quinta-feira, 29 de abril de 2021

POEMA: NO CAMINHO, COM MAIAÓVSKY (FRAGMENTO) - EDUARDO ALVES DA COSTA - COM GABARITO

 Poema: No caminho, com Maiakóvsky (fragmento)

            Eduardo Alves da Costa

[...]

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

[...]

COSTA, Eduardo Alves da. No caminho, com Maiakóvsky. São Paulo: Geração, 2003.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 44-5.

Entendendo o poema:

01 – O poema critica o comportamento humano. Que crítica ele faz?

      O poema faz uma crítica à omissão, à falta de reação do ser humano em relação aos acontecimentos que o ferem.

02 – Indique as ações sofridas pelo eu poético nos seguintes trechos:

a)   Versos 1 a 4;

O eu poético sofre o furto de uma flor de seu jardim.

b)   Versos 5 a 8;

As flores do seu jardim são pisadas e seu cão é morto.

c)   Versos 9 a 15.

O eu poético tem a luz roubada e a voz da garganta arrancada.

03 – É possível afirmar que o eu poético faz uma crítica social e, ao mesmo tempo, sensibiliza e emociona o leitor. Justifique essa afirmativa com exemplos retiradas do poema.

      O eu poético compõe cenas utilizando elementos com os quais nos relacionamos emocionalmente, como em: “pisam as flores” (do nosso jardim) e “Matam nosso cão” – até chegar diretamente em nós – “arranca-nos a voz da garganta”. Faz isso para nos alertar sobre como tudo o que temos e somos vai sendo destruído quando não reagimos, até que não possamos fazer mais nada. Daí a importância de sabermos usar as palavras certas nos momentos certos.

04 – A interpretação desse poema pode ser variada e aplica-se a diferentes situações da vida. Dê um exemplo de uma situação do cotidiano que esteja relacionada àquilo que o poema critica.

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Compare estes trechos do poema:

I – Na primeira noite eles se aproximam / e roubam uma flor

II – Na segunda noite, já não se escondem; / pisam as flores / matam nosso cão / e não dizemos nada.

a)   Em qual dos dois trechos há uma identificação explicita do sujeito na frase? Indique qual é o sujeito.

No trecho I. O sujeito é eles (sujeito simples).

b)   No trecho II, a que pronome se referem as expressões “já não se escondem” e “não dizemos nada”?

A primeira expressão se refere ao pronome eles e a segunda, ao pronome nós.

c)   Que pronome implícito no trecho II indica que o leitor também pode ser incluído no problema apresentado?

O pronome nós.

d)   De que forma foi possível identificar esse pronome?

Pela terminação, pela desinência verbal.

06 – Identifique e transcreva os adjuntos adnominais do substantivo destacados nos versos abaixo:

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.

      Noite: na (preposição em+a) e primeira;

      Flor: uma;

      Jardim: do (preposição de+o) e nosso.

07 – Agora, identifique e transcreva o complemento nominal presente nesta parte do poema e indique o substantivo ao qual ele completa o sentido:

“Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.”

      Voz da garganta – substantivo: voz; complemento nominal: da garganta.

 

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