedra e bom fuzí.
 
Sua vida é divertida
E a minha é grande pena.
Só numa parte de vida
Nós dois samo bem iguá:
É no direito sagrado,
Por Jesus abençoado
Pra consolá nosso pranto,
Conheço e não me confundo
Da coisa melhó do mundo
Nós goza do mesmo tanto.

Eu não posso lhe invejá
Nem você invejá eu
O que Deus lhe deu por lá,
Aqui Deus também me deu.
Pois minha boa mulhé,
Me estima com muita fé,
Me abraça, beija e quer bem
E ninguém pode negá
Que das coisa naturá
Tem ela o que a sua tem.

Aqui findo esta verdade.
Toda cheia de razão:
Fique na sua cidade
Que eu fico no meu sertão.
Já lhe mostrei um espêio,
Já lhe dei grande consêio
Que você deve tomá.
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá que eu canto cá.
                                  Patativa do Assaré

Entendendo a poesia:

01 – A poesia acima são décimas (estrofes de dez versos) que seu autor, classificava como poesia matuta. Nelas, a oposição entre lá e cá, ou seja, entre poesia de salão e poesia da criação, autoriza dizer que existe no campo da linguagem uma:
a)   Metáfora do conflito de classes por meio do contraste entre a literatura elitizada e a popular.
b)   Superioridade da experiência adquirida na natureza em relação à obtida em meio à civilização.
c)   Associação entre as variedades linguísticas e as diversidades de repertórios culturais.

02 – A poesia é construída sobre uma antítese, isto é, uma relação entre ideias contrastantes. Que elementos são colocados em oposição? Como eles se caracterizam?
      A poesia é construída com base na presença de uma antítese, que é notada no decorrer do texto onde podemos perceber que o eu lírico fala que não precisa do que tem na cidade, mas sim do que tem no sertão, evidenciando as diferenças entre as duas realidades.

03 – A linguagem evidencia marcas de uma variedade linguística regional brasileira. Qual?
      Sim, a linguagem evidencia a presença de uma variação linguística regional, onde temos o sertanejo como linguagem presente, de alguém interiorano.

04 – Analise e compare as formas paioça e trabaiou, que aparecem na poesia, com as formas palhoças e trabalhou. Que diferença você observa em relação à grafia e a pronúncia entre os dois pares de palavras?
      A grafia e a pronuncia são feitas de formas diferentes, onde temos que a presença do “lh” é retirado das palavras, para que possa ser feita a substituição do “io”.

05 – Essa diferença na grafia das palavras alterou o número de letras e de fonemas em cada uma delas? Explique.
      O número de letras foi alterado, mas o número de fonemas não necessariamente, apresentando o mesmo número de fonemas que falamos em ambos os casos, mas são colocados de formas diferenciadas.

06 – Observe como foram escritas as palavras cantô, precisá, favô e conhecê. Que letra foi substituída em todas elas?
      Na escrita das palavras cantô, precisá, favô e conhecê temos a retirada da letra “r” e do acréscimo de acentos nas vogais.

07 – Os acentos circunflexos foram colocados nessas palavras por razões relativas à modalidade oral ou escrita? Explique o que você entendeu a respeito disso.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os acentos podem ser relacionados a modalidade linguística, nesta poesia ao regionalismo.