TEXTO- Racismo, discriminação, preconceito.
Colocando os pingos nos “is”.
Maria
Aparecida da Silva
Recentemente
assisti ao programa esportivo Cartão Verde, da TV Cultura, no qual se discutia,
de maneira tímida, a discriminação racial que um jogador branco do Palmeiras
(Paulo Nunes) teria praticado contra dois jogadores negros, Rincón
(Corinthians) e Wagner (São Paulo), em momentos distintos.
Havia
controvérsias quanto à veracidade dos fatos, quanto à sinceridade dos
protagonistas, quanto à oportunidade ou oportunismo das denúncias. Mas o que de
fato despertou minha atenção foi a relativização do racismo presente no futebol
brasileiro. Os cronistas utilizavam a todo tempo a expressão pre conceito,
quando as situações em foco constituíam, na verdade, práticas de discriminação
racial. Depois de feita essa constatação, procurei explicar para mim mesma
porque existe tanta confusão em torno das palavras preconceito, discriminação
racial e racismo. É preciso entender exatamente o significado de cada uma
dessas expressões.
Estabelecendo
diferenças
O
preconceito é basicamente um sentimento negativo (é necessário que haja alguma
possibilidade de comparação), um estado de espírito negativamente determinado
com relação a um grupo ou pessoa. Ele é fruto da ignorância, de opiniões
inexatas e de estereótipos. Os preconceitos são muito genéricos e disseminados.
Em todas as épocas e em todo o mundo, os grupos humanos alimentaram
preconceitos uns em relação aos outros. Diariamente, enfrentamos inúmeros
preconceitos. O racial é um deles.
A
discriminação é a materialização dos preconceitos. São as atitudes práticas que
dão corpo e ação à disposição psicológica dos preconceitos. No caso específico
da discriminação racial são as atitudes de vetar, impedir, dificultar, preterir
pessoas (predominantemente negras, no caso brasileiro) em seu processo de
desenvolvimento pleno como seres humanos.
O
racismo. Ah, o racismo... tão presente em nossas vidas, nas instituições, na
cultura e nas relações pessoais e tão ausente do rol de preocupações da
intelectualidade brasileira e dos veículos formadores de opinião. A dificuldade
de defini-lo – e assumir sua existência entre nós – vem do fato de o racismo
constituir-se numa prática social negativa, cruel, humanamente repreensível,
com a qual, ninguém, em sã consciência (afora os racistas declarados), deseja
se identificar.
Revista Raça Brasil. São Paulo:
Símbolo, ano 4, n.39, nov. 1999, p. 51.
01 - A expressão
“colocando os pingos nos “is”, que serve de subtítulo ao texto, tem o valor
equivalente a:
(A) reagindo contra algo ofensivo;
(B) dizendo a verdade;
(A) reagindo contra algo ofensivo;
(B) dizendo a verdade;
(C) esclarecendo uma
dúvida;
(D) argumentando contrariamente a algo;
(E) examinando melhor a questão.
(D) argumentando contrariamente a algo;
(E) examinando melhor a questão.
02 - “Discriminação”
e “descriminação” são parônimos; a alternativa em que se trocou a forma
destacada pelo seu parônimo ou homônimo é:
(A) o afastamento do jogador racista é iminente;
(B) a injustiça do ato foi flagrante;
(C) os negros sofrem
discriminação, na Europa, por serem emigrantes;
(D) o jogador racista teve sua matrícula cassada;
(E) o jogador assistiu a uma sessão espírita.
(D) o jogador racista teve sua matrícula cassada;
(E) o jogador assistiu a uma sessão espírita.
03 - O objeto maior do artigo é:
(A)distinguir termos que
se confundem;
(B) combater o racismo;
(C) criticar a hipocrisia social;
(D) provocar humor;
(E) condenar a discriminação no futebol.
(B) combater o racismo;
(C) criticar a hipocrisia social;
(D) provocar humor;
(E) condenar a discriminação no futebol.
04
- A autora não afirma com segurança, no primeiro parágrafo, que o
jogador Paulo Nunes cometeu um ato discriminatório; o meio lingüístico
empregado para relativizar essa afirmação é:
(A) a adjetivação de “tímida”, dada à
discussão;
(B) o emprego do futuro
do pretérito composto “teria praticado”;
(C) o discurso indireto;
(D) a inversão dos termos da frase;
(E) a utilização dos parênteses.
(C) o discurso indireto;
(D) a inversão dos termos da frase;
(E) a utilização dos parênteses.
05 - “Havia controvérsias quanto à veracidade dos
fatos”; a forma abaixo que ALTERA o sentido original desse segmento do
texto é:
(A)
quanto à veracidade dos fatos, havia controvérsias;
(B) em relação à veracidade dos fatos,
existiam controvérsias;
(C) no que diz respeito à veracidade dos
fatos, havia controvérsias;
(D) afora a veracidade
dos fatos, havia controvérsias;
(E) quanto à veracidade dos fatos,
controvérsias havia.
06 - Segundo o que se pode depreender do texto lido, a alternativa que
mostra preconceito e não discriminação é:
(A) os negros não são tão
inteligentes quanto os brancos;
(B) os negros não podem viajar na primeira classe;
(C) não se servem negros naquele restaurante;
(B) os negros não podem viajar na primeira classe;
(C) não se servem negros naquele restaurante;
(D) os negros não podem chegar aos altos
postos do poder;
(E) os negros só podem estudar em escolas
públicas.
07 - Se trocarmos os substantivos e adjetivos abaixo de posição, a
alternativa em que há uma modificação de forma e sentido é:
(A) jogadores negros;
(B) momentos distintos;
(C) sentimento negativo;
(D) opiniões inexatas;
(E) disposição psicológica.
(A) jogadores negros;
(B) momentos distintos;
(C) sentimento negativo;
(D) opiniões inexatas;
(E) disposição psicológica.
08 – “Um jogador
branco do Palmeiras”; a elipse do termo “time” faz com que se juntem palavras
de gêneros e números diferentes; o mesmo ocorre em:
(A) O celular.
(B) O micro-ondas.
(C)
O
caixa.
(D)
O
despertador.
(E) O Vasco da gama.
09 – “Em
todas as épocas e em todo o mundo”; a alternativa em que houve troca indevida
entre as expressões “todo mundo” e “todo o mundo” é:
(A) O jogador percorreu todo o mundo;
(B) O atleta falou com todo mundo para pedir
desculpas;
(C)
Ele conhecia todo o mundo na festa;
(D)
Via
todo o mundo em seus filmes;
(E) Todo o mundo está poluído.
10 – “O
racismo. Ah, o racismo...”; a inclusão da interjeição “ah” mostra:
(A) Espanto;
(B) Alegria;
(C)
Arrependimento;
(D)
Tristeza;
(E) Surpresa.
11 –
Não há críticas no texto:
(A) Aos órgãos formadores de opinião;
(B) À intelectualidade brasileira;
(C)
Aos
racistas declarados;
(D)
Aos
cronistas do programa aludido;
(E) À inconsciência do governo.
12 – O
nome da revista de onde foi retirado o texto é Raça Brasil; esse nome revela:
(A) Uma atitude preconceituosa da revista;
(B) Um estereótipo de que os brasileiros são
negros;
(C)
Uma adequação com o tema tratado: a discriminação;
(D)
Uma
preocupação em educar os negros;
(E) Um incentivo a que os brasileiros se unam.
13 – “O
racismo (...) tão ausente do rol de preocupações na intelectualidade brasileira”,
nesse segmento, a expressão “intelectualidade brasileira” só NÃO deve
referir-se a (à):
(A) Intelectuais brasileiros alienador;
(B) Intelectuais brancos, em sua maioria;
(C)
Intelectualidade
tradicional, originária da classe dominante;
(D)
Todos os intelectuais das regiões mais desenvolvidas do país;
(E) Intelectuais sem preocupações político-sociais.
Me ajudou muito!!
ResponderExcluirMe ajudou muito obrigada
ExcluirGrata !
ResponderExcluirObrigada achei muito bom e criativo! 😍
ResponderExcluirMe ajudou demais valeu
ResponderExcluirObg
ResponderExcluirObg muito
ResponderExcluirObrigada!
ResponderExcluirFoi muito bom, esclarecedor!
Obrigada
ResponderExcluirOI
ResponderExcluirObrigado ajudou muito
ResponderExcluirobr
ResponderExcluirobrigado
ResponderExcluirEu a prendí Coisas que eu Não sabia
ResponderExcluirEmajine eu ok💗
ExcluirObrigado
ResponderExcluirMe ajudou muito,obrigada😍
ResponderExcluirMuito muito obgd me ajudou muito !
ResponderExcluirMe ajudou muito, Obrgd!!
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