quinta-feira, 29 de abril de 2021

REPORTAGEM: O QUE É QUE AS MOQUECAS TÊM? - FLÁVIA SCHIOCHET - COM GABARITO

 Reportagem: O que é que as moquecas têm? Veja as diferenças entre a baiana e a capixaba

          A resposta depende do estado em que se estiver. Para os baianos, leite de coco e azeite de dendê. No Espírito Santo, óleo de urucum e caldo de peixe bem temperado

Por Flávia Schiochet – Publicado em 11/06/2017 às 09hs

        A decisão para a rixa de quem mantém a receita da verdadeira moqueca passa por uma posição geográfica: estando na Bahia, faça como os baianos. Se for ao Espírito Santo, concorde com os capixabas. Apesar de serem ensopados de peixe cozidos rapidamente em panela de barro e finalizados com coentro, a composição das moquecas muda bastante.

        “Para o capixaba, se colocar leite de coco vira peixada”, diz Alexandre Bressaneli, professor do Centro Europeu. Na receita do Espírito Santo, o peixe é cortado preferencialmente em postas e os temperos são refogados em óleo com urucum, que dá a cor vermelha característica da moqueca. De líquido, apenas caldo de peixe. “Para as moquecas é preciso que seja peixe de carne firme e branca, como garoupa, cação, robalo ou pescada amarela”, cita Ivan Lopes, chef do Mukeka Restaurante.

        Com forte influência africana, a Bahia acrescentou leite de coco e azeite de dendê, dois ingredientes que contribuem com sabor marcante, além de levar pimentões verde e amarelo e pimentão dedo-de-moça. “A baiana preza pelo conjunto dos ingredientes, enquanto a capixaba quer o sabor do peixe”, define Bressaneli.

        A escolha da panela é importante: A de barro mantém o calor e o caldo continua borbulhante depois de sair do fogo. A origem da caçarola é indígena e o ofício das paneleiras de Goiabeiras Velha, bairro de Vitória, é reconhecido como patrimônio imaterial do Brasil.

        Caso não dê para ir até o Espírito Santo comprar suas panelas, o chef Ivan indica Paranaguá e Florianópolis. “Dá para usar outros tipos de panela, o tempo de cocção é o mesmo e o sabor não vai mudar muito”, explica o chef do Mukeka. “Mas sem panela de barro não pode chamar de moqueca”, brinca.

        Para evitar que a panela de barro rache, o chef Ivan Lopes indica fazer a cura com óleo e água todos os meses ou a cada seis meses, caso a panela não seja usada frequentemente. O mesmo processo vale para o primeiro uso: besunta-se com óleo vegetal toda a superfície interna da panela, até as bordas, e coloca-se de dois a três dedos de água. Deixe no fogo até a água secar e a panela “queimar”.

SCHIOCHET, Flávia. O que é que as moquecas têm? Veja as diferenças entre a baiana e a capixaba. Gazeta do Povo, Curitiba, 11 jun. 2017. Disponível em: http://bit.ly/2DzDf2R. Acesso em: 27 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018. p. 232-5.

Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Cocção: ato de cozer alimentos; cozimento; cozedura.

·        Curar: deixar secar.

·        Rixa: disputa.

02 – Que fato originou a reportagem?

      Uma “rixa” sobre quem mantém a receita da verdadeira moqueca: baianos ou capixaba.

03 – Releia o título da reportagem:

        “O que é que as moquecas têm? Veja as diferenças entre a baiana e a capixaba”.

a)   Em sua opinião, por que a autora da reportagem criou uma pergunta para abrir o título?

Resposta pessoal do aluno.

b)   A frase imperativa “Veja as diferenças entre a baiana e a capixaba”, após a pergunta, pode produzir qual efeito de sentido?

A frase imperativa indica que o leitor terá no texto a resposta à pergunta que a antecede.

c)   Qual situação é enfatizada no título da reportagem?

As diferenças entre os dois tipos de moquecas.

04 – Quais ingredientes são iguais e são diferentes nas moquecas capixaba e baiana?

      Em ambas as moquecas, o peixe adequado é o de carne firme e branca, como garoupa, cação, robalo ou pescada amarela, e finaliza-se o preparo com coentro. Na capixaba, usa-se óleo de urucum e caldo de peixe. Na baiana, usa-se leite de coco, azeite de dendê, pimentões verde e amarelo e pimenta dedo-de-moça.

05 – Para apresentar as diferenças entre as moquecas baiana e capixaba, a repórter Flávia Schiochet ouviu dois especialistas. Responda:

a)   Quem são esses especialistas?

O professor Alexandre Bressanelli e o chef Ivan Lopes.

b)   Por que eles foram entrevistados para a reportagem?

Porque ambos são especialistas em moquecas.

06 – Para Bressanelli, qual é a diferença entre as duas moquecas?

      De acordo com Bressanelli, a moqueca baiana preza pelo conjunto dos ingredientes, enquanto a capixaba ressalta o sabor do peixe.

07 – Leia o quadro a seguir sobre a origem da palavra moqueca.

        Segundo o Dicionário Priberam on-line, a palavra moqueca tem a sua origem em “mukeka” da língua quimbundo, falada pelos africanos que foram escravizados no Brasil até o século XIX, cujo significado é “cozido de peixe ou marisco”. No entanto, Câmara Cascudo apresenta outra versão de origem indígena tupi-guarani desse prato, afirmando que os peixes eram embrulhados em folhas e assados em forno subterrâneo, e os indígenas davam o nome de “pokeka” a esse assado, que deu origem à moqueca, cujo significado é “embrulhado, apinhado, enrolado”.

       Fontes pesquisadas: Dicionário Priberam. Disponível em: https://www.priberam.pt/dipo/moqueca. Acesso em: 16 set. 2018. Câmara Cascudo, Luís da. Folclore do Brasil. São Paulo: Global, 2002.

Responda:

a)   Em sua opinião, qual das duas origens apresentadas se parece mais com a versão atual das moquecas de peixe baiana e capixaba?

Resposta pessoal do aluno.

b)   De acordo com a reportagem, qual item seria de origem indígena no preparo de ambas as moquecas?

A panela de barro (caçarola).

c)   Em sua opinião, como as pessoas costumam fazer cozido ou caldeirada de peixe? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

08 – De acordo com a reportagem, quais ingredientes revelam a influência da cultura africana na moqueca baiana?

      O leite de coco e o azeite de dendê, que conferem um sabor marcante à moqueca baiana.

09 – Releia os trechos abaixo, que fazem referência ao uso da panela de barro na preparação da moqueca.

        A escolha da panela é importante: a de barro mantém o calor e o caldo continua borbulhante depois de sair do fogo [...]

        “Dá para usar outros tipos de panela, o tempo de cocção é o mesmo e o sabor não vai mudar muito [...]”. “Mas sem panela de barro não pode chamar de moqueca”, brinca (chef Ivan Lopes).

a)   Qual é a opinião do chef Ivan Lopes sobre o uso da panela de barro no preparo da moqueca?

Segundo o chef, o cozimento é o mesmo e o sabor muda pouco, porém, se não dor cozida na panela de barro, não é uma moqueca.

b)   O que a opinião do chef Ivan Lopes sobre o uso da panela de barro pode revelar em relação ao seu valor cultural?

A produção de um alimento consiste em preservar costumes e rituais de modo a remeter às culturas que deram origem àquele prato.

10 – Releia o primeiro parágrafo da reportagem.

       A decisão para a rixa de quem mantém a receita da verdadeira moqueca passa por uma posição geográfica: estando na Bahia, faça como os baianos. Se for ao Espírito Santo, concorde com os capixabas. Apesar de serem ensopados de peixe cozidos rapidamente em panela de barro e finalizados com coentro, a composição das moquecas muda bastante.

a)   A repórter apresenta um fato ou uma opinião para a resolução da “rixa” sobre a receita da verdadeira moqueca? Explique com elementos do texto.

Ela apresenta uma opinião para resolver a “rixa” entre baianos e capixabas sobre a receita da verdadeira moqueca. De acordo com a repórter, a resposta depende de uma posição geográfica, ou seja, concorde com os baianos, se estiver na Bahia; e com o capixabas, se estiver no Espirito Santo.

b)   Segundo a repórter, o que tem de semelhante nas duas moquecas?

Ambas são ensopados de peixe cozidos rapidamente em panela de barro e finalizados com coentro.

c)   Em qual critério as moquecas são diferentes, de acordo com ela?

De acordo com a repórter, a diferença está na composição das moquecas.

 

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