sexta-feira, 6 de setembro de 2024

REPORTAGEM: SAÚDE MENTAL DOS ADOLESCENTES PRECISA DE ATENÇÃO NO ISOLAMENTO: COMO CUIDAR - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Reportagem: Saúde mental dos adolescentes precisa de atenção no isolamento: como cuidar – Fragmento

        O confinamento social tem se mostrado um dos meios de impedir a propagação do novo coronavírus. Porém, ficar em casa impôs uma nova forma de viver e se relacionar, e o prolongamento e a incerteza do fim do isolamento podem gerar ansiedade, angústia, tristeza e estresse. Tais danos psicológicos devem ser monitorados e controlados, sobretudo em adolescentes, que tiveram de se afastar compulsoriamente de sua rede socioafetiva: amigos, colegas de escola, pessoa amada e familiares. [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9qE4ciyj8f2cv0lgpkgCauG3suOlWjrI3nUlSuIcbXrtwSl6DXa_d9jPCIUaAhZcbJXaPrEd4Koc4yQyrG7TnUlN3sZoPzN4RPpDQkSs8ZE3-Ou2uzRO5RPzqMSvsQHmRdXosjZ-YVfBLis0x-nG6-dAOzYg9R9UGQMtzB5S_1DbmwcgWqhCSZW-_2sU/s1600/saude-mental-300x200.jpg


         "O ser humano é social. O contato é estruturante na vida psíquica e, principalmente, do adolescente, que se expõe a experiências sociais com mais intensidade, seja em relação à família ou amigos. Uma mudança drástica pode ser fator de risco à saúde mental do jovem", afirma Elson Asevedo, psiquiatra e pesquisador do Departamento de Psiquiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). [...]

        Alterações de comportamento intensas em demasia podem ser uma indicação de desenvolvimento de pensamentos de risco, sendo o suicídio o desfecho mais trágico. Um estudo publicado no Brazilian Journal of Psychiatry constatou que, de 2006 a 2015, a taxa de casos de adolescentes que tiraram a vida aumentou 13%, em seis cidades brasileiras analisadas pelos pesquisadores. [...]

        Relações afetivas

        [...]

        "A rotina traz segurança. Os vínculos com a escola, o trabalho, a família e a internet estão sendo ressignificados. São naturais a ansiedade e o estranhamento, mas também uma oportunidade de se reaproximar e redescobrir as relações", explica Larissa Polejack, professora do Instituto de Psicologia da UnB (Universidade de Brasília). [...]

        1 – Converse sobre a doença

        Os pais devem conversar abertamente com os filhos, traduzindo de forma clara e simples a atual crise mundial. Para o adolescente, pode parecer injusto, já que não foi uma escolha, e sim uma imposição pela situação epidemiológica. Ele precisa compreender que o confinamento não significa castigo ou medida corretiva, mas uma demonstração de cuidado

        [...]

        2 – Mantenha a rotina

        A manutenção de hábitos sociais e emocionais saudáveis é importante para o bem-estar mental dos adolescentes, pois traz tranquilidade neste momento de incertezas e facilitará o retorno às atividades rotineiras ao final do isolamento social.

        Estabelecer o que fazer e os horários de cada tarefa ajuda a ter foco e a dar sentido aos afazeres. [...]

        3 – Boa convivência entre pais e filhos

        Por causa do isolamento social, os adolescentes estão vivendo uma convivência intensa e prolongada com os pais. A imposição de uma nova forma de relacionamento pode intensificar os conflitos que antes já existiam.

        Uma saída é engajar o adolescente na rotina da casa. De maneira construtiva, a formação de uma equipe dividindo tarefas, com o objetivo de cuidar um do outro, pode ser uma ferramenta para melhorar a relação. [...]

        4 – Compartilhe o dia a dia com amigos

        [...] O canal de comunicação e socialização deve ser mantido, por meio das redes sociais. Mas com limite e supervisão. O uso prolongado e próximo da hora de dormir causa insônia, estresse, entre outras alterações mentais e corporais.

        [...]

        5 – Monitore o comportamento

        Alterações bruscas de comportamento e de sociabilidade são sinais de alerta. Excesso de irritabilidade, aumento da agressividade, intensificação do isolamento e mudanças dos padrões de sono e alimentar podem indicar instabilidade emocional e até depressão.

        [...]

        6 – O papel de cada um na prevenção

        O adolescente tem de ficar atento às suas emoções, sentimentos e oscilações comportamentais. Caso perceba o surgimento de pensamentos negativos, deve procurar ajuda da família e até de profissionais. O importante é entender que ele não está passando pelas dificuldades sozinho.

        Do ponto de vista familiar, a atribuição dos pais é a de ajudar os filhos a manter a rotina escolar, os hábitos alimentares e de sono saudáveis, a prática de atividade física e de lazer e o contato com os amigos. [...]

        Já a escola é um canal de monitoramento não somente acadêmico, mas também psicológico ao se colocar como uma rede afetiva e solidária aberta a discussões. [...]

RAITH, Alexandre. Saúde mental dos adolescentes precisa de atenção no isolamento: como cuidar. UOL, 7 maio 2020. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/05/07/como-cuidar-da-saude-mental-do-adolescente-na-pandemia.htm. Acesso em: 30 jul. 2020.

Fonte: Linguagens em Interação – Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Juliana Vegas Chinaglia – 1ª edição, São Paulo, 2020 – IBEP – p. 247-248.

Entendendo a reportagem:

01 – Por que o confinamento social é necessário durante a pandemia de COVID-19?

      O confinamento social é necessário para impedir a propagação do novo coronavírus. No entanto, essa medida impôs uma nova forma de viver e se relacionar, gerando desafios psicológicos, especialmente para os adolescentes.

02 – Quais são os possíveis impactos do isolamento social na saúde mental dos adolescentes?

      O isolamento social pode causar ansiedade, angústia, tristeza e estresse, pois afasta os adolescentes de sua rede socioafetiva, incluindo amigos, colegas de escola e familiares.

03 – Por que o contato social é importante para a saúde mental dos adolescentes?

      O contato social é estruturante na vida psíquica, especialmente para os adolescentes, que se envolvem em experiências sociais com mais intensidade. A falta desse contato pode ser um fator de risco para a saúde mental dos jovens.

04 – Qual é a consequência mais trágica das alterações comportamentais intensas em adolescentes durante o isolamento?

      O desenvolvimento de pensamentos de risco, com o suicídio sendo a consequência mais trágica. A taxa de suicídios entre adolescentes aumentou 13% em seis cidades brasileiras entre 2006 e 2015.

05 – Como a rotina pode beneficiar a saúde mental dos adolescentes durante o isolamento?

      A manutenção de uma rotina traz segurança e tranquilidade, ajudando os adolescentes a se adaptarem ao isolamento e facilitando o retorno às atividades normais ao fim do confinamento.

06 – Qual é a importância da boa convivência entre pais e filhos durante o isolamento social?

      A convivência intensa e prolongada pode intensificar conflitos, mas também é uma oportunidade de melhorar as relações, por meio do engajamento dos adolescentes nas tarefas domésticas de forma construtiva.

07 – Como os adolescentes podem manter suas relações sociais durante o isolamento?

      Os adolescentes podem manter o contato com amigos por meio das redes sociais, mas é importante estabelecer limites e supervisão, especialmente em relação ao tempo de uso próximo da hora de dormir.

08 – Quais sinais de alerta indicam que um adolescente pode estar sofrendo emocionalmente durante o isolamento?

      Sinais como alterações bruscas de comportamento, irritabilidade excessiva, aumento da agressividade, intensificação do isolamento e mudanças nos padrões de sono e alimentação podem indicar instabilidade emocional ou depressão.

09 – Qual é o papel do adolescente na prevenção de problemas de saúde mental durante o isolamento?

      O adolescente deve ficar atento às suas emoções e comportamentos, buscando ajuda da família ou de profissionais se perceber pensamentos negativos, entendendo que não está passando pelas dificuldades sozinho.

10 – Como a escola pode ajudar na saúde mental dos adolescentes durante o isolamento?

      A escola pode atuar como um canal de monitoramento psicológico e afetivo, mantendo-se aberta para discussões e oferecendo suporte aos estudantes, além do acompanhamento acadêmico.

 

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