Diário: Jonathan Harker; o Castelo de Drácula – Fragmento
Estou em Bistritz, na Transilvânia,
região fria, rodeada pelos Montes Cárpatos. Longe de casa, bem longe... Nunca
imaginei que pudesse um dia chegar a um lugar como este: selvagem, sombrio e ao
mesmo tempo apaixonante.
Saí de Londres há cerca de uma semana.
Segui para Munique, onde treinei meu alemão, e de lá partir já faz três dias.
Viajei sempre de trem. Passei por Viena antes de chegar a Budapeste, onde pude
fazer um pequeno passeio pela cidade. Tive ótima impressão do que vi. Conheci
uma das mais lindas pontes da minha vida, sobre o Rio Danúbio. Tudo era tão
diferente... Sentia-me saindo do Ocidente e entrando no Oriente.
Ontem à noite cheguei a Klausenburg,
capital da Transilvânia. Hospedei-me no Hotel Royal. Jantei uma excelente
galinha, temperada com uma espécie de pimenta-vermelha.
[...]
Antes de partir de Londres, tive algum
tempo para consultar livros e mapas referente à Transilvânia. O nobre que estou
indo encontrar, o conde Drácula, deu algumas referências de como localizar seu
castelo. Visitei o Museu Britânico e lá pude descobrir que essa região fica
próxima às fronteiras de três Estados: Transilvânia, Moldávia e Bucóvina, entre
os Montes Cárpatos, um dos lugares menos explorados da Europa.
A localidade mais conhecida que o conde
mencionou em suas cartas foi Bistritz. Descobri uma série de informações
interessantes, que não posso me esquecer de mencioná-las a Mina quando for lhe
contar a respeito das minhas viagens. Por exemplo: a população é descendentes
dos hunos, antigo povo nômade, e, pelo que parece, as pessoas mais
supersticiosas do mundo.
[...]
Não dormi bem a noite passada. Tive uma
espécie de pesadelo. Tive a sensação de um cão estar latindo sob a minha
janela, mas já não sei se foi realidade ou se fez parte do sonho. Importa é que
pela manhã serviram-me uma farta refeição com mais pimenta ainda do que a da
noite anterior.
Comi apressadamente, pois o trem partia
às oito da manhã. Durante todo o dia atravessamos uma bela região, entremeada
de aldeias e castelos situados em encostas de colinas íngremes. Em todas as
estações havia grupos de camponeses, sempre metidos em trajes regionais. Muito
pitorescos, pareciam bandos sempre prestes a nos assaltar, mas eram inofensivos
– nós ingleses é que não estamos acostumados a ver pessoas como essas.
Estava escurecendo quando cheguei a
Bistritz. O conde Drácula havia indicado o Hotel Coroa Dourada, onde uma
senhora simpática, vestindo trajes típicos, já me esperava:
-- É o cavalheiro inglês? – perguntou,
inclinando-se para me cumprimentar.
-- Sim – respondi. – Sou Jonathan
Harker.
[...]
Bram Stoker. Drácula.
Adaptação de Leonardo Chianca; ilustração de Rogério Borges. São Paulo: DCL,
2005. p. 7-9.
Fonte: Universos –
Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto
Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª
edição, 2015. p. 303-304.
Entendendo o diário:
01 – Em que região Jonathan
Harker se encontra no início do fragmento do diário?
A – Budapeste.
B – Klausenburg.
C – Transilvânia.
D – Londres.
02 – Qual meio de transporte
Jonathan Harker utilizou para viajar de Londres até sua localização atual?
A – Carruagem.
B – Trem.
C – A pé.
D – Navio.
03 – Onde Jonathan Harker
consultou livros e mapas sobre a Transilvânia antes de sua viagem?
A – O Hotel Royal.
B – A Biblioteca Nacional.
C – A Universidade de Munique.
D – O Museu
Britânico.
04 – Qual localidade o conde
Drácula mencionou em suas cartas para ajudar Jonathan a localizar seu castelo?
A – Viena.
B – Klausenburg.
C – Montes Cárpatos.
D – Bistritz.
05 – Quem é o narrador do
diário que se apresenta no final do fragmento?
A – A senhora do hotel.
B – Conde Drácula.
C – Jonathan Harker.
D – Mina.
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