Texto: Novos caminhos para a sua formação
Ione
Cardoso Oliveira
Dedico
este texto a todos os professores que buscam novos caminhos para a sua
formação.
Caminhar e ver confunde-se nos
emaranhados da lembrança: o tempo de lembrar se traduz enfim pelo tempo de
aprender. Por isso, sem a memória do processo de construção de aprender, a
narração perderia a sua qualidade. Eis porque o momento do registro investe
sobre o sujeito e o transforma pelo ato de refletir. Escrever, registrar,
relatar, descrever, estabelecer relações mantém o ato percentual em um ato
presente. Cada ato de percepção é um ato novo que supõe outras experiências,
outros movimentos – por isso, as vozes que traduzem os sentimentos e
pensamentos dos educadores têm me encantado, momento singular do PROFA. Que
esse movimento se amplie, gerando novas práticas.

O registro historifica, solidifica os
momentos de um grupo.
A expressão dos silêncios...
Das vozes inibidas dos professores
Submissas
Oprimidas
Surgem vozes autorizadas
pela experiência,
pelo trabalho
pela prática.
Capacidade de refletir, expressar-se.
Vozes silenciosas grávidas de
significação.
Emerge a esperança, visível, audível
de uma escola séria e alegre.
Uma escola renovada
professor leitor,
escritor,
cidadão,
educador.
Ciente de seus limites.
Seguro de seus conhecimentos.
Viver a utopia, alegria, busca,
reinventar o diálogo.
Uma teia, tecida com fios sentidos da
vida.
Vozes em rede que
registram, analisam e escrevem.
Tarefa nada fácil! Como diz o poeta:
“[...] A ciência das coisas se aprende
na lida, sem dijutório.
Aprende-se nas conversas. Ouvido na
escuta. Sem meeira
Para correr os olhos nas escritas.
Professor é a gente mesmo. Sabe-se
escutando.
É falando pouco, economizando palavras.
Decifrando
silêncios”.
Professor, professora, queria lhe
dizer:
O que se espera é que esse movimento se
amplie e tenha continuidade.
Que outros professores registrem e
analisem a sua prática para fazê-la avançar no sentido de construir uma nova
didática.
Muitos são os registros que refletem um
caminho percorrido por vocês e seus alunos no sentido de tornarem-se
interlocutores e parceiros na construção da escrita.
Que esse movimento não se perca ao
sabor dos ventos e das mudanças institucionais...
Ione Cardoso Oliveira.
Fonte: Letra e Vida.
Programa de Formação de Professores Alfabetizadores – Coletânea de textos –
Módulo 3 – CENP – São Paulo – 2005. p. 64-65.
Entendendo o texto:
01 – A quem o texto é dedicado
e qual o tema central que ele aborda?
O texto é
dedicado a todos os professores que buscam novos caminhos para sua formação. O
tema central é a importância do registro da experiência e da reflexão sobre a
prática pedagógica como forma de aprendizado e transformação.
02 – Qual a importância do ato
de registrar, segundo a autora?
A autora enfatiza
que escrever, registrar, relatar e descrever mantém o ato perceptivo presente,
confunde-se com o tempo de aprender, solidifica os momentos de um grupo e,
principalmente, transforma o sujeito pelo ato de refletir.
03 – Que tipo de transformação
a autora observa nas vozes dos professores?
A autora percebe
que as vozes que antes eram "inibidas, submissas, oprimidas" agora
surgem autorizadas pela experiência, pelo trabalho e pela prática. Isso
significa que os professores, ao refletirem sobre sua atuação, ganham a
capacidade de se expressar e a segurança de seus conhecimentos.
04 – Que tipo de escola a
autora almeja, e quais as características do professor nessa escola?
A autora
vislumbra uma escola séria e alegre, uma escola renovada. Nessa escola, o
professor ideal é um leitor, escritor, cidadão e educador, ciente de seus limites,
mas seguro de seus conhecimentos, vivendo a utopia, a alegria e a busca
constante.
05 – Qual a principal mensagem
e o desejo da autora para o futuro da formação de professores?
A principal mensagem é que o movimento de
registro e análise da prática docente se amplie e tenha continuidade. A autora
deseja que mais professores registrem e analisem sua atuação para construir uma
nova didática e que esse movimento não se perca, solidificando o professor como
interlocutor e parceiro na construção do conhecimento.
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