sexta-feira, 16 de novembro de 2018

CRÔNICA: IRMÃO DE ENXURRADA - MURILO CISALPINO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: IRMÃO DE ENXURRADA

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       Fico lembrando dele esperneando no berço. Ele era uma coisica ainda mais estranha do que é hoje. Não, muito mais estranha: hoje ele é gente, fala, acha coisas sobre mim, sobre os outros irmãos, sobre a dona da padaria.
        Antes ele era... um ... um montinho que se mexia também estranhamente.
        Eu ficava horas olhando para ele. As mãozinhas minúsculas, que de tão minúscula ele nem sabia que tinha. Na verdade, acho que ele realmente não sabia para o que elas serviam. Elas navegavam no ar, aquelas titiquinhas de dedos sem entender nada, parecendo uma sementinha viva.
        E mijava e fazia cocô sem parar – meu Deus do céu, como sujava as fraldas esse cara! Minha mãe falava a língua dos bebês. “Ih, gachinha da mamãe tá de caquinha de novo? Tadim, gente! Quetarindo, hein? Quetarindo, sem-vergonha da mãe, hein?” Muito chato. Eu achava que ela era meio pancada. Comigo ela não falava assim. Nem com os outros meus irmãos.
        A gente fazia uma besteirinha de nada, como quebrar um vaso, um vidro da janela, ficar na rua até mais tarde, brigar no colégio... e o pau comia – ah, se o pau comia! Mas com ele era aquele nhe-nhe-nhém, aquele tatibitate sem fim.
[...]
        Teve um tempo em que ele engatinhava. Rodava pela casa toda, gugu pra cá, dadá pra lá, passando debaixo dos móveis, debaixo das pernas da gente – um saco! Porque, de vez em quando, a gente tropeçava nele. E o moleque chorava. Ele não tinha a menor solidariedade. Chorava mesmo.
        Esgoelava-se, o bostinha! E sobrava pra gente, é claro. Na maioria das vezes era sem querer que a gente tropeçava nele.
        E um dia que ele engoliu a cabeça de um bonequinho do Forte Apache?
        Ou foi o rabinho de um cavalo? Não lembro exatamente o que foi que ele engoliu, mas lembro do problemão que foi. Ele engasgou, e acho que ele não sabia tossir, ou era burrinho demais para isso, ou estava só de implicância comigo, sei lá. Minha mãe veio correndo porque gritei lá do meu quarto:
        “Mãe, o Augusto engoliu uma coisa aqui tá ficando roxo, mas eu não dei nada pra ele comer; ele é que pegou, esse burro. Eu falei pra ele não comer mas ele comeu assim mesmo. Mas não fui eu não, viu, mãe?” Não adiantou nada.
        Fiquei uma semana sem poder brincar com o Forte Apache por causa dele. E olha que ele nem morreu nem nada.
[...]
        Até que tinha um ar interessante, o meu irmão mais novo. Os cabelos muito pretos, muito lisos, caindo-lhes sobre os olhos. Que eram enormes, com cílios longos como os das meninas. Um rosto radiante, o tempo todo.
        Um corpo miúdo, mas socado. Bisbilhotava tudo, sempre de orelha em pé.
[...]
        – Como foi que eu nasci?
        – Hein?
        – Como foi que eu nasci? Quero saber...
        Então era isso. Viu os cachorrinhos e ficou curioso. Era minha oportunidade.
        – E eu sei lá! Nem mamãe sabe.
        – Como que mamãe não sabe? Eu não sou filho dela?
        – Olha, cara, acho melhor você conversar isso com ela. Depois, sabe, não era pra você saber, não era pra te contar nada...
        – Contar o quê?
        – Bem, na verdade, você não é irmão-irmão, da gente. Você é irmão, assim, por acaso.
        – É?
        – É.
        – Conta...
        – Um dia estava chovendo demais. Era de tarde mas parecia de noite. Tudo preto, sabe? Relâmpago, trovão, enxurrada que parecia um rio e...
        – O que é enxurrada?
        – Mas é besta mesmo... Enxurrada, cara: aquele tantão de água que escorre pela rua quando chove. Lembra outro dia, a gente ficou sentado no meio-fio lá de casa, com o pé numa água que descia a rua... Fizemos barquinho com formiga dentro, lembra?
        – Lembro.
        – Aquela água chama enxurrada.
        – Ah...
        – Pois como eu estava contando, chovia. E fez enxurrada. Mamãe tinha saído pra comprar pão, eu acho. Quando ela vinha voltando, viu uma coisa que parecia uma gente, descendo pela enxurrada. Esperou chegar perto...
        Sabe o que era?
        – [...]
        – Era você. Todo sujo, fedendo. Magricela. Aí ela ficou com pena e pegou você. Disse pra gente: “Achei esse neném na enxurrada, tadinho!
        Vamos cuidar dele como se fosse da família.” Nós também ficamos com dó de você e resolvemos te tratar como irmão de verdade... Foi assim.
        – [...]
        – Tá chateado? Liga não. Até que a gente gosta de você, mesmo sendo irmão de enxurrada.
        – [...]
        Tump, tump, tump... Passávamos pela esquina onde havia uma padaria.
        Sempre havia alguns amigos por lá comendo maria-mole. Maria-mole é horrível, mas vinha com revolvinho de plástico ou estrela de xerife, grudados nela. Estavam lá, três amigos meus, encostados na guarita alaranjada dos motoristas de ônibus.
        – Olha, o “pouca-sombra”!
        – E aí, já deu uns tapas nesse porcaria?
        Zombavam do meu irmão mais novo. Achavam, com certeza, que eu iria rir também.
        Me aproximei, tranquilo, um sorrisinho safado no rosto. Meu irmão, quieto, cabeça baixa. Eles, os caras, falavam outras gracinhas. Fui chegando, chegando... Dei um tapaço no primeiro que alcancei. Ele saiu catando cavaco e caiu de cara no chão.
        – Ninguém se mete com meu irmão mais novo, tá falado? Quem se meter com ele vai se ver comigo. Zero a zero?
        Silêncio. Continuamos andando pra casa. Meu irmão mais novo, calado.
        Eu, calado. A merendeira: tump, tump, tump...
        Ele não contou a história da enxurrada para minha mãe.

(CISALPINO, Murilo. In: RAMOS, Ricardo et alii. Irmão mais velho, irmão mais novo.
São Paulo: Atual, 1992, p. 64-71).
Entendendo o texto:

01 – Quem narra a história é o irmão mais velho. Que idade provavelmente ele tem? Justifique sua resposta.
      Provavelmente ele tem 11 anos.

02 – No início do texto, o irmão mais velho descreve o irmão mais novo como "coisica", montinho", "uma sementinha viva".
a)   Por que, na sua opinião, ele ficava horas olhando-o no berço?
Porque ele achava que o bebê se mexia estranhamente.

b)   Que tipo de sentimento, provavelmente, ele tinha pelo irmão?
Ele sentia amor pelo seu irmão.

03 – A partir do segundo parágrafo do texto, o menino passa a chamar o irmão de "pancada", "um saco", "meleca", "bostinha" e "burro".
a)   Que sentimento, na sua opinião, o irmão mais velho revela, agora, em relação ao irmão mais novo?
Sentia raiva, vontade de esganá-lo.

b)   Por que seu sentimento mudou?
Porque se acontecesse alguma coisa com seu irmão mais novo, era ele que levava a culpa.

04 – Sempre que um irmão sente ciúme do outro, achando que está em segundo plano quanto ao carinho dos pais, a tendência é ele ver a situação de modo exagerado e se fazer de vítima. Você acha que esse é o caso do irmão mais velho? Por quê?
      Sim, porque ele sentia ciúme do outro irmão.

05 – No final da história, o comportamento do irmão mais velho surpreende o leitor.
a)   Qual é esse comportamento?
Esse comportamento foi que ele defendeu seu irmão e não juntou-se aos seus amigos que estavam zombando de seu irmão.

b)   Na sua opinião, qual é a razão dessa mudança de comportamento?
Na minha opinião a razão dele ter mudado seu comportamento foi para defender o seu irmão.

06 – O irmão mais novo não conta à mãe a história da enxurrada.
Por que, na sua opinião, ele escondeu essa história de irmão de enxurrada?
      Na minha opinião ele escondeu essa história de irmão de enxurrada, porque ele estava com medo de sua mãe.

07 – O irmão mais velho, ao contar a Augusto a história que inventou, termina dizendo que gosta dele, mesmo ele sendo "irmão de enxurrada", expressão que é o título do texto. Por que, nessa situação, ele chama Augusto desse modo?
      Porque ao contar a história ele falou que o menino veio da enxurrada, então falou que Augusto era irmão dele, mais de enxurrada.

08 – Leia este trecho:
"Lembra outro dia, a gente ficou sentado no meio-fio lá de casa, com o pé numa água que descia a rua... Fize­mos barquinho com formiga dentro, lembra?"
Considerando esse contexto, que outro sentido, figurado, ganha a expressão "irmão de enxurrada"?
      Irmão adotivo.

CRÔNICA: A PIPOCA - LYGIA BOJUNGA NUNES - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: A PIPOCA  - (Lygia Bojunga Nunes)


        Falaram pouco até chegar no morro.
        O caminho que subiam era estreito. O Tuca foi na frente. Quase correndo. Feito querendo escapar da discussão que crescia lá dentro dele: um Tuca dizendo que amigo-que-é-amigo não tá ligando se a gente mora aqui ou lá; o outro Tuca não acreditando e cada vez mais arrependido da ideia de comer pipoca.
        E atrás dos dois lá ia o Rodrigo, querendo assobiar para disfarçar. Querendo mas não podendo: já estava botando a alma pela boca de tanto subir.
        Quantas vezes, com a luz de tudo que é barraco se espalhando pelo morro, o Rodrigo tinha escutado dizer:
        Que bonito que é favela de noite! As luzes parecem estrelas.
        E o Rodrigo ia olhando cada barraco, cada criança, cada bicho, vira-lata, porco, rato, olhando tudo que passava: bonito? estrela? cadê?!
        Quando chegaram no alto o Rodrigo estava sem fôlego. O Tuca parou:
        — Eu moro aqui. — Entrou.
        Só os irmãos pequenos estavam em casa. Quatro. O Tuca foi apresentando cada um. Os grandes ainda estavam “lá embaixo se virando”; e a irmã mais velha tinha saído.
        — Mas e a pipoca? — o Tuca quis logo saber — ela esqueceu que ia fazer pipoca pra gente?
        — Não, — um irmão explicou — ela já fez. Mas ficou com medo da gente comer tudo antes de você chegar e então guardou ali — espichou o queixo pra uma porta que estava fechada. Fez cara de sabido e piscou o olho: — A chave tá na vizinha...
        Enquanto o garoto falava o Rodrigo ia olhando pro barraco: dois cômodos pequenos, um puxado lá fora pro fogão e pro tanque, e a tal porta fechada que o garoto tinha mostrado e que devia ser um outro quarto; ou quem sabe o banheiro? Juntando tudo o tamanho era menor que a cozinha da casa dele; e eram onze morando ali! e mais a mãe?!
        Uma vez o Tuca tinha contado pro Rodrigo:
       “O meu pai era marinheiro. Só aparecia em casa de vez em quando. Um dia não apareceu mais.”
       “Ele morreu?”
       “Ninguém sabe.”
       “E a tua mãe?”
       “Ela mora lá com a gente. Mas quem faz de mãe lá em casa é a minha irmã mais velha.”
       “Por quê?”
       “É que a minha mãe... é doente.”
       “O que ela tem?”
       “Tem lá umas coisas. Mas a minha irmã é a pessoa mais legal que eu já vi até hoje: aguenta qualquer barra.”
        Lá pelas tantas o Tuca quis acabar com a discussão que continuava dentro dele:
        — Vam’embora, Rodrigo. Você agora já sabe onde eu moro e se quiser aparecer a casa é sua.
        — Mas e a pipoca? — o Rodrigo perguntou.
        Não precisou mais nada: a criançada desatou a falar na pipoca, a querer a pipoca, a pedir a pipoca.
       Uma barulhada! O Tuca ficou olhando pro chão. De repente saiu correndo. Pegou a chave na casa da vizinha. Abriu a porta que estava trancada.
        Era um quarto com uma cama, um armário velho de porta escancarada e uns colchões no chão.
        Tinha uma mulher jogada num colchão.
        Tinha uma panela virada no colchão.
        Tinha pipoca espalhada em tudo.
        A criançada logo invadiu o quarto e começou a catar pipoca do chão.
        Ninguém ligou pra mulher querendo se levantar do colchão.
        O Rodrigo estava de olho arregalado.
        O Tuca olhou pra ele. Olhou pra mulher. Olhou pras pipocas sumindo.
       — Pronto, — ele resolveu — você não vai comer pipoca do chão, vai? então não tem mais nada pra gente fazer aqui. — Empurrou o Rodrigo pra fora do barraco. — Agora você já sabe o caminho. Desce por lá. — Apontou.
        O Rodrigo estava atarantado:
        — Lá onde?
        — Vem! eu te mostro. — E desceu correndo na frente. Num instantinho chegou na curva que ele tinha mostrado. Respirou fundo. Lembrou do perfume do talco. Olhou pro lado: estava um lameiro medonho naquele pedaço do morro: tinha chovido forte na véspera e uma mistura de água e de lixo tinha empoçado ali.
        O Rodrigo chegou de língua de fora: o Tuca tinha descido tão depressa que mais parecia um cabrito.
        — Pô cara! — ele reclamou — assim não dá. Você quase me mata nessa des...
       Mas o Tuca já tinha virado pra ele de cara feia e já estava gritando:
        — Não precisa me dizer! Eu sei muito bem que não dá. Como é que vai dar pra gente ser amigo com você cheirando a talco...
        — Eu?!
        — ... e eu aqui nesse lixo todo. Não precisa me dizer, tá bem? eu sei, EU SEI, que não dá. Você que ainda não sabe de tudo. Quer saber mais, quer? quer? — Pegou o Rodrigo pela camisa. — Quando a minha irmã tranca minha mãe daquele jeito é porque a minha mãe já tá tão bêbada que faz qualquer besteira pra continuar bebendo mais. — Começou a sacudir o Rodrigo. — Você olhou bem pra cara dela, olhou? pena que ela não estava chorando e gritando pra você ver. Ela chora e grita (feito neném com fome) pedindo cachaça por favor.
        — Me solta Tuca!
        — Solto! solto sim. Mas antes você vai ficar igual a mim. — E botou toda a força que tinha pra derrubar o Rodrigo no lameiro.
       [...] E quando sentiu os pés se encharcando se atirou pro lameiro levando o Rodrigo junto. Aí largou.
        O Rodrigo levantou num pulo. Não precisava tanta pressa: ele já estava imundo, pingando lixo.
       O Tuca levantou devagar. E de cabeça baixa foi subindo o morro de volta pra casa.

(Lygia Bojunga Nunes. Tchau. 3. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1987. p. 38-42.)
Entendendo o texto:

01 – Tuca e Rodrigo são dois amigos da escola. Rodrigo, que mora num luxuoso apartamento, vai conhecer o barraco do amigo, numa favela. No 2o parágrafo do texto, o narrador se refere ao nervosismo de Tuca.
a)   Que comportamento do menino mostra seu nervosismo?
Ele ir à frente, quase correndo.

b)   Por que, segundo o texto, havia dois Tucas dentro dele?
Pois dentro dele ficou meio dividido, um arrependido pela ideia de ir comer pipoca e o outro de que amigo que é amigo não liga pra essas coisas.

02 – Releia o 5° parágrafo do texto. Nele é descrito tudo o que Rodrigo vê.
a)   Pela mistura dos elementos enumera­dos, o que se pode dizer das condições de higiene daquele lugar?
Era péssima, pois era tudo desorganizado.

b)   Por que se pode dizer que Rodrigo, até aquele dia, tinha sido ingênuo em relação ao morro?
Pois ele já tinha ideia que na favela seria tudo desorganizado, pois já que na casa dele era tudo arrumado.

03 – Com a frase "Uma vez o Tuca tinha contado pro Rodrigo", o narrador introduz o flash-back narrati­vo, isto é, conta fatos que ocorreram no passado. Assim, ficamos sabendo que o pai de Tuca havia sumido e que a mãe dele era doente.
a)   Que tipo de problema tem a mãe de Tuca?
A mãe de Tuca era alcoólatra.

b)   Que diferença há entre Tuca dizer "ela mora com a gente" e "a gente mora com ela"?
“Ela mora com a gente” quer dizer que os irmãos que sustentam ela (mãe), e “Agente mora com ela”, estaria querendo dizer que ela sustentava a família.

c)   Quem sustenta a casa? Retire do texto um trecho que justifique sua resposta.
A irmã de Tuca.

d)   Quem cuida da organização da casa?
A irmã da Tuca.

04 – Rodrigo é convidado para ir comer pipoca na casa de Tuca; mas a pipoca é apenas uma desculpa para eles se conhecerem melhor e estreitarem a amizade.
a)   Por que Tuca, em casa, fica nervoso e deseja descer o morro antes mesmo de comerem a pipoca?
Porque ele estava com vergonha da mãe dele.

b)   Que sentimento Tuca revela sentir no momento em que abre a porta do quarto?
Desprezo e uma vergonha.

05 – Tuca desce o morro em disparada. Em certo momento, Rodrigo diz: "assim não dá. Você quase me mata nessa des...".
a)   Provavelmente, do que Rodrigo iria reclamar? Por quê?
Da descida, porque ele estava correndo demais.

b)   O que Tuca supôs que Rodrigo estivesse pensando sobre a Situação?
Ele pensou que Rodrigo já sabia que não iria ter pipoca.

c)   Por esse episódio, pode-se dizer que a discussão que existia dentro de Tuca, no começo do texto, continua agora? Por quê?
Porque ele não queria perder a amizade com o Rodrigo.

06 – No final do texto, Tuca joga Rodrigo na lama. Um pouco antes, sentira um cheiro de talco no amigo.
a)   A que se associa o talco?
Associa-se a limpeza.

b)   A que se associa a lama?
A lama se associa a sujeira.

c)   Se Tuca vive num ambiente de lama e Rodrigo cheira a talco, por que, na sua opinião, Tuca teria forçado Rodrigo a cair na lama?
Para ele sentir como é viver em meio a “pobreza”, em meio a sujeira.

07 – “O Tuca levantou devagar. E de cabeça baixa foi subindo o morro de volta pra casa."
a)   O que as expressões devagar e de cabeça baixa revelam quanto ao estado emocional de Tuca?
Tuca ficou triste quanto a sua vida, pois o amigo tinha uma vida “melhor”, além de ficar com vergonha.

b)   O que você acha que ele devia estar pensando, enquanto subia o morro?
Que a vida de Rodrigo era “melhor” do que a vida dele.

c)   E Rodrigo, enquanto voltava para seu apartamento?
Ele certamente pensava em logo se limpar e pensava na sujeira que ele presenciou, além de pensar, também, que foi rude com o “amigo”.

08 – No contato com Tuca, Rodrigo — um garoto até certo ponto ingênuo — aprendeu muitas coisas.
a)   Em algum momento, Rodrigo manifestou preconceito em relação à pobreza de Tuca? Se não, o que sentiu?
Não, ele não se manifestou oralmente, mais sim interiormente.

b)   Você acha que, depois dessa experiência, os dois vão continuar a ser amigos?
Resposta pessoal do aluno.



HISTÓRIA: JULY E SUA NINHADA DE CACHORRINHOS - PARA SÉRIES INICIAIS - COM GABARITO

História: July e sua ninhada de cachorrinhos

        O gato Pitoco está curioso com o barulho que vem lá do galpão da fazenda. Mas ele deveria mesmo é ficar preocupado.
        A verdade é que a cachorrinha July deu cria: 10 filhotinhos. Ela está tão feliz com seus pequeninos sapecas, que fica sorrindo e abanando o rabo o tempo inteiro. Os filhotinhos mamam com vontade na mamãe July. E os outros de barriguinha cheia, ficam brincando, maravilhados com o mundo colorido, cheio de bichinhos, flores e borboletas.
        Eles mamam por seis semanas. Depois passam a comer uma ração especial para filhotes com muitas vitaminas. Assim, os sapequinhas não aguentam ficar parados.
        Precisam de alguns ossinhos para mastigar, é que os dentinhos deles desenvolvem muito depressa.
        Vejam só! É só deixar esses peraltas à vontade, que logo um faz xixi marcando o território, outro fica mordendo e cheirando uma bota velha, e os demais fazem a maior bagunça! Tem até aquele que, de tão cansado, se estica todo para tirar um belo cochilo.
        Ah! Mas quando o Zeca aparece, os filhotinhos ficam mais maluquinhos ainda. Abanam os rabinhos e pedem, latindo, para o menino brincar com eles. E Zeca, que é um bom menino, não vai recusar esse pedido. Ele gosta demais de todos os cachorros.
        Nossa! Esses cachorrinhos pulam e correm o dia todo, por todos os lugares da fazenda. E, assim, não vai sobrar muito para o gato Pitoco, não é mesmo?
        O gato Pitoco fica assustado, e nem pode caçar o ratinho que vive na fazenda. O gato se esconde bem escondidinho, porque aqueles cachorrinhos parecem perigosos para ele.
        E quando Pitoco resolve aparecer, os cachorrinhos latem só de brincadeira. Mas Pitoco nem quer saber. Sai em disparada! Parece que os filhotinhos de July vão se divertir um bocado com o Pitoco. Coitadinho!
                                                                               Todolivro.
Entendendo a história:
01 – Qual o título do texto?
      July e sua ninhada de cachorrinhos.

02 – O texto conta a história de quem?
      De July e seus dez filhotes que nasceram no galpão da fazenda e o gato Pitoco tinha medo dos cachorrinhos.

03 – Quais são os personagens da história?
      July, seus filhotes, gato Pitoco e Zeca.

04 – July deu cria a quantos filhotinhos?
      Nasceram 10 filhotes.

05 – Por quanto tempo os filhotinhos mamam? E depois, do que se alimentam?
      Mamam por seis semanas e depois passam a comer uma ração especial para filhotes.

06 – Em que locais se passa a história?
      No galpão da fazenda e todos os lugares da fazenda.

07 – Que reação tem os filhotes quando Zeca aparece?
      Ficam mais maluquinhos ainda, abanam os rabinhos e pedem latindo, para o menino brincar com eles.

08 – Por que os filhotinhos precisam mastigar?
      Porque seus dentes se desenvolvem muito rápido.

09 – Por que o gato de esconde bem escondidinho?
      Porque aqueles cachorrinhos parecem perigosos para ele.

10 – Qual a situação do gato Pitoco?
      Ele vive assustado e nem pode caçar o ratinho que vive na fazenda.





terça-feira, 13 de novembro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): A VOLTA DA ASA BRANCA - LUIZ GONZAGA E ZÉ DANTAS - COM QUESTÕES GABARITADAS


ATIVIDADES COM A Música: A VOLTA DA ASA BRANCA

                              Luiz Gonzaga e Zé Dantas
Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação

A seca fez
Eu desertar da minha terra
Mas felizmente
Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador

Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza

Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de
Rosinha A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano.
Luiz Gonzaga. São Paulo, Moderna, 2007. Mestres da Música no Brasil.
JATOBÁ, Roniwalter. O jovem Luiz Gonzaga. São Paulo, Nova Alexandria, 2009.
Entendendo a canção:

01 – Esta canção é a segunda parte de “Asa Branca”, continuação de que estrofe?
      “Eu te asseguro, não
       Chore não viu, que
       Eu voltarei viu,
       Meu coração.”

02 – Do que trata a canção?
      Trata sobre migração de retorno de cidades grandes para o sertão.

03 – Que significa “Asa Branca voltou”?
      Que indica sinais de chuva, o que permite que as plantações e a criação de gado voltem a funcionar no sertão. O que permite que o sertanejo volte para a sua terra natal.

04 – Como é formada a canção?
      É formada por estrofes de quatro versos, obtendo sempre o mesmo tipo de rima.

05 – Ao se reproduzir o falar regional, você observa alguns processos associados a fatores geográficos. Retire da letra da música as palavras em que houve:
a)   A substituição do lh pelo i.
Atrapalha / atrapaia.
Mulher / muié.
Trabalhar / trabaiador.
Molhada / moiada.

b)   A substituição do l pelo r em grupo consonantal (consoante + l).
Prantação / plantação.
Pranos / planos. 

06 – Retire da letra da música os versos que:
a)   Apresentam o motivo pelo qual o eu lírico saiu de sua terra.
“A seca fez / Eu desertar da minha terra.”

b)   Caracterizam os habitantes do sertão.
“Sertão das muié séria / Dos homes trabaiador.”

07 – A que termo os versos “A linda flor / Do meu sertão pernambucano” fazem referência?
      Refere-se a Rosinha sua amada.

08 – Que versos fala da felicidade do homem em ver suas terras tão lindas, verdes, molhadas e produtivas com a chegada da Asa Branca e consequentemente das chuvas, e ainda retrata um ponto muito importante que é a felicidade da natureza e o homem, mostrando que o homem e a natureza trabalham juntos?
      “Rios cortendõ, as cachuera tão, zuándo / Terra moiada, mato verde, quiriqueza / E a Asa Branca à tarde canta qui beleza / Ah, alo povo alegre / Mais alegre a natureza.”

09 – Assinale a alternativa em que o verbo fazer está flexionado na terceira pessoa do singular pelo mesmo motivo que no primeiro verso de “A volta da asa-branca”.
a)   Fez anos que não nos viámos.
b)   Ele faz anos depois de amanhã.
c)   Faz-se necessário deixar o tempo passar.
d)   Isso não fará falta a ninguém.
e)   Ontem, ela faria três anos de casada.

10 – Que temas foram abordados na canção?
·        Clima.
·        Migração.
·        Regionalização (nordeste-sertão).