Poema: ROEDOR
Donizete
Galvão
Parado no trânsito da Marginal,
Vi você roendo as unhas com fúria.
Estava encostado no poste da esquina,
Ombros arqueados numa posição frouxa.
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8yqr8HtpGNDmnZJ0FO9G3Dqp4kBNcbbwar3T74-S1buUsTY3HFyv_Ep670rLku-gM89gPj8LRzUurA5xI0iXnz4LptFnEdNGJT7iwnIDHM0n7ZwzIJvOsS6_CGIaHuvGbPaJ-CPxmvnj1MWuucjasavCFUq-xyGsMyYS2Pwfj1pM9J7I7LDYRENc0Zk8/s1600/download.jpgVocê cuspia os tocos das unhas.
Arrancava lascas de carne dos dedos
E, depois, sugava o sangue dos cantos.
Ah, que triste figura você fazia, amigo!
Você era pouco mais que um rato.
GALVÃO, Donizete. A
carne e o tempo. São Paulo: Nankin, 1997, p. 31.
Fonte: Livro –
Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja,
Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 366.
Entendendo o poema:
01 – Onde e em que situação o
eu lírico observa a pessoa que está roendo as unhas?
O eu lírico observa
a pessoa parado no trânsito da Marginal, com a pessoa encostada no poste da
esquina.
02 – Quais são os detalhes
visuais que o poema usa para descrever a ação de roer as unhas?
O poema descreve
a pessoa roendo as unhas com fúria, cuspindo os tocos, arrancando lascas de
carne dos dedos e, em seguida, sugando o sangue dos cantos.
03 – Que estado emocional ou
psicológico da pessoa é sugerido pela descrição de seus ombros "arqueados
numa posição frouxa"?
A posição dos
ombros sugere um estado de tensão, ansiedade, fraqueza ou desânimo, indicando
que a pessoa está abatida ou sob forte estresse.
04 – Qual a comparação final
que o eu lírico faz com a pessoa que observa, e qual o impacto dessa
comparação?
O eu lírico
compara a pessoa a "pouco mais que um rato". Essa comparação é
impactante por ser pejorativa e desumanizante, enfatizando a degradação e o
desespero da figura observada.
05 – Qual a principal
atmosfera ou sentimento transmitido pelo poema "Roedor"?
O poema transmite
uma atmosfera de desespero, angústia e melancolia, destacando a vulnerabilidade
e a impotência da figura humana diante de uma aflição interna tão intensa que a
leva a se autoinfligir e a ser reduzida a uma condição quase animal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário