Poema: No caminho, com Maiakóvsky (fragmento)
Eduardo Alves da Costa
[...]
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
[...]
COSTA, Eduardo Alves
da. No caminho, com Maiakóvsky. São Paulo: Geração, 2003.
Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º
ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 44-5.
Entendendo o poema:
01 – O poema critica o comportamento humano. Que crítica ele faz?
O poema faz uma crítica à omissão, à falta de
reação do ser humano em relação aos acontecimentos que o ferem.
02 – Indique as ações sofridas pelo eu poético nos seguintes trechos:
a) Versos 1 a 4;
O eu poético sofre o furto de uma flor de seu
jardim.
b) Versos 5 a 8;
As flores do seu jardim são pisadas e seu cão é
morto.
c) Versos 9 a 15.
O eu poético tem a luz roubada e a voz da garganta
arrancada.
03 – É possível afirmar que o eu poético faz uma crítica social e, ao
mesmo tempo, sensibiliza e emociona o leitor. Justifique essa afirmativa com
exemplos retiradas do poema.
O eu poético compõe cenas utilizando elementos com
os quais nos relacionamos emocionalmente, como em: “pisam as flores” (do nosso
jardim) e “Matam nosso cão” – até chegar diretamente em nós – “arranca-nos a
voz da garganta”. Faz isso para nos alertar sobre como tudo o que temos e somos
vai sendo destruído quando não reagimos, até que não possamos fazer mais nada.
Daí a importância de sabermos usar as palavras certas nos momentos certos.
04 – A interpretação desse poema pode ser variada e aplica-se a
diferentes situações da vida. Dê um exemplo de uma situação do cotidiano que
esteja relacionada àquilo que o poema critica.
Resposta pessoal do aluno.
05 – Compare estes trechos do poema:
I – Na primeira noite eles se aproximam / e roubam uma flor
II – Na segunda noite, já não se escondem; / pisam as flores / matam
nosso cão / e não dizemos nada.
a) Em qual dos dois trechos há uma identificação explicita do sujeito na frase? Indique qual é o sujeito.
No trecho I. O sujeito é eles (sujeito simples).
b) No trecho II, a que pronome se referem as expressões “já não se escondem” e “não dizemos nada”?
A primeira expressão se refere ao pronome eles e a
segunda, ao pronome nós.
c) Que pronome implícito no trecho II indica que o leitor também pode ser incluído no problema apresentado?
O pronome nós.
d) De que forma foi possível identificar esse pronome?
Pela terminação, pela desinência verbal.
06 – Identifique e transcreva os adjuntos adnominais do substantivo destacados
nos versos abaixo:
Na primeira noite
eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Noite: na (preposição em+a) e primeira;
Flor: uma;
Jardim: do (preposição de+o) e nosso.
07 – Agora, identifique e transcreva
o complemento nominal presente nesta parte do poema e indique o substantivo ao
qual ele completa o sentido:
“Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.”
Voz da garganta – substantivo: voz; complemento nominal: da
garganta.
Braboooo . Adorei😀😗😘
ResponderExcluirObrigada!
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