terça-feira, 24 de março de 2020

TEXTO: OS FILHOS DA BOLHA - ÂNGELA KLINKE - COM GABARITO

TEXTO: Os filhos da bolha

Superprotegidos, jovens dos condomínios fechados mostram despreparo para o mundo real

     Quando os primeiros condomínios fechados surgiram, na década de 70, muitos pais de classe média de São Paulo e do Rio de Janeiro viram nesses empreendimentos uma ótima chance de proporcionar a seus filhos uma infância e juventude livres da poluição e da violência. Nada mais legítimo. Em São Paulo, o fenômeno concretizou-se na forma de bairros afastados, cheios de casas bacanas, que oferecem todos os tipos de serviço e tentam reproduzir o estilo de vida dos pacatos subúrbios americanos que se veem nos filmes. No Rio, os condomínios fechados assumiram a forma de conjuntos de edifícios de alto padrão, localizados na Barra da Tijuca e circundados também por uma rede de lojas e escolas exclusivas para seus moradores. Nessas verdadeiras bolhas sócio-econômicas, crianças e jovens crescem despreocupados. Como nem tudo é perfeito, eles também acabam isolados da realidade complexa das grandes metrópoles brasileiras. Não é apenas o apartheid  social que revela seus efeitos – afinal ele é produto da diferenciação de classes, e não da localização geográfica. Esse é um problema de toda a sociedade brasileira. Os jovens “filhos da bolha” tendem a mostrar também despreparo para as tarefas mais simples da vida na cidade. E aí há motivos para os pais ficarem preocupados e pensarem se não está na hora de aproximar suas crianças do mundo real.
       A maioria dos jovens do topo da pirâmide social que vivem em bairros não isolados também mal conhece o mapa da sua cidade – em geral, saem pouco do percurso escola – clube – shopping center. Mas não se pode dizer que entrariam em pânico ao enfrentar situações corriqueiras, como pegar um ônibus ou metrô. Num caso imprevisto, dificilmente passariam horas perdidos se fossem deixados no centro ou em qualquer outro lugar distante de casa. Para os adolescentes de condomínios, os desafios são maiores. Muitos deles confessam que ficariam perto do desespero na hipótese de ser obrigados a se virar sozinhos.
                                                    Ângela Klinke, in revista Veja, 21 jun. 1995.
Fonte: Livro- Oficina de Redação – Leila Lauar Sarmento, 7ª Série. Editora Moderna, 1ªedição,1998.p.14/15
Entendendo o texto
1)   Qual a intenção dos pais, ao criar seus filhos em condomínios fechados? Por quê?
Tentam proteger seus filhos dos perigos e da violência urbana. O índice de violência vem aumentando nos grandes centros, o que assusta muito as famílias.

2)   Que consequências essa atitude traz para a vida dos adolescentes?
Eles ficam isolados de outros jovens e do mundo real, que existem fora do restrito espaço em que vivem.

3)   Explique o sentido da expressão “bolhas sócio-econômicas”.
Representam os espaços fechados que surgem em função do nível social e econômico das pessoas, que precisam se proteger da violência em virtude de seu padrão de vida mais elevado.

4)   Que diferenças de comportamento existem entre os jovens de classe alta, de acordo com o texto?
Os que vivem em condomínios isolados, os “filhos da bolha”, não sabem como agir fora de seu mundo, e os jovens também ricos, moradores de bairros mais centrais, mas presos à rotina, não conhecem a cidade apesar de terem mais traquejo que os outros.

5)   Em sua opinião, que outras opções teriam os pais, para dar maior segurança a seus filhos?
Resposta pessoal. Sugestão: Morar em cidades menores, com menos violência, para deixá-los viver mais livremente ou educa-los para se defender do mundo real.

QUADRO: O VAGÃO DE TERCEIRA CLASSE - ANÁLISE - COM GABARITO


Quadro: O vagão de terceira classe
         
       Honoré Daumier

    Honoré Daumier foi um dos grandes pintores franceses do Romantismo. Como percebemos, nesse quadro, Daumier preocupou-se em retratar os aspectos negativos da realidade social. Sua arte teve como objetivo a sociedade: ele denunciou os piores dramas sociais, como militante artístico e político. Focalizou o povo, ou melhor, a pobreza da classe operária, na sua época, lutando contra os governos liberal-burgueses, pela liberdade da França. Segundo os críticos, a obra de Daumier representa a raiz romântica da futura arte expressionista.
Honoré Daumier, O vagão de terceira classe (1862).
                                  Fonte: Livro – Oficina de Redação – Leila Lauar Sarmento, 7ª Série. Editora Moderna, 1ª edição,1998. p. 132-4.
Entendendo o quadro:

01 – Como o artista conseguiu conferir beleza a uma cena tão real?
      Mostrando a atitude digna e resignada de pessoas pobres e humildes, na luta pela sobrevivência.

02 – Dos personagens mostrados no quadro, qual lhe desperta maior sensibilidade? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

03 – A seu ver, qual foi a intenção do autor, ao criar essa obra?
      Denunciar a realidade, revelando a diferença entre as classes sociais.

04 – Que detalhes o artista buscou salientar nesse vagão de terceira classe?
      A promiscuidade, com a aglomeração de homens, mulheres e crianças, num espaço reduzido, abafado e escuro, bem como a falta de conforto, tristeza e cansaço dos ocupantes do vagão.

05 – Esse quadro romântico data de 1862. A situação aí representada ainda se verifica na época atual? Por quê?
      Infelizmente a pobreza continua a predominar no mundo, devido a maus governos e à injusta distribuição de renda.

06 – Você acha importante a utilização da arte como crítica social, ou ela deve expressar somente o belo? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Como você vê a diferença entre as classes sociais? Ela existe em função de que valores?
      Resposta pessoal do aluno.

08 – O quadro de Honoré Daumier mostra que a fome já espreita a humanidade há um bom tempo. Você acha que estaremos todos um dia num vagão de primeira classe? Esclareça sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.



QUADRO ARTÍSTICO - ANÁLISE E APRECIAÇÃO - COM GABARITO


QUADRO ARTÍSTICO - LEITURA  E  APRECIAÇÃO

                         
                                                                                                         François Boucher, Pastoral
François Boucher (1703-1770), extraordinário pintor e decorador francês, foi diretor da Academia de Belas Artes de Paris, sendo nomeado, em 1765, primeiro pintor do rei Luís XV. Adotou o estilo rococó, caracterizado pelo excesso de detalhes decorativos e por uma requintada elegância.

Fonte: Livro- Oficina de Redação – Leila Lauar Sarmento, 7ª Série. Editora Moderna, 1ªedição,1998.p.5/6.

         O amor é um dos sentimentos humanos mais complexos, que nos leva a sensações e atitudes inexplicáveis. Daí a magia que ele exerce sobre os artistas. Observe o quadro acima e responda:
1)   Qual é a expressão do rapaz diante da amada?
Ele parece absorvido pela figura da mulher, que envolve seus pensamentos; só tem olhos para ela.

2)   Que detalhes no quadro revelam o comportamento romântico do jovem?
Além do olhar apaixonado, ele está com um pequeno pássaro na mão e parece oferece-lo à amada, humildemente, como se fosse um presente, ou apenas para agradá-la.

3)   Explique a atitude da jovem – sua postura no quadro.
Ela sente-se atraída pela atenção do rapaz que a envolve com carinho, por isso põe-se à vontade, a observá-lo com doçura, em seu gesto de amor.

4)   Observe o local e o casal de namorados e descreva-os.
Trata-se de um ambiente aberto, um cenário campestre, totalmente ermo; há uma elevação, em meio à natureza simples e rústica, onde se veem algumas árvores grandes, frondosas e poucos arbustos.
Os namorados estão sentados no chão, nesse lugar isolado e tranquilo; usam roupas coloridas, alegres, mas sem luxo; parecem jovens camponeses. A moça tem os pés descalços e uma coroa de flores nas mãos. Completando a cena primaveril, há uma cesta de flores, no chão, próxima aos dois.

5)   Na sua opinião, o autor reproduziu a cena “Pastoral” de forma expressiva? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal.                                              

segunda-feira, 23 de março de 2020

POEMA: FOTOGRAFIA - CARLOS QUEIROZ TELLES - COM GABARITO

POEMA: Fotografia

             Carlos Queiroz Telles

Um homem, uma mulher,
uma criança.

Com alguns cabelos a mais
este homem é meu pai.

Com algumas rugas a menos
esta mulher é minha mãe.


A criança, muito pequena
em seu xale e sua touca,
não parece que sou eu.

Mas os sorrisos atestam
serenos laços de amor.

O tempo trata as pessoas
com medidas diferentes.

Pelo espelho do retrato
fui eu quem mais mudou.

Pai e mãe estão iguais
Quase iguais...quase.

Carlos Queiroz Telles, Sementes de sol. São Paulo, Moderna, 1992.
Fonte: Livro- Oficina de Redação – Leila Lauar Sarmento, 7ª Série. Editora Moderna, 1ªedição,1998.p.87/88.
ENTENDENDO O POEMA

1)   Levante hipóteses: que idade o eu lírico tem?
Podemos afirmar que o eu lírico do poema é provavelmente um jovem ou um adulto que observa a fotografia de quando era criança com certa nostalgia.

2)   Qual o tema principal do poema?
O tema principal do poema se refere a saudade que o eu lírico tem de quando era próximo aos pais e como essa relação entre ele e os pais se modificou com o envelhecimento dele.

3)   Que relação existe entre o tema principal e o título “Fotografia”?
A narrativa central é o eu lírico analisando uma fotografia antiga sua com seus pais.

4)   O eu lírico é masculino ou feminino?
O eu lírico pode ser feminino pelo simples fato das terminações das palavras serem feminino, porém, para determinar se o eu lírico é feminino ou masculino não está claramente expresso no poema fotografia. Há outra hipótese que o eu lírico seja o próprio poeta, neste caso seria masculino


CONTO: O GIGANTE (FRAGMENTO) - CARLOS HEITOR CONY - COM GABARITO

Conto: O gigante (Fragmento)
            Carlos Heitor Cony 

        Se dava vexame nos números, até certo ponto alegrava o pai com as redações. Havia um quadro na parede da sala que o acompanhava desde os tempos de moleque em São Cristóvão, desde os tempos do tal Absalão: um menino levando um feixe de lenha para uma casa à beira de um rio, a fumaça saindo de uma chaminé, um quadro campestre de autor francês.
        A pedido dele, fiz umas cinco ou seis composições sobre aquilo, variando o nome do menino e do lugar, ora o menino era órfão explorado pela madrasta cruel, ora o menino estava perdido na floresta e encontrava uma casa na qual pediria abrigo, eu me virava como podia.
        Ele corrigia aqui e ali, riscava frases, colocava enormes interrogações nos trechos em que ficara faltando alguma coisa, mas sempre deixava escrito a lápis azul um “muito bem”, um “bravo”.
        Deu-me certa vez um tema livre: “Escreva sobre o que quiser. Cuidado com as concordâncias. Não se esqueça de que os advérbios atraem os pronomes”.
        Passei a tarde em cima de um caderno de folhas muito brancas. A tinta que ele me destinara era vermelha, marca Sardinha, como sempre. A pena era nova.
        Eu não tinha um tema, olhava o papel branco, nunca esqueci essa página em branco, sabia que seria gostoso escrever alguma coisa nela. Não sabia o quê. Pensei em repetir a dose e recontar a história do menino com o feixe de lenha, a casinha à beira do rio, a chaminé deitando fumaça. Era um tema íntimo, recorrente, no qual me sentia à vontade.
        De repente, tive vontade de escrever sobre um gigante que vinha todas as noites e me trazia bombons e balas. Um gigante que fazia coisas terríveis que me amedrontavam mas que eu gostava dele porque, no final de tudo, ele sempre tirava de um alforje de couro um brinquedo, e me mandava brincar. Um gigante que morava longe, onde moram o vento e as coisas do mundo, que apesar de morar tão longe nunca deixava de chegar, em horas estranhas, mas sempre chegando, porque sabia que eu precisava dele.
        O pai corrigiu fartamente, riscou com traços vermelhos uma concordância abominável, substituiu um “medonho” por “terrível” e achou razoável a composição. Disse que eu precisava ler o Zé de Alencar, depois o Machado, mais tarde o Eça.
        Pensou um pouco, desconfiou que nem Machado nem Eça seriam apropriados a um seminarista, falou em Vieira, em Bernardes, tinha uma edição de A nova floresta, falou, falou, falou – e não compreendeu.
        Quase memória, quase romance. São Paulo, Cia. das Letras, 1996.
Fonte: Português – Linguagem & Participação, 5ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1999, p. 234-6.
Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:
·        Vexame: atitude desagradável, papelão.

·        Campestre: do campo.

·        Íntimo: próprio da pessoa, interior.

·        Recorrente: que acontece muitas vezes.

·        Alforje: espécie de bolsa de couro.

·        Fartamente: com fartura, abundantemente.

·        Abominável: detestável.

02 – Quem são as personagens do texto?
      São: pai e filho.

03 – Qual o foco narrativo utilizado no texto Procure um trecho que justifique sua resposta.
      O texto é narrado em primeira pessoa. “A pedido dele, fiz umas cinco ou seis composições sobre aquilo...”; “Passei a tarde em cima de um caderno de folhas muito brancas”.

04 – Ao escrever várias vezes sobre a mesma gravura, o menino revela algumas qualidades. Quais são elas?
      Ele era criativo e esforçado.

05 – Por que o menino demorou a escrever sobre o tema livre?
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Como era a história que o menino escreveu?
      Era a história de um gigante que vinha todas as noites e que trazia ao menino bombons e balas.

07 – Quem era na verdade o gigante?
      Era o pai do menino.

08 – O que faz o pai diante do texto do filho?
      O pai corrigiu fartamente a linguagem e achou razoável a composição, embora não tenha entendido o texto.

09 – O que o pai não compreendeu?
      O pai não compreendeu que o gigante era ele próprio e que o filho precisava dele.
        

REPORTAGEM: FILHOS INVERTEM PAPÉIS E PATRULHAM PAIS - CLÁUDIA FONTOURA - COM GABARITO

Reportagem: Filhos invertem papéis e patrulham pais
          

 Fumar, usar roupa brega ou namorar estão na lista dos vetos impostos pela garotada
                                                         Cláudia Fontoura

        Basta o empresário Ivan Frug, de 40 anos, pegar o maço de cigarros para que seus filhos Pedro, de 15 anos, Gabriel, de 13, e Manuela, de 5, comecem uma encenação. Se estavam rindo, passam a fazer caretas e fingem que se sentem mal e com tosse. “Antes de acender o cigarro, preciso me esconder na varanda para evitar reclamações”, conta ele. “É o único lugar onde ele pode fumar”, avisa Gabriel.
        A patrulha dos Frug se repete em outras famílias. Há filhos que policiam as saídas noturnas, os namorados e o modo de se vestir dos pais. Nem mesmo a quantidade de café que consomem por dia escapa. Preocupação com a saúde, ciúme e a necessidade de controlar os gostos dos pais são os motivos da vigilância, que não é relaxada nem no Dia da Criança. Pelo contrário. É uma época de reforçar as cobranças.
        Os irmãos Frug detestam cigarro. Incansáveis nas tentativas de convencer o pai a deixar o vício, os meninos decidiram delimitar a área de fumantes da casa. “No nosso quarto ele não entra com cigarro e só fuma nos outros lugares se não estivermos perto”, diz Gabriel.
        Com a professora Valéria Moura da Costa, o controle é outro. Seu filho Felipe, de 11 anos, fica uma fera por causa da quantidade de café que ela toma. Valéria teve de reduzir o consumo. “Eu tomava seis cafezinhos por dia e diminui para dois”.
        Felipe tem um motivo que considera concreto para vigiar a mãe. “O café estraga o estômago e ela passa mal”, diz. Para evitar que Valéria tenha dores de estômago, Felipe já fez de tudo. “Até joguei o café na pia”, conta. “Ela ficou muito brava”.
        Brega – A roupa que a mãe ou o pai vão vestir também é um forte motivo para que alguns filhos sintam-se no direito de criticar. Saia curta demais, peças bregas, enfeitadas ou decotadas são os argumentos mais usados para fazer a mãe voltar ao guarda-roupas em busca de outra produção.
        Quase todos os dias, antes de sair para o trabalho, a professora Vera Busch Rigo Neves Bezerra enfrenta as críticas da filha Carolina, de 16 anos. “Mãe, você não tem uma roupinha mais básica?”, pergunta Vera, imitando a filha. “Para ela, tenho de usar jeans, camiseta e tênis”.
        Vera não é uma pessoa extravagante, mas Carolina detesta os acessórios que a mãe insiste em usar. “Ela usa brincos maiores do que ela mesma”, implica Carolina. “Fica muito brega”. Para Vera, não é fácil agradar aos filhos. “O que eles acham bonito não combina com o meu modo de ser”.
        Camila Militello, de 12 anos, está segura do bom gosto da mãe, Telma Anauate, mas fica atenta a suas minissaias. Se Telma abusa do comprimento, a filha é categórica. “Ela diz que fica ridículo e que eu não deveria sair de casa daquele jeito”, conta a mãe. “Acho que fico com ciúme porque ela chama atenção”, justifica Camila.
        A administradora de empresas Rosaura de Oliveira enfrenta patrulha um pouco mais complicada. A filha Fernanda, de 7 anos, é capaz das maiores cenas para deixar claro que não está disposta a ver a mãe namorando. “Quando recebo a visita de um namorado, ela não o cumprimenta e ainda faz cara feia”. Sair à noite para ir ao cinema ou jantar com amigos também aborrece a menina. “Se pudesse, ela me trancaria na gaveta”.
        Para Fernanda, a mãe só deveria se interessar por programas que a incluam e a palavra namorado deveria ser cortada do vocabulário. “Não gosto que ela namore, pois fico com ciúmes”. Rosaura acredita que Fernanda esteja passando por uma fase comum da infância e tenta lidar com o problema com paciência e carinho. “Acho comum os filhos sentirem necessidade de exclusividade nessa fase”, diz. “Procuro explicar e não deixo de fazer o que tenho vontade”.

                 O Estado de São Paulo, 8 out. 1995.
                              Fonte: Português – Linguagem & Participação, 5ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1999, p. 215-7.
Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:
·        Encenação: ato de agir como se estivesse representando no palco.

·        Policiar: fiscalizar, regular ou manter em ordem.

·        Relaxado: descuidado, negligente, desmazelado.

·        Incansável: ativo, laborioso; infatigável.

·        Delimitar: fixar os limites de, demarcar.

·        Concreto: relativo a realidade, real, efetivo; material de construção feito com cimento, areia, pedra britada e água.

·        Brega: diz-se da pessoa ou coisa que revela mau gosto; deselegante, fora de moda, “cafona”.

·        Exclusividade: especial, privativo, restrito.

02 – O texto que você leu é uma reportagem ou uma notícia?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É uma reportagem, pois não apresenta um fato que seja notícia, mas sim expõe um assunto.

03 – Qual é o tema?
      O relacionamento entre pais e filhos hoje em dia e a dificuldade dos pais em respeitar os desejos dos filhos, sem passar por cima dos seus próprios.

04 – O que existe de curioso no comportamento dos filhos no texto?
      O curioso é que os filhos buscam controlar a vida dos pais, quando habitualmente acontece o contrário.

05 – Na sua opinião, os filhos estão certos ao chamar a atenção dos pais? Faça um comentário a respeito.
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Quais as atitudes que você condenaria nos pais presentes no artigo? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Você faz com seus pais o mesmo que as crianças do texto? Como eles reagem aos seus comentários?
      Resposta pessoal do aluno.

08 – O que você acha do comportamento dessas crianças?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Crie outro título para esse texto.
      Resposta pessoal do aluno.


segunda-feira, 16 de março de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): GENIPAPO ABSOLUTO - CAETANO VELOSO - COM GABARITO

Música(Atividades): Genipapo Absoluto

                               Caetano Veloso

Como será pois se ardiam fogueiras
Com olhos de areia quem viu
Praias, paixões fevereiras
Não dizem o que junhos de fumaça e frio
Onde e quando é jenipapo absoluto
Meu pai, seu tanino, seu mel
Prensa, esperança, sofrer prazeria
Promessa, poesia, Mabel


Cantar é mais do que lembrar
É mais do que ter tido aquilo então
Mais do que viver do que sonhar
É ter o coração daquilo


Tudo são trechos que escuto - vêm dela
Pois minha mãe é minha voz
Como será que isso era este som
Que hoje sim, gera sóis, dói em dós
"Aquele que considera"
A saudade de uma mera contraluz que vem
Do que deixou pra trás
Não, esse só desfaz o signo
E a "rosa também"
                                      Composição: Caetano Veloso

Entendendo a canção:

01 – Que temática é abordada nesta canção?
      O autor relata fatos de seu cotidiano com seus pais e irmãs.

02 – Nos versos: “Onde e quando é genipapo absoluto / Meu pai, seu tanino, seu mel / Prensa, esperança, sofrer prazeria”. O que nos revela o poeta?
      Que seu pai o chamava para ajudá-lo a prensar o genipapo para fazer licor.

03 – Quem era Mabel, citada por Caetano?
      Sua irmã favorita quando eram crianças e agora faz poesia.

04 – Em que verso o poeta fala de sua mãe?
      “Pois minha mãe é minha voz”.

05 – Quem são os personagens da canção?
      O poeta, seu pai, sua mãe, sua irmã. 



POEMA: COISAS DA TERRA - FERREIRA GULLAR - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Coisas da Terra    
    Ferreira Gullar

Todas as coisas de que falo estão na cidade
entre o céu e a terra.
São todas elas coisas perecíveis
e eternas como o teu riso
a palavra solidária
minha mão aberta
ou este esquecido cheiro de cabelo
que volta
e acende sua flama inesperada
no coração de maio.

Todas as coisas de que falo são de carne
como o verão e o salário.
Mortalmente inseridas no tempo,
estão dispersas como o ar
no mercado, nas oficinas,
nas ruas, nos hotéis de viagem.
São coisas, todas elas,
cotidianas, como bocas
e mãos, sonhos, greves,
denúncias,
acidentes de trabalho e do amor. Coisas,
de que falam os jornais,
às vezes tão rudes
às vezes tão escuras
que mesmo a poesia as ilumina com dificuldade.

Mas é nelas que te vejo pulsando,
mundo novo,
ainda em estado de soluços e esperança. 
                                                                              Ferreira Gullar
Entendendo o poema:

01 – Reescreva a frase abaixo, substituindo a palavra grifada por um sinônimo (se for preciso, consulte o dicionário).
        “São todas elas coisas perecíveis...”
      “São todas elas coisas transitórias...”.

02 – Onde se encontram todas as coisas de que fala o poeta?
      Encontram-se na cidade.

03 – Qual a relação de significado entre as palavras perecíveis e eternas?
      Perecíveis são transitórias e eternas são os sentimentos e emoções.

04 – Quais as coisas que conseguem ser perecíveis e eternas de que nos fala o poema?
      São: O teu riso, a palavra solidária, minha mão aberta.

05 – O que você acha que o poeta quer dizer quando chama essas coisas de perecíveis e eternas?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É que elas são passageiras e permanecem eterna no pensamento.

06 – O poeta afirma que o verão e o salário “são de carne”. Como você interpreta essa imagem?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Qual a comparação criada pelo poeta a fim de mostrar que as coisas de que fala estão em toda parte?
      Ele usa a conjunção “como” no seguinte verso: “São todas elas coisas perecíveis e eternas como o teu riso...”

08 – Quais as coisas cotidianas de que nos fala o poeta?
      As coisas cotidianas: bocas e mãos, sonhos, greves, denúncias, acidentes do trabalho e do amor.

09 – Por que às vezes a poesia tem dificuldade em iluminar as coisas de que fala o poeta?
      A poesia tem dificuldade porque as coisas de que falam os jornais as vezes tão rudes, as vezes tão escuras.

10 – O que você entende por essa ideia de “iluminar” as coisas?
      Iluminar tem sentido de clarear, esclarecer.     

11 – Em que estado se encontra o mundo novo? O que nos sugere esse estado?
      Encontra-se ainda em estado de soluços e esperança. Sugere que ele está pulsando.

12 – É nas coisas da terra que se encontra o novo mundo que podemos construir? Qual a sua opinião a respeito disso?
      Resposta pessoal do aluno.